Infinite (álbum de Eminem): diferenças entre revisões

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'''''Infinite''''' é o [[álbum de estúdio]] de estreia do ''[[rapper]]'' norte-americano [[Eminem]], distribuído nos Estados Unidos independentemente através do selo [[Web Entertainment]] a 12 de Novembro de 1996. As sessões de gravação ocorreram ao longo de 1995 e 1996 no estúdio Bassment Sound, de propriedade dos [[Bass Brothers|irmãos Bass]] que, por sua vez, foram responsáveis pela [[produtor executivo|produção executiva]] do álbum, enquanto a [[produção musical|produção e arranjos]] ficavam a cargo de [[Mr. Porter]] e [[Proof (rapper)|Proof]]. Além de ter co-composto todas as faixas com Mr. Porter, Eminem foi também responsável pela co-produção de duas faixas.
'''''Infinite''''' é o [[álbum de estúdio]] de estreia do ''[[rapper]]'' norte-americano [[Eminem]], distribuído nos Estados Unidos [[indie music|independentemente]] através do selo [[Web Entertainment]] a 12 de Novembro de 1996. O artista iniciou a sua carreira no ''[[rap]]'' em 1988 ao juntar-se ao amigo DJ Butterfingers e formar o grupo que viria a se chamar [[Eminem|Soul Intent]] no ano seguinte. Em 1992 conseguiu assinar um contracto discográfico com a editora FBT Productions sob administração dos [[Bass Brothers|irmãos Jeff e Mark Bass]], proprietários da mesma. Nos anos seguintes, Eminem lançou alguns trabalhos com os seus amigos e, em 1995, deu início às sessões de gravação no estúdio Bassment Sound do que viria mais tarde a ser divulgado como ''Infinite'', álbum cuja [[produção musical|produção e arranjos]] ficaram encarregues a [[Mr. Porter]], com [[Proof (rapper)|Proof]] ficando responsável pela [[programação (música)|programação]] da [[bateria (instrumento musical)|bateria]]. Além de ter co-composto todas as faixas com Mr. Porter, Eminem foi também responsável pela co-produção de duas faixas.


Além de Proff e Mr. Porter, ''Infinite'' apresenta participações especiais de outros amigos de Eminem, inclusive [[D12|Eye-Kyu]], Three e Thyme. Foi durante o período de gravação e produção do projecto que o grupo que viria a ser mais tarde chamado de [[D12]] foi criado. Comercialmente, ''Infinite'' teve um desempenho fraco, comercializando um estimado de mil exemplares até Agosto de 2008. Em geral, a recepção crítica por analistas de música contemporânea foi invulgar e mista, e focou-se principalmente na produção do álbum. Além disso, Eminem foi acusado desfavoravelmente de imitar o estilo de outros ''rappers'', como [[Nas]] e [[AZ (rapper)|AZ]], nos quais se inspirava.
''Infinite'' apresenta participações especiais de outros amigos de Eminem, inclusive [[D12|Eye-Kyu]], Three, Thyme e Angela Workman. Foi durante o período de gravação e produção do projecto que o grupo que viria a ser mais tarde conhecido como [[D12]] foi criado. O conteúdo lírico do álbum aborda, em geral, as dificuldades pelas quais Eminem passava ao cuidar da sua filha recém-nascida sob o [[salário mínimo]] que recebia enquanto trabalhava em um bar em [[Detroit|Detroit, Michigan]]. Outros temas inclusos são o [[amor]] e a [[traição]]. A produção do projecto é minimalística e semelhante à das obras de ''rap'' concebidas ao longo da [[década de 1990]], e a maioria das faixas fazem uso de [[amostra (material)|amostra]]s de trabalhos de outros artistas — inclusive "Jealous" (1989) de [[LL Cool J]], usada em duas faixas.


Na altura do seu lançamento, ''Infinite'' foi recebido com opiniões negativas tanto como pela crítica especialista em música bem como pelo público ouvinte de ''[[hip hop]]'', com ambas partes acusando o ''rapper'' de imitar estilo de outros artistas, particularmente [[AZ (rapper)|AZ]] e [[Nas]]. Eminem mais tarde se defendeu declarando que ambos foram suas grandes inspirações no início da carreira. Todavia, com o passar do tempo, as opiniões receberam uma melhoria e, hoje, o álbum é condecorado como o trabalho responsável por definir Eminem e recebeu um novo respeito por ouvintes de ''rap'' e ''hip hop''. A faixa-título foi considerada a melhor canção pouco-conhecida de Eminem pela revista ''[[Rolling Stone]]'' em 2019. Devido ao seu lançamento limitado, como apenas uma quantidade inferior a mil unidades foram produzidas, ''Infinite'' teve um desempenho comercial fraco, movimentando um estimado de mil exemplares até Agosto de 2008.
Um mini-documentário de dez segundos que narra os acontecimentos por detrás da produção de ''Infinite'' foi lançado por Eminem em Novembro de 2006 para celebrar o vigésimo aniversário do projecto. No ano seguinte, o disco foi mencionado pelo artista em duas canções do álbum ''[[Revival (álbum de Eminem)|Revival]]''.


Um mini-documentário de dez minutos que narra os acontecimentos por detrás da produção de ''Infinite'' foi lançado por Eminem em Novembro de 2016 para celebrar o vigésimo aniversário do projecto. No ano seguinte, o disco foi mencionado pelo artista em duas canções do álbum ''[[Revival (álbum de Eminem)|Revival]]''.
==Antecedentes e produção==

==Antecedentes==
Eminem começou a fazer ''rap'' com apenas quatorze anos de idade juntamente com Mike Ruby, seu amigo de [[escola secundária]]. Eles adoptaram os nomes "Manix" e "M&M", com este último sendo um acrónimo das suas iniciais (Marshall Mathers), mais tarde evoluindo para "Eminem".<ref name="allmusicbio">{{citar web |url=https://www.allmusic.com/artist/eminem-mn0000157676/biography |título=Eminem {{!}} Biography & History |autor=ERLEWINE, Stephen Thomas |publicado=AllMusic (Netaktion, LLC) |acessodata=19 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref><ref name="dirty">{{citar web |url=https://www.salon.com/test/2000/07/25/eminem_secrets/ |autor=ERLICK, M. L. |data=26 de Julho de 2000 |título=Eminem's dirty secrets |publicado=Salon.com, LLC |accessdate=9 de Março de 2013 |língua=en}}</ref> Ocasionalmente, o jovem esgueirava-se para a escola vizinha de Osborn, no noroeste de [[Detroit|Detroit, Michigan]], para participar de competições de ''freestyle'' de ''rap'' à hora do almoço.<ref>{{harvnb|Bozza|2003|p=119}}</ref> Aos sábados, Eminem e Ruby assistiam e também participavam de concuros de microfone aberto no Hip-Hop Shop, um local situado no West 7 Mile e considerado "marco zero" do cenário ''rap'' da cidade.<ref name="blows up"/> Enquanto batalhava para se suceder em uma indústria predominantemente [[negros|negra]], o ''rapper'' recebeu apoio de ouvintes de ''[[underground hip hop|hip hop underground]]''.<ref name="cbs">{{citar web |url=https://www.youtube.com/watch?v=CCbtvBEPPs8 |título=''Eminem's Road to Stardom'' |data=10 de Outubro de 2010 |autor=CBSNewsOnline |formato=vídeo |obra=60 Minutes |publicado=YouTube, LLC |acessodata=19 de Abril de 2020 |língua=en |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110811122644/https://www.youtube.com/watch?v=CCbtvBEPPs8 |arquivodata=11 de Agosto de 2011 |ligação inativa=não}}</ref><ref name="foxnews">{{citar web |url=https://www.foxnews.com/story/eminems-biography |título=Eminem's Biography |data=17 de Setembro de 2009 |publicado=FOX News Network, LLC |acessodata=19 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref> Ao compor as suas [[estrofe]]s e [[verso]]s, a sua intenção era de fazer as palavras [[rima]]rem; o jovem escrevia palavras e frases longas em papéis e, nos seus versos, trabalhava nas rimas para cada sílaba. Embora frequentemente as palavras não faziam muito sentido, a práctica ajudou Eminem a desenvolver o seu som, bem como as suas rimas.<ref>{{citar periódico |url=https://www.rollingstone.com/music/music-news/eminem-on-the-road-back-from-hell-249093/ |título=Eminem on the Road Back From Hell |data=25 de Novembro de 2010 |autor=EELLS, Josh |jornal=Rolling Stone |editora=Penske Business Media, LLC |número=1118 |local=Nova Iorque |issn=0035-791X |accessdate=9 de Março de 2013 |língua=en}}</ref> Em 1988, o artista assumiou o nome artístico "MC Double M" e formou o seu primeiro grupo, nomeado New Jacks, com Ruby, que agora assumia o pseudónimo DJ Butterfingers, e lançaram um EP auto-intitulado.<ref>{{citar web |url=https://www.huffpostmaghreb.com/2015/09/01/eminem-mixtape-_n_8071096.html |título=Eminem: his very first mixtape leaked on the internet |data=1 de Outubro de 2015 |obra=HuffPost |publicado=Oath, Inc |acessodata=10 de Junho de 2019 |local=Maghreb |língua=fr |arquivourl=https://web.archive.org/web/20151004092921/https://www.huffpostmaghreb.com/2015/09/01/eminem-mixtape-_n_8071096.html |arquivodata=4 de Outubro de 2015 |ligação inativa=sim}}</ref><ref name="foxnews"/><ref>{{citar web |url=https://www.rollingstone.it/musica/news-musica/eminem-sedicenne-rap-ep-inedito-1988-new-jacks/279600/ |título=Ascolta un Eminem sedicenne rappare nel suo EP inedito del 1988 “New Jacks” |data=31 de Agosto de 2015 |obra=Rolling Stone |publicado=Penske Business Media, LLC |acessodata=3 de Julho de 2019 |língua=it}}</ref> No ano seguinte, ambos juntaram-se ao grupo Bassmint Productions, que viria mais tarde a alterar o nome para [[Eminem|Soul Intent]] em 1992, com a adição do ''rapper'' [[Proof (rapper)|Proof]] e outros amigos de infância.<ref>{{citar web |url=https://www.metrotimes.com/city-slang/archives/2018/10/12/7-reasons-to-watch-the-untold-story-of-detroit-hip-hop|título=7 Reasons to Watch The Untold Story of Detroit Hip Hop |autor=DAVISON, Kahn Santori |data=12 de Outubro de 2018 |obra=Detroit Metro Times |acessodata=3 de Julho de 2019 |língua=en}}</ref>

