Saltar para o conteúdo

Neofascismo: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Allhazred (discussão | contribs)
Desfeita a edição 61060545 de Tithoniadiversifolia
Etiquetas: Desfazer Revertida
Desfeita a edição 61060598 (por ser WP:IMPARCIAL)
Etiquetas: Desfazer Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel Edição móvel avançada
Linha 3: Linha 3:
'''Neofascismo''' é uma [[ideologia]] pós-[[II Guerra Mundial]] a qual inclui elementos significativos do [[fascismo]]. O termo ''neofascista'' pode ser aplicado a grupos que expressem uma admiração específica por [[Benito Mussolini]] e pela [[Itália]] fascista. O neofascismo geralmente inclui [[nacionalismo]], [[nativismo]], [[anticomunismo]] e oposição ao sistema [[parlamentarismo|parlamentarista]] e à [[democracia]]. A alegação de que um grupo seja neofascista pode ser calorosamente contestada, particularmente se o termo for usado como um [[epíteto]] político. Alguns regimes pós-II Guerra Mundial têm sido descritos como neofascistas devido a sua natureza [[autoritarismo|autoritária]], e, às vezes, por sua fascinação pela ideologia e [[rito|rituais]] fascistas.
'''Neofascismo''' é uma [[ideologia]] pós-[[II Guerra Mundial]] a qual inclui elementos significativos do [[fascismo]]. O termo ''neofascista'' pode ser aplicado a grupos que expressem uma admiração específica por [[Benito Mussolini]] e pela [[Itália]] fascista. O neofascismo geralmente inclui [[nacionalismo]], [[nativismo]], [[anticomunismo]] e oposição ao sistema [[parlamentarismo|parlamentarista]] e à [[democracia]]. A alegação de que um grupo seja neofascista pode ser calorosamente contestada, particularmente se o termo for usado como um [[epíteto]] político. Alguns regimes pós-II Guerra Mundial têm sido descritos como neofascistas devido a sua natureza [[autoritarismo|autoritária]], e, às vezes, por sua fascinação pela ideologia e [[rito|rituais]] fascistas.


A tradição de [[regime político|regimes]] [[populismo|populistas]] e autoritários da [[América Latina]] que deram origem aos [[caudilho]]s do [[século XIX]] e início do [[século XX]], e várias [[junta militar|juntas militares]] que tomaram o poder durante a [[Guerra Fria]] criaram condições favoráveis para o surgimento de grupos e nunca de [[governo]]s alinhados com alguns ou vários pontos do ideário fascista. A maioria das juntas constituíram-se como [[ditadura]]s militares tradicionais, e alguns destes regimes (como o [[Argentina|argentino]]), deram guarida a ex-nazistas tais como [[Adolf Eichmann]] e apoiaram movimentos neofascistas (como a ''[[Triple A|Alianza Anticomunista Argentina]]'').<ref>[http://www.geocities.com/nihil0x/trinidade.htm Fascismo e neofascismo na América Latina]{{Ligação inativa|data=janeiro de 2019}} por Hélgio Trindade. Acessado em [[16 de outubro]] de [[2007]].</ref>
A tradição de [[regime político|regimes]] [[populismo|populistas]] e autoritários da [[América Latina]] que deram origem aos [[caudilho]]s do [[século XIX]] e início do [[século XX]], e várias [[junta militar|juntas militares]] que tomaram o poder durante a [[Guerra Fria]] criaram condições favoráveis para o surgimento de grupos e mesmo de [[governo]]s alinhados com alguns ou vários pontos do ideário fascista. A maioria das juntas constituíram-se como [[ditadura]]s militares tradicionais, e alguns destes regimes (como o [[Argentina|argentino]]), deram guarida a ex-nazistas tais como [[Adolf Eichmann]] e apoiaram movimentos neofascistas (como a ''[[Triple A|Alianza Anticomunista Argentina]]'').<ref>[http://www.geocities.com/nihil0x/trinidade.htm Fascismo e neofascismo na América Latina]{{Ligação inativa|data=janeiro de 2019}} por Hélgio Trindade. Acessado em [[16 de outubro]] de [[2007]].</ref>


== América do Sul ==
== América do Sul ==
Linha 10: Linha 10:


