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Marcelino da Mata

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Marcelino da Mata
CvTE • 3 MPCGMSCGMTCG
Marcelino da Mata
Nome completo Marcelino da Mata
Dados pessoais
Nascimento 7 de maio de 1940

Guiné-Bissau
Morte 11 de fevereiro de 2021 (80 anos)

Lisboa, Portugal
Vida militar
País Portugal Portugal
Força Exército Português
Anos de serviço 1960 até 1980
Hierarquia Tenente Coronel
Unidade Comandos (Exército Português)
Batalhas Guerra colonial
Operações:
Operação Tridente na ilha do Como
Operação Cajado
Resgate de 150 soldados portugueses cativos em território senegalês
Operação Mar Verde
Operação Ametista Real
Honrarias Cavaleiro da Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito

Marcelino da Mata CvTE • 3 MPCGMSCGMTCGMOCP • 2 MPFDCMCC (Ponte Nova, Guiné, 7 de Maio de 1940 - Amadora, Venteira, 11 de Fevereiro de 2021) foi um Tenente-Coronel[1] do Exército Português, nascido na Guiné Portuguesa.

Foi um dos fundadores e principais operacionais dos Comandos. Participou em 2412 operações de comandos durante 11 anos na Guerra Colonial, tendo sido o militar mais condecorado da História do Exército Português, com a maioria das condecorações a deverem-se a feitos heróicos em campanha.[2]

Biografia

Acidentalmente incorporado em lugar do irmão no CIM-Bolama em 3 de Janeiro de 1960, ofereceu-se como voluntário após cumprir a primeira incorporação.

Integrou e foi fundador da Tropa de Operações Especiais, no Regimento dos Comandos Português, dos Comandos Africanos actuando no cenário de guerra da Guiné, com operações no Senegal e na Guiné Conacri.

A 2 de Julho de 1969 foi feito Cavaleiro da Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.[3]

Apesar de várias vezes ferido em combate apenas teve que ser evacuado da Guiné por ter sido alvejado, por acidente, por um companheiro, assistindo ao 25 de Abril de 1974 em Lisboa.

Após a Guerra de Independência da Guiné-Bissau foi proibido de entrar na sua terra natal.

Em 1975 foi detido no quartel do RALIS, Lisboa, e sujeito a tortura e flagelação praticada e ordenada por Manuel Augusto Seixas Quinhones de Magalhães (Capitão), Leal de Almeida (Tenente-Coronel), João Eduardo da Costa Xavier (Capitão-Tenente) e outros elementos do MRPP, num dos episódios mais pungentes, pela sua barbaridade e violência, no pós Revolução dos Cravos.[4][5][6]

No decurso das perseguições de que foi alvo no ano de 1975 conseguiu fugir para Espanha, donde regressou aquando do Golpe de 25 de Novembro de 1975, participando ativamente na reconstrução democrática e no restabelecimento da ordem militar interna, agindo sempre com elevada longanimidade para com os seus opressores.

Justificou a sua luta no Exército Português com a frase "A Guiné para os Guinéus", querendo significar que a guerrilha atuava no interesse da União Soviética.

Faleceu no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, na Serra de Carnaxide, à data de 11 de Fevereiro de 2021, vítima de COVID-19.[7] Estiveram presentes no seu funeral o Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa, o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, Almirante António da Silva Ribeiro, o Chefe do Estado-Maior do Exército, General José Nunes da Fonseca , representantes da associação de Comandos, do partido CHEGA,[8] ex-militares, muitos usando a boina vermelha dos Comandos, força de elite da qual Marcelino da Mata foi um dos fundadores, e ex-paraquedistas.[9]

Depois do seu falecimento, na Assembleia da República Portuguesa foi apresentado um voto de pesar pela Comissão de Defesa Nacional, no qual se descreve o Tenente-Coronel Marcelino da Mata como "um dos militares mais condecorados do Exército Português". O voto de pesar foi depois aprovado em Plenário.[10]

Operações notáveis em que participou

Condecorações

Referências

  1. Tavares, João Miguel. «Marcelino da Mata, o racismo e a memória». PÚBLICO. Consultado em 13 de outubro de 2020 
  2. «Dos Combatentes do Ultramar». Consultado em 6 de novembro de 2009. Arquivado do original em 6 de abril de 2009 
  3. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Marcelino da Mata". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 24 de junho de 2014 
  4. Artigo "Morte aos Traidores", Helena Matos, 25 de Novembro de 2015, "Observador"
  5. Entrevista a Marcelino da Mata, de 21 de Julho de 1994, citada no Blog "Rangers & Coisas do MR"
  6. Artigo no "Correio da Manhã" - 22 de Maio de 2005
  7. Alvarez, Luciano. «Morreu Marcelino da Mata, o militar mais condecorado do Exército». PÚBLICO. Consultado em 12 de fevereiro de 2021 
  8. «André Ventura anuncia presença do Chega no funeral de Marcelino da Mata». infocul.pt. 15 de fevereiro de 2021. Consultado em 18 de fevereiro de 2021 
  9. «Presidente da República presente no funeral de Marcelino da Mata». www.jn.pt. Consultado em 15 de fevereiro de 2021 
  10. «DetalheVotos». www.parlamento.pt. Consultado em 18 de fevereiro de 2021 

Ligações externas