Sylvio Fleming

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Sylvio Fleming
Sylvio Fleming
Nome completo Sylvio Fleming
Dados pessoais
Nascimento 1905
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Morte 21 de agosto de 1932 (27 anos)
Silveiras, São Paulo, Brasil
Nacionalidade Brasileiro
Cônjuge Nair Xavier Fleming
Alma mater Escola Militar do Realengo
Vida militar
Força Exército Brasileiro
Anos de serviço 19231932
Hierarquia 1º Tenente
Batalhas Revolução Constitucionalista

Sylvio Fleming (Rio de Janeiro, 1905Silveiras, 21 de agosto de 1932) foi um militar brasileiro e considerado um dos heróis da Revolução Constitucionalista de 1932.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Sylvio Fleming nasceu no ano de 1905 na cidade do Rio de Janeiro, segundo filho de Maria da Glória de Lemos Fleming e do Almirante da Marinha Brasileira descendente de irlandeses Thiers Fleming.[1] Tinha três irmãos: Thiers de Lemos Fleming, Edith de Lemos Fleming e Maria José Fleming.[2][3]

Órfão de mãe aos cinco anos, o seu pai o mandou para a França sob a tutoria de uma ama da família chamada Julia. Ainda adolescente, retornou ao Brasil fixando residência por um breve período em Lambari, em Minas Gerais, e em seguida se mudou para a cidade do Rio de Janeiro, onde lá se matriculou no Colégio Militar.[3][4]

Em 1923 foi para o Rio de Janeiro para se matricular na Escola Militar do Realengo, onde lá escolheu a artilharia como arma, embora também tivesse muita afinidade com a cavalaria por conta de ter sido desportista no hipismo. Em 1926, concluiu o curso como aspirante-a-oficial, na arma de artilharia, e no mês de fevereiro desse mesmo ano foi promovido a 2º tenente e designado a servir no 9º Regimento de Artilharia então sediado em Curitiba, no Paraná.[3][5][6][7]

Em 1928 foi promovido a 1º tenente e designado para o 4º Regimento de Artilharia Montada (4º R.A.M.) cuja sede era na cidade de Itu. Lá era prestigiado e classificado como exímio desportista no hipismo, tendo sido participante assíduo da "Hípica Paulista" representando o regimento de artilharia. Participou ainda de inúmeras competições organizadas no extinto Hipódromo do Bomfim, no então Jockey Club de Campinas. Lá costumava competir com a sua égua de nome “Ramona” e mais tarde com o cavalo “Valette”. Por vezes, Sylvio figurou como vencedor ou finalista com amplo destaque na imprensa nacional.[8][9][10][11]

Nesse período, casou-se com Nair Xavier Fleming, com quem teve dois filhos: Milton Fleming e Silvia Xavier Fleming, esta nascida na cidade de Itu, na antiga casa da família que se situava defronte ao Convento das Redentoristas, onde atualmente a respectiva rua é batizada com o nome do oficial de artilharia.[3]

Em 9 de julho de 1932 o 1º tenente aderiu à Revolução Constitucionalista e logo partiu para o front de combate junto de sua unidade, o 4º R. A. M. de Itu, no denominado “Setor Norte” que compreendia todo o Vale do Paraíba. Tomou posição na região fronteiriça entre os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, lá comandando uma seção de artilharia. A sua unidade era integrada ao destacamento comandado pelo então coronel José Joaquim de Andrade, chefe do subsetor que compreendia as cidades de Areias, São José do Barreiro e Silveiras nos primeiros meses da campanha militar.[2][3]

Na tarde de 21 de agosto de 1932, durante uma missão de reconhecimento avançado para posicionamento de peças de artilharia, próximo às linhas inimigas, o então capitão comissionado Sylvio Fleming foi mortalmente alvejado por disparos de uma patrulha adversária. Trazido ferido para a retaguarda pelos colegas para receber pronto atendimento médico, veio a falecer poucas horas depois. Na Ordem do Dia de 22 de agosto de 1932 do Quartel General do Destacamento do Coronel José Joaquim de Andrade, comandante daquele subsetor na Revolução de 1932, está a seguinte nota sobre o falecimento daquele oficial:[2]