=== [[Brasil]] ===
=== [[Brasil]] ===
O governo brasileiro de [[Jair Bolsonaro]] é citado, evidentemente por opositores e por orgãos da mídia tradicional esquerdista, como o ponto de ascensão do neofascismo na América do Sul do século XXI<ref name="Löwy">{{citar web|url=http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/593814-neofascismo-um-fenomeno-planetario-o-caso-bolsonaro|título=Neofascismo: um fenômeno planetário – o caso Bolsonaro|último=Löwy|primeiro=Michael|data=24/10/2019|obra=Revista IHU Online|editora=Instituto Humanitas Unisinos|acessodata=30/05/2020}}</ref><ref name="Viel">{{citar web|título=Manuel Loff: “O bolsonarismo é o neofascismo adaptado ao Brasil do século 21” |url=https://apublica.org/2019/07/o-bolsonarismo-e-o-neofacismo-adaptado-ao-brasil-do-seculo-21/|primeiro=Ricardo|último=Viel|data=29/07/2019|obra=Agências Pública|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref name="">{{citar web|título=Dissecando o neofascismo de Jair Bolsonaro|url=https://ronikurono.jusbrasil.com.br/artigos/635153860/dissecando-o-neofascismo-de-jair-bolsonaro|primeiro=Roni|último=Pereira|obra=Jusbrasil|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref>{{citar web|título=O governo Bolsonaro, o neofascismo e a resistência democrática|url=https://diplomatique.org.br/o-governo-bolsonaro-o-neofascismo-e-a-resistencia-democratica/|nome1=Luiz|sobrenome1=Filgueiras|nome2=Graça|sobrenome2=Druck|obra=Le Monde Diplomatique|data=12/11/2018|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref>{{citar web|título=Novo projeto de poder de Bolsonaro, a Aliança pelo Brasil é o primeiro partido neofascista do país|primeiro=João|último=Filho|url=https://theintercept.com/2019/11/17/alianca-pelo-brasil-bolsonaro-neofascista/|obra=The Intercept Brasil|data=17/11/2019|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref>{{citar web|título=Bolsonarismo está mais radical, diz estudioso de neofascismo|url=https://www.terra.com.br/noticias/bolsonarismo-esta-mais-radical-diz-estudioso-de-neofascismo,a23691794639a6d9f4a077bed4ac3677hozxmwal.html|primeiro=Gabriel|último=Caldeira|data=01/06/2020|obra=Terra|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref name="Bonavides">{{citar web|título=O lado mais sombrio do neofascismo do governo Bolsonaro|url=https://congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/forum/o-lado-mais-sombrio-do-neofascismo-do-governo-bolsonaro/|data=23/03/2020|primeiro=Natália|último=Bonavides|obra=Congresso em Foco|acessodata=09/06/2020}}</ref>, a partir do que eles chamam de [[negacionismo]] da ciência e de uma suposta [[retórica]] [[Bélico|belicosa]] e medidas [[autoritarismo|autoritárias]] que retiram direitos da população unida a uma política econômica fortemente [[neoliberal]].
O governo brasileiro de [[Jair Bolsonaro]] é citado como o ponto de ascensão do neofascismo na América do Sul do século XXI<ref name="Löwy">{{citar web|url=http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/593814-neofascismo-um-fenomeno-planetario-o-caso-bolsonaro|título=Neofascismo: um fenômeno planetário – o caso Bolsonaro|último=Löwy|primeiro=Michael|data=24/10/2019|obra=Revista IHU Online|editora=Instituto Humanitas Unisinos|acessodata=30/05/2020}}</ref><ref name="Viel">{{citar web|título=Manuel Loff: “O bolsonarismo é o neofascismo adaptado ao Brasil do século 21” |url=https://apublica.org/2019/07/o-bolsonarismo-e-o-neofacismo-adaptado-ao-brasil-do-seculo-21/|primeiro=Ricardo|último=Viel|data=29/07/2019|obra=Agências Pública|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref name="">{{citar web|título=Dissecando o neofascismo de Jair Bolsonaro|url=https://ronikurono.jusbrasil.com.br/artigos/635153860/dissecando-o-neofascismo-de-jair-bolsonaro|primeiro=Roni|último=Pereira|obra=Jusbrasil|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref>{{citar web|título=O governo Bolsonaro, o neofascismo e a resistência democrática|url=https://diplomatique.org.br/o-governo-bolsonaro-o-neofascismo-e-a-resistencia-democratica/|nome1=Luiz|sobrenome1=Filgueiras|nome2=Graça|sobrenome2=Druck|obra=Le Monde Diplomatique|data=12/11/2018|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref>{{citar web|título=Novo projeto de poder de Bolsonaro, a Aliança pelo Brasil é o primeiro partido neofascista do país|primeiro=João|último=Filho|url=https://theintercept.com/2019/11/17/alianca-pelo-brasil-bolsonaro-neofascista/|obra=The Intercept Brasil|data=17/11/2019|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref>{{citar web|título=Bolsonarismo está mais radical, diz estudioso de neofascismo|url=https://www.terra.com.br/noticias/bolsonarismo-esta-mais-radical-diz-estudioso-de-neofascismo,a23691794639a6d9f4a077bed4ac3677hozxmwal.html|primeiro=Gabriel|último=Caldeira|data=01/06/2020|obra=Terra|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref name="Bonavides">{{citar web|título=O lado mais sombrio do neofascismo do governo Bolsonaro|url=https://congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/forum/o-lado-mais-sombrio-do-neofascismo-do-governo-bolsonaro/|data=23/03/2020|primeiro=Natália|último=Bonavides|obra=Congresso em Foco|acessodata=09/06/2020}}</ref>, a partir do [[negacionismo]] da ciência e de uma [[retórica]] [[Bélico|belicosa]] e medidas [[autoritarismo|autoritárias]] que retiram direitos da população unida a uma política econômica fortemente [[neoliberal]].
