Rio Tinto (Gondomar)
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Freguesia | ||||
Igreja Matriz de Rio Tinto | ||||
Símbolos | ||||
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Gentílico | Riotintense | |||
Localização | ||||
Localização no município de Gondomar | ||||
Localização de Rio Tinto em Portugal | ||||
Coordenadas | ||||
Município | Gondomar | |||
História | ||||
Fundação | 1867 | |||
Administração | ||||
Tipo | Junta de freguesia | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 9,38 km² | |||
População total (2011) | 50 713 hab. | |||
Densidade | 5 406,5 hab./km² | |||
Código postal | 4435 Rio Tinto | |||
Outras informações | ||||
Orago | São Cristóvão (fim-de-semana seguinte a 11 de Julho) | |||
Sítio | www.jf-riotinto.pt |
Rio Tinto é cidade desde 21 de Junho de 1995, onze anos depois de ter sido elevada a vila,[1], constituída por 2 freguesias, Rio Tinto com 9,38 km² de área e 50 713 habitantes (censo de 2011) e Baguim do Monte com 5,46 km² de área e 14 102 habitantes (2011) situada no concelho de Gondomar (município do distritos do Porto[2] e da Região do Norte[3]). Município que integra a Área Metropolitana do Porto. (Associação de municípios da área do grande Porto).
População
População da freguesia de Rio Tinto [4] | ||||||||||||||
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
4 785 | 5 483 | 7 569 | 7 890 | 9 702 | 11 105 | 14 228 | 18 738 | 22 269 | 27 100 | 36 895 | 47 616 | 40 907 | 47 695 | 50 713 |
Distribuição da População por Grupos Etários | |||||||||
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Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | |
2001 | 7 717 | 6 559 | 27 694 | 5 725 | 16,2% | 13,8% | 58,1% | 12,0% | |
2011 | 7 599 | 5 391 | 29 684 | 8 039 | 15,0% | 10,6% | 58,5% | 15,9% |
Com lugares desta freguesia foi criada pela Lei nº 229/85, de 04 de Outubro, a freguesia de Baguim do Monte
História
Rio Tinto tem o seu nome ligado ao rio que a atravessa, havendo mesmo uma lenda que explica o seu topónimo.
No início do século IX, os cristãos ganhavam terreno aos mouros. Governava o Conde Hermenegildo Gutierres o território da Galiza até Coimbra, tendo como centro o Porto.
Contudo, o Califa Abderramão II, com um poderoso exército, fez uma violenta investida, cercando a cidade do Porto. O Rei Ordonho II desceu em socorro do seu sogro, o Conde Gutierres, conseguindo afastar os Mouros e perseguindo-os para longe da cidade. Junto a um límpido ribeiro, travou-se a sangrenta batalha. Na memória do povo, ficou o sangue derramado que, de tão abundante, tingiu as cristalinas águas do rio, passando desde então a chamar-se Rio Tinto.
O rio atravessa a freguesia sensivelmente a meio, numa orientação aproximada Norte-Sul. Nasce em Ermesinde, muito perto do limite norte da freguesia e é a principal, e quase única, linha de água que existe na localidade. Durante séculos, o rio forneceu à população água e peixe. As lavadeiras ganhavam a vida nas suas águas e nas suas margens proliferavam moinhos cujos moleiros disputavam com os lavradores as águas da rega.
Durante as últimas décadas do século XX, o Rio Tinto foi vitima de diversos crime ecológico, resultantes de uma apressada e mal planeada industrialização, que conjugado com um desenvolvimento imobiliário caótico e casuístico levou mesmo á entubagem de uma parte considerável do seu percurso como se tratasse de um simples esgoto. Actualmente diversas associações e movimentos cívicos lutam pela preservação e valorização do seu leito e das suas margens.
A povoação de Rio Tinto é anterior à criação do reino de Portugal. O lugar pertencia ao antigo julgado da Maia, e identificava-se pela existência de um antigo convento de Agostinhas, actual Quinta das Freiras, fundado em 1062. D. Afonso Henriques, após a criação do reino de Portugal, protegeu-o e deu-lhe foro de couto a 20 de Maio de 1141, um foro que os posteriores monarcas foram renovando. Este couto englobava as aldeias de Vila Cova, Ranha, Rebordãos, Quintã, Triana, Portela, Areosa, Pinheiro, Gesta, Brasoleiro, Forno, Santegãos, Carreiros, Medancelhe, Casal, Lourinha, Sevilhães, Perlinhas, Ferraria, Vendas Velhas, Vendas Novas, Cavada nova, São Sebastão, Vale de Flores, Soutelo, Mendalho, Amial e Mosteiro. Em 1801 tinha 2 675 habitantes.
Do mosteiro que caracterizava e dava importância ao couto de Rio Tinto nada resta actualmente. Sabe-se, porém, que foi extinto a 6 de Janeiro de 1535, ficando com os seus privilégios o mosteiro beneditino de Avé Maria no Porto.
Pertenceu ao extinto concelho de Aguiar de Sousa. Em 26 de Julho de 1867, através de um decreto, deu-se a criação do concelho de Rio Tinto. Dele faziam parte sete paróquias civis: Águas Santas, Covêlo, Gondomar, São Pedro da Cova, Rio Tinto, Valbom e Valongo. Este concelho existiu até 14 de Janeiro de 1868. Em 28 de Junho de 1984 voltou a ser vila, agora com duas freguesias - Rio Tinto e Baguim do Monte.[5]
Brasão
Fundo azul com uma espada espetada no Rio, Tinto do sangue (lenda que atribui o nome da localidade à batalha entre Cristãos e Mouros). À direita da espada, encontram-se 2 espigas (milho e trigo) e, à sua esquerda, uma roda dentada, que lembra a actividade agrícola de outrora, e a segunda que simboliza a indústria que se foi desenvolvendo a partir do início deste século.
