Museu de Arte e Cultura Popular

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Museu de Arte e Cultura Popular
Museu de Arte e Cultura Popular
Tipo museu
Inauguração 1974 (50 anos)
Página oficial (Website)
Geografia
Coordenadas 15° 36' 42.387" S 56° 3' 50.92" O
Mapa
Localização Cuiabá - Brasil

O Museu de Arte e Cultura Popular (mais conhecido MACP-UFMT) é um museu universitário e está localizado na cidade de Cuiabá, no estado de Mato Grosso. Foi inaugurado em Janeiro de 1974, apenas 3 anos e meio após a fundação da Universidade Federal de Mato Grosso.[1] Ele promove atividades e exposições nas áreas de artes visuais e cultura popular e é responsável pela salvaguarda do patrimônio artístico-cultural de Mato Grosso.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Antes da criação do MACP foi criado o CIAP (Centro de Informação e Artes Plásticas[3]) no intuito de fazer uma sondagem das artes de Mato Grosso. Esse projeto foi aprovado pelo Ministério da Educação e Cultura em 1973, o que resultou na posterior criação do Museu de Arte e Cultura Popular. O CIAP inicialmente foi articulado por: Aline Figueiredo,[4] Humberto Espíndola[5] e Therezinha de Jesus Arruda.[6]

Mesmo sem espaço físico, em janeiro de 1974 foi criado o MACP na UFMT. Ele muda de local várias vezes até que no ano de 1999[3] ganha sua sede dentro do campos de Cuiabá. A proposta do museu era em torno do conceito de museu-ação, um organismo vivo de constante interação com a comunidade interna e externa da universidade, valorizando a arte mato-grossense.

Entrada Museu de Arte e de Cultura Popular MACP-UFMT

Tendo como o primeiro diretor Humberto Espíndola e Aline Figueiredo como fundadora, dando ao museu um olhar voltado ao público, indo de encontro a comunidade a sua volta, as pessoas que não estavam acostumadas com o ambiente universitário, o pintor, pedreiro, guarda, as crianças e jovens da periferia Cuiabana, esses vão se tornar os futuros artistas da primeira, segunda e terceira geração do MACP.

Ateliê Livre[editar | editar código-fonte]

O Ateliê Livre do MACP é um espaço onde se aprende sobre pintura, técnicas, desenho, cerâmica, colagem, oficinas de gravuras e artes digitais, um lugar cuja criatividade é sempre bem vinda. Foi nesse espaço que foram lançados os grandes nomes da arte mato-grossense. Quando surge o convite para participar da implantação da Fundação Cultural, localizada em um dos melhores espaços da cidade, a direção se mostrou entusiasmada. Em 1976 foi instalado o primeiro Ateliê Livre de Pintura, salão Jovem Arte Mato-grossense na Fundação Cultural, sendo necessário a parceria do governo e da universidade para a junção de recursos em favor da mesma causa.

Em 1981, 5 anos depois, é lançado o Ateliê Livre instalado pelo MACP dentro do campos da UFMT, o objetivo ainda era o mesmo, a inserção do cidadão comum na arte. Houve grande esforço para manter esses alunos no Ateliê, como aulas gratuitas, materiais a sua disposição e sem qualquer ônus nas vendas dos quadros, pensando também no sustento de suas famílias. O MACP rompeu com a visão do artista apenas dentro do mundo acadêmico. Para frequentar o Ateliê não era preciso ser matriculado na universidade, possibilitando o acesso ao publico externo, uma politica que se perpetua até os dias de hoje.

Um fator que motivou esse politica livre é que no ano de 1986 o Instituto de Artes da Universidade Federal de Goiáspromoveu o Salão Universitário do Centro-Oeste, onde os artistas do Ateliê Livre puderam representar a Universidade Federal de Mato Grosso. Foram enviados os principais frequentadores do Ateliê, que acabaram ganhando a maioria das premiações. Os universitário goianos, contudo, acabaram recorrendo ao júri com a acusação de que os representantes da UFMT não eram alunos matriculados em nenhum curso da Universidade, ou seja não eram vestibulandos.[3] Dalva de Barros[7] foi a responsável pelo Ateliê Livre da Fundação Cultural de Mato Grosso de 1976 à 1980 e de 1981 à 1996, supervisionando o Ateliê[8] do MACP já no seu espaço dentro da universidade. Entre 1984 e 1987 o Ateliê passa pela orientação de Benedito Nunes[9] e de Nilson Pimenta[10] entre os anos de 1981 e 2017 (ano de sua morte).