<ref name="PMC7139254">{{citar periódico|titulo=The land of the past? Neo-populism, neo-fascism, and the failure of the left in Brazil|nome=Marcelo|sobrenome=de Souza|obra=Public Health Emergency COVID-19 Initiative|colecao=Elsevier Public Health Emergency Collection|doi=10.1016/j.polgeo.2020.102186|pmc=7139254|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7139254/|pmid=32292250|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref name="poder360">{{citar web|título=Bolsonaro faz do negacionismo um instrumento político, escreve Thales Guaracy|url=https://www.poder360.com.br/opiniao/governo/bolsonaro-faz-do-negacionismo-um-instrumento-politico-escreve-thales-guaracy/|primeiro=Thales|último=Guaracy|data=18/01/2020|obra=Poder360|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref name="OGlobo">{{citar web|título=O negacionismo de Bolsonaro entrará para a história da pandemia|primeiro=Guga|último=Chacra|url=https://blogs.oglobo.globo.com/guga-chacra/post/o-negacionismo-de-bolsonaro-entrara-para-historia-da-pandemia.html|data=15/05/2020|obra=O Globo|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref name="RevistaEpoca">{{citar web|título=Bolsonaro, O negacionista: politica e ciência em tempos de Corona|primeiro=Michel|último=Gherman|data=28/03/2020|url=https://epoca.globo.com/michel-gherman/coluna-bolsonaro-negacionista-politica-ciencia-em-tempos-de-corona-24332846|obra=Revista Época|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref name="Bonavides" />. Evidentemente esses mesmos orgãos nunca conseguem apontar de forma concreta quais direitos foram retirados da população e nem mesmo que parte da ciência supostamente foi negada, agindo assim como verdadeiros disseminadores de falsas notícias. O núcleo desse neofascismo brasileiro convergiu seus interesses e [[retórica]] com o [[pentecostal|pentecostalismo]] e ambos se aliaram com setores militares e [[think tank]]s liberais<ref name="PMC7139254" />. Em outras palavras, o [[bolsonarismo]] é um bloco poderoso construído por liberais e supostos neofascistas de [[extrema-direita]] com o apoio de um movimento de massas, que é exatamente a base do fascismo europeu<ref name="PMC7139254" />. É evidente ressaltar que a associação do governo Jair Bolsonaro ao neofascismo não passa de uma deturpação descabida do conceito de fascismo e mesmo ignorância política clara dos seus opositores, tendo em vista que é totalmente incoerente associar um político que tomou amplas medidas liberais e mesmo reduziu o tamanho do estado a um movimento de claro cunho estatista e centralizador como o fascismo e derivados.
<ref name="PMC7139254">{{citar periódico|titulo=The land of the past? Neo-populism, neo-fascism, and the failure of the left in Brazil|nome=Marcelo|sobrenome=de Souza|obra=Public Health Emergency COVID-19 Initiative|colecao=Elsevier Public Health Emergency Collection|doi=10.1016/j.polgeo.2020.102186|pmc=7139254|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7139254/|pmid=32292250|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref name="poder360">{{citar web|título=Bolsonaro faz do negacionismo um instrumento político, escreve Thales Guaracy|url=https://www.poder360.com.br/opiniao/governo/bolsonaro-faz-do-negacionismo-um-instrumento-politico-escreve-thales-guaracy/|primeiro=Thales|último=Guaracy|data=18/01/2020|obra=Poder360|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref name="OGlobo">{{citar web|título=O negacionismo de Bolsonaro entrará para a história da pandemia|primeiro=Guga|último=Chacra|url=https://blogs.oglobo.globo.com/guga-chacra/post/o-negacionismo-de-bolsonaro-entrara-para-historia-da-pandemia.html|data=15/05/2020|obra=O Globo|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref name="RevistaEpoca">{{citar web|título=Bolsonaro, O negacionista: politica e ciência em tempos de Corona|primeiro=Michel|último=Gherman|data=28/03/2020|url=https://epoca.globo.com/michel-gherman/coluna-bolsonaro-negacionista-politica-ciencia-em-tempos-de-corona-24332846|obra=Revista Época|acessodata=09/06/2020}}</ref><ref name="Bonavides" />. O núcleo desse neofascismo brasileiro convergiu seus interesses e [[retórica]] com o [[fundamentalismo religioso]] [[pentecostal]] e ambos se aliaram com setores militares e [[think tank]]s liberais<ref name="PMC7139254" />. Em outras palavras, o [[bolsonarismo]] é um bloco poderoso construído por liberais e neofascistas de [[extrema-direita]] com o apoio de um movimento de massas fanático, que é exatamente a base do fascismo europeu<ref name="PMC7139254" />.


