Lista de denunciados e julgados do Escândalo do Mensalão

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Esta lista compreende pessoas denunciadas oficialmente na Denúncia no Inquérito nº 2245 do Procuradoria Geral da República.

Denunciados oficialmente[editar | editar código-fonte]

Na ordem em que aparecem no documento Denúncia no Inquérito nº 2245 do Procuradoria Geral da República.

Nome Acusação Status
José Dirceu de Oliveira e Silva Negociar acordos com os partidos políticos que apoiaram o novo governo e a criação de um esquema clandestino de financiamento que distribuiu recursos ao PT e a seus aliados para garantir apoio no Congresso Condenado por corrupção ativa. Pena de 10 anos e 10 meses,[1] posteriormente reduzida a 7 anos e 11 meses (após os embargos infringentes).[2]
José Genoíno Neto Participar das negociações com os partidos aliados e com os bancos que alimentaram o "valerioduto" e orientar a distribuição do dinheiro do esquema Condenado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Pena de 6 anos e 11 meses de prisão, que deverá cumprir inicialmente em regime semiaberto e pagamento de R$ 468 mil em multas,[1] posteriormente reduzido a 4 anos e 8 meses.[2]
Delúbio Soares de Castro Orientar a distribuição de recursos para os partidos aliados ao governo. Condenado por corrupção ativa. Pena de 8 anos e 11 meses inicialmente em regime semiaberto e pagamento de R$ 325 mil em multas,[1] posteriormente reduzido a 6 anos e 8 meses.[2]
Sílvio José Pereira Participar das negociações com os partidos que apoiaram o governo Lula no Congresso. Fez acordo com a Justiça para livrar-se do processo cumprindo pena alternativa. Prestou 750 horas de serviços comunitários durante três anos.
Waldomiro Diniz Conluio com Carlos Ramos (Carlinhos Cachoeira) para arrecadar fundos para a campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Socialista Brasileiro (PSB) no Rio de Janeiro Condenado por corrupção passiva e ativa. Pena de 12 anos de reclusão e pagamento de multas.
Marcos Valério Fernandes de Souza Criar o esquema clandestino que financiou o PT e outros partidos governistas, desviando recursos obtidos com contratos de publicidade firmados com o Banco do Brasil e a Câmara dos Deputados e usando empréstimos fraudulentos dos bancos Rural e BMG para disfarçar a origem do dinheiro. Condenado por corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Pena de 40 anos, 4 meses e 6 dias de prisão e o pagamento de R$ 2,78 milhão em multas.
Ramon Hollerbach Cardoso Participar da negociação dos empréstimos e dos contratos de Marcos Valério com o Banco do Brasil e a Câmara dos Deputados. Condenado por evasão de divisas, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro. Pena de 29 anos, 7 meses e 20 dias de prisão e pagamento de R$ 2,78 milhão em multas.[1]
Cristiano de Mello Paz Participar da negociação dos empréstimos e da distribuição de recursos a políticos, com o objetivo de obter contratos de publicidade, o empresário também é acusado de remessa irregular de dinheiro para o exterior. Condenado por corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro. Pena de 25 anos, 11 meses e 20 dias de prisão e o pagamento de R$ 2,5 milhão em multas, posteriormente reduzido a 23 anos, 8 meses e 20 dias em regime fechado.[2]
Rogério Lanza Tolentino Participar da negociação dos empréstimos e ajudar a montar o esquema de distribuição dos recursos para os políticos. Condenado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Pena de 8 anos e 5 meses de prisão e o pagamento de R$ 312 mil em multas.
Simone Reis Lobo De Vasconcelos Distribuir o dinheiro do "valerioduto", dar instruções ao Banco Rural, sacar cheques na boca do caixa e fazer pagamentos pessoalmente. Condenada por lavagem de dinheiro, corrupção ativa e evasão de divisas. Pena de 12 anos, sete meses e 20 dias de prisão e o pagamento de R$ 374 mil em multas
Geiza Dias Dos Santos Ajudar a distribuir recursos do "valerioduto" para deputados. Absolvida. Afirmou que apenas cumpria ordens.