==Concepção e produção==
[[Ficheiro:Az-03.jpg|miniatura|150px|esquerda|[[AZ (rapper)|AZ]] foi um dos ''rappers'' nos quais Eminem se inspirou no início da sua carreira.]]
[[Ficheiro:Az-03.jpg|miniatura|150px|esquerda|[[AZ (rapper)|AZ]] foi um dos ''rappers'' nos quais Eminem se inspirou no início da sua carreira.]]
Eminem assinou um contrato com a gravadora FBT Productions em 1992, sob administração dos irmãos [[Bass Brothers|Jeff e Mark Bass]]. Naquele momento, Eminem tinha um emprego de [[salário mínimo]] no qual cozinhava e lavar louça no restaurante Gilbert's Lodge na cidade de [[St. Clair Shores|St. Clair Shores, Michigan]].<ref name="book">{{citar livro |autor=BOZZA, Anthony |título=Whatever You Say I Am: The Life and Times of Eminem |idioma=en |local=Nova Iorque |editora=Crown Publishing Group |ano=2003 |isbn=1-4000-5059-6}}</ref> Em 1996, o álbum de estreia de Eminem, ''Infinite'', cuja gravação ocorreu no Bassmint — um estúdio de gravação pertencente aos irmãos Bass — foi lançado sob o seu selo independente, [[Web Entertainment]].<ref name="book"/> O artista foi encorajado por outros, que notaram que ele tinha um som similar ao dos ''rappers'' [[Nas]], [[Esham]] e [[AZ (rapper)|AZ]].<ref name="statement">{{citar web |url=http://www.eminem.com/bio/default.aspx |título=Biografia de Eminem |autor=ANKENY, Jason; TORREANO, Bradley |data=2006 |publicado=Eminem.com. Interscope Records |acessodata=6 de Julho de 2012 |língua=en |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080213185359/http://www.eminem.com/bio/bio.aspx# |arquivodata=13 de Fevereiro de 2008 |ligação inativa=sim}}</ref> A faixa-título, na qual Eminem canta monotonamente em ''rap'' usando palavras multisilábicas, foi inspirada no desempenho vocal de AZ em "Rather Unique", faixa do seu projecto de estreia ''[[AZ (rapper)|Doe or Die]]'' (1995).<ref name="az">{{citar web |url=https://hiphopdx.com/news/id.19193/title.az-discusses-eminems-infinite-his-unfinished-tracks-with-nas-and-cristal-competition-with-the-notorious-b-i-g |título=AZ Discusses Eminem's "Infinite," His Unfinished Tracks With Nas And "Cristal Competition" With The Notorious B.I.G. |data=29 de Março de 2012 |autor=ARNOLD, Paul W. |publicado=HipHopDX |acessodata=27 de Abril de 2019 |língua=en |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140122162824/http://www.hiphopdx.com/index/news/id.19193/title.az-discusses-eminems-infinite-his-unfinished-tracks-with-nas-and-cristal-competition-with-the-notorious-big |arquivodata=22 de Janeiro de 2014 |ligação inativa=sim}}</ref>
Em 1992, o ''rapper'' assinou um contrato com a editora discográfica FBT Productions sob administração dos irmãos [[Bass Brothers|Jeff e Mark Bass]], proprietários da mesma. Naquele momento, Eminem tinha um emprego de [[salário mínimo]] no qual cozinhava e lavar louça no restaurante Gilbert's Lodge na cidade de [[St. Clair Shores|St. Clair Shores, Michigan]].<ref name="book">{{citar livro |autor=BOZZA, Anthony |título=Whatever You Say I Am: The Life and Times of Eminem |idioma=en |local=Nova Iorque |editora=Crown Publishing Group |ano=2003 |isbn=1-4000-5059-6}}</ref> Em 1996, o álbum de estreia de Eminem, ''Infinite'', cuja gravação ocorreu no Bassmint — um estúdio de gravação pertencente aos irmãos Bass — foi lançado sob o seu selo independente, [[Web Entertainment]].<ref name="book"/> O artista foi encorajado por outros, que notaram que ele tinha um som similar ao dos ''rappers'' [[Nas]], [[Esham]] e [[AZ (rapper)|AZ]].<ref name="statement">{{citar web |url=http://www.eminem.com/bio/default.aspx |título=Biografia de Eminem |autor=ANKENY, Jason; TORREANO, Bradley |data=2006 |publicado=Eminem.com. Interscope Records |acessodata=6 de Julho de 2012 |língua=en |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080213185359/http://www.eminem.com/bio/bio.aspx# |arquivodata=13 de Fevereiro de 2008 |ligação inativa=sim}}</ref> A faixa-título, na qual Eminem canta monotonamente em ''rap'' usando palavras multisilábicas, foi inspirada no desempenho vocal de AZ em "Rather Unique", faixa do seu projecto de estreia ''[[AZ (rapper)|Doe or Die]]'' (1995).<ref name="az">{{citar web |url=https://hiphopdx.com/news/id.19193/title.az-discusses-eminems-infinite-his-unfinished-tracks-with-nas-and-cristal-competition-with-the-notorious-b-i-g |título=AZ Discusses Eminem's "Infinite," His Unfinished Tracks With Nas And "Cristal Competition" With The Notorious B.I.G. |data=29 de Março de 2012 |autor=ARNOLD, Paul W. |publicado=HipHopDX |acessodata=27 de Abril de 2019 |língua=en |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140122162824/http://www.hiphopdx.com/index/news/id.19193/title.az-discusses-eminems-infinite-his-unfinished-tracks-with-nas-and-cristal-competition-with-the-notorious-big |arquivodata=22 de Janeiro de 2014 |ligação inativa=sim}}</ref>


<blockquote>"Eu estava a conduzir no meu carro em '95 ou '96 e ouvi ele [Emimem] na rádio. Foi tipo, 'Uau! Quem é ele?' Ele estava a se apresentar em um evento de microfone aberto com [Lisa Orlando, apresentadora da WJLB-FM] em [[Detroit]]. E eu estava do tipo: 'Uau! Quem é este puto? Tenho de levá-lo ao estúdio.' Foi aí que liguei para a estação de rádio e pedi: 'Ponham-me ao telefone com esse rapaz.'"
<blockquote>"Eu estava a conduzir no meu carro em '95 ou '96 e ouvi ele [Emimem] na rádio. Foi tipo, 'Uau! Quem é ele?' Ele estava a se apresentar em um evento de microfone aberto com [Lisa Orlando, apresentadora da WJLB-FM] em [[Detroit]]. E eu estava do tipo: 'Uau! Quem é este puto? Tenho de levá-lo ao estúdio.' Foi aí que liguei para a estação de rádio e pedi: 'Ponham-me ao telefone com esse rapaz.'"
:{{redimensionar|85%|— O produtor executivo [[Bass Brothers|Mark Bass]] em 2016 a abordar os acontecimentos por detrás da contratação de [[Eminem]].<ref>{{citar web |url=https://www.rollingstone.com/music/music-news/eminems-infinite-producers-revisit-remix-mcs-inauspicious-debut-190876/ |título=Eminem's 'Infinite': Producers Revisit, Remix MC's Inauspicious Debut |data=17 de Novembro de 2016 |autor=REEVES, Mosi |obra=Rolling Stone |publicado=Penske Business Media, LLC |acessodata=4 de Setembro de 2017 |língua=en}}</ref>}}</blockquote>
:{{redimensionar|85%|— O produtor executivo [[Bass Brothers|Mark Bass]] em 2016 a abordar os acontecimentos por detrás da contratação de [[Eminem]].<ref>{{citar web |url=https://www.rollingstone.com/music/music-news/eminems-infinite-producers-revisit-remix-mcs-inauspicious-debut-190876/ |título=Eminem's 'Infinite': Producers Revisit, Remix MC's Inauspicious Debut |data=17 de Novembro de 2016 |autor=REEVES, Mosi |obra=Rolling Stone |publicado=Penske Business Media, LLC |acessodata=4 de Setembro de 2017 |língua=en}}</ref>}}</blockquote>


