Sociedade Teosófica

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Primeira Ata - 8/set./1875.

A Sociedade Teosófica é uma organização internacional devotada a divulgar os ensinamentos da teosofia.

Objetivos[editar | editar código-fonte]

Os objetivos da Sociedade Teosófica hoje são:

  1. Formar um núcleo da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor;
  2. Encorajar o estudo de Religião comparada, Filosofia e Ciência;
  3. Investigar as leis não explicadas da Natureza e os poderes latentes no homem.

A Sociedade não impõe nenhuma crença sobre seus membros, que se unem espontaneamente pelo objetivo comum de buscar a Verdade e o desejo de aprender o significado e propósito da existência, dedicando-se ao estudo, reflexão, pureza de vida e serviço voluntário. Não há pré-requisitos nem limitações para qualquer um associar-se, porém o candidato deve declarar se identificar com ao menos um dos objetivos da sociedade.[1] A Sociedade enfatiza a liberdade de pensamento, de pesquisa e de debate.

O lema da Sociedade foi inspirado no do Marajá de Benares: Satyât nâsti paro Dharma, traduzido como Não há Religião superior à Verdade, embora a palavra original Dharma tenha uma riqueza de significados muito mais extensa do que o termo religião, incluindo dever, direito, justiça e virtude. Além de ser uma escola de filosofia e um promotor de trabalho humanitário, a S.T. tem não obstante um lado religioso, uma vez que busca disseminar doutrinas sobre mundos transcendentes tomadas como verdadeiras por muitas religiões do passado e do presente.

Expansão[editar | editar código-fonte]

Em 1878, o coronel Olcott e Helena Blavatsky partiram para a Índia. Em 3 de abril de 1905, foi estabelecida legalmente a sede internacional da S.T. no bairro de Adyar, na cidade de Chennai.

Em seus anos de glória, a Sociedade Teosófica foi uma organização gigantesca, que recebia respeito, admiração e apoio de pessoas em todo mundo. Notícias sobre a Sociedade e seus membros frequentemente figuravam nas páginas dos maiores jornais do mundo, como o The New York Times.[2]

Existindo oficialmente como instituição há mais de cento e quarenta anos, a Sociedade Teosófica conta com membros e sedes em cerca de cem países em todos os continentes. Seu quartel-general ainda é hoje aquele fundado por Blavatsky. Mas, além de ser um memorial perene aos Fundadores, se tornou um moderno centro de estudos filosóficos e de assistência social. Dispõe de uma rica biblioteca, um centro de pesquisas, uma editora, uma agência de notícias e divulgação, apoia ou mantém diversas escolas gratuitas, cursos e centros vocacionais, esotéricos e artísticos, e é o coração das inúmeras Lojas abertas em todo o mundo que, dentro do alcance de cada uma, se propõem a concretizar os objetivos da Sociedade.

Símbolo da Sociedade Teosófica.

Mesmo enfrentando, em muitos momentos, oposição externa e dissensões internas, a importância da Sociedade Teosófica na história recente da humanidade não pode ser negada. O debate público inaugurado por Blavatsky e continuado por seus sucessores e seguidores, através de vasta literatura e marcante presença na sociedade como um todo, contribuiu para uma renovação na metodologia e nos conceitos de diversas disciplinas científicas, como a arqueologia, a psicologia e a história, e forçou uma apreciação mais objetiva de diversas instituições, dogmas e sistemas religiosos. Annie Besant, sua segunda Presidente, foi uma força ativa no processo de independência da Índia. A própria Helena Blavatsky foi uma das primeiras mulheres a contribuir e influenciar positivamente, com seus escritos, a agenda intelectual e filosófica do mundo moderno. A doutrina que a Sociedade disseminou e o exemplo de vida altruísta de seus fundadores e sócios mais eminentes foram uma inspiração para líderes como Gandhi, cientistas como Einstein e artistas como Mondrian, Fernando Pessoa e Scriabin.

O Selo da Sociedade[editar | editar código-fonte]

O selo ou brasão da Sociedade Teosófica, com os triângulos enlaçados, a serpente, a Suástica e o Ankh, ilustra simbolicamente e resume os pontos centrais da Teosofia, aludindo, entre outros conceitos, à Trindade, à Unidade de toda a vida, a dualidade Espírito-Matéria, a permanência e imortalidade da vida e a evolução do universo através de seus ciclos periódicos de nascimento e morte.

Lema[editar | editar código-fonte]

O lema da Sociedade Teosófica, o qual foi traduzido do sânscrito Satyan nasti para Dharmah é "Não há religião superior à Verdade". A palavra Dharma foi traduzida como religião, mas também significa, entre outras coisas, doutrina, lei, dever, direito, justiça, virtude. Assim, num sentido mais amplo, o lema da Sociedade Teosófica afirma que não há dever ou doutrina superior à Verdade.[3][4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Blavatsky, HP, The Key to Theosophy: A Clear Exposition, in the Form of Question and Answer, of the ETHICS, SCIENCE, AND PHILOSOPHY for the Study of which The Theosophical Society has been Founded.
  2. «MRS. ANNIE BESANT IS HERE.; HER BELIEF IN MME. BLAVATSKY AND THEOSOPHY IS ABSOLUTE.». The New York Times (em inglês). 10 de abril de 1891. ISSN 0362-4331. Consultado em 16 de janeiro de 2024 
  3. Site oficial da Sociedade Teosófica de Portugal - Arquivado em 16 de abril de 2011, no Wayback Machine.
  4. O Esoterismo - Antologia do Esoterismo Ocidental; Pierre a Riffard; Mandarim; 1996

Ligações externas[editar | editar código-fonte]