Hiperpigmentação

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Hiperpigmentação
Hiperpigmentação
Especialidade Dermatologia
Causas Melanogenesis
Classificação e recursos externos
DiseasesDB 24638
MeSH D017495
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A hiperpigmentação é o escurecimento de uma área da pele ou das unhas causada pelo aumento da melanina.

Causas[editar | editar código-fonte]

A hiperpigmentação pode ser causada por danos causados pelo sol, inflamação ou outras lesões da pele, incluindo aquelas relacionadas à acne vulgar.[1][2][3]:854 Pessoas com tons de pele mais escuros são mais propensas à hiperpigmentação, especialmente com exposição excessiva ao sol.[4]

Muitas formas de hiperpigmentação são causadas por um excesso de produção de melanina.[4] A hiperpigmentação pode ser difusa ou focal, afetando áreas como a face e o dorso das mãos. A melanina é produzida pelos melanócitos na camada inferior da epiderme. A melanina é uma classe de pigmento responsável por produzir cor no corpo em locais como olhos, pele e cabelo. O processo de síntese de melanina (melanogênese) começa com a oxidação da del-tirosina para l-dopa (ou Levodopa) pela enzima tirosina hidroxilase, então para L-dopaquinona e dopacromo, que formam a melanina.[5]

À medida que o corpo envelhece, a distribuição dos melanócitos torna-se menos difusa e sua regulação menos controlada pelo corpo. A luz ultravioleta estimula a atividade dos melanócitos e, onde a concentração das células é maior, ocorre a hiperpigmentação. Outra forma de hiperpigmentação é a Hiperpigmentação Pós-Inflamatória (HPI). Trata-se de manchas escuras e descoloridas que aparecem na pele após a cura da acne.[6]

Doenças e condições[editar | editar código-fonte]

A hiperpigmentação está associada a várias doenças ou condições, incluindo as seguintes:

Às vezes, a hiperpigmentação pode ser induzida por procedimentos dermatológicos a laser.

Diagnóstico[editar | editar código-fonte]

Tratamento[editar | editar código-fonte]

Há uma ampla variedade de tratamentos despigmentantes usados para condições de hiperpigmentação, e as respostas à maioria deles podem variar.[11]

Na maioria das vezes, o tratamento para hiperpigmentação causada pela superprodução de melanina (como melasma, cicatrizes de acne, manchas hepáticas) inclui o uso de agentes despigmentantes tópicos, que variam em eficácia e segurança, bem como em regras de prescrição.[12]

Tratamentos tópicos[editar | editar código-fonte]

Muitos tratamentos tópicos interrompem a síntese de melanina inibindo a enzima tirosina hidroxilase.[5]

Nos EUA, alguns deles podem precisar de prescrição médica, especialmente quando é necessário em altas doses, como hidroquinona, ácido azelaico,[13] e ácido kójico.[14] Outros estão disponíveis sem receita médica, como a niacinamida,[15][16]l - ácido ascórbicoretinóides como a tretinoína,[17] ou cloridrato de cisteamina.[18][19] A hidroquinona era o tratamento de hiperpigmentação mais comumente prescrito antes que as preocupações de segurança a longo prazo fossem levantadas,[20] o que fez com que seu uso geral torna-se mais regulamentado em vários países e fosse desencorajado pela OMS.[21] Nos EUA, apenas 2% dos tratamentos tópicos com hidroquinona são atualmente vendidos sem receita e 4% precisam de receita médica. Na UE, a hidroquinona foi banida de aplicações cosméticas.[22] De acordo com o principal dermatologista de celebridades, Dr. Chytra Anand, ingredientes ativos como alcaçuz, ácido málico, ácido glicólico e lático, niacinamida, vitamina C e açafrão em uma rotina diária de cuidados com a pele também podem ajudar a reduzir a pigmentação.[23]

Tratamentos Orais[editar | editar código-fonte]

Medicação oral com procianidina, com adição de de vitaminas A, C e E, se mostra promissora como também segura e eficaz para o melasma epidérmico. Em um estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo de 8 semanas em 56 mulheres filipinas, o tratamento foi associado a melhorias significativas nas regiões malar esquerda e direita, além de ter sido seguro e bem tolerado.[24] Outros tratamentos que não envolvem agentes tópicos também estão disponíveis, incluindo lasers de fração[25] e dermoabrasão.[12]

Tratamentos a Laser[editar | editar código-fonte]

Clareamento através da utilização do laser Neodímio YAG (ítrio-alumínio-granada)[26] e de luz intensa pulsada (LIP) têm sido usados para tratar hiperpigmentação, tais como melasma e hiperpigmentação pós-inflamatória.[27]