[[Mr. Porter]] produziu todo o álbum, enquanto [[Proof (rapper)|Proof]] tratou da [[programação (música)|programação]] da [[bateria (instrumento musical)|bateria]]. Eminem fez com que as canções de ''Infinite'' fossem "amigas da rádio" propositadamente, com o fim de elas serem reproduzidas nas estações de rádio de [[Detroit|Detroit, Michigan]].<ref name="hiphopdx">{{citar web |url=https://hiphopdx.com/news/id.19473/title.mr-porter-talks-debut-album-the-memo-eminems-first-album-infinite |título=Mr. Porter Talks Debut Album "tHe mEmO," Eminem's First Album "Infinite" |data=21 de Abril de 2012 |autor=RYON, Sean |publicado=HipHopDX |acessodata=6 de Julho de 2012 |língua=en}}</ref> O álbum apresenta participações especiais de colegas e amigos de Eminem, sendo eles Proof, Mr. Porter, [[D12|Eye-Kyu]], Three, e Thyme.<ref name="infinite"/> Foi por volta deste tempo que Eminem, juntamente com Proof e Mr. Porter, juntou-se a um grupo de outros ''rapper''s que viriam a assumir o nome de [[D12]], que interpretavam em um estilo similar a [[Wu-Tang Clan]].<ref name="book"/> Embora tenha co-composto e produzido todo o álbum, Mr. Porter revelou em 2015 em entrevista à [[MTV]] ter sido "lixado" financeiramente pelos irmãos Bass e disse que, caso o disco fosse disponibilizado em [[download digital|plataformas digitais]], preferiria que [[Paul Rosenberg]], empresário e advogado de Eminem, lidasse com a distribuição.<ref>{{citar web |url=http://www.mtv.com/news/2267368/eminem-infinite-lp-reissue/ |título=Here’s How Eminem’s Infinite LP Could Be Re-Released |data=10 de Setembro de 2015 |autor=TARDIO, Andres |publicado=MTV News (Viacom International, Inc.) |acessodata=17 de Abril de 2019 |língua=en}}</ref>
Eminem trabalhou ao lado de [[Mr. Porter]], responsável pela produção e arranjos de todo o material, em todo o álbum, com [[Proof (rapper)|Proof]] chegando mais tarde e assumindo a [[programação (música)|programação]] da [[bateria (instrumento musical)|bateria]]. Mr. Porter descreveu a sua experiência de trabalho em ''Infinite'' como "marada", em entrevista ao blogue musical ''HipHop'n'More''.<ref>{{citar web |url=https://hiphop-n-more.com/2012/04/hip-hop-n-more-interview-with-mr-porter/2/ |título=Hip Hop N More Interview With Mr. Porter |data=21 de Abril de 2012 |autor=NAV, Josh |obra=HipHop-N-More |página=2 |páginas=5 |acessodata=6 de Abril de 2020 |língua=en |citação=''Like me and Em did that record from start to finish and Proof came in and actually did the drum programming.''}}</ref> Eminem fez com que as canções de ''Infinite'' fossem "amigas da rádio" propositadamente, com o fim de elas serem reproduzidas nas estações de rádio de [[Detroit|Detroit, Michigan]].<ref name="hiphopdx">{{citar web |url=https://hiphopdx.com/news/id.19473/title.mr-porter-talks-debut-album-the-memo-eminems-first-album-infinite |título=Mr. Porter Talks Debut Album "tHe mEmO," Eminem's First Album "Infinite" |data=21 de Abril de 2012 |autor=RYON, Sean |publicado=HipHopDX |acessodata=6 de Julho de 2012 |língua=en}}</ref> O álbum apresenta participações especiais de colegas e amigos de Eminem, sendo eles Proof, Mr. Porter, [[D12|Eye-Kyu]], Three, e Thyme.<ref name="infinite"/> Foi por volta deste tempo que Eminem, juntamente com Proof e Mr. Porter, juntou-se a um grupo de outros ''rapper''s que viriam a assumir o nome de [[D12]], que interpretavam em um estilo similar a [[Wu-Tang Clan]].<ref name="book"/> Embora tenha co-composto e produzido todo o álbum, Mr. Porter revelou em 2015 em entrevista à [[MTV]] ter sido "lixado" financeiramente pelos irmãos Bass e disse que, caso o disco fosse disponibilizado em [[download digital|plataformas digitais]], preferiria que [[Paul Rosenberg]], empresário e advogado de Eminem, lidasse com a distribuição.<ref>{{citar web |url=http://www.mtv.com/news/2267368/eminem-infinite-lp-reissue/ |título=Here’s How Eminem’s Infinite LP Could Be Re-Released |data=10 de Setembro de 2015 |autor=TARDIO, Andres |publicado=MTV News (Viacom International, Inc.) |acessodata=17 de Abril de 2019 |língua=en}}</ref>


==Estrutura musical e conteúdo==
==Estrutura musical e conteúdo==
A produção de ''Infinite'' é minimalística e semelhante à das obras de ''rap'' concebidas ao longo da década de 19990. A instrumentação consiste em [[caixa (instrumento musical)|caixa]] e [[bumbo]], com outros instrumentos como o [[teclado (instrumento musical)|teclado]] de ''[[jazz]]'', [[guitarra]] e uma [[linha do baixo]] sendo usados ocasionalmente em algumas faixas. "Backstabber" destaca-se das outras canções do disco pelo uso proeminente de sons de arranhões de [[disco de vinil]], introduzidos por Mathew "DJ Butterfingers" Ruby.<ref name="brian charles clarke"/><ref name="faixas bónus"/> Dentre os assuntos abordados em ''Infinite'' estão inclusos as dificuldades do ''rapper'' ao cuidar da sua filha então recém-nascida, Hailie Jade Scott Mathers, contando com fundos limitados, e o seu desejo forte de enriquecer.<ref name="book"/> Em ''Infinite'', Eminem aborda "a sua educação não-ortodoxa lidando com o [[racismo]], [pensamentos sobre] suicídio e um pai negligente em uma idade pequena."<ref name="radioman">{{citar web |url=https://radioman.ca/2017/12/27/the-story-of-eminems-infinite/ |título=The story of Eminem’s ‘Infinite’ |data=27 de Dezembro de 2017 |obra=RadioMan |local=Canadá |acessodata=4 de Setembro de 2019 |língua=en}}</ref> Após o lançamento do projecto, as batalhas pessoais de Emimem e abuso de drogas e álcool resultaram em uma tentativa de [[suicídio]].<ref name="statement"/>
A produção de ''Infinite'' é minimalística e semelhante à das obras de ''rap'' concebidas ao longo da década de 1990. A instrumentação consiste em [[caixa (instrumento musical)|caixa]] e [[bumbo]], com outros instrumentos como o [[teclado (instrumento musical)|teclado]] de ''[[jazz]]'', [[guitarra]] e uma [[linha do baixo]] sendo usados ocasionalmente em algumas faixas. "Backstabber" destaca-se das outras canções do disco pelo uso proeminente de sons de arranhões de [[disco de vinil]], introduzidos por Mathew "DJ Butterfingers" Ruby.<ref name="brian charles clarke"/><ref name="faixas bónus"/> Dentre os assuntos abordados em ''Infinite'' estão inclusos as dificuldades do ''rapper'' ao cuidar da sua filha então recém-nascida, Hailie Jade Scott Mathers, contando com fundos limitados, e o seu desejo forte de enriquecer.<ref name="book"/> Em ''Infinite'', Eminem aborda "a sua educação não-ortodoxa lidando com o [[racismo]], [pensamentos sobre] suicídio e um pai negligente em uma idade pequena."<ref name="radioman">{{citar web |url=https://radioman.ca/2017/12/27/the-story-of-eminems-infinite/ |título=The story of Eminem’s ‘Infinite’ |data=27 de Dezembro de 2017 |obra=RadioMan |local=Canadá |acessodata=4 de Setembro de 2019 |língua=en}}</ref> Após o lançamento do projecto, as batalhas pessoais de Emimem e abuso de drogas e álcool resultaram em uma tentativa de [[suicídio]].<ref name="statement"/> A canção de abertura homónima é uma ode a [[ciência|conceitos científicos]], tais como o [[infinito]] na qual Eminem usa um [[rima|esquema rimal]] complexo:<ref name="genius">{{citar web |url=https://genius.com/videos/Deconstructing-eminem-s-rhyme-scheme-on-infinite |título=Check the Rhyme: Deconstructing Eminem’s 1996 Song “Infinite” |formato=vídeo |autor=KENNEDY, John |publicado=Genius Media Group, Inc |acessodata=17 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref><ref>{{citar web |url=https://genius.com/Eminem-infinite-lyrics |título=Eminem - Infinite Lyrics |publicado=Genius Media Group, Inc |acessodata=17 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref>

<div style="font-style:italic; background:transparent; margin-left:2em;"><poem>
Ayo, my pen and paper cause a chain reaction
To get your brain relaxin', the zany actin' maniac in action
A brainiac in fact, son, you mainly lack attraction
You look insanely wack when just a fraction of my tracks run</poem></div>

A segunda faixa "W.E.G.O." é um [[interlúdio]] de 21 segundos no qual Proof e [[DJ Head]] participam a fazer [[paródia]] das estações de rádio locais, alegando que a canção subsequente, "It's Okay", é o tema mais pedido pelos ouvintes da rádio.<ref>{{citar web |url=https://genius.com/Eminem-wego-interlude-lyrics |título=Eminem - W.E.G.O. (Interlude) Lyrics |publicado=Genius Media Group, Inc |acessodata=17 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref> Em "It's Okay", por sua vez, Eminem canta sobre as suas batalhas anteriores à gravação do álbum, contudo, deixa claras as suas esperanças não apenas para o seu futuro, como também o da sua filha e esposa, evidenciado em versos como "''And have at least a half a million for my baby girl''." Tanto "It's Okay" quanto "313" contam com a participação de [[D12|Eye-Kyu]], amigo de Eminem que mais tarde viria a integrar o D12.<ref>{{citar web |url=https://genius.com/Eminem-its-ok-lyrics |título=Eminem - It's O.K. Lyrics |publicado=Genius Media Group, Inc |acessodata=17 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref><ref>{{citar web |url=https://genius.com/Eminem-313-lyrics |título=Eminem - 313 Lyrics |publicado=Genius Media Group, Inc |acessodata=17 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref> Em "Tonite", Eminem aborda aspesctos variados sobre a cultura ''rap'' predominante naquele momento, inclusive a [[misoginia]], competição entre ''rappers'', bem como o ''rap'' por si mesmo. O modo de ''rap'' do artista nesta faixa destaca-se das outras pela sua densidade e multisilabismo, como o músico consegue fazer rimas complexas caberem em espaços curtos. "Tonite" teve produção e arranjos adicionais pelo D.J. Butterfingers.<ref>{{citar web |url=https://genius.com/Eminem-tonite-lyrics |título=Eminem - Tonite Lyrics |publicado=Genius Media Group, Inc |acessodata=17 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref>

