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Paraú

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 Nota: Para o rio, veja Rio Paraú. Para a comuna romena, veja Părău.

Paraú
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Paraú
Bandeira
Brasão de armas de Paraú
Brasão de armas
Hino
Gentílico parauense
Localização
Localização de Paraú no Rio Grande do Norte
Localização de Paraú no Rio Grande do Norte
Localização de Paraú no Rio Grande do Norte
Paraú está localizado em: Brasil
Paraú
Localização de Paraú no Brasil
Mapa
Mapa de Paraú
Coordenadas 5° 46′ 26″ S, 37° 06′ 03″ O
País Brasil
Unidade federativa Rio Grande do Norte
Municípios limítrofes Upanema, Assu, Triunfo Potiguar , Campo Grande e Jucurutu
Distância até a capital 243 km
História
Fundação 10 de maio de 1962 (62 anos)
Administração
Prefeito(a) Maria Olímpia Ferreira Nunes Eufrasio (PP, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [1] 383,214 km²
População total (IBGE/2021[1]) 3 750 hab.
Densidade 9,8 hab./km²
Clima semi-árido
Altitude 82 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 59660-000
Indicadores
IDH (PNUD/2010[2]) 0,603 médio
PIB (IBGE/2019[3]) R$ 43 901,73 mil
PIB per capita (IBGE/2019[3]) R$ 11 651,20
Sítio http://parau.rn.gov.br/ (Prefeitura)

Paraú é um município brasileiro no estado do Rio Grande do Norte. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano 2020 sua população era estimada em 3 750 habitantes. Área territorial de 383 km².

Por proposta de um vereador, foi criada uma lei e realizado um plebiscito que alterou o nome do município para Espírito Santo do Oeste em abril de 1998. No entanto, dois anos depois, a alteração foi impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que não homologou a alteração, voltando o município ao seu nome original.

Os primeiros habitantes da região correspondente hoje ao município de Paraú foram os índios tapuias, da nação dos Tarairius e da tribo Pegas. Os tapuias habitavam o interior de praticamente todo o nordeste, desde a Bahia até os sertões de estados como Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Dividiam-se em várias tribos e grupos. Outros nomes também são atribuídos aos nossos Pegas como Ariús, Ariás, Uriús e Ária. Eles habitavam desde as imediações do Vale do Açu até o Seridó. Esses índios eram nômades, ou seja, não tinham uma morada fixa.

O primeiro marco de povoamento se deu na Fazenda Beldroega, quando no ano de 1710, Bento Teixeira Ribeiro e seu sócio Manuel Neto da Cunha receberam uma data de terra concedida pelo Capitão-mor Andre Nogueira (da Costa), às margens do riacho Paraú chamado AS BELDROEGAS, que foi prescrita por nunca ter sido povoadas e encontrar-se devoluta. Mais de um século depois passou a pertencer a família de Jerônimo José Peixoto, pai de Padre Amaro Theot Castor Brasil.

Padre Amaro junto a três irmãos lutaram bravamente na guerra do Paraguai entre os anos de 1865 e 1870, voltando condecorados. Entre os anos de 1870 e 1875 foi erguida uma capela em devoção a Nossa Senhora da Piedade, cumprindo assim uma promessa feita por sua mãe. A Capela foi construída na fazenda Paraíso, onde passaram a residir.

Em 1898, por incentivo de uma tia por nome Raulinda, Padre Amaro doou umas braças de terra para ali se construir uma capela sob a invocação do Divino Espírito Santo, mas no ano de 1900 foi transferido para a cidade de Maués, no Amazonas, e assim não realizou a construção.

A população se adensou na Fazenda Espírito Santo propriedade de Luiz Justino de Oliveira Gondim. O mesmo nasceu na fazenda Cachoeira, em 1865. Aos 23 anos, mudou-se para a Fazenda Espírito Santo, casando-se com Maria Damásia Gomes, estabelecendo-se numa casa de taipa, com pequeno negócio de compra e venda que prosperando proporcionou a abertura de casas comerciais em outros municípios. Ali permaneceu, mesmo após o falecimento de sua esposa, empenhou-se em fazer progredir a sua terra, pelo bem comum.

Em 1911, casa-se novamente, com Maria Siqueira Cabral, iniciando-se no ano seguinte, a construção da capela em devoção ao Divino Espírito Santo (Só em 1940 foi ampliada).

O município teve a sua emancipação política aos 10 de maio de 1962, quando foi desmembrado do município de Augusto Severo (atual Campo Grande).

