Paubrasilia echinata: diferenças entre revisões

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Afirmam alguns historiadores que o corte do pau-brasil para a obtenção de sua madeira e sua resina (extraída para uso como tintura em manufaturas de tecidos de alto luxo) foi a primeira [[atividade econômica]] dos colonos [[Portugal|portugueses]] na recém-descoberta [[Terra de Santa Cruz]], no [[século XVI]] e que a abundância desta árvore no meio a imensidão das florestas inexploráveis teria conferido à colônia o nome de [[Brasil]].
Afirmam alguns historiadores que o corte do pau-brasil para a obtenção de sua madeira e sua resina (extraída para uso como tintura em manufaturas de tecidos de alto luxo) foi a primeira [[atividade econômica]] dos colonos [[Portugal|portugueses]] na recém-descoberta [[Terra de Santa Cruz]], no [[século XVI]] e que a abundância desta árvore no meio a imensidão das florestas inexploráveis teria conferido à colônia o nome de [[Brasil]].


Na realidade, no século XV uma árvore asiática semelhante, com o mesmo nome Brazil, já era usada para os mesmos fins e tinha alto valor na Europa, porém era escassa. Os navegadores portugueses que aqui aportaram imediatamente observaram a abundância da árvore pelo litoral e ao longo dos rios de planície. Em poucos anos, tornou-se alvo de muito lucrativo comércio e contrabando, inclusive com corsários franceses atacando navios portugueses. Foi uma das expedições de corsários liderada por [[Nicolas Durand de Villegaignon]], em 1555, que estabeleceu uma colônia que hoje se chama [[Rio de Janeiro]] (a França Antarctica). A planta foi citada em Flora Brasiliensis por [[Carl Friedrich Philipp von Martius]].
Na realidade, no século XV uma kokokok árvore asiática semelhante, com o mesmo nome Brazil, já era usada para os mesmos fins e tinha alto valor na Europa, porém era escassa. Os navegadores portugueses que aqui aportaram imediatamente observaram a abundância da árvore pelo litoral e ao longo dos rios de planície. Em poucos anos, tornou-se alvo de muito lucrativo comércio e contrabando, inclusive com corsários franceses atacando navios portugueses. Foi uma das expedições de corsários liderada por [[Nicolas Durand de Villegaignon]], em 1555, que estabeleceu uma colônia que hoje se chama [[Rio de Janeiro]] (a França Antarctica). A planta foi citada em Flora Brasiliensis por [[Carl Friedrich Philipp von Martius]].


A resina vermelha era utilizada pela indústria [[têxtil]] europeia como uma alternativa aos corantes de origem [[terroso|terrosa]] e conferia aos tecidos uma cor de qualidade superior. Isto, aliado ao aproveitamento da madeira vermelha na [[marcenaria]], criou uma demanda enorme no mercado, o que forçou uma rápida e devastadora "caça" ao pau-brasil nas matas brasileiras. Em pouco menos de um século, já não havia mais árvores suficientes para suprir a demanda, e a atividade econômica foi deixada de lado, embora espécimens continuassem a ser abatidos ocasionalmente para a utilização da madeira (até os dias de hoje, usada na confecção de arcos para [[violino]] e móveis finos).
A resina vermelha era utilizada pela indústria [[têxtil]] europeia como uma alternativa aos corantes de origem [[terroso|terrosa]] e conferia aos tecidos uma cor de qualidade superior. Isto, aliado ao aproveitamento da madeira vermelha na [[marcenaria]], criou uma demanda enorme no mercado, o que forçou uma rápida e devastadora "caça" ao pau-brasil nas matas brasileiras. Em pouco menos de um século, já não havia mais árvores suficientes para suprir a demanda, e a atividade econômica foi deixada de lado, embora espécimens continuassem a ser abatidos ocasionalmente para a utilização da madeira (até os dias de hoje, usada na confecção de arcos para [[violino]] e móveis finos).

Revisão das 18h47min de 15 de março de 2011

 Nota: Este artigo é sobre espécie Caesalpinia echinata. Para outros significados do termo, veja Pau-brasil.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaPau-brasil
Detalhe da flor do pau-brasil
Detalhe da flor do pau-brasil
Estado de conservação
Espécie em perigo
Em perigo
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Fabales
Família: Fabaceae
Subfamília: Caesalpinioideae
Género: Caesalpinia
Espécie: C. echinata Lam.
Nome binomial
Caesalpinia echinata
Lam. 1785
Sinónimos
Guilandina echinata (Lam.) Spreng.
Wikispecies
Wikispecies
O Wikispecies tem informações sobre: Paubrasilia echinata
Pau-brasil plantado em Florianópolis.