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Hyperpigmentation». Dermatalogic Disease Database. American Osteopathic College of Dermatology. Consultado em 8 de março de 2006 
  2. Rapini, Ronald P.; Bolognia, Jean L.; Jorizzo, Joseph L. (2007). Dermatology: 2-Volume Set. St. Louis: Mosby. ISBN 978-1-4160-2999-1 
  3. James, William; Berger, Timothy; Elston, Dirk (2005). Andrews' Diseases of the Skin: Clinical Dermatology. (10th ed.). Saunders. ISBN 0-7216-2921-0.
  4. a b Chandra, M; Levitt, J; Pensabene, CA (Maio de 2012). «Hydroquinone therapy for post-inflammatory hyperpigmentation secondary to acne: not just prescribable by dermatologists». Acta Dermato-Venerologica. 92 (3): 232–5. PMID 22002814. doi:10.2340/00015555-1225Acessível livremente 
  5. a b Kim, Ji Hye; Kang, Nam Joo (14 de julho de 2015). «Potent whitening effects of rutin metabolites». Korean Journal of Food Preservation (em latim). 22 (4): 607–612. ISSN 2287-7428. doi:10.11002/kjfp.2015.22.4.607Acessível livremente. Consultado em 15 de março de 2022 
  6. Hyperpigmentation on Face (Acne Scars) Hyperpigmentation, Dark Spots, Acne Scars, Meladerm.
  7. «Melasma». American Academy of Dermatology, Inc. 
  8. «Schimke immunoosseous dysplasia | Genetic and Rare Diseases Information Center (GARD) – an NCATS Program». rarediseases.info.nih.gov. Consultado em 13 de março de 2019 
  9. Kannan, R.; Ng, M. J. (2008). «Cutaneous lesions and vitamin B12 deficiency: An often-forgotten link, Rajendran Kannan, MB BS MD». Canadian Family Physician. 54 (4): 529–532. PMC 2294086Acessível livremente. PMID 18413300 
  10. Lawrence, Elizabeth; Al Aboud, Khalid M. (2022), «Postinflammatory Hyperpigmentation», Treasure Island (FL): StatPearls Publishing, StatPearls, PMID 32644576, consultado em 27 de março de 2022 
  11. Gupta, AK; Gover, MD; Nouri, K; Taylor, S (dezembro de 2006). «The treatment of melasma: a review of clinical trials.». Journal of the American Academy of Dermatology. 55 (6): 1048–65. PMID 17097400. doi:10.1016/j.jaad.2006.02.009 
  12. a b «Variety of options available to treat pigmentation problems | American Academy of Dermatology». www.aad.org. Consultado em 12 de fevereiro de 2017 
  13. Mazurek, Klaudia; Pierzchała, Ewa (1 de setembro de 2016). «Comparison of efficacy of products containing azelaic acid in melasma treatment». Journal of Cosmetic Dermatology. 15 (3): 269–282. ISSN 1473-2165. PMID 27028014. doi:10.1111/jocd.12217 
  14. Monteiro, Rochelle C.; Kishore, B. Nanda; Bhat, Ramesh M.; Sukumar, D.; Martis, Jacintha; Ganesh, H. Kamath (1 de março de 2013). «A Comparative Study of the Efficacy of 4% Hydroquinone vs 0.75% Kojic Acid Cream in the Treatment of Facial Melasma». Indian Journal of Dermatology. 58 (2). 157 páginas. ISSN 1998-3611. PMC 3657227Acessível livremente. PMID 23716817. doi:10.4103/0019-5154.108070 
  15. Hakozaki, T.; Minwalla, L.; Zhuang, J.; Chhoa, M.; Matsubara, A.; Miyamoto, K.; Greatens, A.; Hillebrand, G.G.; Bissett, D.L. (1 de julho de 2002). «The effect of niacinamide on reducing cutaneous pigmentation and suppression of melanosome transfer». British Journal of Dermatology. 147 (1): 20–31. PMID 12100180. doi:10.1046/j.1365-2133.2002.04834.x 
  16. «Spotlight On: Niacinamide - FutureDerm». FutureDerm (em inglês). 30 de outubro de 2007. Consultado em 12 de fevereiro de 2017 
  17. Callender, Valerie D.; Baldwin, Hilary; Cook-Bolden, Fran E.; Alexis, Andrew F.; Stein Gold, Linda; Guenin, Eric (9 de novembro de 2021). «Effects of Topical Retinoids on Acne and Post-inflammatory Hyperpigmentation in Patients with Skin of Color: A Clinical Review and Implications for Practice». Springer Science and Business Media LLC. American Journal of Clinical Dermatology. 23 (1): 69–81. ISSN 1175-0561. PMC 8776661Acessível livremente. PMID 34751927. doi:10.1007/s40257-021-00643-2 
  18. Mansouri, P.; Farshi, S.; Hashemi, Z.; Kasraee, B. (1 de julho de 2015). «Evaluation of the efficacy of cysteamine 5% cream in the treatment of epidermal melasma: a randomized double-blind placebo-controlled trial». The British Journal of Dermatology. 173 (1): 209–217. ISSN 1365-2133. PMID 25251767. doi:10.1111/bjd.13424 
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  20. Draelos, Zoe Diana (1 de setembro de 2007). «Skin lightening preparations and the hydroquinone controversy». Dermatologic Therapy. 20 (5): 308–313. ISSN 1529-8019. PMID 18045355. doi:10.1111/j.1529-8019.2007.00144.xAcessível livremente 
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  27. Arora, Pooja; Sarkar, Rashmi; Garg, Vijay K; Arya, Latika (27 de janeiro de 2022). «Lasers for Treatment of Melasma and Post-Inflammatory Hyperpigmentation». Journal of Cutaneous and Aesthetic Surgery. 5 (2): 93–103. PMC 3461803Acessível livremente. PMID 23060704. doi:10.4103/0974-2077.99436