Tarte de Santiago

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Tarte de Santigado com a típica representação da Cruz de Santiago.

Tarte de Santiago é uma sobremesa tradicional da Galiza, na Espanha. É, mais concretamente, oriunda da capital galega, Santiago de Compostela, podendo ser encontrada por toda a Espanha. Os ingredientes principais deste doce são a amêndoa e os ovos.

Características[editar | editar código-fonte]

Um dos ingredientes principais da tarte é a amêndoa (33% do total da massa), que se mói e mistura com ovo, farinha e açúcar, numa massa compacta (que pode levar também manteiga), que se aromatiza com canela e raspadura de limão, para ser posteriormente introduzida num forno, normalmente entre 180°C e 200°C, durante cerca de 45 minutos.

Segundo as receitas tradicionais, pode incluir brande ou aguardente como aromatizadores. O doce permanece no forno até se começar a formar uma crosta dura na superfície. É muito frequente colocar um molde com um buraco sob a forma da cruz da Ordem de Santiago e colocar açúcar fino sobre a superfície, de modo que ao ser retirada o molde fique a cruz "impressa".

O aroma característico deste doce é uma mistura equilibrada entre a amêndoa e o ovo. Ao cortá-la, o conteúdo deve ter uma cor dourada e a sua textura deve ser ligeiramente esponjosa.

História[editar | editar código-fonte]

Não se sabe nada sobre o consumo de amêndoa na Galiza durante a Idade Média, mas sabe-se que a escassez deste alimento converteu-o num luxo reservado a poucos. A primeira notícia que se tem do uso deste "biscoito de amêndoa", que atualmente se conhece como Tarte de Santiago, data de 1577, durante uma visita de D. Pedro de Portocarrero à Universidade de Santiago de Compostela,[1] ainda que naquela altura fosse denominada "tarte real". A elaboração e a proporção dos ingredientes lembra a atual Tarte de Santiago. As primeiras receitas fiáveis provêm de notas de Luis Bartolomé de Leybar, datando de 1838, sob a designação de "Tarte de Amêndoa".

A origem da Cruz de Santiago representada na sua superfície data de 1924, ano em que a confeitaria «Casa Mora» de Santiago de Compostela começa a enfeitar as tartes de amêndoa com aquela que viria a ser a sua silhueta característica.

Em 3 de Março de 2006, a Tarte de Santiago passou a ser uma Denominação de origem protegida.[2]

Consumo[editar | editar código-fonte]

Ainda que na maioria dos casos seja um doce consumido entre as refeições, acompanhado por um café com leite, existem outras possibilidades, como por exemplo com um vinho doce.

Referências

  1. BOE número 69 pp: 11254 - 11255
  2. (em galego) RESOLUCIÓN de 3 de marzo de 2006, da Dirección Xeral de Industria Agroalimentaria e Alimentación, pela que se dá publicidade á solicitude de rexistro da Indicación Xeográfica Protexida «Tarte de Santiago».
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