Artistas do Ateliê Livre[editar | editar código-fonte]

Três gerações de artistas[editar | editar código-fonte]

Durante o período de fundação e formação do MACP surgiram três gerações de artistas, a primeira forjada em tempos difíceis em meados da década 60 e que vão se afirmar na primeira metade dos anos 70, são eles: Humberto Espíndola, Dalva Barros, João Sebastião e Clovis Irigaray. No ano de 1976 foi instituído o Salão Jovem Arte-Mato-grossense, e o Ateliê Livre oferecendo material gratuito para os frequentadores. Nas quatro edições que foram realizadas entre 1976 e 1979 estiveram presentes: Adir Sodré, Gervane de Paula, Benedito Nunes, Nilson Pimenta, formados no ateliê por Dalva de Barros.

Já em 1981 com o Ateliê Livre no campus universitário e o acompanhamento dos Salões Jovem Arte, surge a terceira geração fruto dos esforços do Ateliê e do processo de animação cultural os artistas: Jonas Barros, Vitória Basaia, Regina Pena, Marcelo Velasco, Adão Domiciano, Carlos Lopes, Marcio Aurélio, Aleixo Cortez, Sebastião Silva, Julio Cesar, Elieth Gripp, Gonçalo de Arruda, José Pereira, Miguel Penha, Almira Reuter, Wander Melo, Valques Rodrigues, Paulo Pires, Roberto de Almeida, Lara Matana, Mató, Mari Bueno, Monica Lobo, Antonio Carlos Batista, Herê Fonseca e Luis Segadas.[22]

Acervo e arquitetura[editar | editar código-fonte]

O Museu vai ganhar seu espaço próprio 25 anos depois de sua criação em 1999, devido à construção do Centro Cultural. A partir daí o MACP tem seu espaço com salão expositivo, porém construída com algumas deficiências no campo da museologia e museografia. O museu possui apenas uma sala de exposição que leva o nome de Aline Figueiredo em homenagem a uma das fundadoras. É neste ambiente que são recebidas exposições individuais e coletivas e onde são armazenadas as obras de grandes artistas que passaram por ali. O acervo do MACP até o ano de 2010 teria em torno de 323 obras, mas continua recebendo doações.[23] O espaço conta com 2 banheiros, saguão, copa, sala de produção, secretaria, supervisão, administração, depósito e o acervo na parte exterior do museu.

Exposições[editar | editar código-fonte]

Os locais das exposições de 1974 até a aquisição do espaço físico mudam ora para o bloco de tecnologia, ora para o Saguão do Teatro Universitário ou em outros lugares dentro do compus até a construção do museu em 1999. A partir do livro organizado por Aline Figueiredo e Humberto Espíndola - fundadores do Museu - chamado "Animação Cultural e Inventário do Acervo do Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT", é possível conhecer as principais exposições realizadas neste período, além dos artistas, do local e da temática de cada exposição.[23]

Catálogos MACP[editar | editar código-fonte]

Reunidos aqui, estão alguns catálogos encontrados na página do Museu de Arte e Cultura Popular vinculada a Universidade Federal de Mato Grosso, dos anos iniciais a criação do museu, estão catálogos de 1994, 1995,1975,1976, 1977, 1978,1979,1989 e 1992.[24] Estes, mencionam os artistas, as temáticas abordadas lugar e ano ocorrido, formando uma pequena amostra do que foi apresentado nas exposições, e alguns são encontrados pequenos textos do que vem sendo trabalhado no ateliê.