"Maxine", com participação de Mr. Porter e Three, inicia com um diálogo entre Porter e Maxine. Maxine, por sua vez, é uma personagem criada por Eminem com o intuito de referenciar a canção "Murder She Wrote" (1993), lançado pelo duo jamaicano de ''[[reggae]]'' [[Chaka Demus & Pliers]]. Esta canção viria novamente a ser mencionada por Eminem em "Murder Murder", faixa de ''[[Slim Shady EP]]'' (1997). Maxine é também o nome da rua no qual o bar Gilbert’s Lodge, no qual o ''rapper'' trabalhava em meio-período naquele momento.<ref>{{citar web |url=https://genius.com/44994 |título=Eminem - Murder, Murder Lyrics |publicado=Genius Media Group, Inc |acessodata=17 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref><ref>{{citar web |url=https://genius.com/Eminem-maxine-lyrics |título=Eminem - Maxine Lyrics |publicado=Genius Media Group, Inc |acessodata=17 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref> "Open Mic" é uma faixa na qual Eminem e Thyme mostram as suas proezas de ''freestyle'' e recordam a experiência de terem competido no Hip Hop Shop. "A Hip Hop Shop era tipo uma loja de roupas que virava um [local de] microfone aberto aos sábados das quatro às seis [horas da tarde]. Tinha o Proof como apresentador e era marado," afirmou o ''rapper'' [[Elzhi]] em uma entrevista na qual abordava a sua experiência de trabalho com Eminem.<ref>{{citar web |url=https://genius.com/Eminem-open-mic-lyrics |título=Eminem - Open Mic Lyrics |publicado=Genius Media Group, Inc |acessodata=17 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref><ref>{{citar web |url=https://hiphopdx.com/news/id.17699/title.elzhi-recalls-meeting-eminem-detroits-battle-scene |título=Elzhi Recalls Meeting Eminem, Detroit's Battle Scene |data=28 de Novembro de 2011 |autor=WEBB, Rory |publicado=HipHopDX |acessodata=27 de Abril de 2019 |língua=en}}</ref> "Never 2 Far" inicia com um diálogo com Mr. Porter e teve suas letras encorajadoras e esperançosas comparadas às de "It's Okay",<ref name="never 2 far">{{citar web |url=https://genius.com/Eminem-never-2-far-lyrics |título=Eminem - Never 2 Far Lyrics |publicado=Genius Media Group, Inc |acessodata=17 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref> enquanto "Searchin'", com participação de Angela Workman, vê o ''rapper'' em busca de [[amor]]. Ao contrário de todas outras faixas de ''Infinite'', "Searchin'" não contém linguagem obscena.<ref>{{citar web |url=https://genius.com/Eminem-searchin-lyrics |título=Eminem - Searchin' Lyrics |publicado=Genius Media Group, Inc |acessodata=17 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref>

"Backstabber" é uma continuação de "Fuckin' Backstabber" (1995), interpretada por Soul Intent e co-composta por Proof. Tal como em "Fuckin' Backstabber", esta canção revolve em torno de Eminem a prometer vingança pela pessoa que o apunhalou pelas costas, com letras como "''I'm on a solo mission to find him personally / To settle the score and to beat him unmercifully'',"{{nota de rodapé|Em língua portuguesa (tradução livre): "Estou em uma missão solitária para encontrá-lo pessoalmente / Para resolver a disputa e batê-lo sem misericórdia."}} e "''I yearned for the day that we finally met again / So I can give him a taste of his own medicine''."{{nota de rodapé|Em língua portuguesa (tradução livre): "Anseio pelo dia no qual ir-nos-emos encontrar de novo / Para que eu o possa dar o sabor do seu próprio remédio."}} De acordo com as letras do tema, especulou-se que o traidor seria [[Champtown|Brian "Champtown" Harmon]], um ''rapper'' também originário de Detroit que supostamente tentou se envolver romanticamente com a namorada de Eminem.<ref>{{citar web |url=https://genius.com/Eminem-backstabber-lyrics |título=Eminem - Backstabber Lyrics |publicado=Genius Media Group, Inc |acessodata=17 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref><ref>{{citar web |url=https://www.metrotimes.com/detroit/champs-town/Content?oid=2180298 |título=Champ's town |data=15 de Dezembro de 2004 |autor=SMITH, Brian |obra=Detroit Metro Times |acessodata=17 de Abril de 2020 |língua=en |citação=''Then there’s the beef. Around 1995, Em’ accused Champ of trying to get into his wife Kim’s pants. Champ and others interviewed say it wasn’t true. Their friendship ended.''}}</ref> Champtown e Eminem eram amigos antes da rixa ter iniciado, com Champtown negando as alegações por várias vezes, no entnato, na faixa que precede "Fuckin' Backstabber", foi inclusa uma conversa via telemóvel entre Champtown e Kim na qual este mostra interesse por ela.<ref>{{citar web |url=https://genius.com/Soul-intent-fuckin-backstabber-lyrics |título=Soul Intent - Fuckin' Backstabber Lyrics |publicado=Genius Media Group, Inc |acessodata=17 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref> O verso "''Stay away from him, he ain’t no good''" foi tirado de "Jealous" (1989), canção de [[LL Cool J]] que é também usada como amostra em "Jealousy Woes II", faixa de encerramento de ''Infinite''. "[[The World Is Yours (canção de Nas)|The World Is Yours]]" (1994), de [[Nas]], por quem Eminem mostrou grande admiração, foi também usada como amostra.<ref name="amostras"/>


==Lançamento e distribuição==
==Lançamento e distribuição==
A quantidade de unidades produzidas do álbum é incerta. Segundo o portal ''Rap Reviews'' foram cerca de mil exemplares em [[cassete]]s e cem em [[disco de vinil|vinis]], enquanto a revista ''[[USA Today]]'' declara que foram quinhentas unidades. Eminem distribuía as cópias do projecto em parques de estacionamento e lojas de discos de Detroit.<ref name="rap reviews"/><ref>{{citar web |url=https://www.usatoday.com/story/life/music/2016/11/17/exclusiuve-hear-rare-newly-remixed-eminem-track-infinite/94034522/ |título=Exclusive: Hear rare, newly remixed Eminem track 'Infinite' |data=17 de Novembro de 2016 |autor=McCOLLUM, Brian |obra=USA Today |publicado=Gannett Satellite Information Network, LLC |local=Detroit |acessodata=17 de Abril de 2019 |língua=en |citação=''Just 500 copies were pressed in 1996, desperately handed out in Detroit parking lots and record stores, and this new project marks the first official reissuing of that material by its owner, Web Entertainment.''}}</ref> A 14 de Maio de 2009, a página Thisis50.com relançou ''Infinite'' em ''download'' digital grátis com o fim de criar antecipação para o sexto trabalho de estúdio do intérprete, intitulado ''[[Relapse]]'' (2009).<ref name="nme">{{citar web |url=https://www.nme.com/news/music/eminem-228-1320538 |título=Eminem's rare debut album released free online |data=14 de Maio de 2009 |autor=FULLERTON, Jamie |obra=New Music Express |publicado=BandLab Technologies |acessodata=6 de Julho de 2012 |língua=en}}</ref><ref name="infinite"/>
A quantidade de unidades produzidas do álbum é incerta. Segundo o portal ''Rap Reviews'' foram cerca de mil exemplares em [[cassete]]s e cem em [[disco de vinil|vinis]], enquanto a revista ''[[USA Today]]'' declara que foram quinhentas unidades. Eminem distribuía as cópias do projecto em parques de estacionamento e lojas de discos de Detroit.<ref name="rap reviews"/><ref>{{citar web |url=https://www.usatoday.com/story/life/music/2016/11/17/exclusiuve-hear-rare-newly-remixed-eminem-track-infinite/94034522/ |título=Exclusive: Hear rare, newly remixed Eminem track 'Infinite' |data=17 de Novembro de 2016 |autor=McCOLLUM, Brian |obra=USA Today |publicado=Gannett Satellite Information Network, LLC |local=Detroit |acessodata=17 de Abril de 2019 |língua=en |citação=''Just 500 copies were pressed in 1996, desperately handed out in Detroit parking lots and record stores, and this new project marks the first official reissuing of that material by its owner, Web Entertainment.''}}</ref> A 14 de Maio de 2009, a página Thisis50.com relançou ''Infinite'' em ''download'' digital grátis com o fim de criar antecipação para o sexto trabalho de estúdio do intérprete, intitulado ''[[Relapse]]'' (2009).<ref name="nme">{{citar web |url=https://www.nme.com/news/music/eminem-228-1320538 |título=Eminem's rare debut album released free online |data=14 de Maio de 2009 |autor=FULLERTON, Jamie |obra=New Music Express |publicado=BandLab Technologies |acessodata=6 de Julho de 2012 |língua=en}}</ref><ref name="infinite"/>


A 17 Novembro de 2016, Eminem lançou uma versão [[remix|remisturada]] e [[masterização|remasterizada]] da faixa homónima do projecto para celebrar o vigésimo aniversário do mesmo. Produzida pelos irmãos Bass, a instrumentação original foi removida e substituída por instrumentos ao vivo.<ref>{{citar web |url=https://www.youtube.com/watch?v=_Ci6LhAmYJk |título=Eminem - Infinite (F.B.T. Remix) [Official Audio] |formato=vídeo |data=22 de Novembro de 2016 |publicado=YouTube, LLC |acessodata=22 de Dezembro de 2019 |língua=en}}</ref> ''Partners in Rhyme: The True Story of Infinite'', um mini-documentário de dez segundos que narra os acontecimentos por detrás da produção, foi também lançado no mesmo dia.<ref>{{citar web |url=https://www.youtube.com/watch?v=icB-DPmdaPw |título=Eminem - ''Partners In Rhyme: The True Story of Infinite'' (Official Trailer) |formato=vídeo |data=22 de Novembro de 2016 |publicado=YouTube, LLC |acessodata=22 de Dezembro de 2019 |língua=en}}</ref> ''Infinite'' viria mais tarde a ser mencionado nas canções "[[Not Afraid]]" (2010) e "Castle", presentes no álbum ''[[Revival (álbum de Eminem)|Revival]]'' (2017), enquanto a faixa "Open Mic" foi usada como [[amostra (material)|amostra]] pelo ''rapper'' nas canções "I'm Back" e "Don't Front", do álbum ''[[The Marshall Mathers LP]]'' (2000).<ref>{{citar álbum |título=[[Revival (álbum de Eminem)|Revival]] |artista=Eminem |formato=encarte |ano=2017 |publicado=Interscope Records |localização=Estados Unidos}}</ref><ref name="amostras"/>
A 17 Novembro de 2016, Eminem lançou uma versão [[remix|remisturada]] e [[masterização|remasterizada]] da faixa homónima do projecto para celebrar o vigésimo aniversário do mesmo. Produzida pelos irmãos Bass, a instrumentação original foi removida e substituída por instrumentos ao vivo.<ref>{{citar web |url=https://www.youtube.com/watch?v=_Ci6LhAmYJk |título=Eminem - Infinite (F.B.T. Remix) [Official Audio] |formato=vídeo |data=22 de Novembro de 2016 |publicado=YouTube, LLC |acessodata=22 de Dezembro de 2019 |língua=en}}</ref> ''Partners in Rhyme: The True Story of Infinite'', um mini-documentário de dez minutos que narra os acontecimentos por detrás da produção, foi também lançado no mesmo dia.<ref>{{citar web |url=https://www.youtube.com/watch?v=icB-DPmdaPw |título=Eminem - ''Partners In Rhyme: The True Story of Infinite'' (Official Trailer) |formato=vídeo |data=22 de Novembro de 2016 |publicado=YouTube, LLC |acessodata=22 de Dezembro de 2019 |língua=en}}</ref> ''Infinite'' viria mais tarde a ser mencionado nas canções "[[Not Afraid]]" (2010) e "Castle", presentes no álbum ''[[Revival (álbum de Eminem)|Revival]]'' (2017), enquanto a faixa "Open Mic" foi usada como [[amostra (material)|amostra]] pelo ''rapper'' nas canções "I'm Back" e "Don't Front", do álbum ''[[The Marshall Mathers LP]]'' (2000).<ref>{{citar álbum |título=[[Revival (álbum de Eminem)|Revival]] |artista=Eminem |formato=encarte |ano=2017 |publicado=Interscope Records |localização=Estados Unidos}}</ref><ref name="amostras"/>


