Inácio João Dal Monte

Inácio João Dal Monte
Bispo da Igreja Católica
Bispo de Guaxupé
Info/Prelado da Igreja Católica
Título	Servo de Deus
Atividade eclesiástica
Ordem	Ordem dos Frades Menores Capuchinhos
Diocese	Diocese de Guaxupé
Nomeação	21 de maio de 1952 pelo Papa Pio XII
Predecessor	Dom Hugo Bressane de Araújo
Sucessor	Dom José de Almeida Batista Pereira
Mandato	1952 - 1963
Ordenação e nomeação
Profissão Solene	8 de dezembro de 1921 Veneza, Itália
Ordenação presbiteral	5 de abril de 1924 Veneza, Itália por Cardeal Patriarca Dom Pietro La Fontaine
Nomeação episcopal	15 de março de 1949
Ordenação episcopal	26 de maio de 1949 Santo Antônio da Platina, Paraná, Brasil por Dom Carlo Chiarlo
Lema episcopal	EXIIT QUI SEMINAT Saiu o Semeador
Dados pessoais
Nascimento	Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil 28 de agosto de 1897
Morte	Guaxupé, Minas Gerais, Brasil 29 de maio de 1963 (65 anos)
Nome religioso	Inácio de Ribeirão Preto
Nome nascimento	João Dal Monte
Nacionalidade	brasileiro
Progenitores	Mãe: Ângela Guglielmini Dal Monte Pai: Luiz Dal Monte
Funções exercidas	-Bispo-coadjutor de Joinville (1949-1952)
Títulos anteriores	-Bispo Titular de Agbia (1949-1952)
Assinatura
dados em catholic-hierarchy.org Bispos Categoria:Hierarquia católica Projeto Catolicismo

Dom Frei Inácio João Dal Monte OFMCap (Ribeirão Preto, 28 de agosto de 1897 — Guaxupé, 29 de maio de 1963), foi um frade capuchinho brasileiro e bispo da diocese de Guaxupé . Faleceu em 1963, aos 65 anos, com fama de santidade.

Vida

Seu nome de nascimento é João Dal Monte, tendo nascido em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, no dia 28 de agosto de 1897, filho dos imigrantes italianos Luiz Dal Monte e Ângela Guglielmini Dal Monte. Foi batizado no dia 31 de outubro do mesmo ano, na Paróquia de São Sebastião, em Ribeirão Preto. Seu pai faleceu quando tinha 3 anos e, então, voltou com sua mãe para Mussolente, na Itália. Sua mãe faleceu quando tinha 7 anos e passou a viver e ser educado pelos tios.

Em setembro de 1908, com 11 anos, ingressou na Ordem dos Franciscanos, no seminário de Rovigo. No dia 15 de setembro de 1912, no Noviciado de Bassano da Província Monástica dos Padres Capuchinhos de Veneza, recebeu o hábito capuchinho, adotando o nome religioso de Inácio, sendo chamado de Frei Inácio de Ribeirão Preto. Em 21 de setembro de 1913, emitiu os votos temporários.

Frei Inácio estava na Itália quando iniciou a Primeira Guerra Mundial e foi obrigado a servir ao exército italiano, embora fosse brasileiro. Esse fato marcou profundamente sua vida, o que ele expressa em uma de suas cartas pastorais como Bispo de Guaxupé:

Por quatro anos a fio, ficamos na antecâmara do inferno e por dois anos contínuos, no meio dos sofrimentos das trincheiras, na luta entre a contínua morte, que a todo passo nos espreitava ou nos campos de concentração

Emitiu sua profissão perpétua no dia 8 de dezembro de 1921, em Veneza. Em 1922, inscreveu-se na faculdade jurídica do Seminário Patriarcal de Veneza, obtendo o diploma de Doutor em Direito Canônico, em 1925.

No dia 5 de abril de 1924, foi ordenado sacerdote pelo Cardeal Patriarca Pietro La Fontaine, em Veneza. É enviado de volta ao Brasil, para o estado do Paraná, juntamente com outros franciscanos capuchinhos, em setembro de 1925. Exerceu o ministério presbiteral em Curitiba e em Campo Magro. De 1932 a 1937, foi superior do Convento de Botiatuba, localizado em Almirante Tamandaré. De 1937 a 1938, vigário de Jaguariaíva, e de 1939 a 1949, de Santo Antônio da Platina. Tornou-se custódio provincial dos capuchinhos do Paraná e de Santa Catarina, durante doze anos, até 1949.