Kátia Rabello Negociar empréstimos que mantinham os cofres do PT e o "valerioduto" na esperança de obter do governo vantagens na liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco. Condenada por lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira e evasão de divisas. Pena de 16 anos e 8 meses de prisão e o pagamento de R$ 1,5 milhão em multas, posteriormente reduzido a 14 anos e 5 meses.[2]
José Roberto Salgado Autorizar a contratação e a renovação dos empréstimos para o PT e as empresas de Marcos Valério e transferir ilegalmente recursos para o publicitário Duda Mendonça no exterior. Condenado por evasão de divisas, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. Pena de 16 anos e 8 meses de prisão e o pagamento de R$ 1 milhão em multa, posteriormente reduzido a 14 anos e 5 meses.[2]
Vinícius Samarane Não comunicar às autoridades sobre os saques do "valerioduto" e as irregularidades nos empréstimos. Condenado por lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira. Pena de 8 anos, 9 meses e 10 dias de prisão e o pagamento de R$ 598 mil em multas.
Ayanna Tenório Tôrres de Jesus Autorizar a renovação dos empréstimos no Banco Rural e de não ter notificado o Banco Central sobre as operações suspeitas feitas pelas empresas de Marcos Valério. Absolvida. Disse que cuidava da área de recursos humanos do banco e apenas seguiu orientação de José Roberto Salgado para votar a renovação dos empréstimos.
João Paulo Cunha Receber R$ 50 mil do "valerioduto" para contratar uma das agências de Marcos Valério, a SMP&B, quando presidia a Câmara dos Deputados e se beneficiar do desvio de recursos públicos repassados à agência. Condenado por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Pena de 9 anos e 4 meses de prisão e o pagamento de R$ 260 mil em multas, posteriormente reduzido a 6 anos e 4 meses.[2]
Luiz Gushiken Autorizar Pizzolato a adiantar os pagamentos do fundo Visanet para a DNA. Absolvido. Afirma que não tinha influência sobre a distribuição dos recursos do fundo Visanet.
Henrique Pizzolato Receber R$ 336 mil do "valerioduto" e autorizar um adiantamento de R$ 73 milhões do fundo Visanet para a DNA, a agência de Marcos Valério que tinha contrato de publicidade com o Banco do Brasil. Condenado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, alem de fugir do Brasil usando passaporte falso e identidade falsa com nome do irmão falecido. Pena de 12 anos e 7 meses de prisão e pagamento de R$ 1,272 milhão em multas.
Pedro da Silva Corrêa de Oliveira Andrade Neto Participar das negociações que levaram ao repasse de pelo menos R$ 3 milhões do "valerioduto" e uso da corretora Bônus Banval para distribuir o dinheiro. Condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Pena de 9 anos e 5 meses de prisão e o pagamento de R$ 1,132 milhão em multas.
José Mohamed Janene Captar pelo menos R$ 3 milhões do "valerioduto" para garantir o apoio do partido ao governo e usar a corretora Bônus Banval para distribuir o dinheiro disfarçando sua origem. Não foi julgado. Faleceu em 2010.
Pedro Henry Neto Participar das negociações que levaram ao repasse de pelo menos R$ 3 milhões do "valerioduto" para o PP e ao uso da corretora Bônus Banval para distribuir o dinheiro. Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Pena de 7 anos e 2 meses de prisão em regime semiaberto e o pagamento de R$ 962 mil em multas.
João Cláudio de Carvalho Genu Sacar R$ 1 milhão do "valerioduto" para o PP. Condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Pena de 7 anos e 3 meses de prisão e o pagamento de R$ 480 mil em multas.
Enivaldo Quadrado Receber R$ 11 milhões do "valerioduto" para repassar o dinheiro a pessoas ligadas ao PP. Condenado por lavagem de dinheiro. Pena de 5 anos e 9 meses de prisão e o pagamento de R$ 528 mil em multas.
Breno Fischberg Receber R$ 11 milhões do "valerioduto" para repassar o dinheiro a pessoas ligadas ao PP, a estratégia era esconder a origem do dinheiro usado no esquema. Condenado por lavagem de dinheiro. Pena de 3 anos e 6 meses de prisão em regime semiaberto e multa de R$ 528 mil, posteriormente absolvido.
Carlos Alberto Quaglia Emprestar a corretora Natimar para que a Bônus Banval repassasse parte dos recursos destinados ao PP. Processo anulado. O STF aceitou um pedido do advogado, que alegou cerceamento de defesa.
