Marpesia petreus
Marpesia petreus | |||||||||||||||||||||
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Vista superior e indivíduo pousado de M. petreus, em ilustração de 1829[1]
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Classificação científica | |||||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||||
Marpesia petreus (Cramer, 1776)[3] | |||||||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||||||
Papilio petreus Cramer, [1776] Papilio peleus Sulzer, 1776 Papilio thetys Fabricius, 1776 Marpesia thetis Godart, 1819 Athena peleus Dyar, 1903 Timetes peleus Godman & Salvin, [1883][3] |
Marpesia petreus (denominada popularmente, em inglês, Red Daggerwing[4] ou Ruddy Daggerwing[5][6] e, em português, Fogo-de-rabo)[7] é uma espécie de inseto; uma borboleta neotropical da família Nymphalidae que se distribui do sul dos Estados Unidos até a Argentina.[8] Foi classificada por Pieter Cramer no ano de 1776, citando o Suriname como sua localidade-tipo.[3] Difere de outras espécies do seu gênero por apresentar asas mais estreitas, de coloração laranja; sendo fácil de se reconhecer em pouso devido a seus prolongamentos negros, como caudas, no final das asas posteriores, e às três listras negras paralelas, acompanhando as asas anteriores e posteriores do inseto.[5] Adrian Hoskins cita que, quando vista em voo, pode facilmente ser confundida com Dryas iulia que, muitas vezes, ocorre nos mesmos habitats.[4] Vista por baixo, a borboleta apresenta o padrão de coloração típico de folha seca.[9] Sua envergadura varia de 7 a 9.5 centímetros.[6]
Hábitos
[editar | editar código-fonte]Marpesia petreus é uma espécie bem distribuída, podendo existir em florestas e áreas de vegetação menos densa (como parques de grandes cidades[carece de fontes]), em altitudes entre zero e 1.500 metros. Machos são vistos individualmente ou em grupos de até meia dúzia de indivíduos, absorvendo umidade mineralizada de leitos de rios secos, bancos de areia ou em trilhas florestais. Como ocorre com outras espécies de Marpesia, tendem a voar de um lugar para outro, abanando as asas e ficando nervosas quando alguém se aproxima; mas, se as temperaturas estão aprazíveis, por vezes, se alimentam e se aquecem com as asas abertas. Fêmeas passam a maior parte de suas vidas no dossel e são pouco avistadas.
Ambos os sexos alimentam-se de néctar de flores de várias espécies (incluindo Lantana).[4]
Ciclo de vida
[editar | editar código-fonte]As lagartas de M. petreus se alimentam de folhas de espécies vegetais do gênero Anacardium (Anacardiaceae), Ficus - espécies Ficus carica, Ficus citrifolia[6] e Ficus pumila[10] - e Morus (Moraceae) e Xanthoxylum (Rutaceae). Em Ficus, a oviposição foi realizada em brácteas foliares de ramos novos, onde um único ovo é depositado. Quando emergem, as lagartas reúnem partículas de excremento na extremidade da folha, formando um filamento, onde permanecem quando estão repousando. Após a primeira muda (ecdise), a lagarta abandona o filamento e adquire o padrão característico de sua coloração (branca, vermelha, com manchas em negro e azul-esverdeado; apresentando dois filamentos enegrecidos em forma de antenas, na cabeça, e quatro filamentos enfileirados no dorso[11]), utilizando o dorso das folhas. A crisálida, de coloração amarela, se forma sob a folha da planta alimento e o desenvolvimento total, de ovo a adulto, varia de 28 a 37 dias; segundo estudo realizado com a espécie no estado do Rio Grande do Sul.[8]
Subespécies
[editar | editar código-fonte]Marpesia petreus possui três subespécies:[3]
- Marpesia petreus petreus - Descrita por Cramer em 1776, de exemplar proveniente do Suriname.
- Marpesia petreus rheophila - Descrita por Lamas em 1995, de exemplar proveniente do Peru.
- Marpesia petreus damicorum - Descrita por Brévignon em 2001, de exemplares provenientes do México e Guadalupe.
Referências
- ↑ William Swainson (1829). «Zoological illustrations, or, Original figures and descriptions of new, rare, or interesting animals, selected chiefly from the classes of ornithology, entomology, and conchology, and arranged according to their apparent affinities, Volume 2, 2nd series» (em inglês). Archive.org. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2015
- ↑ a b Savela, Markku. «Cyrestinae (Guenée, 1865)» (em inglês). Lepidoptera and some other life forms. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2015
- ↑ a b c d e Savela, Markku. «Marpesia» (em inglês). Lepidoptera and some other life forms. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2015
- ↑ a b c Adrian Hoskins. «Red Daggerwing - Marpesia petreus (Cramer, 1776)» (em inglês). Learn about butterflies. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2015
- ↑ a b Bayucca. «Ruddy Daggerwing (Marpesia petreus rheophila)». Flickr. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2015
- ↑ a b c «Ruddy Daggerwing - Marpesia petreus (Cramer, 1776)» (em inglês). Butterflies and moths of North America. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2015
- ↑ PALO JR., Haroldo (2017). Butterflies of Brazil / Borboletas do Brasil, volume 2. Nymphalidae 1ª ed. São Carlos, Brasil: Vento Verde. p. 1221. 1.728 páginas. ISBN 978-85-64060-10-4
- ↑ a b Felipe do Canto Quadros; Jurema Cruz do Nascimento; Andressa Linhares Dornelles; Elio Corseuil (dezembro de 2003). «Aspectos biológicos e morfológicos de Marpesia petreus (Lepidoptera, Nymphalidae, Limenitidinae) - EDIPUCRS». Biociências, v. 11, n. 2, p. 173-176 / EDIPUCRS. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2015
- ↑ Tripp Davenport. «Marpesia petreus, Ruddy Daggerwing». Flickr. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2015
- ↑ Dorneles, Andressa Linhares; Corseuil, Elio (setembro de 2000). «Desenvolvimento ontogenético de Marpesia petreus (Lepidoptera, Nymphalidae), em Ficus pumila (Moraceae), no norte da planície costeira do Rio Grande do Sul, Brasil.». LUME - Repositório Digital. 1 páginas. Consultado em 22 de fevereiro de 2019
- ↑ «Marpesia petreus (Cramer, 1776) - Immatures» (em inglês). Butterflies of America. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2015