Pau-brasil é um dos nomes populares da espécie Caesalpinia echinata Lam. (echinata significa "com espinhos"), uma leguminosa nativa da Mata Atlântica, no Brasil. Seu nome em tupi é ibira pitanga, ou "madeira vermelha".

O nome popular em português deriva da cor de brasa da resina vermelha contida na sua madeira. É conhecido também pelos nomes de brasileto, ibirapiranga, ibirapita, ibirapitã, muirapiranga, orabutã, pau-de-pernambuco, pau-de-tinta, pau-pernambuco e pau-rosado. É também conhecida como pau-ferro por ser mais densa do que a água e não flutuar, o que prejudica o seu transporte no meio fluvial.

São também conhecidos como pau-brasil, embora tenham preferencialmente outros nomes, a Caesalpinia ferrea (pau-ferro) e a C. peltophoroides (sibipiruna).

Características

A árvore alcança entre 10 e 15 metros de altura e possui tronco reto, com casca cor cinza-escuro, coberta de acúleos, especialmente nos ramos mais jovens.

As folhas são compostas bipinadas, de cor verde médio, brilhantes.

As flores nascem em racemos eretos próximo ao ápico dos ramos. Possuem 4 pétalas amarelas e uma menor vermelha, muito aromáticas; no centro encontram-se 10 estames e um pistilo com ovário súpero alongado.

Os frutos são vagens cobertas por longos e afiados espinhos, que devem protegê-los de pássaros indesejáveis, pois estes comeriam os frutos. Contém de 1 a 5 sementes discoides, de cor marrom. A torção do legume, ao liberar as sementes, ajuda a aumentar a distância da dispersão.

Ocorrência

Na floresta ombrófila densa da Mata Atlântica, a partir do Rio de Janeiro até o extremo nordeste,[1] ou seja, nos estados de Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, e Sergipe.

Encontra-se na lista do IBAMA de espécies ameaçadas de extinção na categoria vulnerável, e na da IUCN na categoria em perigo[2]

O município pernambucano de São Lourenço da Mata possui hoje a maior reserva nativa da espécie. A Reserva Tapacurá possui aproximadamente 100 mil pés de pau-brasil.

Usos e história

Afirmam alguns historiadores que o corte do pau-brasil para a obtenção de sua madeira e sua resina (extraída para uso como tintura em manufaturas de tecidos de alto luxo) foi a primeira atividade econômica dos colonos portugueses na recém-descoberta Terra de Santa Cruz, no século XVI e que a abundância desta árvore no meio a imensidão das florestas inexploráveis teria conferido à colônia o nome de Brasil.

Na realidade, no século XV uma kokokok árvore asiática semelhante, com o mesmo nome Brazil, já era usada para os mesmos fins e tinha alto valor na Europa, porém era escassa. Os navegadores portugueses que aqui aportaram imediatamente observaram a abundância da árvore pelo litoral e ao longo dos rios de planície. Em poucos anos, tornou-se alvo de muito lucrativo comércio e contrabando, inclusive com corsários franceses atacando navios portugueses. Foi uma das expedições de corsários liderada por Nicolas Durand de Villegaignon, em 1555, que estabeleceu uma colônia que hoje se chama Rio de Janeiro (a França Antarctica). A planta foi citada em Flora Brasiliensis por Carl Friedrich Philipp von Martius.

A resina vermelha era utilizada pela indústria têxtil europeia como uma alternativa aos corantes de origem terrosa e conferia aos tecidos uma cor de qualidade superior. Isto, aliado ao aproveitamento da madeira vermelha na marcenaria, criou uma demanda enorme no mercado, o que forçou uma rápida e devastadora "caça" ao pau-brasil nas matas brasileiras. Em pouco menos de um século, já não havia mais árvores suficientes para suprir a demanda, e a atividade econômica foi deixada de lado, embora espécimens continuassem a ser abatidos ocasionalmente para a utilização da madeira (até os dias de hoje, usada na confecção de arcos para violino e móveis finos).

O fim da caça ao pau-brasil não livrou a espécie do perigo de extinção. As atividades econômicas subsequentes, como o cultivo da cana-de-açúcar e do café, além do crescimento populacional, estiveram aliadas ao desmatamento da faixa litorânea, o que restringiu drasticamente o habitat natural desta espécie. Mas sob o comando do Imperador Dom Pedro II, vastas áreas de Mata Atlântica, principalmente no estado do Rio de Janeiro, foram recuperadas, e iniciou-se uma certa conscientização preservacionista que freou o desmatamento. Entretanto, já se considerava o pau-brasil como uma árvore praticamente extinta.