==Recepção crítica==
==Recepção crítica==
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==Impacto e repercussão==
==Impacto e repercussão==
''Infinite'' foi recebido com escárnio pela comunidade de ''[[hip hop]]'' local, rendendo a Eminem acusações desfavoráveis de copiar estilos de outros ''rappers'', particularmente Nas e AZ, inclusive na faixa "Never 2 Far".<ref name="never 2 far"/> "Obviamente, eu era jovem e influenciado por outros artistas, e tive muita gente a dizer que eu soava como AZ. ''Infinite'' foi eu a tentar entender como eu queria que o meu estilo ''rap'' se tornasse, como eu queria soar no microfone e apresentar-me. Foi um estágio de crescimento. Senti que ''Infinite'' foi como a ''demo'' que foi apenas publicada apressadamente," disse o artista em sua biografia publicada na sua página ''online''.<ref name="statement"/> Na altura, grande parte dos ''disc jockeys'' (DJs) de Detroit ignoraram ''Infinite'', e o público igualmente rejeitou-o pelo facto do artista tentar praticar um exercício dominado por artistas negros, questionando o motivo pelo qual, ao invés de ''rap'', ele não adoptou o género ''[[rock and roll]]''. Estes aspectos fizeram com que Eminem alterasse as suas letras para "mais zangadas e emotivas".<ref name="blows up"/> Hoje, contrariando a crítica que recebeu no momento de lançamento, ''Infinite'' é respeitado por ouvintes de ''rap''.<ref name="sputnikmusic"/> Em 2012, AZ mostrou gratidão por ter sido usado como inspiração por Eminem no início da sua carreira, todavia, revelou jamais ter ouvido o álbum.<ref name="az"/>

[[Ficheiro:Joey Badass.jpg|miniatura|150px|"Infinite" foi usada como [[amostra (material)|amostra]] pelo ''rapper'' [[Joey Badass]].]]
[[Ficheiro:Joey Badass.jpg|miniatura|150px|"Infinite" foi usada como [[amostra (material)|amostra]] pelo ''rapper'' [[Joey Badass]].]]
O número de unidades comercializadas de ''Infinite'' é incerto. Eminem afirmou no livro autobiográfico ''[[The Way I Am (livro)|The Way I Am]]'' (2008) que "talvez vendeu setenta cópias." Todavia, outras fontrs afirmam que o álbum vendeu algumas centenas de unidades ou apenas mil exemplares, até Agosto de 2008.<ref name="rap reviews"/><ref>{{citar web |url=https://www.capitalxtra.com/features/lists/top-hip-hop-facts/eminem-infinite-album/ |título=Eminem only sold 1000 copies of his 1996 debut album, 'Infinite'. |publicado=Capital Xtra (Global, LLC) |acessodata=17 de Abril de 2019 |língua=en}}</ref> ''Infinite'' foi considerado um autêntico fracasso; o desapontamento do artista para com o insucesso do disco, bem como "a merda que acontecia na sua vida", inspiraram-no a desenvolver o ''[[alter ego]]'' [[Slim Shady]], presente na maioria dos seus álbuns subsequentes. "Logo após o disco ''Infinite'', nós tirámos um tempo para relaxar, e foi aí que ele apareceu com o a sua tatuagem pequena que lê 'Slim Shady' no seu braço," disse Mark Bass. Na lista de créditos do álbum, Eminem foi mencionado como "Slim".<ref name="booth">{{citar web |url=https://djbooth.net/features/2016-11-18-eminem-infinite-documentary |título=How the Failure of 'Infinite' Turned Eminem Into Slim Shady |data=12 de Fevereiro de 2018 |autor=JAMES, Andy |publicado=The DJ Booth, LLC |acessodata=17 de Abril de 2019 |língua=en}}</ref> Não obstante, a faixa "Searchin'", na qual Angela Workman faz uma participação, foi ocasionalmente reproduzida nas estações de rádio locais, todavia, Eminem continuava insatisfeito com a falta de atenção nacional ao seu trabalho, segundo o revelado pela sua mãe Debbie Nelson na biografia ''My Son Marshall, My Son Eminem: Setting the Record Straight on My Life as Eminem's Mother'' (2008).<ref>{{citar livro |url=https://books.google.co.mz/books?id=3GmC51vbwnoC&pg=PA102&lpg=PA102&dq=eminem+searchin%27+occasional+airplay&source=bl&ots=cdNMkWFfzv&sig=ACfU3U3f6HLavSQtmDFmJJVN9OUaEFTcZw&hl=pt-PT&sa=X&ved=2ahUKEwj0wrnD0pjpAhXOi1wKHb8WCfsQ6AEwAHoECAoQAQ#v=onepage&q=eminem%20searchin'%20occasional%20airplay&f=false |título=My Son Marshall, My Son Eminem: Setting the Record Straight on My Life as Eminem's Mother |ano=2008 |capítulo=Chapter Sixteen |autor=NELSON, Debbie (autora); WITHERIDGE, Annette (contribuidora) |páginas=226 |página=112 |isbn=1597775967 |língua=en |editora=Phoenix Books, Inc |local=Beverly Hills}}</ref>
''Infinite'' foi recebido com escárnio pela comunidade de ''[[hip hop]]'' local, rendendo a Eminem acusações desfavoráveis de copiar estilos de outros ''rappers'', particularmente Nas e AZ. "Obviamente, eu era jovem e influenciado por outros artistas, e tive muita gente a dizer que eu soava como AZ. ''Infinite'' foi eu a tentar entender como eu queria que o meu estilo ''rap'' se tornasse, como eu queria soar no microfone e apresentar-me. Foi um estágio de crescimento. Senti que ''Infinite'' foi como a ''demo'' que foi apenas publicada apressadamente," disse o artista em sua biografia publicada na sua página ''online''.<ref name="statement"/> Hoje, contrariando a crítica que recebeu no momento de lançamento, ''Infinite'' é respeitado por ouvintes de ''rap''.<ref name="sputnikmusic"/> Em 2012, AZ mostrou gratidão por ter sido usado como inspiração por Eminem no início da sua carreira, todavia, revelou jamais ter ouvido o álbum.<ref name="az"/>


<blockquote>"Foi mesmo antes da minha filha ter nascido, então construir um futuro para ela era tudo sobre o qual eu falava. [''Infinite''] foi muito ''hip hop''izado, tipo [[Nas]] e [[AZ (rapper)|AZ]] — aquele estilo de rima que era real naquele tempo. Sempre fui um [[comediante]] espertinho, e foi por isso que não foi um bom álbum."
O número de unidades comercializadas de ''Infinite'' é incerto. Eminem afirmou no livro autobiográfico ''[[The Way I Am (livro)|The Way I Am]]'' (2008) que "talvez vendeu setenta cópias." Todavia, outras fontrs afirmam que o álbum vendeu algumas centenas de unidades ou apenas mil exemplares, até Agosto de 2008.<ref name="rap reviews"/><ref>{{citar web |url=https://www.capitalxtra.com/features/lists/top-hip-hop-facts/eminem-infinite-album/ |título=Eminem only sold 1000 copies of his 1996 debut album, 'Infinite'. |publicado=Capital Xtra (Global, LLC) |acessodata=17 de Abril de 2019 |língua=en}}</ref> ''Infinite'' foi considerado um autêntico fracasso; o disapontamento do artista para com o insucesso do disco, bem como "a merda que acontecia na sua vida", inspiraram-no a desenvolver o ''[[alter ego]]'' [[Slim Shady]], presente na maioria dos seus álbuns subsequentes. "Logo após o disco ''Infinite'', nós tirámos um tempo para relaxar, e foi aí que ele apareceu com o a sua tatuagem pequena que lê 'Slim Shady' no seu braço," disse Mark Bass. Na lista de créditos do álbum, Eminem foi mencionado como "Slim".<ref name="booth">{{citar web |url=https://djbooth.net/features/2016-11-18-eminem-infinite-documentary |título=How the Failure of 'Infinite' Turned Eminem Into Slim Shady |data=12 de Fevereiro de 2018 |autor=JAMES, Andy |publicado=The DJ Booth, LLC |acessodata=17 de Abril de 2019 |língua=en}}</ref>
:{{redimensionar|85%|— [[Eminem]] a falar sobre ''Infinite'' em entrevista à ''[[Rolling Stone]]'' em 1999.<ref name="blows up">{{citar web |url=https://www.rollingstone.com/music/music-news/eminem-blows-up-91979/#ixzz3EH0CUZKF |título=Eminem Blows Up |data=29 de Abril de 1999 |autor=BOZZA, Anthony |obra=Rolling Stone |publicado=Penske Business Media, LLC |acessodata=17 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref>}}</blockquote>


