Teótoco: diferenças entre revisões

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Revisão das 04h42min de 28 de setembro de 2012

Theotokos (grego: Θεοτόκος, transliteração: Theotókos) é o título grego de Maria, mãe de Jesus, usado especialmente na Igreja Ortodoxa e Igrejas Orientais Católicas.

Tradução

Sua tradução literal para o português incluí "portadora de Deus". Na teologia calcedoniana Maria é a Theotokos, porque seu filho Jesus é simultaneamente Deus e homem, divino e humano, Theotokos, portanto, refere-se à Encarnação, quando Deus assumiu a natureza humana em Jesus Cristo, sendo isto possível graças à cooperação de Maria.

Traduções menos literais incluem Mãe de Deus. Católicos, anglicanos, e algumas denominações protestantes usam com mais freqüência o título de "Mãe de Deus" do que "Theotokos". O título de Maria como Mãe de Deus em alguns ocasiões causa má interpretação, esse título não refere-se à Maria como Mãe de Deus desde a eternidade (no Kairos), mas apenas como mãe de Jesus, que por ser verdadeiramente Deus, torna-se também a Mãe de Deus na Terra (no Chronos). Em contrapartida, Theotokos torna explícito seu significado teológico, excluindo assim qualquer mal-entendido da maternidade divina de Maria. A doutrina afirma que Maria é verdadeiramente a Mãe de Deus, uma vez que a maternidade diz respeito à pessoa inteira, e não apenas ao corpo, nem tampouco apenas à natureza humana. Deste modo o nome Theotókos — Mãe de Deus — tornou-se o nome próprio da união com Deus, concedida à Virgem Maria [1].

Diversos Padres da Igreja nos três primeiros séculos defendem Maria como a Theotokos, como Orígenes (254), Atanásio (330) e João Crisóstomo (400). O Concílio de Éfeso decretou esta doutrina dogmaticamente em 431.

Etimologia e tradução

Theotokos é composta de duas palavras gregas, Θεός (Deus) e τόκος (parto). Literalmente, isso se traduz como portadora de Deus ou a que dá à luz Deus. No entanto, na Igreja Ortodoxa muitos[quem?] consideram essa tradução literal desajeitada no uso litúrgico, e Theotokos é traduzida como Mãe de Deus. O último título é composto de uma palavra distinta em grego, Μήτηρ του Θεού (transliterado Mētēr tou Theou). Outras palavras gregas poderiam ser usadas para descrever "Mãe de Deus", como Θεομήτωρ (transliterado Theomētor; Θεομήτηρ também escrito, transliterado como Theomētēr) e Μητρόθεος (transliterado Mētrotheos), que são encontradas em textos patrísticos e litúrgicos. As letras gregas ΜΡ e ΘΥ são abreviaturas utilizadas para os termos gregos de "Mãe de Deus", consistindo das letras inicial e final de cada palavra, a sua utilização é uma prática comum na iconografia ortodoxa para referir-se à Maria.

Em muitas tradições, Theotokos foi traduzida do grego para a língua local litúrgica. A mais proeminente delas é a tradução para o latim (Deipara, Genetrix Dei, como também, Mater Dei), em árabe (والدة translit الله. transliteração: Wālidat Deus), em georgiano (ღვთისმშობელი. transliteração: Ghvtismshobeli), em armênio: (Աստուածածին. transliteração: Astvadzatzin) e o romeno (Născătoare de Dumnezeu ou Maica Domnului).

Theotokos na Bíblia

Cristãos católicos e ortodoxos justificam a utilização da expressão Theotokos ou Mãe de Deus, citando Lucas 1:43 a qual Isabel (Bíblia) saúda a Virgem Maria como a "mãe do meu Senhor".

História

Primeiras Crenças e Padres da Igreja

Diversos Padres da Igreja nos três primeiros séculos defendem Maria como a Theotokos, dentre eles; Orígenes (254), Dionísio (250), Atanásio (330), Gregório (370), João Crisóstomo (400) e Agostinho de Hipona (430). O hino "À vossa compaixão" (em grego: Ὑπὸ τὴν σὴν εὐσπλαγχνίαν), datado do século III, retrata Maria como «Santíssima Theotokos, salvai-nos.»[2]

Definição dogmática pelo Concílio de Éfeso

O uso do termo Theotokos foi formalmente afirmado como dogma no Terceiro Concílio Ecumênico realizado em Éfeso, em 431. A visão contrária, defendida pelo patriarca de Constantinopla Nestório era que Maria devia ser chamada de Christotokos, que significa "Mãe de Cristo", para restringir o seu papel como mãe apenas da natureza humana de Cristo e não da sua natureza divina.

Os adversários de Nestório, liderados por Cirilo de Alexandria, consideravam isto inaceitável, pois Nestório estava destruindo a união perfeita e inseparável da natureza divina e humana em Jesus Cristo, uma vez que em Cristo "O Verbo se fez carne" (João 1:14), ou seja o Verbo (que é Deus - João 1:1) é a carne; e a carne é o Verbo, Maria foi a mãe da carne de Cristo e por consequencia do Verbo. Cirilo escreveu que "Surpreende-me que há alguns que duvidam que a Virgem santa deve ser chamada ou não de Theotokos. Pois, se Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus, e a Virgem santa deu-o à luz, ela não se tornou a [Theotokos]?"[3] A doutrina de Nestório foi considerada uma falsificação da Encarnação de Cristo, e por consequência, da salvação da humanidade. O Concílio aceitou a argumentação de Cirilo, afirmou como dogma o título de Theotókos de Maria, e anatematizou Nestório, considerando sua doutrina (Nestorianismo) como uma heresia.

Theotokos de Vladimir, o mais venerado ícone ortodoxo.

Hinos

Maria é frequentemente chamada de Theotokos no hinos das Igrejas Ortodoxa, e Católicas Orientais. O mais comum é o Axion Estin, que é usado em quase todos as formas de liturgia.

Outros exemplos incluem o Sub tuum praesidium (À vossa proteção) que data do século III, a Ave Maria, e o Magnificat.

Solenidade

Na Igreja Católica, a solenidade da Theotokos é comemorado em 1 de janeiro, juntamente com o Dia Mundial da Paz. Esta solenidade data cerca de 500 d.C e foi originalmente comemorado nas Igrejas Orientais.

Ícones

Referências

  1. Papa João Paulo II (15 de Agosto de 1988). «Maria, Theotokos». Carta Apostólica Mulieres Dignitatem. Consultado em 16 de maio de 2012 
  2. Matthewes-Green, Frederica (2007). The Lost Gospel of Mary: The Mother of Jesus in Three Ancient Texts. Brewster MA: Paraclete Press. pp. 85–87. ISBN 978-1-55725-536-5 
  3. Epístola 1, aos monges do Egito, Patrologia Graeca; 77:13 B

Bibliografia

  • Cirilo de Alexandria, On the Unity of Christ, John Anthony McGuckin, trans. ISBN 0-88141-133-7
  • McGuckin, John Anthony, St. Cyril of Alexandria: The Christological Controversy (1994, e reimpresso em 2004) ISBN 0-88141-259-7
  • São João de Shanghai e San Francisco, "The Orthodox Veneration of Mary, The Birth Giver of God" (2004, Sixth Printing, Third Edition). ISBN 0-938635-68-9
  • Ware, Bispo Kallistos, "The Orthodox Way" (1979, Revised Edition, 1995, reimpresso em 1999). ISBN 0-913836-58-3

Ver também

Ligações externas