Exposições, Artistas, Temáticas e Local .[editar | editar código-fonte]

A Problemática da Arte Brasileira[editar | editar código-fonte]

Artista Inicio Final Local Temática
Paulo Roberto Leal 02/09/1974 15/10/1974 Bloco de Tecnologia

(UFMT)

João Parisi Filho 24/10/1974 20/12/1974 Bloco de Tecnologia

(UFMT)

Akashi Fukushima 25/03/1977 30/04/1977 Bloco de Tecnologia

(UFMT)

Cildo Meireles 17/06/1975 30/06/1975 Bloco de Tecnologia

(UFMT)

Sal sem carne e casos de sacos
Luiz Paulo Baravelli 29/09/1978 31/10/1978 Bloco de Tecnologia

(UFMT)

Pinturas Renascentes
Luiz Áquila 09/11/1978 04/12/1978 Bloco de Tecnologia

(UFMT)

Márcio Sampaio 23/08/1979 26/09/1979 Bloco de Tecnologia

(UFMT)

Galeria Antropofágia
Bené Fonteles 02/1982 --- Terminal Rodoviário de Cuiabá Bené Fonteles-Xerografias / Colagens
Antonio Caro 11/1980 --- Bloco de Tecnologia

(UFMT)

Antonio Caro
Humberto Espíndola 10/12/2002 10/01/2003 MACP Panorama retrospectivo-Bovinocultura 1967-202

O Indigenismo[editar | editar código-fonte]

Artistas Inicio Final Local Temática
Valdir Sarubi 14/06/1974 15/07/1974 Bloco de Tecnologia (UFMT)
Conceição Freitas da Silva

( Conceição dos Bugres)

24/07/1974 12/08/1974 Bloco de Tecnologia (UFMT)
Rubens Gerchman 06/1975 --- Bloco de Tecnologia (UFMT)
Edival Ramosa 25/08/1975 15/10/1975 Bloco de Tecnologia (UFMT)
Clóvis Irigaray 18/12/1975 31/01/1976 Bloco de Tecnologia (UFMT) Xinguanas
Gilberto Salvador 29/05/1979 20/07/1979 Bloco de Tecnologia (UFMT)
Cristiano Mascaro 09/1980 --- Bloco de Tecnologia (UFMT) Ninguém ensina o que não sabe

O Centro-Oeste[editar | editar código-fonte]

Artistas Inicio Final Local Temática
Rubem Valentim 31/08/1976 23/09/1976 Bloco de Tecnologia (UFMT) Emblemas semióticos da cultura

Afro-Brasileira

Valdelino Lourenço 24/09/1976 30/10/1976 Bloco de Tecnologia (UFMT) Cenas e edificações de antigas cidades históricas goianas
Antônio Poteiro 05/1978 06/1978 Bloco de Tecnologia (UFMT)
Nelson Maravalhas Jh 18/12/1979 15/10/1975 Bloco de Tecnologia (UFMT)
Minnie e Cândida Sardinha 03/1980 --- Bloco de Tecnologia (UFMT)

Individuais Destacadas[editar | editar código-fonte]

Artista Inicio Final Local Temática
João Sebastião Costa 05/05/1977 10/06/1977 Bloco de Tecnologia (UFMT) Coração Caipira
Alcides Pereira dos Santos 09/10/1979 10/11/1979 Bloco de Tecnologia

(UFMT)

Nilson Pimenta 07/1981 --- Bloco de Tecnologia

(UFMT)

Márcio Aurélio 16/06/1992 31/06/1992 MACP Impressão do Cerrado
Edir Sodré 11/1992 --- Saguão do Teatro Universitário
Jonas Barros 29/05/1992 14/05/1993 Sala de exposição de Teatro Universitário Jonas Barros
Wander Melo 25/10/2000 12/11/2000 MACP Cabral e Convidados
Regina Pena 13/07/2001 27/07/2001 MACP Desinventando Coisas
Dalva de Barros 07/2001 --- MACP Garimpos da memória
Clóvis Irigaray 16/08/2001 31/08/2001 MACP Arte-memória-corpo
Silvio Sartori 05/09/2002 14/09/2002 MACP Filatempo
Paulo Pires 08/07/2003 30/07/2003 MACP Desejo da Pedra-Esculturas
João Sebastião Costa 01/09/2005 30/09/2005 MACP Retina pagã
Gervane de Paula 20/10/2005 30/10/2005 MACP Campo Minado: Reflexões de um artista
Benedito Nunes 27/04/2006 16/06/2006 MACP Barulhismo no Cerrado
Vitória Basaia 27/10/2006 15/12/2006 MACP Do universo inquieto de Vitória Basaia-Arqueologia urbana
Lara Matana 18/09/2009 30/10/2009 MACP Essências
Miguel Penha 20/05/2010 20/06/2010 MACP A natureza sob o olhar de Miguel Penha
Mató 19/08/2010 18/09/2010 MACP Janelas construtivas- Pinturas recentes