A faixa-título do projecto foi mais tarde usada como uma amostra na canção "World Domination" do ''rapper'' [[Joey Badass]], inclusa em ''1999'' (2012), sua ''mixtape'' de estreia.<ref name="amostras"/> Além disso, os editores Mosi Reeves e Simon Vozick-Levinson incluiram a faixa na primeira posição da lista das "Vinte Canções de Eminem Incrivelmente Óptimas que apenas Fãs Incondicionais Conhecem" em um artigo publicado pela revista musical norte-americana ''[[Rolling Stone]]'' em Outubro de 2019.<ref name="rs">{{citar web |url=https://www.rollingstone.com/music/music-lists/20-insanely-great-eminem-tracks-only-hardcore-fans-know-166190/eminem-infinite-1996-163943/ |título=20 Insanely Great Eminem Tracks Only Hardcore Fans Know |data=17 de Outubro de 2019 |autor=REEVES, Mosi; VOZICK-LEVINSON, Simon |obra=Rolling Stone |publicado=Penske Business Media, LLC |acessodata=17 de Abril de 2019 |língua=en}}</ref>
A faixa-título do projecto foi mais tarde usada como uma amostra na canção "World Domination" do ''rapper'' [[Joey Badass]], inclusa em ''1999'' (2012), sua ''mixtape'' de estreia, enquanto "Tonite" recebeu uma remistura co-produzida por Mr. Porter e gravada pelo ''rapper'' [[Caine Casanova]] em 2017.<ref name="amostras"/><ref>{{citar web |url=https://genius.com/Caine-casanova-being-undecided-lyrics |título=Caine Casanova - Being Undecided Lyrics |publicado=Genius Media Group, Inc |acessodata=17 de Abril de 2020 |língua=en}}</ref> Além disso, os editores Mosi Reeves e Simon Vozick-Levinson incluiram a faixa na primeira posição da lista das "Vinte Canções de Eminem Incrivelmente Óptimas que apenas Fãs Incondicionais Conhecem" em um artigo publicado pela revista musical norte-americana ''[[Rolling Stone]]'' em Outubro de 2019.<ref name="rs">{{citar web |url=https://www.rollingstone.com/music/music-lists/20-insanely-great-eminem-tracks-only-hardcore-fans-know-166190/eminem-infinite-1996-163943/ |título=20 Insanely Great Eminem Tracks Only Hardcore Fans Know |data=17 de Outubro de 2019 |autor=REEVES, Mosi; VOZICK-LEVINSON, Simon |obra=Rolling Stone |publicado=Penske Business Media, LLC |acessodata=17 de Abril de 2019 |língua=en}}</ref>


==Alinhamento de faixas==
==Alinhamento de faixas==
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*[[mixagem|Mistura]]: K. Wilder · R. Handy
*[[mixagem|Mistura]]: K. Wilder · R. Handy
*[[Produção musical|Produção e arranjos]]: D. Porter
*[[Produção musical|Produção e arranjos]]: D. Porter
**Co-produção e arranjos: Eminem
**Co-produção e arranjos: Eminem{{nota de rodapé|Eminem foi creditado como "Slim".}}
**Produção e arranjos adicionais: Mathew "DJ Butterfingers" Ruby {{redimensionar|85%|(faixa 4)}}
**Produção e arranjos adicionais: Mathew "DJ Butterfingers" Ruby {{redimensionar|85%|(faixa 4)}}
*[[Produtor executivo|Produção executiva]]: [[Bass Brothers|Jaff "Jaffy" Bass · Mark "Marky" Bass]]
*[[Produtor executivo|Produção executiva]]: [[Bass Brothers|Jaff "Jaffy" Bass · Mark "Marky" Bass]]
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*Vocais adicionais: Von "Kuniva" Carlisle · DeShaun "Proof" Holton {{redimensionar|85%|(10)}} · Steve "Fuzz" Kmak · [[D12|Ondre "Swifty" Moore]] · Kwesi "Skam" Ogbourne · D. Porter {{redimensionar|85%|(7, 8, 11)}}
*Vocais adicionais: Von "Kuniva" Carlisle · DeShaun "Proof" Holton {{redimensionar|85%|(10)}} · Steve "Fuzz" Kmak · [[D12|Ondre "Swifty" Moore]] · Kwesi "Skam" Ogbourne · D. Porter {{redimensionar|85%|(7, 8, 11)}}


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==Ligações externas==
==Ligações externas==

Revisão das 23h15min de 3 de maio de 2020

Infinite
Infinite (álbum de Eminem)
Capa promocional para o disco de vinil.
Álbum de estúdio de Eminem
Lançamento 12 de Novembro de 1996
Gravação 1995-96; Bassment Sound, Ferndale, MI
Género(s) Underground hip hop · rap
Duração 37:54
Formato(s) CD · vinil · cassete
Editora(s) Web Entertainment
Produção Jeff Bass (exec.) ·
Marky Bass (exec.)
·
Eminem (co-prod.) · Mr. Porter
Cronologia de Eminem
The Slim Shady EP
(1997)

Infinite é o álbum de estúdio de estreia do rapper norte-americano Eminem, distribuído nos Estados Unidos independentemente através do selo Web Entertainment a 12 de Novembro de 1996. O artista iniciou a sua carreira no rap em 1988 ao juntar-se ao amigo DJ Butterfingers e formar o grupo que viria a se chamar Soul Intent no ano seguinte. Em 1992 conseguiu assinar um contracto discográfico com a editora FBT Productions sob administração dos irmãos Jeff e Mark Bass, proprietários da mesma. Nos anos seguintes, Eminem lançou alguns trabalhos com os seus amigos e, em 1995, deu início às sessões de gravação no estúdio Bassment Sound do que viria mais tarde a ser divulgado como Infinite, álbum cuja produção e arranjos ficaram encarregues a Mr. Porter, com Proof ficando responsável pela programação da bateria. Além de ter co-composto todas as faixas com Mr. Porter, Eminem foi também responsável pela co-produção de duas faixas.

Infinite apresenta participações especiais de outros amigos de Eminem, inclusive Eye-Kyu, Three, Thyme e Angela Workman. Foi durante o período de gravação e produção do projecto que o grupo que viria a ser mais tarde conhecido como D12 foi criado. O conteúdo lírico do álbum aborda, em geral, as dificuldades pelas quais Eminem passava ao cuidar da sua filha recém-nascida sob o salário mínimo que recebia enquanto trabalhava em um bar em Detroit, Michigan. Outros temas inclusos são o amor e a traição. A produção do projecto é minimalística e semelhante à das obras de rap concebidas ao longo da década de 1990, e a maioria das faixas fazem uso de amostras de trabalhos de outros artistas — inclusive "Jealous" (1989) de LL Cool J, usada em duas faixas.

Na altura do seu lançamento, Infinite foi recebido com opiniões negativas tanto como pela crítica especialista em música bem como pelo público ouvinte de hip hop, com ambas partes acusando o rapper de imitar estilo de outros artistas, particularmente AZ e Nas. Eminem mais tarde se defendeu declarando que ambos foram suas grandes inspirações no início da carreira. Todavia, com o passar do tempo, as opiniões receberam uma melhoria e, hoje, o álbum é condecorado como o trabalho responsável por definir Eminem e recebeu um novo respeito por ouvintes de rap e hip hop. A faixa-título foi considerada a melhor canção pouco-conhecida de Eminem pela revista Rolling Stone em 2019. Devido ao seu lançamento limitado, como apenas uma quantidade inferior a mil unidades foram produzidas, Infinite teve um desempenho comercial fraco, movimentando um estimado de mil exemplares até Agosto de 2008.

Um mini-documentário de dez minutos que narra os acontecimentos por detrás da produção de Infinite foi lançado por Eminem em Novembro de 2016 para celebrar o vigésimo aniversário do projecto. No ano seguinte, o disco foi mencionado pelo artista em duas canções do álbum Revival.

Antecedentes

Eminem começou a fazer rap com apenas quatorze anos de idade juntamente com Mike Ruby, seu amigo de escola secundária. Eles adoptaram os nomes "Manix" e "M&M", com este último sendo um acrónimo das suas iniciais (Marshall Mathers), mais tarde evoluindo para "Eminem".[1][2] Ocasionalmente, o jovem esgueirava-se para a escola vizinha de Osborn, no noroeste de Detroit, Michigan, para participar de competições de freestyle de rap à hora do almoço.[3] Aos sábados, Eminem e Ruby assistiam e também participavam de concuros de microfone aberto no Hip-Hop Shop, um local situado no West 7 Mile e considerado "marco zero" do cenário rap da cidade.[4] Enquanto batalhava para se suceder em uma indústria predominantemente negra, o rapper recebeu apoio de ouvintes de hip hop underground.[5][6] Ao compor as suas estrofes e versos, a sua intenção era de fazer as palavras rimarem; o jovem escrevia palavras e frases longas em papéis e, nos seus versos, trabalhava nas rimas para cada sílaba. Embora frequentemente as palavras não faziam muito sentido, a práctica ajudou Eminem a desenvolver o seu som, bem como as suas rimas.[7] Em 1988, o artista assumiou o nome artístico "MC Double M" e formou o seu primeiro grupo, nomeado New Jacks, com Ruby, que agora assumia o pseudónimo DJ Butterfingers, e lançaram um EP auto-intitulado.[8][6][9] No ano seguinte, ambos juntaram-se ao grupo Bassmint Productions, que viria mais tarde a alterar o nome para Soul Intent em 1992, com a adição do rapper Proof e outros amigos de infância.[10]

Concepção e produção

AZ foi um dos rappers nos quais Eminem se inspirou no início da sua carreira.