=== Bolívia ===
=== Bolívia ===

Revisão das 15h50min de 2 de maio de 2021

Esta página lida especificamente com o fascismo pós-II Guerra Mundial. Para movimentos nazistas pós-II Guerra Mundial, ver neonazismo.
Manifestação do grupo neofascista grego "Aurora Dourada" (dezembro de 2010).

Neofascismo é uma ideologia pós-II Guerra Mundial a qual inclui elementos significativos do fascismo. O termo neofascista pode ser aplicado a grupos que expressem uma admiração específica por Benito Mussolini e pela Itália fascista. O neofascismo geralmente inclui nacionalismo, nativismo, anticomunismo e oposição ao sistema parlamentarista e à democracia. A alegação de que um grupo seja neofascista pode ser calorosamente contestada, particularmente se o termo for usado como um epíteto político. Alguns regimes pós-II Guerra Mundial têm sido descritos como neofascistas devido a sua natureza autoritária, e, às vezes, por sua fascinação pela ideologia e rituais fascistas.

A tradição de regimes populistas e autoritários da América Latina que deram origem aos caudilhos do século XIX e início do século XX, e várias juntas militares que tomaram o poder durante a Guerra Fria criaram condições favoráveis para o surgimento de grupos e mesmo de governos alinhados com alguns ou vários pontos do ideário fascista. A maioria das juntas constituíram-se como ditaduras militares tradicionais, e alguns destes regimes (como o argentino), deram guarida a ex-nazistas tais como Adolf Eichmann e apoiaram movimentos neofascistas (como a Alianza Anticomunista Argentina).[1]

América do Sul

Argentina

Em 1976 Isabel Perón, foi deposta por uma junta militar. A junta militar de Videla, que tomou parte da Operação Condor, apoiou vários movimentos neofascistas e de extrema direita e ao grupo terrorista neofascista Aliança Anticomunista Argentina (la Triple A). A SIDE apoiou o Golpe da Cocaína de Meza Tejada na Bolívia e treinou os "Contras" na Nicarágua.[carece de fontes?]

Brasil

O governo brasileiro de Jair Bolsonaro é citado como o ponto de ascensão do neofascismo na América do Sul do século XXI[2][3][4][5][6][7][8], a partir do negacionismo da ciência e de uma retórica belicosa e medidas autoritárias que retiram direitos da população unida a uma política econômica fortemente neoliberal. [9][10][11][12][8]. O núcleo desse neofascismo brasileiro convergiu seus interesses e retórica com o fundamentalismo religioso pentecostal e ambos se aliaram com setores militares e think tanks liberais[9]. Em outras palavras, o bolsonarismo é um bloco poderoso construído por liberais e neofascistas de extrema-direita com o apoio de um movimento de massas fanático, que é exatamente a base do fascismo europeu[9].

Bolívia

Luis García Meza Tejada tomou o poder na Bolívia durante o Golpe da Cocaína em 1980, com o apoio do neofascista italiano Stefano Delle Chiaie, do criminoso de guerra nazista Klaus Barbie e da junta militar da Argentina. O regime foi acusado de apresentar tendências neofascistas e de admirar a parafernália e rituais nazistas. Hugo Banzer Suárez, que antecedeu Tejada, também manifestava admiração pelo nazi-fascismo.[carece de fontes?]

