Lygia da Veiga Pereira

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Lygia da Veiga Pereira
Lygia da Veiga Pereira
Nascimento 2 de janeiro de 1967
Cidadania Brasil
Empregador(a) Universidade de São Paulo

Lygia da Veiga Pereira Carramaschi (Rio de Janeiro, 2 de janeiro de 1967) é uma professora universitária e pesquisadora brasileira. Desde 1997, atua na Universidade de São Paulo. É a responsável pelo estabelecimento de uma primeira linhagem brasileira de células-tronco embrionárias de multiplicação in vitro, disponibilizadas para outros grupos de pesquisa no país. Dessa forma, pesquisadores brasileiros ganharam certa independência em relação à importação dessas células, agilizando os estudos que a utilizam.[1][2][3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Lygia da Veiga Pereira nasceu em 1967 no Rio de Janeiro, filha de Regina Maria Daudt da Veiga (trineta de João Simões Lopes, o Visconde da Graça),[4] socióloga,[2] e de Geraldo Jordão Pereira, sociólogo,[5] editor fundador da Editora Sextante.[6]

Desde a infância, Lygia teve intimidade com os livros, influência herdada do avô paterno e também editor José Olympio,[2] o que a fez pensar por um tempo que o ramo editorial seria também o seu destino.[6] Porém foi no colegial que se interessou por física, o que a levou ao curso de graduação, na PUC-Rio. Inicialmente fez vestibular para engenharia, mas se transferiu para o curso de Física,[3] concluído em 1988.[7]

Durante o curso de física se interessou por engenharia genética, o que a fez seguir com o mestrado, finalizado em 1990, cuja tese versava sobre estudos genéticos sobre esfingomielinase ácida humana, uma enzima lisossomal relacionada com a Doença de Niemann-Pick, no departamento de Biofísica da UFRJ.[7]

Posteriormente seguiu ao doutorado na Mount Sinai School of Medicine, na Universidade da Cidade de Nova Iorque, com a caracterização da proteína fibrilina na Síndrome de Marfan, recebendo o título de doutora em 1994. O interesse pelos estudos sobre a doença continuaram com as linhas de pesquisa posteriores na USP, por exemplo com a criação de camundongos modificados para o estudo da anomalia.[7]

De volta ao Brasil, chegou a retornar aos laboratórios da UFRJ na Ilha do Fundão, mas a falta de investimentos em pesquisa no Rio de Janeiro na época a fez mudar-se para São Paulo, com uma bolsa da FAPESP destinada à manutenção de pesquisadores no país.[6] Com isso realizou um pós-doutorado no laboratório da Mayana Zatz, no Instituto de Biociências da USP(IB-USP) até o ano de 1996, com identificação de genes relacionados à inativação do cromossomo X.[7]

Em 1997 tornou-se professora do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do IB-USP. E a partir de então tem atuado como pesquisadora em áreas como epigenética, geração de novas linhagens de células-tronco embrionárias, análise molecular das doenças de Tay-Sachs e Gaucher, estudo da Síndrome de Marfan e no desenvolvimento de modelos animais para doenças genéticas.

Atualmente é professora e chefe do Laboratório nacional de Células-Tronco Embrionárias (LaNCE) da Universidade de São Paulo.[7]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Em 1979, por influência do avô paterno, José Olympio, participa e vence a categoria 12 a 16 anos do1º Concurso Literário Infanto-Juvenil do Círculo do Livro, com o conto "De Como Liquidei a Dívida Externa do Brasil", onde aproxima a situação econômica do país na época e as alarmantes notícias da queda do satélite americano Skylab para fazer uma narrativa engraçada e irreverente.

Em 2007, foi considerada, pela revista Istoé, uma das personalidades mais influentes do Brasil no cenário mundial,[7] prêmio que voltou a receber em 2008[8] e 2010.[7]

Em 2008, também recebeu o prêmio Os 100 brasileiros mais influentes, concedido pela Época.[9]

Em 2008, recebeu o prêmio Faz a Diferença, concedido pelo jornal O Globo, na categoria Ciência/História.[3]

Recepção[editar | editar código-fonte]

A Universidade Federal de Minas Gerais considera a cientista como uma das protagonistas do debate nacional em torno da aprovação, feita pelo Supremo Tribunal Federal, do uso de células-tronco embrionárias com finalidades científica e terapêutica.[10]

Foi avaliada pela TV Cultura como uma cientista que usa "linguagem muito simples para explicar coisas bem complicadas".[6][11]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Pereira é casada desde 2001 com Fabio Rosa Carramaschi e tem duas filhas.[2][6]

Referências

  1. [1]. Folha de S.Paulo. Para cientista, linhagem nacional de célula-tronco dá independência. Acesso em 29 de dezembro de 2011
  2. a b c d .[2].Revista Época. Lygia da Veiga - a reformadora celular. Acesso em 29 de dezembro de 2011
  3. a b c Lygia da Veiga Pereira vence Prêmio Faz Diferença na categoria Ciência/História'[ligação inativa] Jornal da Ciência (22 de dezembro de 2008). ', acesso em 28 de abril de 2011
  4. .[3]. Família Simões Lopes, acesso em 29 de dezembro de 2011
  5. [4]Projeto de resolução nº1262/98 da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
  6. a b c d e [5]Private Brokers (Coelho da Fonseca). Ed. 18. Vida a dois.
  7. a b c d e f g [6]Plataforma Lattes. acesso em 29 de dezembro de 2011.
  8. «Os 100 brasileiros mais influentes». 31 de dezembro de 2008 
  9. Os 100 mais influentes - Inovadores[ligação inativa] Ministério do Planejamento (10 de janeiro de 2011)., acesso em 28 de abril de 2011
  10. Lygia da Veiga Pereira fala sobre terapias com células-tronco em aula inaugural no auditório da reitoriaUFMG (2 de março de 2009)., acesso em 28 de abril de 2011
  11. Roda Viva (14 de fevereiro de 2011). Edição 1243. TV Cultura, acesso em 04/03/2012