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Na Mão do Palhaço

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Na Mão do Palhaço
 Brasil
2024 •  cor/pb •  211 min 
Género drama, ação
Direção Daniell Abrew
Produção Daniell Abrew
Camilo Vidal
Adriano Silva
Romão Sobrinho
João Guilherme Studart
Ângela Escudeiro
Jansen Viana (associada)
Cleide Rodrigues (associada)
Coprodução Davi Abreu
Silvia Conrad
Produção executiva Karine Ogunté
Paulo Benevides
Roteiro Daniell Abrew
Elenco Daniell Abrew
Camilo Vidal
Aline Barros
Lorrana Feitosa
Companhia(s) produtora(s) StoryKnight Audiovisual Entertainment Enterprise
Ogunté Arte Cultural Produções
Escudeiro Produções Artísticas
Sonoravisual Espaço de Preservação Cultural
Toque de Midas Produções
Propono Consultoria Cultural
Lançamento
  • 13 de julho de 2024 (2024-07-13) (pré-estreia em Ibiapina)
Idioma português

Na Mão do Palhaço é um filme brasileiro dos gêneros drama e ação, que teve sua pré-estreia no dia 13 de julho de 2024, na Praça do Sítio Taquaratis, em Ibiapina, e pré-lançamento na abertura especial do 22º Festival NOIA[1] no Cineteatro São Luiz,[2] em Fortaleza, capital do Ceará, contando com a participação de atores, atrizes, técnicos e artistas de diversas linguagens, oriundos de comunidades de vários municípios, como Ibiapina, São Benedito, Ubajara, Quixeramobim, Tianguá, Graça e Mucambo.

Augusto "O Palhaço" é um meticuloso criminoso cearense que se infiltra em uma sinistra rede de tráfico de órgãos, tráfico de pessoas, exploração sexual e trabalho escravo para salvar sua esposa sequestrada. Disposto a fazer qualquer coisa para resgatá-la, Augusto usará todas as suas habilidades para enfrentar a organização. Conforme se aprofunda nesse submundo, ele começa a se afastar da vida de crimes e a desenvolver empatia pelas vítimas.

Ator/Atriz Personagem
Daniell Abrew Augusto "Palhaço"
Camilo Vidal Branco
Aline Barros Paulinha
Lorrana Feitosa Eveline
Aletéia Lorenna Marta
Romão Sobrinho Matuzalém
Karine Ogunté Silvia
Adriano Silva Testa-de-Ferro

Recursos estéticos

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O filme mergulha nas estéticas cinematográficas das décadas de 1980 e 1990, resgatando e reinterpretando elementos visuais e sonoros que marcaram essas épocas. A estética da imagem, por exemplo, é deliberadamente granulada, com cores saturadas que evocam a era dos filmes em VHS, capturando a textura crua e imperfeita que define esse formato. A colorimetria do filme foi trabalhada para remeter ao aspecto nostálgico dos filmes dos anos 80, onde os tons vibrantes e contrastantes eram usados para acentuar a atmosfera dramática e às vezes surrealista da narrativa.[3]

Os efeitos visuais e especiais copiam técnicas práticas que dominaram o cinema antes da ascensão dos efeitos digitais. Maquiagens caricatas e feridas grotescas são utilizadas para criar um universo visual que é ao mesmo tempo aterrador e retrô. A técnica de miniaturas, muito comum nos filmes de ficção científica e terror daquela época, é também aplicada para construir cenários e sequências que exigem uma escala grandiosa, dando ao filme um caráter artesanal, onde os detalhes são homenagens ao ofício manual dos cineastas.

Com o avanço tecnológico dos anos 90, o filme incorpora os primórdios da computação gráfica, utilizando efeitos digitais de maneira perceptível, para complementar as cenas mais elaboradas. Esses efeitos digitais são aplicados de forma que harmonizem com o estilo visual dos efeitos práticos, criando uma fusão entre o analógico e o digital, um reflexo das transições tecnológicas daquele período.

O longa foi influenciado por três movimentos cinematográficos icônicos: o Cinema Marginal brasileiro, a Nouvelle Vague francesa e o Expressionismo Alemão. O Cinema Marginal, com sua abordagem crua e anticomercial, se reflete na estética subversiva e nas escolhas narrativas do filme. A montagem não-linear e os diálogos naturalistas são influências diretas da Nouvelle Vague, trazendo um senso de espontaneidade. Já o Expressionismo Alemão é visível nas composições visuais do filme, com sombras distorcidas, ângulos de câmera dramáticos e um uso expressivo da escuridão para intensificar o psicológico dos personagens.

Esses movimentos, embora distintos em suas origens e intenções, encontram interseções na maneira como a obra aborda a representação da realidade e da fantasia. O filme utiliza a fragmentação narrativa da Nouvelle Vague para explorar a psique fragmentada do protagonista, enquanto as influências do Cinema Marginal permitem uma crítica social implícita nas entrelinhas da história. O Expressionismo Alemão, por sua vez, enriquece a estética visual do filme, usando a distorção e o exagero como ferramentas para expressar a internalização do medo e da violência.

O projeto do filme começou a tomar forma em 2010, quando o cineasta e roteirista Daniell Abrew finalizou a escrita de dois contos policiais interligados, intitulados "O Inferno de Saturno" e "Cidade Anônima". Dois anos depois, em 2012, os elementos desses contos serviram de base para a criação do primeiro tratamento do roteiro do longa-metragem.[4]

Em 2016, Abrew foi convidado pelos produtores executivos Paulo Benevides e João Guilherme Studart a colaborar no desenvolvimento do projeto de docuficção "A Lenda do Cortabunda",[5] inspirado na obra literária "Cortabunda - O Maníaco do Zé Walter", de Jansen Viana. Este projeto integrou as vivências do 16º Festival NOIA, e o filme, dirigido por Camilo Vidal, foi lançado em 2017.

Ainda no mesmo ano do lançamento do documentário, a equipe de produção decidiu expandir a parte ficcional do projeto. A história evoluiu para incluir o personagem Cortabunda em um contexto narrativo adaptado, unindo as três tramas. A primeira fase da produção foi concluída em 2019, mas com o advento da pandemia de Covid-19, o projeto foi temporariamente suspenso. Após esse período, o longa é retomado, agora ambientado nos anos 1980 e 1990, com a figura ficcional do maníaco, vulgarmente chamado de Cortabunda, mas sendo identificado pelas autoridades policiais como uma organização conhecida como Trindade.

"Na Mão do Palhaço" marca o início de uma trilogia que continuará com os títulos "No Faro da Raposa" e "No Fio da Navalha". A sequência do filme, "No Faro da Raposa", está em desenvolvimento, sem data prevista para o seu lançamento.

Referências