Oceano Ártico
Continente | |
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Localização | |
Parte de | |
Coordenadas |
Superfície |
14 milhões km² |
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Profundidade média |
5 550 m 1 038 m |
Maior profundidade |
5.449 m |
Volume |
18 750 000 km3 |
Tipo | |
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Países da bacia hidrográfica | |
Afluentes | |
Bacia hidrográfica |
Origem do nome |
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* Os valores do perímetro, área e volume podem ser imprecisos devido às estimativas envolvidas, podendo não estar normalizadas.
O oceano Ártico (AO 1945: oceano Árctico), localizado no Hemisfério Norte e em sua maioria na região polar ártica, é a menor, e mais rasa das cinco grandes divisões oceânicas do mundo.[1]
A Organização Hidrográfica Internacional (OHI) reconhece o oceano Ártico como um oceano, embora alguns oceanógrafos o chamem de mar Ártico Mediterrâneo ou simplesmente mar Ártico, classificando-o como um dos mares mediterrâneos do oceano Atlântico.[2] Por outro lado, o oceano Ártico pode ser visto como o lobo norte do oceano Mundial.
Quase completamente envolvida pela Eurásia e a América do Norte, o oceano Ártico é parcialmente coberto por gelo durante todo o ano[3] (e quase completamente no inverno).
A temperatura e a salinidade do oceano Ártico variam sazonalmente quando a cobertura de gelo derrete e congela;[4] sua média de salinidade é a mais baixa em comparação aos cinco grandes oceanos, devido à baixa evaporação, fluxo pesado de água doce de rios e córregos, e conexão limitada com águas oceânicas de salinidade mais elevada.
No verão o nível do gelo diminui em 50%.[1] O National Snow and Ice Data Center (NSIDC) usa dados de satélite para fornecer um registro diário da cobertura de gelo do mar Ártico e a taxa de fusão, em comparação a um período médio nos últimos anos.
Características
[editar | editar código-fonte]O oceano Ártico ocupa uma bacia aproximadamente circular e cobre uma área de cerca de 14 056 000 km², quase do tamanho da Rússia.[5][6] O litoral tem comprimento de 45 390 km.[5][7] É cercado pelas massas terrestres da Eurásia, América do Norte, Gronelândia, e por várias ilhas.
É geralmente considerado como incluindo a baía de Baffin, o mar de Barents, o mar de Beaufort, o mar de Chukchi, o mar Siberiano Oriental, o mar da Gronelândia, a baía de Hudson, o estreito de Hudson, o mar de Kara, o mar de Laptev, o mar Branco e outros corpos de água tributários. Está ligado ao oceano Pacífico pelo estreito de Bering e para o oceano Atlântico através do mar da Groenlândia e do mar do Labrador.[1]
A borda do oceano Glacial Ártico está repartida entre diversos mares secundários, separados por arquipélagos costeiros; da Escandinávia à Rússia e à América do Norte sucedem-se: o mar de Barents, o mar de Kara, o mar de Laptev, o mar da Sibéria Oriental, o mar de Chukchi, o mar de Beaufort e o mar de Lincoln, ao norte da América. Limitado por soleira de pequena profundidade, o oceano glacial Ártico realiza pouquíssimas trocas com as águas dos outros oceanos. Sob a banquisa, a massa de água fria (0 °C) é pouco salgada (menos de 30).
A banquisa, cuja superfície caótica se deve aos movimentos que a animam, tem uma espessura de dois a quatro metros; é afetada por um abatimento, da ilha de Wrangel até o Polo Norte e o arquipélago de Svalbard. Os limites da banquisa, variáveis de acordo com as estações, permitem, no verão, uma certa circulação marítima do mar de Barents ao cabo Tcheliuskin, a outras costas estão cercadas de perto pelos gelos.
Paralelo 85 N
[editar | editar código-fonte]O paralelo 85 N é um paralelo no 85° grau a norte do plano equatorial terrestre, o qual marca o centro do oceano Ártico.
Dimensões
[editar | editar código-fonte]Conforme o sistema geodésico WGS 84, no nível de latitude 85° N, um grau de longitude equivale a 9,74 km;[8] a extensão total do paralelo 85° é portanto 3 505 km, cerca de 8,5% da extensão do Equador, da qual esse paralelo dista 9 444 km, distando 558 km do Polo Norte[9][10]
Cruzamentos
[editar | editar código-fonte]Assim como todos os paralelos ao norte da latitude 83°40' N que passam por Kaffeklubben (extremo norte da Gronelândia), o Paralelo 85 N e passa totalmente sobre o oceano Ártico e suas plataformas de gelo, sem cruzar terra firme.
Clima
[editar | editar código-fonte]O oceano está situado na zona de clima polar, em que as temperaturas mínimas podem descer abaixo de -50 °C, existindo frio permanente e pouca variabilidade sazonal. Os invernos são caracterizados por escuridão contínua e condições estáveis com céu limpo; os verões pelo Sol da meia-noite, céu nublado e ciclones com neve ou chuva, embora de fraca intensidade.
A temperatura da superfície do oceano Ártico é praticamente constante, próxima do ponto de congelação da água do mar, pouco superior a 0 °C. No inverno o mar exerce uma influência moderadora, mesmo que coberto por gelo (na forma de banquisa), pelo que no Ártico nunca se verificam os extremos de temperatura que ocorrem na Antártida.
Geografia
[editar | editar código-fonte]A Geografia desse oceano é de extrema solidão, com numerosos icebergs, que são água congelada à deriva e que não são como a Antártida ou a Groenlândia que são gelo de terra firme.
