Chamado de Cthulhu
Chamade de Cthulhu Call of Cthulhu | |
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Autor | Sandy Petersen |
Editora(s) | Chaosium |
Editora(s) brasileira(s) | Terra Incognita (6ª Edição) New Order (7ª Edição) |
Local de origem | Estados Unidos |
Lançamento |
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Gênero | RPG de Mesa Horror |
Sistema | d100 |
Chance de rodada | Dados |
Website | Página Oficial |
Chamado de Cthulhu é um RPG de horror ficcional baseado no conto de mesmo nome escrito por H.P. Lovecraft e os então chamados Cthulhu Mythos, também inspirados no conto. O jogo, frequentemente abreviado como CoC, é publicado pela Chaosium[1]. No Brasil é publicado pela editora New Order.[2]
Em Chamado de Cthulhu, os jogadores controlam pessoas comuns, investigadores que procuram resolver e revelar mistérios paranormais, normalmente ligados aos Mitos de Cthulhu, e sobreviver as suas criaturas mortais e danosas a psique humana.
Origens
[editar | editar código-fonte]A concepção original do RPG de Chamado de Cthulhu se deu através de um projeto chamado Dark Worlds, jogo encomendado pela editora Chaosium, mas que nunca chegou a ser publicado. Posteriormente, Sandy Petersen, que posteriormente seria conhecido por seu trabalho no jogo de computador Doom e Quake, entrou em contato com a editora, oferecendo-se para escrever um suplemento para seu popular jogo de fantasia RuneQuest, baseado nas Dreamlands de Lovecraft. Ele assumiu a redação de Chamado de Cthulhu, e o jogo foi lançado em 1981, utilizando uma versão simplificada do sistema utilizado em RuneQuest. O jogo ganhou três importantes prêmios no ano seguinte (v. Recepção, a seguir)[3].
Cenário
[editar | editar código-fonte]O cenário de Chamado de Cthulhu é uma versão sombria do nosso mundo, baseada na observação de H. P. Lovecraft de que "A mais antiga e forte emoção do ser humano é o medo, e o tipo mais forte de medo é o medo do desconhecido"[4]. Estas são as três eras primárias do jogo original: os anos 1920, cenário de vários contos de Lovecraft; os anos 1890, numa mistura de ocultismo e de mistério nos moldes de Sherlock Holmes, ambientado principalmente na Inglaterra[5]; e conspiração moderna[6]. Adições recentes incluem os anos 1000 d.C.[7], o Século 23[8] e a época da Roma Antiga[9]. O protagonista também poderá viajar por lugares que não existem neste mundo, representados na Terra dos Sonhos, que pode ser acessada tanto através dos sonhos quanto por conexões físicas com a Terra (inspirado no romance A Procura de Kadath[10]); bem como viajar por outros planetas no espaço sideral (uma constante nos contos de H. P Lovecraft).
Experiência de jogo
[editar | editar código-fonte]Os jogadores interpretam pessoas comuns que, de repente, são lançadas em um reino de mistérios: detetives, criminalistas, estudiosos, artistas, veteranos de guerra, etc. Com frequência os acontecimentos começam inocentemente até que, gradualmente, os segredos ocultos e aterrorizantes vão sendo revelados. Conforme os personagens aprendem mais dos verdadeiros horrores do mundo e da irrelevância da humanidade, sua sanidade (representado pelo atributo Sanity Points, abreviadamente SAN) inevitavelmente se esvai, com efeitos em jogo. O jogo inclui um mecanismo para determinar o quão mentalmente danificado um personagem está em determinado momento, pois encontrar seres horríveis geralmente provoca a perda de pontos de SAN. Além disso, para obter as ferramentas necessárias para derrotar os horrores - o conhecimento místico e mágico - os personagens devem estar dispostos a abrir mão de alguma parte de sua sanidade[11].
Chamado de Cthulhu tem a reputação de ser um jogo em que é bastante comum um personagem morrer em circunstâncias horríveis ou acabar em uma instituição para tratamento mental. Ao contrário da maioria dos jogos role-playing, o eventual triunfo dos jogadores não é esperado neste jogo[12].
Regras
[editar | editar código-fonte]Chamado de Cthulhu utiliza o mesmo sistema de regras básico de outros cenários da Chaosium. Essencialmente é o mesmo sistema do Basic Roleplaying, mas com pequenas diferenças. A mais fundamental é que enquanto permanecem funcionalmente saudáveis e sãos, os personagens crescem e se desenvolvem. No entanto, Chamado de Cthulhu (e outros sistemas d100) não faz uso do conceito de níveis de personagem, baseando-se completamente nas perícias (em porcentagens, usando dois dados de 10 faces), que se desenvolvem a medida que o personagem as utiliza com sucesso[13].