Em 1992, o rapper assinou um contrato com a editora discográfica FBT Productions sob administração dos irmãos Jeff e Mark Bass, proprietários da mesma. Naquele momento, Eminem tinha um emprego de salário mínimo no qual cozinhava e lavar louça no restaurante Gilbert's Lodge na cidade de St. Clair Shores, Michigan.[11] Em 1996, o álbum de estreia de Eminem, Infinite, cuja gravação ocorreu no Bassmint — um estúdio de gravação pertencente aos irmãos Bass — foi lançado sob o seu selo independente, Web Entertainment.[11] O artista foi encorajado por outros, que notaram que ele tinha um som similar ao dos rappers Nas, Esham e AZ.[12] A faixa-título, na qual Eminem canta monotonamente em rap usando palavras multisilábicas, foi inspirada no desempenho vocal de AZ em "Rather Unique", faixa do seu projecto de estreia Doe or Die (1995).[13]

"Eu estava a conduzir no meu carro em '95 ou '96 e ouvi ele [Emimem] na rádio. Foi tipo, 'Uau! Quem é ele?' Ele estava a se apresentar em um evento de microfone aberto com [Lisa Orlando, apresentadora da WJLB-FM] em Detroit. E eu estava do tipo: 'Uau! Quem é este puto? Tenho de levá-lo ao estúdio.' Foi aí que liguei para a estação de rádio e pedi: 'Ponham-me ao telefone com esse rapaz.'"

— O produtor executivo Mark Bass em 2016 a abordar os acontecimentos por detrás da contratação de Eminem.[14]

Eminem trabalhou ao lado de Mr. Porter, responsável pela produção e arranjos de todo o material, em todo o álbum, com Proof chegando mais tarde e assumindo a programação da bateria. Mr. Porter descreveu a sua experiência de trabalho em Infinite como "marada", em entrevista ao blogue musical HipHop'n'More.[15] Eminem fez com que as canções de Infinite fossem "amigas da rádio" propositadamente, com o fim de elas serem reproduzidas nas estações de rádio de Detroit, Michigan.[16] O álbum apresenta participações especiais de colegas e amigos de Eminem, sendo eles Proof, Mr. Porter, Eye-Kyu, Three, e Thyme.[17] Foi por volta deste tempo que Eminem, juntamente com Proof e Mr. Porter, juntou-se a um grupo de outros rappers que viriam a assumir o nome de D12, que interpretavam em um estilo similar a Wu-Tang Clan.[11] Embora tenha co-composto e produzido todo o álbum, Mr. Porter revelou em 2015 em entrevista à MTV ter sido "lixado" financeiramente pelos irmãos Bass e disse que, caso o disco fosse disponibilizado em plataformas digitais, preferiria que Paul Rosenberg, empresário e advogado de Eminem, lidasse com a distribuição.[18]

Estrutura musical e conteúdo

A produção de Infinite é minimalística e semelhante à das obras de rap concebidas ao longo da década de 1990. A instrumentação consiste em caixa e bumbo, com outros instrumentos como o teclado de jazz, guitarra e uma linha do baixo sendo usados ocasionalmente em algumas faixas. "Backstabber" destaca-se das outras canções do disco pelo uso proeminente de sons de arranhões de disco de vinil, introduzidos por Mathew "DJ Butterfingers" Ruby.[19][20] Dentre os assuntos abordados em Infinite estão inclusos as dificuldades do rapper ao cuidar da sua filha então recém-nascida, Hailie Jade Scott Mathers, contando com fundos limitados, e o seu desejo forte de enriquecer.[11] Em Infinite, Eminem aborda "a sua educação não-ortodoxa lidando com o racismo, [pensamentos sobre] suicídio e um pai negligente em uma idade pequena."[21] Após o lançamento do projecto, as batalhas pessoais de Emimem e abuso de drogas e álcool resultaram em uma tentativa de suicídio.[12] A canção de abertura homónima é uma ode a conceitos científicos, tais como o infinito na qual Eminem usa um esquema rimal complexo:[22][23]

Ayo, my pen and paper cause a chain reaction
To get your brain relaxin', the zany actin' maniac in action
A brainiac in fact, son, you mainly lack attraction
You look insanely wack when just a fraction of my tracks run

A segunda faixa "W.E.G.O." é um interlúdio de 21 segundos no qual Proof e DJ Head participam a fazer paródia das estações de rádio locais, alegando que a canção subsequente, "It's Okay", é o tema mais pedido pelos ouvintes da rádio.[24] Em "It's Okay", por sua vez, Eminem canta sobre as suas batalhas anteriores à gravação do álbum, contudo, deixa claras as suas esperanças não apenas para o seu futuro, como também o da sua filha e esposa, evidenciado em versos como "And have at least a half a million for my baby girl." Tanto "It's Okay" quanto "313" contam com a participação de Eye-Kyu, amigo de Eminem que mais tarde viria a integrar o D12.[25][26] Em "Tonite", Eminem aborda aspesctos variados sobre a cultura rap predominante naquele momento, inclusive a misoginia, competição entre rappers, bem como o rap por si mesmo. O modo de rap do artista nesta faixa destaca-se das outras pela sua densidade e multisilabismo, como o músico consegue fazer rimas complexas caberem em espaços curtos. "Tonite" teve produção e arranjos adicionais pelo D.J. Butterfingers.[27]

"Maxine", com participação de Mr. Porter e Three, inicia com um diálogo entre Porter e Maxine. Maxine, por sua vez, é uma personagem criada por Eminem com o intuito de referenciar a canção "Murder She Wrote" (1993), lançado pelo duo jamaicano de reggae Chaka Demus & Pliers. Esta canção viria novamente a ser mencionada por Eminem em "Murder Murder", faixa de Slim Shady EP (1997). Maxine é também o nome da rua no qual o bar Gilbert’s Lodge, no qual o rapper trabalhava em meio-período naquele momento.[28][29] "Open Mic" é uma faixa na qual Eminem e Thyme mostram as suas proezas de freestyle e recordam a experiência de terem competido no Hip Hop Shop. "A Hip Hop Shop era tipo uma loja de roupas que virava um [local de] microfone aberto aos sábados das quatro às seis [horas da tarde]. Tinha o Proof como apresentador e era marado," afirmou o rapper Elzhi em uma entrevista na qual abordava a sua experiência de trabalho com Eminem.[30][31] "Never 2 Far" inicia com um diálogo com Mr. Porter e teve suas letras encorajadoras e esperançosas comparadas às de "It's Okay",[32] enquanto "Searchin'", com participação de Angela Workman, vê o rapper em busca de amor. Ao contrário de todas outras faixas de Infinite, "Searchin'" não contém linguagem obscena.[33]

"Backstabber" é uma continuação de "Fuckin' Backstabber" (1995), interpretada por Soul Intent e co-composta por Proof. Tal como em "Fuckin' Backstabber", esta canção revolve em torno de Eminem a prometer vingança pela pessoa que o apunhalou pelas costas, com letras como "I'm on a solo mission to find him personally / To settle the score and to beat him unmercifully,"[nota 1] e "I yearned for the day that we finally met again / So I can give him a taste of his own medicine."[nota 2] De acordo com as letras do tema, especulou-se que o traidor seria Brian "Champtown" Harmon, um rapper também originário de Detroit que supostamente tentou se envolver romanticamente com a namorada de Eminem.[34][35] Champtown e Eminem eram amigos antes da rixa ter iniciado, com Champtown negando as alegações por várias vezes, no entnato, na faixa que precede "Fuckin' Backstabber", foi inclusa uma conversa via telemóvel entre Champtown e Kim na qual este mostra interesse por ela.[36] O verso "Stay away from him, he ain’t no good" foi tirado de "Jealous" (1989), canção de LL Cool J que é também usada como amostra em "Jealousy Woes II", faixa de encerramento de Infinite. "The World Is Yours" (1994), de Nas, por quem Eminem mostrou grande admiração, foi também usada como amostra.[37]

Lançamento e distribuição

A quantidade de unidades produzidas do álbum é incerta. Segundo o portal Rap Reviews foram cerca de mil exemplares em cassetes e cem em vinis, enquanto a revista USA Today declara que foram quinhentas unidades. Eminem distribuía as cópias do projecto em parques de estacionamento e lojas de discos de Detroit.[38][39] A 14 de Maio de 2009, a página Thisis50.com relançou Infinite em download digital grátis com o fim de criar antecipação para o sexto trabalho de estúdio do intérprete, intitulado Relapse (2009).[40][17]

A 17 Novembro de 2016, Eminem lançou uma versão remisturada e remasterizada da faixa homónima do projecto para celebrar o vigésimo aniversário do mesmo. Produzida pelos irmãos Bass, a instrumentação original foi removida e substituída por instrumentos ao vivo.[41] Partners in Rhyme: The True Story of Infinite, um mini-documentário de dez minutos que narra os acontecimentos por detrás da produção, foi também lançado no mesmo dia.[42] Infinite viria mais tarde a ser mencionado nas canções "Not Afraid" (2010) e "Castle", presentes no álbum Revival (2017), enquanto a faixa "Open Mic" foi usada como amostra pelo rapper nas canções "I'm Back" e "Don't Front", do álbum The Marshall Mathers LP (2000).[43][37]

Recepção crítica

Críticas profissionais
Avaliações da crítica
Fonte Avaliação
AllMusic 2.5 de 5 estrelas.[44]
Billboard (positiva)[45]
Consequence of Sound (positiva)[46]
Inquisitr (positiva)[47]
RadioMan (positiva)[21]
Rap Reviews 5.5 de 10 estrelas.[38]
Rolling Stone (positiva)[48]
Sputnikmusic 4 de 5 estrelas.[49]

Além de invulgares, as opiniões críticas para o álbum foram também mistas. O portal AllMusic deu ao disco uma "Avaliação de Editor" de duas estrelas e meia de um máximo de cinco, sem fazer uma análise.[44] O editor reWuChang, para o Sputnikmusic, atribuiu a Infinite quatro estrelas de um máximo de cinco, escrevendo: "Uma estreia excelente e criminalmente subestimada que dá ao ouvinte uma perspectiva diferente de Marshall Mathers." Apesar de achar que a produção era boa, WuChang expressou que iria entender caso os ouvintes não estivessem a "sentir" o álbum. Contudo, aproveitou para elogiar o liricismo de Eminem, dizendo que "a partir de um ponto lírico, eu realmente acredito que Infinite é tão bom, se não melhor, quanto qualquer um dos seus trabalhos comerciais," e também afirmou que "se o álbum tivesse uma produção melhor e melhor ordenação de canções, eu o teria considerado um clássico."[49]