Referências

  1. «Museu de Arte e de Cultura Popular - MACP UFMT». ufmt.br. Consultado em 22 de setembro de 2023 
  2. Cultura, Mapa da (14 de dezembro de 2015). «Museu de Arte e de Cultura Popular - MACP - Universidade Federal de Mato Grosso». Mapa da Cultura. Consultado em 22 de setembro de 2023 
  3. a b c FIGUEIREDO, Aline; ESPÍNDOLA, Humberto (2010). Animação Cultural e Inventário do Acervo do Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT. Cuiabá-MT: entrelinhas. p. p01 á p175. 336 páginas. ISBN 978-8579920097 
  4. «SECEL». www.secel.mt.gov.br. Consultado em 15 de outubro de 2023 
  5. «ACLETRAS – Desenvolvido por Engrene.com.br». acletrasms.org.br. Consultado em 15 de outubro de 2023 
  6. «UFMT lamenta falecimento de Theresinha de Jesus Arruda». UFMT. Consultado em 15 de outubro de 2023 
  7. «Artista - Sempre Dalva». 26 de janeiro de 2022. Consultado em 15 de outubro de 2023 
  8. FIGUEIREDO, Aline (2014). MACP/UFMT: 40 anos [ Magia Propiciatória]. Cuiabá-MT: Entrelinhas. 95 páginas 
  9. Nunes, Benedito. «TRIBUTO AO MESTRE DO CERRADO». Benedito Nunes. Consultado em 15 de outubro de 2023 
  10. «SECEL». www.secel.mt.gov.br. Consultado em 15 de outubro de 2023 
  11. É Bem Mato Grosso | Conheça a arte de Adão Domiciano | Globoplay, consultado em 15 de outubro de 2023 
  12. «Vida de Adir Sodré vira documentário e com pré-estreia nesta sexta-feira». G1. 4 de março de 2022. Consultado em 15 de outubro de 2023 
  13. Ivana. «Aleixo Cortez [Artista Plástico Brasileiro]». Revista Biografia. Consultado em 15 de outubro de 2023 
  14. Internet, Sitevip. «ARTE: A infinita arte do poconeano Carlos Lopes :». Coisas de Mato Grosso. Consultado em 15 de outubro de 2023 
  15. «Artista plástico realiza exposição de obras de arte, lançamento de livro e documentário em MT». G1. 11 de junho de 2022. Consultado em 15 de outubro de 2023 
  16. «Gonçalo Luiz de Arruda». Revista Pixé. Consultado em 15 de outubro de 2023 
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  18. «MidiaNews | "Para onde eu olho, vejo um quadro", diz artista plástico de MT». MidiaNews. 2 de dezembro de 2018. Consultado em 15 de outubro de 2023 
  19. «SECEL». www.secel.mt.gov.br. Consultado em 15 de outubro de 2023 
  20. «Exposição "Fogo Cerrado"». Museu de Arte e de Cultura Popular (MACP/UFMT). 22 de abril de 2020. Consultado em 15 de outubro de 2023 
  21. «Valques Pimenta». Galeria Brasiliana. Consultado em 15 de outubro de 2023 
  22. FIGUEIREDO, Aline (2014). MACP/UFMT: 40 anos [ Magia Propiciatória]. Cuiabá-MT: Entrelinhas. 95 páginas 
  23. a b FIGUEIREDO, Aline; ESPÍNDOLA, Humberto (2010). Animação Cultural e Inventário do Acervo do Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT. Cuiabá-MT: entrelinhas. p. p01 á p175. 336 páginas. ISBN 978-8579920097 
  24. «Catálogos do MACP». ufmt.br. Consultado em 17 de outubro de 2023