Valdemar Costa Neto Receber R$ 8,8 milhões do "valerioduto" e usar uma empresa fantasma, a Guaranhuns, para disfarçar a origem do dinheiro. Teria negociado com o PT um acordo para obter os recursos em troca do apoio do PL ao governo no Congresso. Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Pena de 7 anos e 10 meses em regime semiaberto e pagamento de R$ 1.080 milhão de multa.
Jacinto de Souza Lamas Sacar R$ 1 milhão do "valerioduto" para o PL. Condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Pena de 5 anos em regime semiaberto e pagamento de R$ 240 mil em multas.
Antônio de Pádua de Souza Lamas Sacar R$ 350 mil do "valerioduto" para o irmão, o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas. Absolvido. Afirmou que cumpriu ordens da direção do partido e o Ministério Público decidiu pedir sua absolvição devido à ausência de provas.
Carlos Alberto Rodrigues Pinto (Bispo Rodrigues) Receber R$ 150 mil do "valerioduto" para votar a favor do governo. Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Pena de 6 anos e 3 meses de prisão inicialmente em regime semiaberto e pagamento de R$ 696 mil em multas.
Roberto Jefferson Monteiro Francisco Receber R$ 4,5 milhões do "valerioduto" para votar a favor do governo no Congresso, depois de fechar um acordo em que o PT prometeu entregar R$ 20 milhões para o PTB. Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Pena de 7 anos e 14 dias de prisão em regime semiaberto e o pagamento de R$ 720,8mil em multas.
Emerson Eloy Palmieri Participar das negociações em que o PT prometeu arranjar R$ 20 milhões para o PTB. Teria recebido do "valerioduto" R$ 4 milhões para o partido. Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Pena de 4 anos de prisão e o pagamento de R$ 228 mil em multas.
Romeu Ferreira de Queiroz Reeceber R$ 102 mil reais da Usiminas, repassados pela SMP&B na campanha de 2004. Condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Pena de 6 anos e 6 meses de prisão e pagamento de R$ 858 mil em multa.
José Rodrigues Borba Receber R$ 200 mil do "valerioduto" para votar a favor do governo. Condenado por corrupção passiva. Pena de 2 anos e 6 meses em regime aberto e o pagamento de R$ 390 mil em multas.
Paulo Roberto Galvão da Rocha Receber R$ 820 mil do "valerioduto". Absolvido. Disse que o dinheiro era para quitar dívidas da campanha eleitoral de 2002.
Anita Leocádia Pereira da Costa Sacar R$ 620 mil do "valerioduto" para Paulo Rocha. Absolvida. Disse que apenas cumpriu ordens do deputado e que não sabia que ação era criminosa.
Luiz Carlos da Silva (Professor Luizinho) Receber R$ 20 mil do "valerioduto". Absolvido. Disse que foi sacado por um assessor sem o seu conhecimento, o dinheiro foi repassado ao PT para quitar dívidas da campanha de 2004.
João Magno De Moura Receber R$ 360 mil do "valerioduto". Absolvido. Argumentou que o dinheiro era para quitar dívidas de campanhas eleitorais.
Anderson Adauto Pereira Receber R$ 950 mil do "valerioduto" e apresentar o esquema à cúpula do PTB. Absolvido. Disse que o dinheiro era para saldar dívidas da campanha eleitoral de 2002 e que desconhecia sua origem ilícita.
José Luiz Alves Sacar R$ 600 mil para o então ministro Anderson Adauto. Absolvido. Disse que apenas cumpriu ordens do chefe.
José Eduardo Cavalcanti de Mendonça (Duda Mendonça) Receber R$ 11 milhões do "valerioduto", dinheiro que não declarou á Receita Federal e teve parte transferida ilegalmente para contas no exterior. Absolvido. Disse que desconhecia a origem ilícita dos recursos e que o dinheiro era para saldar dívidas da campanha de 2002.
Zilmar Fernandes Silveira Sacar R$ 1,4 milhão do "valerioduto" para Duda Mendonça e transferir recursos ilegalmente para o exterior. Absolvida. Afirmou que desconhecia a origem ilícita dos recursos. O dinheiro era para saldar dívidas da campanha de 2002.

Referências

  1. a b c «STF condena Dirceu a 10 anos e 10 meses de prisão no julgamento do mensalão». Último Segundo. iG. Consultado em 6 de janeiro de 2016 
  2. a b c d e f g Mariana Oliveira, Nathalia Passarinho e Rosanne D'Agostino. «Por 6 a 5, Supremo absolve do crime de quadrilha Dirceu, Genoino e mais 6». G1. Globo.com. Consultado em 6 de janeiro de 2016 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]