Sylvio Fleming foi sepultado na cidade de Itu com honras militares em uma cerimonia que contou com várias autoridades. Em 1965, os seus restos mortais foram transladados para o Monumento Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932, situado no Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo.[12][3]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Prestigiado na cidade de Itu, é mencionado no livro de Roberto Machado de Carvalho Quatro Séculos de Itu – fatos e personalidades, volume II de 2010. Por ocasião da comemoração dos 50 anos da Revolução Constitucionalista, também foi lembrado na cidade de Itu os 50 anos de seu falecimento e a sua atuação como representante ituano na luta pela defesa da reconstitucionalização do Brasil em 1932.[3]

Na cidade de São Paulo, há a EMEF Sylvio Fleming, inaugurada em homenagem ao estimado oficial. Há ainda naquela cidade uma rua na Villa Bonilha e outra no distrito de Pirituba, também em sua memória.[13][14][15]

Na cidade de Itu, há um imponente Monumento na Praça Duque de Caxias em homenagem a Sylvio Fleming. A rua de sua antiga residência naquela cidade foi batizada de “rua Capitão Sylvio Fleming” também em sua memória.[16][17]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Buttros, Sylvia (2006). Família Fleming. Três Corações: Excelsior Gráfica e Editora 
  2. a b c Monteiro, Benedicto (1936). Cruzes Paulistas. São Paulo: Civilização brasileira. pp. 810–810 
  3. a b c d e f g Boni, Edson (11 de fevereiro de 2017). «Quem foi o capitão Fleming?». itu.com.br. Consultado em 23 de fevereiro de 2018 
  4. «Jornal do Comércio (RJ) terça-feira, 9 de janeiro de 1923, p7, edição 00008». memoria.bn.br. Consultado em 23 de fevereiro de 2018 
  5. «Jornal do Comércio (RJ) - quinta-feira, 8 de fevereiro de 1923, edição 00038». memoria.bn.br. Consultado em 23 de fevereiro de 2018 
  6. «Jornal do Comércio (RJ) domingo, 7 de fevereiro de 1926, edição 00038». Consultado em 23 de fevereiro de 2018 
  7. «Correio da Manhã (RJ) - sábado, 16 de janeiro de 1926, p5, edição 09503». memoria.bn.br. Consultado em 23 de fevereiro de 2018 
  8. «Correio da Manhã (RJ) - quarta-feira, 25 de janeiro de 1928, edição 10134». memoria.bn.br. Consultado em 23 de fevereiro de 2018 
  9. «Correio da Manhã (RJ) - 11 de dezembro de 1928, edição 10409». memoria.bn.br. Consultado em 23 de fevereiro de 2018 
  10. «Correio da Manhã (RJ) - sexta-feira, 26 de julho de 1929, edição 10604». memoria.bn.br. Consultado em 23 de fevereiro de 2018 
  11. «Correio paulistano (SP) - quinta-feira, 20 de fevereiro de 1930 - edição 23793». memoria.bn.br. Consultado em 23 de fevereiro de 2018 
  12. «Correio de S. Paulo - terça-feira 23 de agosto de 1932 - edição nº 00059». memoria.bn.br. Consultado em 23 de fevereiro de 2018 
  13. «EMEF Sylvio Fleming». escol.as. Consultado em 23 de fevereiro de 2018 
  14. «Rua Tenente Silvio Fleming, Vila Bonilha, São Paulo-SP». Consultado em 23 de fevereiro de 2018 
  15. «Lei nº 6.573/1964 denomina a rua tenente Sylvio Fleming a atual rua um em Vila Pereira Barreto no 31º subdistrito de Pirituba e dá outras providências». leismunicipais.com.br. Consultado em 23 de fevereiro de 2018 
  16. «Praça Duque de Caxias: Monumento em Homenagem ao Tenente Sylvio Fleming». mapas.cultura.gov.br. Consultado em 23 de fevereiro de 2018 
  17. «Rua Silvio Fleming, Vila Nova, Itu-SP». consultarcep.com.br. Consultado em 23 de fevereiro de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]