Lycidae

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Um típico besouro da família Lycidae apresenta este padrão de tegumento e coloração em diversas regiões do mundo. Na fotografia, gênero Calopteron.[1]
Um típico besouro da família Lycidae apresenta este padrão de tegumento e coloração em diversas regiões do mundo. Na fotografia, gênero Calopteron.[1]
Lycidae vermelho, fotografado na Califórnia (EUA). Gênero Dictyoptera.[1]
Lycidae vermelho, fotografado na Califórnia (EUA). Gênero Dictyoptera.[1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Subordem: Polyphaga
Infraordem: Elateriformia
Superfamília: Elateroidea
Família: Lycidae
Laporte de Castelnau, 1836[2]
Subamílias, segundo Markku Savela[3]
  • Erotinae LeConte, 1881
  • Metriorrhynchinae Kleine, 1930
  • Calochrominae Lacordaire, 1857
Lycidae de élitros negros, mostrando seu tegumento reticulado. Gênero Plateros.[1]

Lycidae Laporte de Castelnau, 1836 (denominados popularmente, em inglês, net-winged beetles; na tradução para o português, "besouros com asas em rede")[2] é uma família de insetos, cosmopolita[4][5] e principalmente tropical, da ordem Coleoptera; geralmente possuindo élitros de tegumento mole e de colorações entre o amarelo, laranja, vermelho e negro; apresentando propriedades tóxicas para os predadores e assim imitados, em suas formas e colorações, por inúmeros outros insetos comestíveis.[5][6][7][8] Já se encontram catalogadas mais de 3.000 espécies, variando as suas dimensões entre 5 milímetros a 3 centímetros de comprimento.[5]

Hábitos, defesa e complexo mimético[editar | editar código-fonte]

Dentre os compostos presentes no interior de insetos da família Lycidae encontram-se o ácido acetilênico e o ácido licídico, dentre outras substâncias que os tornam impalatáveis aos predadores; que rapidamente os rejeitam, demonstrando, assim, um alto grau de aposematismo que os faz ser adotados como modelo mimético de insetos de ordens como Hymenoptera, Hemiptera, Lepidoptera[1], Diptera, e de outras famílias de Coleoptera como Cantharidae, Scarabaeidae, Meloidae, Lampyridae, Chrysomelidae, Cleridae, Tenebrionidae, Buprestidae e Cerambycidae.[5][8] Tais espécies miméticas são denominadas “lycoids”, “lycidomorphes” ou “lyciformes”.[8]

Uma outra característica em besouros da família Lycidae é o exsudato de hemolinfa tóxica (que pode ter coloração branca, cinza-claro, amarela ou cor-de-rosa) através da ruptura de membranas finas e sendo liberado em diversas partes do corpo do animal, como junções abdominais, suturas do tórax e pernas;[5][8] sendo repugnante ao paladar e de forte odor.[5]

Seus indivíduos adultos não são herbívoros, mas sim predominantemente predadores, embora, visitando flores,[5][8] onde são frequentes,[9] e alimentando-se de néctar,[2] possam atuar como polinizadores complementares. São besouros diurnos que têm andar e voo lentos, apresentando élitros moles e, em muitas espécies, hábitos gregários.[8][10] Suas larvas geralmente se alimentam de fungos.[2] Pode ocorrer neotenia na fêmea de alguns gêneros, com esta retendo as características de sua larva, durante a sua fase adulta; o que revela um acentuado dimorfismo sexual.[5][11][12]

As numerosas espécies de Lycidae diferem de besouros das famílias Cantharidae e Lampyridae, dos quais são similares, por ter suas cabeças não totalmente encobertas pelo pronotum (sua cobertura protoráxica).[4] Geralmente são espécies alongadas, porém algumas apresentam élitros extremamente arredondados (como Lycus melanurus[13] e Lycus trabeatus, da África, ou Lycus fernandezi, dos Estados Unidos).[7][10] Suas larvas se assemelham às dos Lampyridae.[11]

Gêneros[editar | editar código-fonte]

  • Adoceta
  • Benibotarus
  • Caenia
  • Calochromus
  • Calopteron
  • Caloptognatha
  • Dictyoptera
  • Eropterus
  • Eros
  • Falsocalleros
  • Idiopteron
  • Leptoceletes
  • Lopheros
  • Lucaina
  • Lyconotus
  • Lycus
  • Lygistopterus
  • Melaneros
  • Plateros
  • Platycis[1]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d «Lycidae» (em inglês). EOL. 1 páginas. Consultado em 18 de dezembro de 2023 
  2. a b c d «Family Lycidae - Net-winged Beetles» (em inglês). BugGuide. 1 páginas. Consultado em 5 de maio de 2017 
  3. Savela, Markku. «Lycidae» (em inglês). Lepidoptera and some other life forms. 1 páginas. Consultado em 5 de maio de 2017 
  4. a b Nascimento, Elynton Alves do (2013). «The current status of knowledge on Lycidae Laporte, 1836 from Brazil (Insecta: Coleoptera)» (em inglês). Check List 9(2) (Wayback Machine). pp. 323–328. Consultado em 5 de maio de 2017 
  5. a b c d e f g h i GODINHO JR., Celso L. (2011). Besouros e Seu Mundo. Com 1400 ilustrações em cores desenhadas pelo autor 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. pp. 195–196. 478 páginas. ISBN 978-85-61368-16-6 
  6. «Lycidae» (em inglês). Merriam-Webster. 1 páginas. Consultado em 5 de maio de 2017 
  7. a b c STANEK, V. J. (1985). Encyclopédie des Insectes. Coléoptères (em francês) 2ª ed. Praga: Gründ. p. 70. ISBN 2-7000-1319-0 
  8. a b c d e f Nascimento, Elynton Alves do (2009). «Estudos do mimetismo em Lycidae (Insecta: Coleoptera)» (PDF). FFCLRP - USP. pp. 31–37. Consultado em 5 de maio de 2017 
  9. a b CARRERA, Messias (1980). Entomologia Para Você 7ª ed. São Paulo, Brasil: Livraria Nobel. p. 95-101. 186 páginas. ISBN 85-213-0028-X 
  10. a b Carnahan, Sue (1 de agosto de 2011). «Baccharis salicifolia with Lycus fernandezi (net-winged beetle)» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 7 de maio de 2017 
  11. a b c LIMA, Costa (1953). Insetos do Brasil (PDF). 8.° TOMO. Coleópteros. 2.ª PARTE. Rio de Janeiro, Brasil: Escola Nacional de Agronomia. Série Didática. N.º 10 - UFRJ. p. 140-145. 323 páginas. Consultado em 5 de maio de 2017 
  12. a b BOUCHARD, Patrice (2014). The Book of Beetles. A Lifesize Guide to Six Hundred of Nature's Gems (em inglês). United Kingdom: Ivy Press. p. 342. 656 páginas. ISBN 978-1-78240-049-3 
  13. BOUCHARD, Patrice (Ibid., p.343.).
  14. Masek, Michal; Bocak, Ladislav (17 de julho de 2014). «The taxonomy and diversity of Platerodrilus (Coleoptera, Lycidae) inferred from molecular data and morphology of adults and larvae» (em inglês). ZooKeys 426. pp. 29–63. Consultado em 7 de maio de 2017 
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