Farol do Cabo Sardão
Número nacional |
426 |
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Coordenadas | |
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Banhado por | |
Localização | |
Localização | |
Altitude |
68 m |
Inauguração |
15 de Abril de 1915 |
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Automatização | |
Estatuto patrimonial |
sem protecção legal (d) |
Altura |
17 |
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Material | |
Altura focal |
68 m |
Material |
Ótica | |
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Lâmpada |
1.000 W |
Alcance luz | |
Luz característica |
№ Faróis de Portugal |
426 |
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№ internacional |
D-2164 |
№ da ARLHS |
POR-014 |
№ da NGA |
113-3604[1] |
MarineTraffic |
O Farol do Cabo Sardão é um farol situado no Cabo Sardão, na freguesia de São Teotónio, no Município de Odemira, em Portugal.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Consiste num farol de tipologia costeira, estando localizado na Ponta do Cavaleiro ou Cabo Sardão,[2] no interior do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.[3] A estrutura tem cerca de 17 m de altura, e está situada a uma altitude de 68 m.[2] Tem um alcance de cerca de 42,5 Km ou 23 milhas náuticas.[2]
Apesar de ter sido edificado na década de 1910, ainda segue as tendências construtivas do século XIX, que seguiam um princípio racionalista, como pode ser constatado pela grande sobriedade e solidez geral da construção, e pela forma clara como foi organizada a planta, tendo sido utilizado um esquema clássico na sua composição, com a torre do farol em si a ser colocada no centro do complexo, com os vários edifícios em redor, de forma simétrica.[4] Ainda assim, sobressaem alguns elementos inspirados noutros períodos, como a torre, que recorda uma estrutura baluarte, e um painel de azulejos na fachada de influência barroca.[4] Apresenta várias similitudes com outros faróis em território nacional, como o da Ponta da Ribeirinha, na Ilha do Faial, e o de Alfanzina, no Algarve.[4]
Devido às suas dimensões e importante localização, o Farol do Cabo Sardão é considerado como um dos mais emblemáticos monumentos no concelho.[3]
História
[editar | editar código-fonte]O local onde se ergue o farol terá sido originalmente ocupado pela atalaia do Castelo do Cavaleiro, que poderá corresponder aos vestígios de construção que foram encontrados por debaixo do edifício do farol.[5]
A instalação de um farol no Cabo Sardão foi proposta por Pereira da Silva em 1866, tendo afirmado que «Dividindo este cabo em duas partes iguaes a distancia que vae do Cabo de Sines ao Cabo de São Vicente (54 milhas), muito convem estabelecer ali um pharol de 3ª ordem, que é sufficiente para esclarecer esta parte da costa».[6] Em 1883 foi aprovado o Plano Geral de Alumiamento e Balizagem, que incluía a construção de um farol de segunda classe no Cabo Sardão, que teria luz distribuída em grupos de dois clarões, um branco e outro vermelho.[6] Nessa altura, a Comissão de Faróis e Balizas calculou um orçamento de 26.000$00 Réis, dos quais 15.000$00 seriam destinados ao edifício em si, enquanto que o restante valor seria para o aparelho e a lanterna.[6] Uma proposta semelhante foi feita por uma comissão de 1902, embora utilizando um aparelho de terceira ordem, modelo pequeno, e que deveria mostrar clarões brancos equidistantes com dez segundos de intervalo.[2] Porém, só em 1912 é que foi produzida a memória descritiva e justificativa para a construção, apontando um orçamento de 29.000,00 Réis.[2] O farol começou a funcionar em 15 de Abril de 1915, possuindo originalmente um aparelho óptico de terceira ordem, com um modelo de grandes dimensões, com 500 mm de distância focal, e uma fonte luminosa de incandescência por vapor de petróleo, sendo a rotação feita por uma máquina de relojoaria.[2]
Em 1950 o farol foi electrificado, através da montagem de grupos electrogéneos, tendo a fonte luminosa passado a ser uma lâmpada de 3000 W.[2] Em 1984 a estrutura passou a estar ligada à rede eléctrica pública, tendo sido automatizada e equipada com uma lâmpada de 1000 W.[2] Em 1999 o imóvel foi alvo de extensas obras de remodelação.[2]
Em Abril de 2015 a Câmara Municipal de Odemira, a Marinha Portuguesa e a Autoridade Marítima Nacional e Direcção de Faróis organizaram um conjunto de eventos para assinalar o centenário do Farol do Cabo Sardão.[3] As comemorações incluíram o descerramento de uma placa alusiva à efeméride no farol, e a realização de exposições na sede da Junta de Freguesia de São Teotónio e no Centro Cultural de Cavaleiro.[3] Também foi assinada a consignação de uma empreitada para a valorização da área envolvente ao farol.[3] A intervenção no Cabo Sardão foi realizada como parte do conjunto de obras feitas pela Sociedade Polis Litoral Sudoeste, e teve como finalidade melhorar as condições naturais e paisagísticas, e reordenar a circulação e o estacionamento de automóveis, tendo sido dado um maior ênfase à circulação pedonal.[7]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Lista de património edificado em Odemira
- Capela de São Miguel (São Teotónio)
- Ermida de Santa Bárbara (São Teotónio)
- Farolim de Vila Nova de Milfontes
- Igreja Paroquial de São Teotónio
- Moinho de Água da Assenha
- Sítio arqueológico de Palheirões do Alegra
Referências
- ↑ «Cabo Sardao». NGA List of Lights - Pub. 113 - Aid No. 3604 (em inglês). NGA - National Geospatial-Intelligence Agency. 26 de setembro de 2009. Consultado em 31 de agosto de 2010
- ↑ a b c d e f g h i «Farol do Cabo Sardão». Autoridade Marítima Nacional. Consultado em 21 de Março de 2022
- ↑ a b c d e «Comemorações do centenário do Farol do Cabo Sardão» (PDF). Odemira em Notícia. Odemira: Câmara Municipal de Odemira. Agosto de 2015. p. 34. Consultado em 6 de Junho de 2022
- ↑ a b c PEREIRA, Ricardo (2001). «Farol do Cabo Sardão». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 21 de Março de 2022
- ↑ «Castelo do Cavaleiro». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 18 de Julho de 2022
- ↑ a b c Direcção de Faróis (Julho de 2005). «Farol do Cabo Sardão» (PDF). Revista da Armada. Ano XXXV (388). Marinha Portuguesa. p. 35. Consultado em 21 de Março de 2022
- ↑ «Mais de 10 milhões de Euros de investimento no litoral de Odemira» (PDF). Odemira em Notícia. Odemira: Câmara Municipal de Odemira. Fevereiro de 2016. p. 4. Consultado em 6 de Junho de 2022
Leitura recomendada
[editar | editar código-fonte]- QUARESMA, António Martins (2012). O rio Mira no sistema portuário do litoral alentejano (1851-1918) (Tese de Doutoramento). Universidade de Évora. Consultado em 22 de Março de 2022
- VILHENA, Francisco João; LOURO, Maria Regina (1995). Faróis de Portugal. Lisboa: Gradiva. 160 páginas. ISBN 9789726624264
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Farol do Cabo Sardão na base de dados SIPA da Direção-Geral do Património Cultural
- «Artigo Faróis de Portugal, no sítio electrónico da Associação Nacional de Cruzeiros»
- «Página sobre o Farol do Cabo Sardão, no sítio electrónico Terras de Mouros»
- «Página sobre o Farol do Cabo Sardão, no portal do turismo da Câmara Municipal de Odemira»