Saltar para o conteúdo

Bloco carnavalesco

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

No Brasil, Bloco carnavalesco é um termo usado para definir diversos tipos de manifestações carnavalescas populares, sendo geralmente usado para designar, de modo genérico, diversos tipos de agremiações de carnaval.

Geralmente, o termo designa um conjunto de pessoas que desfilam no Carnaval, de forma semi-organizada, muitas vezes trajando uma mesma fantasia, ou vestidas do modo que mais lhe agradar.

Porém, ao longo do tempo, diversos grupos carnavalescos já foram genericamente chamados de blocos, havendo atualmente blocos que são mais parecidos com escolas de samba, outros mais parecidos com cordões, e outros de diversos tipos.

O termo é análogo a comparsa, em espanhol, e crew, em Inglês, sendo que na Argentina as escolas de samba também são entendidas como um dos tipos de comparsas.

História

Ficheiro:Banda-de-ipanema2.jpg
A Banda de Ipanema ocupa a famosa praia no carnaval do Rio de Janeiro. As chamadas bandas são legítimas herdeiras do espírito iconoclasta dos blocos.

Desde meados do século XIX as ruas da cidade do Rio de Janeiro eram invadidas, nos dias de carnaval, por grupos de pessoas dispostas a se divertir. Até as primeiras décadas do século XX não havia grandes distinções entre os vários tipos de brincadeiras que ocupavam a cidade e que podiam ser chamadas indistintamente de ranchos, cordões, grupos, sociedades ou blocos, entre outras denominações genéricas.

Durante a década de 1920, a intelectualidade brasileira volta-se para as questões ligadas à identidade nacional destacando a importância da festa carnavalesca carioca que passa ser vista como uma espécie de "resumo" da diversidade cultural brasileira. Organizar a "confusão" carnavalesca passa a ser um dos objetivos da elite cultural que, com ajuda da imprensa, começa a definir as diferentes categorias da folia numa escala que iria das sofisticadas sociedades carnavalescas – ou grandes sociedades – até os temidos cordões. (Ferreira, 2005)

Dentro dessa nova organização, os grupos do carnaval chamado de popular (ou Pequeno Carnaval) podiam ser classificados como ranchos (considerados como mais sociáveis), blocos ou cordões (vistos como o carnaval descontrolado).

Os blocos situavam-se, portanto, a meio caminho entre os louváveis ranchos e os freqüentemente condenados cordões. É essa característica ambivalente que faria dos blocos a inspiração para as os grupos de samba que buscariam a aceitação da sociedade no final da década de 1920 e que passariam a ser denominados de escolas de samba a partir da década de 1930.

Os primeiros registros de blocos licenciados pela polícia no Rio de Janeiro, datam de 1889: Grupo Carnavalesco São Cristóvão, Bumba meu Boi, Estrela da Mocidade, Corações de Ouro, Recreio dos Inocentes, Um Grupo de Máscaras, Novo Clube Terpsícoro, Guarani,Piratas do Amor, Bondengó, Zé Pereira, Lanceiros, Guaranis da Cidade Nova, Prazer da Providência, Teimosos do Catete,Prazer do Livramento, Filhos de Satã e Crianças de Família (Rua Paulino Figueiredo).

Tipos de blocos

Bloco afro

Ilê Aiyê no carnaval em Salvador na Bahia

São blocos que utilizam em sua indumentária, ritmo e letra aspectos das culturas africanas, utilizando um conjunto percussivo à frente do trio elétrico, somado a vestimentas cuja temática das estampas estabelecem ligação com a África.

O primeiro bloco afro criado no Brasil foi o Ilê Aiyê, no ano de 1974 por Vovô, inaugurando assim uma mudança do carnaval de Salvador com a inserção da musicalidade africana.

Bloco caricato

Blocos típicos de Belo Horizonte - MG.[1] O Bloco Por Acaso é dos mais novo e já ganhou (04) Campeonatos Sendo 1º Ano 2009 Campeão de Avaliação 2º Ano 2010 Ultimo Campeão no Grupo A na VIA 240 3º Ano 2011 1º BI Campeão no Bulevar (Praça da estação) 4º Ano 2012 TRI Campeão na Passarela do Samba (Praça da Estaç�ão)

Bloco de enredo

São blocos análogos a escolas de samba. Na cidade do Rio de Janeiro, desfilam na Avenida Rio Branco (Grupo 1), na Estrada Intendente Magalhães (Grupo 2) e em Bonsucesso (Grupo 3). Possuem samba-enredo, embora normalmente estes sejam mais curtos que os das escolas. Muitas escolas de samba, especialmente dos grupos inferiores, foram blocos de enredo, antes de pedirem filiação à Associação das Escolas de Samba.

Para 2011, pela primeira vez foi aprovada a ascensão e rebaixamento automático entre escolas de samba e blocos, com as 4 últimas escolas da sexta divisão (Grupo E) passando a se filiar à Federação dos Blocos para o ano seguinte.

Em vários lugares do Brasil a denominação bloco de enredo é comum. Em São Paulo, são chamados somente de "blocos", sendo administrados pela União das Escolas de Samba de São Paulo, funcionando como pequenas escolas de samba, inclusive com sambas-enredo iguais aos destas. em Brasília, os blocos de enredo constituem uma categoria à parte no Carnaval, mas a partir de 2011, passarão a ser na verdade a quarta divisão do desfile de escolas de samba da cidade, tais entidades são filiadas a LIESB.


Bloco de embalo

No Rio de Janeiro, são todos os blocos que não são de enredo nem se identifiquem com outra manifestação carnavalesca pré-existente, como os clubes de frevo (típicos de Pernambuco).

Bloco de sujo

São manifestações populares típicas do carnaval de rua no Brasil, onde o improviso e a desorganização são a tônica: Um grupo de foliões com fantasias improvisadas, ou mesmo de roupa comum, se reúnem no carnaval e ao som de instrumentos também improvisados e desfilam pelas ruas da cidade, cantando e sambando marchinhas carnavalescas e sambas-enredo das escolas de samba.

Alguns blocos de sujo satirizam a política nacional com faixas e cartazes, sempre em tom de ironia e deboche, com a marca do humor brasileiro.

Bloco das piranhas

São manifestações populares dada a todos os blocos carnavalescos formados por homens que se vestem com roupas de mulher para brincar o Carnaval. No Rio de Janeiro eram populares o Bloco das Piranhas da cidade de São João de Meriti que acabou-se transformando em uma escola de samba e o do Clube Mauá, em São Gonçalo[carece de fontes?]. em São Paulo, a escola Mocidade Alegre também é oriunda de um bloco dessa categoria, daí o seu nome.

Blocos pelo Brasil

Rio de Janeiro

Belo Horizonte

Cuiabá/Mato Grosso

Olinda & Recife

Salvador

Ver: Lista dos blocos do carnaval de Salvador

Ligações externas

Referências

  1. Prefeitura de Belo Horizonte (11 de fevereiro de 2012). «Concentração do Bloco Caricato - Por Acaso». Consultado em 6 de abril de 2012