Tal como na Antártida, a noite é bem escura e fria, e chega aos -75 °C. Ocorre o fenômeno de aurora polar (aurora boreal no norte e aurora austral no sul).
Ambiente
[editar | editar código-fonte]Cheio de gelo e neve, só algumas algas, líquenes, briófitas e fungos sobrevivem. Entre os animais encontram-se o urso-polar, focas, leões-marinhos, raposas-do-ártico, lebre-ártica, krill e alguns peixes e baleias.
Degelo
[editar | editar código-fonte]O degelo do Ártico é principalmente causado pelo efeito de estufa (ou efeito estufa) e o aquecimento global, que juntos provocam o descongelamento rápido de vastas reservas de água doce.[11]
Em setembro de 2007 é registado, pelo satélite ENVISAT, o maior degelo do oceano Ártico,[12] abrindo à navegação a passagem do Noroeste.
Fitoplâncton
[editar | editar código-fonte]Em 2012, cientistas do Laboratório de Pesquisa e Engenharia de Regiões Frias (CRREL) publicaram resultados que descrevem a descoberta da maior eflorescência algal de fitoplâncton conhecida no mundo. Os resultados foram inesperados, já que até então se acreditava que o plâncton crescia apenas após o derretimento sazonal do gelo, no entanto foram descobertas algumas algas sob vários metros de gelo marinho intacto.[13] Embora o impacto ecológico da proliferação do fitoplâncton debaixo do gelo marinho e na fixação de carbono no oceano Árctico seja potencialmente acentuado, a prevalência destes acontecimentos no Ártico moderno e no passado recente era, até então, desconhecida. Os investigadores inicialmente calculavam que a causa para o gelo marinho do Árctico estar a tornar-se progressivamente mais verde, estava relacionada com as plantas marinhas microscópicas, o fitoplâncton, que cresciam sob o gelo. Mas isso não fazia sentido – o fitoplâncton precisa de luz para a fotossíntese, e o Ártico é supostamente escuro demais para que este sobreviva.[14]
Entretanto uma equipa internacional de investigadores solucionou o enigma. Este tom esverdeado tem a ver com o recorde de baixos níveis de gelo marinho na região. A fina camada que agora existe já não barra a luz solar e esta já não é reflectida, sendo absorvida pelos lagos de gelo derretido. Os resultados do modelo determinado pela equipa da investigação levada a cabo no mar de Chukchi indicam que o recente desbaste do gelo marinho do Árctico é a principal causa do acentuado aumento na prevalência de condições de luz propícias à floração de algas sob o gelo. Há apenas cerca de 20 anos poderia ser incomum a existência das condições necessárias para o florescimento algal sob o gelo, mas actualmente os índices de prevalência aumentaram a um nível tal que quase 30% do oceano Árctico coberto de gelo no mês de julho permite que florescimento das algas sob o gelo ocorra. As mais recentes alterações climáticas podem ter alterado significativamente a ecologia da Região Árctica.[14]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c Michael Pidwirny (2006). «Introduction to the Oceans». www.physicalgeography.net. Consultado em 7 de dezembro de 2006. Cópia arquivada em 9 de dezembro de 2006
- ↑ Tomczak, Matthias; Godfrey, J. Stuart (2003), Cópia arquivada, ISBN 81-7035-306-8 2 ed. , Delhi: Daya Publishing House, consultado em 1 de janeiro de 2010, cópia arquivada em 30 de junho de 2007
- ↑ Since the beginning of the 21st century, sea ice covers only 1/3 to 1/2 the surface of the Arctic Ocean at the end of summer.
- ↑ Some Thoughts on the Freezing and Melting of Sea Ice and Their Effects on the Ocean K. Aagaard and R. A. Woodgate, Polar Science Center, Applied Physics Laboratory, University of Washington, January 2001. Retrieved 7 December 2006.
- ↑ a b Wright, John W. (ed.); Editors and reporters of The New York Times (2006). The New York Times Almanac 2007 ed. New York, New York: Penguin Books. p. 455. ISBN 0-14-303820-6
- ↑ «Oceans of the World» (PDF). rst2.edu. Consultado em 28 de outubro de 2010
- ↑ «Arctic Ocean Fast Facts». wwf.pandora.org (World Wildlife Foundation). Consultado em 28 de outubro de 2010. Cópia arquivada em 29 de outubro de 2010
- ↑ «"Length of a Degree of Latitude and Longitude" - editado por "National Geospatial-Intelligence Agency"» (em inglês). NGA mil. Consultado em 5 de outubro de 2009
- ↑ «"Direct and Inverse Solutions of Geodesics on the Ellipsoid with application of nested equation" - autor: T. Vincenty» (PDF) (em inglês). NGA mil. Consultado em 5 de outubro de 2009
- ↑ «"Vincenty formula for distance between two Latitude/Longitude points"» (em inglês). NGA mil. Consultado em 5 de outubro de 2009
- ↑ "Um atalho no gelo", Revista Veja (23 de setembro de 2009) - http://veja.abril.com.br/230909/um-atalho-gelo-p-106.shtml Arquivado em 17 de dezembro de 2012, no Wayback Machine.
- ↑ «Satellites witness lowest Arctic ice coverage in history». www.esa.int (em inglês). Consultado em 4 de outubro de 2021
- ↑ «Huge algae blooms discovered beneath Arctic ice»
- ↑ a b «The frequency and extent of sub-ice phytoplankton blooms in the Arctic Ocean». Science Advanced. 20 de março de 2017
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