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Partido Nacional-Bolchevique

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Partido Nacional-Bolchevique
Национал-большевистская партия
LíderEduard Limonov[1]
FundadoresEduard Limonov[1]
Aleksandr Dugin
Yegor Letov
Sergey Kuryokhin
Fundação1 de maio de 1993
Dissolução7 de agosto de 2007 (banido)[2]
SedeMoscou, Rússia
IdeologiaNacional-bolchevismo[3]
Espectro políticoSincretismo
Afiliação nacionalA Outra Rússia (2006-2010)
Bandeira do partido

O Partido Nacional-Bolchevique, PNB (em russo: Национал Большевистская Партия, НБП), também conhecido como Partido Nazbol[4] foi um partido político russo que teve sua declaração de fundação publicada no dia 1.º de maio de 1993.[5][6]

Seu líder era o escritor Eduard Limonov e seu principal ideólogo era Alexander Dugin. A composição social do PNB era muito heterogênea: por um lado intelectuais ligados a Dugin e, do outro, a facção mais numerosa: ativistas radicais, liderados por Limonov.

Os "intelectuais" eram reponsáveis pelo jornal do partido, o "Limonka", enquanto os ativistas tinham uma atuação concreta em atividades nos espaços públicos. Desse modo, o PNB era uma estrutura heterogênea, unida pela oposição ao regime liberal de Boris Yeltsin.[7]

Limonov procurava unir radicais de extrema-esquerda e extrema-direita na mesma tribuna.[8] O jornal Limonka foi o órgão oficial do partido.[9] As cortes russas baniram a organização em 2010[10][11] nunca registrando-se oficialmente como partido político. Seu líder, Eduard Limonov, fundou um novo partido político chamado Outra Rússia.[12]

A bandeira do partido mostra a foice e o martelo dentro de um círculo branco em um fundo vermelho, lembrando a bandeira nazista.[13] O partido, misturando ideologia de extrema-esquerda e extrema-direita, reunia desde velhos nostálgicos do sovietismo, até skinheads.[13]

O partido alegava não ter relação com o fascismo, antissemitismo, xenofobia ou intolerância racial e considerava a acusação de fascismo como um mero recurso de propaganda utilizado pelas autoridades para comprometer a imagem do partido. Seus membros alegavam ser "nacionalistas de solo" e não "de sangue",[14] argumentando que a semelhança de sua bandeira com a bandeira nazista se deve ao círculo branco com um emblema dentro de um tecido vermelho, o que não poderia ser um símbolo fascista.[14]

Muitos também apontam um dos hinos do partido como sendo inspirado no hino nazista Horst-Wessel-Lied.[15]

O partido se manifesta a favor da reforma agrária e se opõe à privatização de empresas estatais. Também critica a dominação económica e política dos Estados Unidos e da União Europeia, autodeclarando-se adepto da Quarta Teoria Política (QTP).[16]

Em dezembro de 1994, quando tropas russas atacaram posições de rebeldes na Chechênia (ver Primeira Guerra da Chechênia), foi publicada uma segunda edição do jornal Limonka manifestando expressivo apoio à guerra contra os separatistas chechenos.[7]

Referências

  1. a b «BBC – Adam Curtis – THE YEARS OF STAGNATION AND THE POODLES OF POWER». 18 de janeiro de 2012. Consultado em 4 de agosto de 2014 
  2. «G1 > Mundo - NOTÍCIAS - Justiça russa confirma ilegalidade do extremista Partido Nacional-Bolchevique». g1.globo.com. Consultado em 23 de outubro de 2023 
  3. «Andrei Dmitriev: Who Are the National-Bolsheviks?». 22 de agosto de 2007 
  4. Umland, Andreas (2014). Russian Nationalism, Foreign Policy and Identity Debates in Putin's Russia: New Ideological Patterns after the Orange Revolution. Estados Unidos: Columbia University Press. p. 147. ISBN 9783838263250 
  5. Декларация о создании НБП, em russo, acesso em 19/06/2022.
  6. Amsterdam, Robert. «Andrei Dmitriev: Who Are the National-Bolsheviks?». 22 de agosto de 2007. Consultado em 25 de maio de 2021 
  7. a b Национал-большевизм: конец темы, em russo, acesso em 19/06/2022.
  8. Rogatchevski, Andrei; Steinholt, Yngvar (21 de outubro de 2015). «Pussy Riot's Musical Precursors? The National Bolshevik Party Bands, 1994–2007». Popular Music and Society. 39 (4): 448–464. doi:10.1080/03007766.2015.1088287 
  9. Fenghi, Fabrizio. «Making post-Soviet counterpublics: the aesthetics of Limonka and the National-Bolshevik Party». Março de 2017. Consultado em 25 de maio de 2021 
  10. «JUSTIÇA RUSSA CONFIRMA ILEGALIDADE DO EXTREMISTA PARTIDO NACIONAL-BOLCHEVIQUE». G1. 7 de agosto de 2007. Consultado em 1 de junho de 2022 
  11. «Justiça russa confirma ilegalidade do Partido Nacional-Bolchevique». Jornal do Brasil. 7 de agosto de 2007. Consultado em 1 de junho de 2022 
  12. Tsvetkova, Roza (7 de dezembro de 2010). «Лимонов готов стать гламурным политиком» [Limonov está pronto para se tornar um político glamoroso]. Независимая газета. Consultado em 1 de junho de 2022 
  13. a b Colosimo, Verinika. «Édouard Limonov, l'imprécateur des lettres russes». 12 de julho de 2013. Consultado em 26 de maio de 2021 
  14. a b «НБП – FAQ» [PNB - Perguntas Frequentes] (em russo). Consultado em 1 de junho de 2022. Cópia arquivada em 15 de maio de 2009 
  15. Rogatchevski, Andrei. Eduard Limonov’s National Bolshevik Party and the Nazi Legacy: Titular Nations vs Ethnic Minorities. [S.l.: s.n.] pp. 64–65 
  16. «Revista Badaro». 7 de março de 2020. Consultado em 1 de junho de 2022 
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