No século XX, a sociedade brasileira descobriu o pau-brasil como um símbolo do país em perigo de extinção, e algumas iniciativas foram feitas no sentido de reproduzir a planta a partir de sementes e utilizá-la em projetos de recuperação florestal, com algum sucesso. Atualmente, o pau-brasil tornou-se uma árvore popularmente usada como ornamental. Se seu habitat natural será devastado por completo no futuro, não se sabe, mas a sobrevivência da espécie parece assegurada nos jardins das casas e canteiros urbanos.

Em 1924, Oswald de Andrade fez um manifesto sobre a nova poesia brasileira intitulado "Manifesto da Poesia Pau-Brasil".

A madeira do pau-brasil pode ser, talvez, a mais valiosa do mundo atualmente; é considerada incorruptível, por não apodrecer e não ser atacada por insetos. Seu uso, dadas a escassez e a proteção, restringe-se ao fabrico de arcos de violinos, canetas e joias.

Galeria

Árvore Nacional do Brasil

Pela Lei nº 6.607, de 7 de Dezembro de 1978, o Pau-Brasil foi declarado Árvore Nacional do Brasil. Obs.: o trecho seguinte está "compactado" de modo a despoluir visualmente o contexto da página toda.

LEI Nº 6.607, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1978.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art . 1º - É declarada Árvore Nacional a leguminosa denominada Pau-Brasil (Caesalpinia echinata, Lam), cuja festa será comemorada, anualmente, em 3 de maio, quando o Ministério da Educação e Cultura promoverá campanha elucidativa sobre a relevância daquela espécie vegetal na História do Brasil.

Art . 2º - O Ministério da Agricultura promoverá, através de seu órgão especializado, a implantação, em todo o território nacional, de viveiros de mudas de Pau-Brasil, visando à sua conservação e distribuição para finalidades cívicas.

Art . 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art . 4º - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 07 de dezembro de 1.978; 157º da Independência e 90º da República.

ERNESTO GEISEL

O projeto de lei PL-3380/1961 visava declarar o pau-brasil e o ipê-amarelo, respectivamente, Árvore e Flor Nacionais, mas este projeto não foi aprovado, conforme informa o site oficial da Câmara dos Deputados [1]. Pelos projetos de lei PL-2293/1974 e PL-882/1975, ambos arquivados na Câmara dos Deputados, tentou-se instituir o Ipê como flor nacional do Brasil. - Possivelmente por confundir o projeto de 1961 - que NÃO FOI APROVADO - com a lei de 1978, diversas pessoas divulgam a informação FALSA de que a lei do pau-brasil teria declarado o Ipê-amarelo como flor nacional do Brasil.

Pau-brasil em outras línguas

  • Alemão: Holz- Brazilien
  • Catalão: Fusta del Brasil
  • Crioulo haitiano: Bwa- brezil
  • Dinamarquês: Trae -Brasilien
  • Espanhol: Palo Brasil
  • Estoniano: Puit- Brasilia
  • Finlandês: Puu- Brasilia
  • Francês: Bois-brésil, Pernambouc
  • Holandês: Hout- Brasilie
  • Inglês: Brazilwood
  • Italiano: Pernambuco
  • Letão: Koka- Brasilija
  • Norueguês: Tre- Brasil
  • Polonês: Drewna- Brazylia
  • suaile: Mbao- Brazil
  • Sueco: Tra- Brasilien

Referências

Referências bibliográficas

  • LORENZI, Harri, Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, vol. 1. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, 2002, 4a. edição. ISBN 85-86174-16-X
  • VIANNA, M. C., MARTINS, H. F., CASTELLANOS, A., ET AL. 1988. Arboreto Carioca (Edição Fac-Similada). Banco da Providência, Rio de Janeiro. 125 pgs.
  • O AGRONOMICO 21:109-134, 1969.
  • CESP -CENTRAIS ELÉTRICAS DE SÃO PAULO, Ed. 1988. Guia de Arborização, 3 Edição. Diretoria de Distribuição, São Paulo. 33 pgs.
  • Site oficial da Câmara dos Deputados do Brasil [2]
  • Site oficial da Presidência do Brasil - Lei nº 6.607, de 7 de Dezembro de 1978 [3]

Ligações externas

Commons
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