Europa

Espanha

Em Espanha, o regime político de Francisco Franco “desfascizou-se progressivamente durante cerca de trinta anos”, tendo sido formados vários "grupúsculos" neofascistas em combate ao regime nos finais do anos 50 e nos anos 60.[13] .

Após a morte de Franco, em Novembro de 1975, iniciou-se um período de transição para a Monarquia Constitucional durante o qual, entre 1976 e 1981, vários grupos neofascistas passaram a desencadear acções de índole terrorista, cometendo 46 assassínios e vários ataques à propriedade. Em 1981, as autoridades espanholas prenderam 141 militantes dessas organizações neofascistas[14].

França

Em França, no anos 80 existiam dois grupos neofascistas: a "Federação de Acção Nacional Europeia" (FANE) e o "Movimento Nacionalista Revolucionário" (MNR). A FANE foi dissolvida por ordem do governo francês, reconstituindo-se imediatamente nos "Fasces Nacionais Europeus" (FNE). Além destes grupos, foi ainda identificada a existência da "Honneur de la Police", "Delta", "Pieper", e "Odessa", responsáveis por mais de uma centena de ataques terroristas em 1980 e por pelo menos três assassínios.[15]

Grécia

O neofascismo tem estado presente na política grega desde o regime autoritário de Ioannis Metaxas, embora com escassa simpatia entre a população. Durante os anos 1950 e anos 1960, neofascistas gregos formaram frações extremistas, uma das quais foi responsável pelo assassinato do político Gregoris Lambrakis. Em 1967, a junta militar grega de George Papadopoulos, buscou inspiração na era Metaxas de 1936-1941 e impôs aos gregos uma mentalidade neofascista de poder.[carece de fontes?]

Uma década após o retorno à democracia (1974), o ex-líder da junta, George Papadopoulos, fundou e presidiu a União Política Nacional, um partido que se não era neofascista, pelo menos apoiava pontos de vista autoritários e o ideal de "Ellas ton Ellinon Christianon" ("Grécia para os gregos ortodoxos"). Os neofascistas gregos despertaram pouco mais que indiferença por parte da população em geral, mas continuaram a existir em partidos inexpressivos, raramente chegando a conquistar cadeiras no parlamento.[carece de fontes?]

No início dos anos 1980, Nikolaos Michaloliakos, um ex-pára-quedista do exército grego e ex-líder da juventude da União Política Nacional, criou o Movimento Popular Nacional Hrisi Avgi ("Aurora Dourada" em grego), um partido neonazista que durou até aos dias de hoje, estando actualmente no parlamento grego. O "Aurora Dourada" opõe-se à imigração e conquistou 18 dos 300 assentos no parlamento em junho de 2012.[16][17] Nas eleições municipais de novembro de 2010, a Aurora Dourada obteve 5,3% dos votos em Atenas, adquirindo uma cadeira no Conselho da Cidade (legislativo municipal). Em alguns bairros o partido chegou a obter 20% dos votos. Ao entrar na câmara municipal após ser eleito em Atenas, Nikolaos Michaloliakos fez a chamada saudação romana (uma saudação que já existia na Roma Antiga e que foi adoptada pelos fascistas de Mussolini).[18]

Itália

A violência terrorista neofascista começou em 1965, intensificando-se em 1968-69. Enquanto os estudantes do MSI faziam agitação nas universidades, provocando tumultos e destruições, outros grupos desencadeavam acções terroristas. Em 1969, o grupo Ordine Nuovo voltou ao seio do MSI, mas logo uma cisão criou o "Movimento Politico Ordine Nuovo".[carece de fontes?]