Património
- Antigo lugar do Mosteiro
- Capela de Nossa Senhora da Conçeição
- Capela de Nossa Senhora da Lapa (Rio Tinto)
- Capela de Nosso Senhor dos Aflitos (na Triana e em Rebordãos)
- Capela de Nossa Senhora do Amparo
- Capela de Nosso Senhor do Calvário
- Capela de Nossa Senhora da Ponte
- Capela do Mártir São Sebastião (Rio Tinto)
- Capela de São Joaquim (da Obra ABC)
- Centro Cultural Amália Rodrigues
- Cripta (ou Igreja de Santa Maria de Rio Tinto) junto à Igreja Matriz
- Cruzeiro junto à Igreja Matriz
- Estação de Rio Tinto
- Igreja Matriz de Rio Tinto
- Igreja de Santo António de Corim
- Pelourinho
- Piscinas Municipais
- Prédio da Junta de Freguesia
- Quinta de Campaínha
- Quinta das Freiras
- Quinta do Perdigão (também belo exemplar da quinta dos imigrantes brasileiros do século XIX)
- Quinta do Sá (típica e bela quinta dos imigrantes no Brasil do século XIX)
Feiras, Festas e Romarias
- São Sebastião, na sua Capela (dia 20 de Janeiro e fim de semana seguinte)
- Nossa Senhora da Ponte, na Capela que lhe é dedicada. É uma celebração com cariz apenas religioso, sendo a Missa Solene no último sábado de Abril.
- Santo António do Corim, Igreja Paroquial do Corim (dia 13 de Junho e fim de semana seguinte)
- São Bento das Pêras e São Cristóvão, na Igreja Matriz (inicia-se no fim de semana anterior a dia 11 de Julho, que é o dia de São Bento, e dura até ao fim de semana seguinte, dia da Procissão e do padroeiro São Cristóvão)
- Nosso Senhor dos Aflitos, na Triana (primeiro fim de semana de Agosto)
- Além destas festas com carácter mais popular realizam-se numerosas Procissões como a do Senhor Morto ou Procissão Santa, na Sexta-Feira Santa de cada ano. É também de destacar as Procissões de velas como a do dia 12 de Maio na Igreja Matriz, no último domingo de Maio na Capela de Nossa Senhora da Ponte e dia 31 de Maio na Capela de São Joaquim e Rebordãos.
- Feira Semanal ao Sábado, junto à Quinta das Freiras
- Mercado - Mercado da Areosa, de Segunda a Sábado
Metro
Com a consignação da empreitada de construção da Linha de Gondomar ao consórcio Somague/Soares da Costa/Mota Engil/Monte Adriano/Efacec, arrancou a Segunda Fase do sistema do Metro do Porto. O troço Estádio do Dragão – Venda Nova da Linha de Gondomar é o primeiro de um conjunto de investimentos programado para os próximos anos e que virão praticamente duplicar a actual extensão da rede do Metro do Porto.
A construção da Linha de Gondomar, adjudicada àquele consórcio pelo valor de 97,5 milhões de euros, tem um prazo de execução de 560 dias. O valor total deste investimento, incluindo projecto e expropriações, ascende a 135 milhões de euros. Esta nova linha de Metro, servindo a zona Este da Área Metropolitana do Porto, tem um comprimento aproximado de 7 quilómetros e integra 10 novas estações de superfície.
O traçado definido entre a Estação Estádio do Dragão e a Estação Venda Nova, serve zonas de elevada densidade populacional. Entre aquelas duas estações, a linha descreve um «V» invertido: partindo da freguesia de Campanhã, ainda no Porto, segue para Norte até Rio Tinto e Baguim do Monte, descendo depois até Cabanas. Cerca de um quilómetro do trajecto faz-se em túnel – cruzando a fronteira entre o Porto e Gondomar e evitando conflitos com as linhas da CP e com a Estrada da Circunvalação.
Todas as estações do Metro construídas no concelho de Gondomar vão ser servidas por parques de estacionamento. Cada qual terá uma capacidade média de cem lugares, promovendo a intermodalidade e facilitando a entrada no sistema.
Na última semana de 2009, as habitações próximas das construcções do troço do metro foram alvo de cheias severas. A Metro Do Porto responsabilizou-se por quaisquer danos em algumas ruas afectadas, sendo que outras ainda continuam em fase de decisão.
A linha do Metro começou a sua operação comercial, em Rio Tinto, no dia 2 de Janeiro de 2011. Levada, Rio Tinto, Campainha, Carreira, Venda Nova são as estações existentes na freguesia.
Instituições
- Clube Atlético de Rio Tinto
- Escola Secundária de Rio Tinto
- «Escola E.B. 2,3 de Rio Tinto»
- Sport Clube Rio Tinto
- Grupo Dramático e Beneficente de Rio Tinto
- Banda Musical de Rio Tinto
Referências
- ↑ «Decreto nº 49/III» (PDF). Diário da República. Consultado em 21 de Fevereiro de 2014
- ↑ Enquadramento do território do município de Gondomar no espaço da Área Metropolitana do Porto
- ↑ Região Norte de Portugal, onde a identidade autóctone e endógena do território do município de Gondomar se insere
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ «Paróquia de Rio Tinto». Arquivo Distrital do Porto. Consultado em 21 de Fevereiro de 2014
Ligações externas
- «www.riotintoconcelho.blogspot.com». - Rio Tinto a Concelho (RTC).
- «Movimento em Defesa do Rio Tinto». - Sítio do movimento em defesa do rio Tinto.