Jesal "Jay Soul" Padania, para o blogue musical Rap Reviews, atribuiu cinco estrelas e meia a de um máximo de dez, criticando o disco por ser demasiado curto, mas ainda sendo "suficientemente interessante para olhar para a mente de um jovem Eminem — simplesmente trate-o como a demo que era e não espere aprender muito."[38] Escrevendo para a coluna Rear View Mirror do portal Bucketlist Music Reviews, Brian Charles Clarke comparou a produção simples do projecto com a de The Slim Shady LP, segundo álbum de estúdio do artista, (1999) e criticou Infinite por soar antiquado, motivo pelo qual não conseguiu se distinguir dos outros trabalhos de rap lançados naquela época. Clarke opinou ainda que a maioria das faixas presentes "carecem dos refrães cativantes dos trabalhos subsequentes de Eminem, focando-se mais em estrofes infinitas com rimas constantes e outras formas de trocadilhos."[19]

Em uma análise mais positiva para o portal Consequence of Sound, Tedd Maider descreveu o projecto como "uma vista de olhos mais genuína do rapper que é Eminem," e declarou que as suas "rimas rápidas, inteligentes e únicas, [...] astúcia lírica, batidas cruas e mentalidade" apenas poderiam ser igualadas por The Marshall Mathers LP (2000), terceiro trabalho de estúdio do artista.[46] Braudie Blais-Billie, para a revista musical Billboard, descreveu o álbum como o "ponto de lançamento da carreira mega-sucedida de Eminem", elogiando "a produção suave e simples" que "demonstra o estilo assinatura em desenvolvimento de Eminem: liricismo denso compactado em um fluxo flexível."[45] A página canadiana RadioMan, celebrando o vigésimo aniversário do álbum, escreveu que embora não seja o seu melhor trabalho até 2017, "é ainda um projecto bem sólido."[21] Lawrence Arboleda, crítico do portal Inquisitr, partilhou esta opinião, acrescentando que Infinite criou a "fundação para o legado de Eminem como um dos melhores rappers do mundo."[47]

Impacto e repercussão

Infinite foi recebido com escárnio pela comunidade de hip hop local, rendendo a Eminem acusações desfavoráveis de copiar estilos de outros rappers, particularmente Nas e AZ, inclusive na faixa "Never 2 Far".[32] "Obviamente, eu era jovem e influenciado por outros artistas, e tive muita gente a dizer que eu soava como AZ. Infinite foi eu a tentar entender como eu queria que o meu estilo rap se tornasse, como eu queria soar no microfone e apresentar-me. Foi um estágio de crescimento. Senti que Infinite foi como a demo que foi apenas publicada apressadamente," disse o artista em sua biografia publicada na sua página online.[12] Na altura, grande parte dos disc jockeys (DJs) de Detroit ignoraram Infinite, e o público igualmente rejeitou-o pelo facto do artista tentar praticar um exercício dominado por artistas negros, questionando o motivo pelo qual, ao invés de rap, ele não adoptou o género rock and roll. Estes aspectos fizeram com que Eminem alterasse as suas letras para "mais zangadas e emotivas".[4] Hoje, contrariando a crítica que recebeu no momento de lançamento, Infinite é respeitado por ouvintes de rap.[49] Em 2012, AZ mostrou gratidão por ter sido usado como inspiração por Eminem no início da sua carreira, todavia, revelou jamais ter ouvido o álbum.[13]

"Infinite" foi usada como amostra pelo rapper Joey Badass.

O número de unidades comercializadas de Infinite é incerto. Eminem afirmou no livro autobiográfico The Way I Am (2008) que "talvez vendeu setenta cópias." Todavia, outras fontrs afirmam que o álbum vendeu algumas centenas de unidades ou apenas mil exemplares, até Agosto de 2008.[38][50] Infinite foi considerado um autêntico fracasso; o desapontamento do artista para com o insucesso do disco, bem como "a merda que acontecia na sua vida", inspiraram-no a desenvolver o alter ego Slim Shady, presente na maioria dos seus álbuns subsequentes. "Logo após o disco Infinite, nós tirámos um tempo para relaxar, e foi aí que ele apareceu com o a sua tatuagem pequena que lê 'Slim Shady' no seu braço," disse Mark Bass. Na lista de créditos do álbum, Eminem foi mencionado como "Slim".[51] Não obstante, a faixa "Searchin'", na qual Angela Workman faz uma participação, foi ocasionalmente reproduzida nas estações de rádio locais, todavia, Eminem continuava insatisfeito com a falta de atenção nacional ao seu trabalho, segundo o revelado pela sua mãe Debbie Nelson na biografia My Son Marshall, My Son Eminem: Setting the Record Straight on My Life as Eminem's Mother (2008).[52]

"Foi mesmo antes da minha filha ter nascido, então construir um futuro para ela era tudo sobre o qual eu falava. [Infinite] foi muito hip hopizado, tipo Nas e AZ — aquele estilo de rima que era real naquele tempo. Sempre fui um comediante espertinho, e foi por isso que não foi um bom álbum."

Eminem a falar sobre Infinite em entrevista à Rolling Stone em 1999.[4]

A faixa-título do projecto foi mais tarde usada como uma amostra na canção "World Domination" do rapper Joey Badass, inclusa em 1999 (2012), sua mixtape de estreia, enquanto "Tonite" recebeu uma remistura co-produzida por Mr. Porter e gravada pelo rapper Caine Casanova em 2017.[37][53] Além disso, os editores Mosi Reeves e Simon Vozick-Levinson incluiram a faixa na primeira posição da lista das "Vinte Canções de Eminem Incrivelmente Óptimas que apenas Fãs Incondicionais Conhecem" em um artigo publicado pela revista musical norte-americana Rolling Stone em Outubro de 2019.[48]

Alinhamento de faixas

A edição padrão de Infinite é composta por onze faixas inéditas e tem a duração total de 37 minutos e 54 segundos. Todas as músicas foram produzidas por Mr. Porter, com Emimem co-produzindo duas faixas ("Maxine" e "Jealousy Woes II") e D.J. Butterfingers prestando arranjos adicionais em "Tonite". Eminem foi também responsável pela co-composição de todas as canções juntamente com Denaun Porter. As faixas "W.E.G.O.", "It's OK", "313", "Maxine", "Open Mic" e "Searchin'" apresentam participações dos rappers Proof, DJ Head, Eye-Kyu, Mr. Porter, Three e Thyme. A segunda faixa, "W.E.G.O.", é um interlúdio de 21 segundos.[17] Em 2003 ocorreu um relançamento independente do disco na Europa que incluiu faixas bónus inéditas e freestyles.[20]

N.º TítuloCompositor(es) Duração
1. "Infinite"    4:01
2. "W.E.G.O. (Interlude)" (com participação de Proof e DJ Head)  0:21
3. "It's Okay" (com participação de Eye-Kyu)M. Mathers · W. Drake · D. Porter 3:29
4. "313" (com participação de Eye-Kyu)  4:11
5. "Tonite"  M. Mathers · W. Drake · D. Porter 3:43
6. "Maxine" (com participação de Mr. Porter e Three)M. Mathers · D. Porter · W. Strong 3:56
7. "Open Mic" (com participação de Thyme)M. Mathers · Thyme · D. Porter 4:02
8. "Never 2 Far"    3:38
9. "Searchin'" (com participação de Mr. Porter e Angela Workman)M. Mathers · D. Porter · A. Workman 3:45
10. "Backstabber"    3:24
11. "Jealousy Woes II"    3:20
Duração total:
37:54
Amostras:[37]
  • "Infinite" contém amostras de: "Hot Wind" (1969), interpretada por Les Baxter; "And if I Had" (1977), por Teddy Pendergrass; e "Represent" (1994), por Nas.
  • "It's Okay" contém uma amostra de "Cross the Track (We Better Go Back)" (1975), interpretada por Maceo & the Macks.
  • "Tonite" contém uma amostra de "Let This River Flow" (1980), interpretada por Googie and Tom Cappola.
  • "313" contém uma amostra de "A Secret Place" (1976), interpretada por Grover Washington, Jr..
  • "Maxine" contém uma amostra de "Dolphin Dance" (1976), interpretada por Grover Washington, Jr..
  • "Open Mic" contém amostras de: "Give Me Your Love (Love Song)" (1972), interpretada por Curtis Mayfield; e "World Go Round" (1995), interpretada por Naughty by Nature.
  • "Never 2 Far" contém uma amostra de "Right on Time" (1983), interpretada por Maze com participação de Frankie Beverly.
  • "Searchin'" contém uma amostra de "The Dude" (1981), interpretada por Quincy Jones.
  • "Backstabber" contém amostras de: "Fuckin' Backstabber" (1995), interpretada por Soul Intent; "Jealous" (1989), interpretada por LL Cool J; e "Get Down" (1994), interpretada por Craig Mack.
  • "Jealousy Woes II" contém uma amostra de "Say What" (1977), interpretada por Idris Muhammad; "Jealous" (1989), interpretada por LL Cool J; e "The World Is Yours" (1994), interpretada por Nas.
  • "Radio Freestyle I" contém uma amostra de "Daisy Lady" (1979), interpretada por by 7th Wonder.

Créditos

Os créditos seguintes foram adaptados do encarte do álbum:[17][54][20]

Estúdios de gravação
Pessoal

Notas

  1. Em língua portuguesa (tradução livre): "Estou em uma missão solitária para encontrá-lo pessoalmente / Para resolver a disputa e batê-lo sem misericórdia."
  2. Em língua portuguesa (tradução livre): "Anseio pelo dia no qual ir-nos-emos encontrar de novo / Para que eu o possa dar o sabor do seu próprio remédio."
  3. Eminem foi creditado como "Slim".

Notas de rodapé

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  3. Bozza 2003, p. 119
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  5. CBSNewsOnline (10 de Outubro de 2010). «Eminem's Road to Stardom» (vídeo). 60 Minutes (em inglês). YouTube, LLC. Consultado em 19 de Abril de 2020. Cópia arquivada em 11 de Agosto de 2011 
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Ligações externas

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