Frei Inácio foi nomeado bispo pelo Papa Pio XII, em 15 de março de 1949, como bispo titular de Agbia e bispo coadjutor da Diocese de Joinville, em Santa Catarina. Recebeu a Sagração Episcopal no dia 26 de maio de 1949, em Santo Antônio da Platina, das mãos de Dom Carlo Chiarlo, então Núncio Apostólico do Brasil, sendo concelebrante Dom Pio de Freitas Silveira, Bispo de Joinville, e Dom Geraldo de Proença Sigaud, bispo de Jacarezinho.

Depois de três anos como bispo em Joinville, foi nomeado bispo residencial da Diocese de Guaxupé, no dia 21 de maio de 1952, tomando posse no dia 8 de setembro. Foi o 4º bispo da diocese. Seu trabalho como bispo diocesano foi marcado espiritualmente pelo ardor missionário, sendo exímio pregador e atuando frequentemente no atendimento de confissões.

Na década de 1960, concluiu as obras da Catedral de Nossa Senhora das Dores, iniciadas por seu predecessor, Dom Hugo Bressane de Araújo, em 1943. A Catedral foi dedicada pelo Núncio Apostólico da época, Dom Armando Lombardi, no dia 19 de março. Também foi responsável pela construção da Casa da Criança, em Guaxupé, para o acolhimento de órfãos e crianças, e do prédio do Seminário Diocesano de São José, que atualmente é parte do Colégio Dom Inácio (nomeado em sua homenagem) e do Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé (Unifeg). De 11 de outubro a 8 de dezembro de 1962, Dom Inácio participou da Primeira Sessão do Concílio Vaticano II, em Roma.

Sua vida e espiritualidade foi marcada pela simplicidade, amor à Jesus Eucarístico e à Virgem Maria, e prática da pobreza evangélica que se percebe pelos escritos que deixou:

"Não me queixarei dos alimentos, da bebida, do dormitório, do frio, do calor. De tudo farei um buquê de flores par oferece-lo a Jesus Menino, que sofre. Não me apegarei a nenhuma coisa. Quando sentir algum apego, pedirei a superior de tirar-me essa coisa. Não conservarei coisas supérfluas. Não me envergonharei de esmolar e nem de mostrar-me vestido tão pobremente. Serei indiferente tanto para uma como para outra coisa, de um lugar como de outros."

Como Bispo de Guaxupé e pastor zeloso, fazia frequentes visitas pastorais nas paróquias e redigiu diversas cartas pastorais direcionadas aos seus diocesanos:

"Disse Jesus: 'Eu, quando for levantado entre o Céu e a terra, atrairei tudo a Mim' (João 12,32). Longe andávamos de Deus. Fomos reconduzidos pela Cruz. Se quisermos continuar sua missão divina será só pela Cruz." — Trecho da 9ª Carta Pastoral de Dom Inácio, sobre o sofrimento, de setembro de 1962.

Em janeiro de 1963, foi acometido por trombose arterial, sendo necessário amputar-lhe a perna direita, em Poços de Caldas. Cercado de padres, Dom frei Inácio faleceu numa quarta-feira, 29 de maio de 1963, às 13h05min, vítima de trombose cerebral, na Santa Casa de Guaxupé.

O sepultamento, oficiado pelo metropolita da Arquidiocese de Pouso Alegre, Dom José D’Angelo Neto, assistido por outros cinco bispos, ocorreu na Catedral, tendo sido sendo sepultado na cripta. No discurso fúnebre, o bispo de Leopoldina, Dom Geraldo Ferreira Reis, a quem Dom Inácio ordenara bispo, declarou que ele "deixara em todos aquela inconfundível marca de santidade que o fazia querido e estimado de todos". Morreu em fama de santidade, tendo seu processo de beatificação iniciado oficialmente em 2017, com o qual Dom Inácio recebeu o título de Servo de Deus.. O inquérito da fase diocesana do processo foi encerrado em junho de 2022. O postulador da causa é o italiano Paolo Vilotta.

Ordenações

Foi Dom Frei Inácio que ordenou sacerdote o futuro Cardeal Dom Eusébio Oscar Scheid, em 1960. Dom Inácio foi celebrante principal da Consagração episcopal de Dom Geraldo Ferreira Reis, em 1961, e concelebrante da de Dom Hermínio Malzone Hugo, em 1957.

Ligações externas

• Diocese de Guaxupé
• Catholic-hierarchy (em inglês)