O território de Paraú corresponde a 0,7257% da superfície estadual, estendendo-se por 383,214 km² de área,[1] dos quais 1,057 km² constituem a cidade.[4] Distante 243 km da capital do estado, Natal,[5] limita-se com Upanema e Assu a norte, Triunfo Potiguar a sul, novamente Assu a leste e Campo Grande a oeste. De acordo com a divisão territorial vigente desde 2017, Paraú pertence à região imediata de Açu, na região intermediária de Mossoró;[6] até então, com a vigência das mesorregiões e microrregiões, pertencia à microrregião do Médio Oeste, por sua vez incluída na mesorregião do Oeste Potiguar.[7]

O relevo de Paraú é baixo, inserido na Depressão Sertaneja, cuja geologia pertence ao embasamento cristalino, datada do período Pré-Cambriano, entre um bilhão e 2,5 bilhão de anos, compreendendo rochas da Formação Jucurutu a sul e do Complexo Gnáissico-Migmatítico no restante do território.[8] Os solos são férteis, com textura variada, sendo predominantes o solonetz solodizado e o bruno não cálcico vértico, o primeiro de mal a imperfeitamente drenado[8] e chamado de planossolo na nova classificação brasileira de solos,[9] enquanto o segundo, moderadamente drenado,[8] constitui o luvissolo.[9] Também existem pequenas áreas de latossolo a norte e solo litólico ou neossolo a leste.[10]

Esses solos são cobertos pela vegetação do bioma da Caatinga, que perde suas folhas na estação seca[8] Paraú apresenta 92,45% do seu território na bacia hidrográfica do rio Piranhas-Açu e os 7,55% restantes na bacia do rio Apodi–Mossoró, sendo cortado pelo rio Paraú e alguns riachos, todos intermitentes ou temporários, isto é, fluem somente na estação chuvosa.[11] No curso do rio Paraú, a cinco quilômetros do centro da cidade, está o Açude Beldroega, com capacidade para 8 057 520,15 e construído em 1987.[12]

Com temperaturas elevadas e chuvas concentradas no primeiro semestre, Paraú apresenta características de clima semiárido.[8] Desde 1923, quando teve início o monitoramento pluviométrico da cidade, o maior acumulado de chuva em 24 horas registrado na cidade chegou a 180 mm em 27 de abril de 1989, mês este que também é o mais chuvoso da série histórica, com 575,4 mm, enquanto o recorde anual é de 1 570,4 mm em 1974, seguido por 1 448,2 mm em 1985 e 1 163 mm em 1989.[13]

Dados climatológicos para Paraú (1923-2020)[13]
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Precipitação (mm) 50,7 90,7 154,5 162 80,2 33,1 22,8 4 2,2 1,9 2,6 12,2 616,9

Referências

  1. a b c IBGE. «Brasil | Rio Grande do Norte | Paraú». Consultado em 3 de março de 2022 
  2. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2010). «IDHM Municípios 2010». Atlas do Desenvolvimento Humano. Consultado em 3 de março de 2022. Cópia arquivada em 28 de dezembro de 2016 
  3. a b IBGE (2019). «Brasil | Rio Grande do Norte | Paraú | Produto Interno Bruto dos Municípios». Consultado em 3 de março de 2022 
  4. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) (2015). «Áreas Urbanas no Brasil em 2015». Consultado em 3 de março de 2022 
  5. IDEMA - Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (2020). «Anuário estatístico do Rio Grande do Norte». Consultado em 3 de março de 2022 
  6. IBGE (2017). «Divisão Regional do Brasil». Consultado em 29 de março de 2019. Cópia arquivada em 25 de setembro de 2017 
  7. IBGE (1990). «Divisão regional do Brasil em mesorregiões e microrregiões geográficas» (PDF). Biblioteca IBGE. 1: 44–45. Consultado em 29 de março de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 25 de setembro de 2017 
  8. a b c d e IDEMA (2008). «Perfil do seu município: Paraú» (PDF). Consultado em 3 de março de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 4 de março de 2022 
  9. a b JACOMINE, 2008, p. 178.[1]
  10. EMBRAPA. «Mapa Exploratório-Reconhecimento de solos do município de Paraú, RN» (PDF). Consultado em 3 de março de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 4 de março de 2022 
  11. BELTRÃO et al, 2005, p. 4.[2]
  12. COSTA; FREITAS; GUEDES, 2019, p. 42-43.[3]
  13. a b Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN). «Relatório pluviométrico». Consultado em 3 de março de 2022 
NETA, Sebastiana Dantas Rocha; GUEDES, Josiel. Reservatório Beldroega (Paraú/RN): Usos e Problemas Ambientais. Revista GeoInterações, Assu, v.3, n.1, p.86-100, jan./jun. 2019.
BELTRÃO, B. A. et al. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea, estado do Rio Grande do Norte: diagnóstico do município de Paraú. Recife: CPRM/PRODEEM, 2005.
JACOMINE, P. K. T. A nova classificação brasileira de solos. Anais da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica, v. 5, p. 161-179. Recife: 2008.

Ligações externas

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