Hoje na Itália observa-se um resurgimento neofascista com a organização política denominada CasaPound. Tal movimento nega ter qualquer caráter racista ou racialista e se declaram como "fascistas do terceiro milênio".[19][20]

Ver também

Referências

  1. Fascismo e neofascismo na América Latina[ligação inativa] por Hélgio Trindade. Acessado em 16 de outubro de 2007.
  2. Löwy, Michael (24 de outubro de 2019). «Neofascismo: um fenômeno planetário – o caso Bolsonaro». Revista IHU Online. Instituto Humanitas Unisinos. Consultado em 30 de maio de 2020 
  3. Viel, Ricardo (29 de julho de 2019). «Manuel Loff: "O bolsonarismo é o neofascismo adaptado ao Brasil do século 21"». Agências Pública. Consultado em 9 de junho de 2020 
  4. Pereira, Roni. «Dissecando o neofascismo de Jair Bolsonaro». Jusbrasil. Consultado em 9 de junho de 2020 
  5. Filgueiras, Luiz; Druck, Graça (12 de novembro de 2018). «O governo Bolsonaro, o neofascismo e a resistência democrática». Le Monde Diplomatique. Consultado em 9 de junho de 2020 
  6. Filho, João (17 de novembro de 2019). «Novo projeto de poder de Bolsonaro, a Aliança pelo Brasil é o primeiro partido neofascista do país». The Intercept Brasil. Consultado em 9 de junho de 2020 
  7. Caldeira, Gabriel (1 de junho de 2020). «Bolsonarismo está mais radical, diz estudioso de neofascismo». Terra. Consultado em 9 de junho de 2020 
  8. a b Bonavides, Natália (23 de março de 2020). «O lado mais sombrio do neofascismo do governo Bolsonaro». Congresso em Foco. Consultado em 9 de junho de 2020 
  9. a b c de Souza, Marcelo. «The land of the past? Neo-populism, neo-fascism, and the failure of the left in Brazil». Public Health Emergency COVID-19 Initiative. Elsevier Public Health Emergency Collection. PMC 7139254Acessível livremente. PMID 32292250. doi:10.1016/j.polgeo.2020.102186. Consultado em 9 de junho de 2020 
  10. Guaracy, Thales (18 de janeiro de 2020). «Bolsonaro faz do negacionismo um instrumento político, escreve Thales Guaracy». Poder360. Consultado em 9 de junho de 2020 
  11. Chacra, Guga (15 de maio de 2020). «O negacionismo de Bolsonaro entrará para a história da pandemia». O Globo. Consultado em 9 de junho de 2020 
  12. Gherman, Michel (28 de março de 2020). «Bolsonaro, O negacionista: politica e ciência em tempos de Corona». Revista Época. Consultado em 9 de junho de 2020 
  13. Stanley G. Payne, A History of Fascism, 1914-1945, Londres, UCL Press, 1995, p. 509
  14. Cambio 16 (Madrid), 30 de Agosto de 1982
  15. Michel Winock (dir.): Histoire de l’extrême droite en France, 1993
  16. Imigração
  17. Parlamento grego suspende imunidade de 6 integrantes do Aurora Dourada
  18. Multiplicação
  19. Roma, Casapound spiazza tutti.
  20. Il Corriere del Mezzogiorno: Intervista aI leader di CasaPound

Leituras adicionais

  • Clouscard, Michel. Neofascismo e ideologia do desejo: os tartufos da revolução. Lisboa: Estampa, 1974.
  • Dussel, Enrique. De Medellín a Puebla : uma década de sangue e esperança. Säo Paulo: Loyola, 1981-1983, 3 v.
  • Lee, Martin A. The Beast Reawakens. Nova York: Little, Brown and Company, 1997. ISBN 0-316-51959-6
  • Griffin, Roger. Fascism. Oxford Readers, 1995. ISBN 0-19-289249-5
  • Thurlow, Richard C. Fascism in Britain: A History, 1918-1985. Olympic Marketing Corp, 1987. ISBN 0-631-13618-5.
  • Del Boca, Angelo. Fascism Today: A World Survey. Pantheon Books, 1969.
  • Hockenos, Paul. Free to Hate: The Rise of the Right in Post-Communist Eastern Europe. Routledge, 1994. ISBN 0-415-91058-7
  • Harris, Geoff. The Dark Side of Europe: The Extreme Right Today. Edinburgh University Press, 1994. ISBN 0-7486-0466-9
  • Cheles, Luciano; Ferguson, Ronnie e Vaughan, Michalina. The Far Right in Western and Eastern Europe. Longman Publishing Group, 1995. ISBN 0-582-23881-1
  • Kitschelt, Herbert. The Radical Right in Western Europe: A Comparative Analysis. University of Michigan Press, 1997. ISBN 0-472-08441-0
  • Schain, Martin; Zolberg, Aristide e Hossay, Patrick. Shadows Over Europe: The Development and Impact of the Extreme Right in Western Europe. Palgrave Macmillan, 2002. ISBN 0-312-29593-6)

Ligações externas

Ícone de esboço Este artigo sobre política ou um(a) cientista político(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.