Edições
[editar | editar código-fonte]Em 2001, ganhou uma versão para o sistema d20, fazendo o jogo compatível com a terceira edição de Dungeons & Dragons.
No Brasil, a 6ª edição foi financiada coletivamente no Catarse e publicada pela editora Terra Incognita. O projeto de financiamento foi iniciado no Dia das Bruxas (31 de outubro de 2013), e encerrou no dia de Natal (25 de dezembro de 2013). A empresa pediu R$ 38.000,00 e arrecadou R$ 59.276,00.[14] Em dezembro de 2017, um novo financiamento coletivo foi criado pela editora New Order, para a 7ª edição do jogo.[2] Esse projeto obteve o maior índice de apoios já visto, batendo a meta em 578%: foi pedido R$ 40.000,00 e alcançaram R$ 231.555,00.[15]
Recepção
[editar | editar código-fonte]O jogo venceu diversas das maiores premiações da área ao longo dos anos[16]:
- 1981, Game Designer's Guild, Select Award
- 1982, Origins Awards, Best Role Playing Game
- 1985, Games Day Award, Best Role Playing Game
- 1986, Games Day Award, Best Contemporary Role Playing Game
- 1987, Games Day Award, Best Other Role Playing Game
- 1993, Leeds Wargame Club, Best Role Playing Game
- 1994, Gamer's Choice Award, Hall of Fame
- 1995, Origins Award, Hall of Fame
- 2001, Origins Award, Best Graphic Presentation of a Book Product (Chamado de Cthulhu 20th anniversary edition)
- 2003, GamingReport.com, o mais votado como Number One Gothic/Horror RPG
Referências
- ↑ Cook, Monte (2007). James Lowder, ed. Hobby Games. The 100 Best (em inglês). [S.l.]: Green Ronin Publishing. p. 42–45. 400 páginas. ISBN 978-1-932442-96-0
- ↑ a b Chamado de Cthulhu: Começou o financiamento da 7ª Edição pela New Order!
- ↑ Turnbull, Don (Agosto 1982). «Open Box: Call of Cthulhu». White Dwarf Magazine (32). 18 páginas
- ↑ H. P. Lovecraft (1927). «Supernatural Horror in Literature» (em inglês). Consultado em 15 Novembro 2013 A última revisão do texto digital é de 20-Out-2009, mas a obra foi escrita entre Novembro de 1925 e Maio de 1927, revisada entre 1933–1934. Foi publicada pela primeira vez em 1927 na revista The Recluse (edição única).
- ↑ Barton, William; Kevin Ross (2012). Cthulhu by Gaslight. Horror Roleplaying in 1890s England (em inglês) 3rd ed. [S.l.]: Chaosium. ISBN 978-1-568823-55-3
- ↑ Barton, William; et al. (1987). Cthulhu Now. Modern Firearms, Forensics, and Occupations, Plus Four Modern Roleplaying Adventures (em inglês). [S.l.]: Chaosium. ISBN 0-933635-47-8
- ↑ Gesbert, Stéphane; et. al. (2004). Cthulhu Dark Ages (em inglês). [S.l.]: Chaosium. 176 páginas. ISBN 1-56882-171-9
- ↑ Ossoway, John (2005). Cthulhu Rising. Chamado de Cthulhu Roleplaying in the 23rd Century (em inglês). [S.l.]: Chaosium. 62 páginas. ISBN 1-56882-263-4
- ↑ Bowser, Chad; et. al. (2009). Cthulhu Invictus. A Sourcebook for Ancient Rome (em inglês). [S.l.]: Chaosium. 168 páginas. ISBN 978-1-56882-305-8
- ↑ Lovecraft, Howard Phillips (1998). A Procura de Kadath. [S.l.]: Iluminuras. 222 páginas
- ↑ Petersen, Sandy; Lynn Willis (2005). «Game System, Sanity and Insanity». Call of Cthulhu. Horror Roleplaying (em inglês) 6th ed. [S.l.]: Chaosium. p. 75-88. ISBN 1-56882-181-6
- ↑ Petersen, Sandy; Lynn Willis (2005). «Game System, Introduction». Call of Cthulhu. Horror Roleplaying (em inglês) 6th ed. [S.l.]: Chaosium. p. 24-28. ISBN 1-56882-181-6
- ↑ Petersen, Sandy; Lynn Willis (2005). Call of Cthulhu. Horror Roleplaying (em inglês) 6th ed. [S.l.]: Chaosium. 320 páginas. ISBN 1-56882-181-6
- ↑ Terra Incognita. «Chamado de Cthulhu: Um projeto de Jogos por Editora Terra Incognita». Catarse.me. Consultado em 15 Novembro 2013
- ↑ Catarse - Chamado de Cthulhu 7ª edição
- ↑ Chaosium. «Chaosium awards» (em inglês). Consultado em 15 Novembro 2013