República Democrática de Timor-Leste (1975-1976)
Repúblika Demokrátika de Timór-Leste (Tetúm) República Democrática de Timor-Leste | |||||
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Hino nacional "Pátria" ("Pátria")
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Continente | Ásia | ||||
Região | Sudeste Asiático | ||||
Capital | Díli | ||||
Governo | República democrática/Socialista | ||||
Governador | |||||
• 1975 | Francisco Xavier do Amaral | ||||
• 1975-1976 | Nicolau dos Reis Lobato | ||||
Período histórico | Guerra Fria | ||||
• 28 de novembro de 1975 | Fundação | ||||
• 17 de julho de 1976 | Dissolução | ||||
Moeda | Escudo português |
A República Democrática de Timor-Leste (Em Tétum: Repúblika Demokrátika de Timór-Leste), foi um estado que foi proclamado unilateralmente no território do atual Timor-Leste em 28 de novembro de 1975 antes da invasão indonésia de Timor Leste nove dias depois, em 7 de dezembro de 1975.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Declaração de independência
[editar | editar código-fonte]Timor Leste foi colonizado por Portugal em meados do século XVI e administrado como Timor Português. Após a Revolução dos Cravos de 1974 em Portugal, iniciou-se um processo de descolonização que levaria à formação de uma Assembleia Constituinte eleita em 1976. Três novos partidos surgiram nessa época; a União Democrática Timorense que defendeu a associação continuada com Portugal, a Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente, que apoiou a independência e a Apodeti que apoiou a integração na Indonésia.[2] Nas eleições Locais realizadas a 13 de Março de 1975, a Fretilin e a UDT emergiram como os maiores partidos, tendo previamente formado uma aliança para fazer campanha pela independência. Em 11 de Agosto de 1975, a UDT tentou um golpe, Em uma tentativa de travar a crescente popularidade da Fretilin. O governador português Mário Lemos Pires fugiu para a ilha costeira de Atauro, a norte da capital, Díli, de onde mais tarde tentou negociar um acordo entre as duas partes. Em 28 de Novembro de 1975, a Fretilin fez uma declaração unilateral de independência da República Democrática de Timor-Leste com Francisco Xavier do Amaral como presidente e Nicolau dos Reis Lobato como primeiro-ministro. Este acto não foi reconhecido nem por Portugal nem pela Indonésia.[3][4][5] Em 30 de Novembro de 1975, a Fretilin fez com que a "Constituição da República Democrática de Timor-Leste (RDTL)" fosse lida em uma cerimónia de tomada de posse de Amaral como novo presidente nomeado.[6] O Artigo 40º da nova Constituição previa o estabelecimento de um Conselho de Ministros. Em 1 de Dezembro de 1975, a Fretilin criou esse órgão.[6]
Invasão Indonésia
[editar | editar código-fonte]Em resposta, em 30 de novembro de 1975, a Indonésia encorajou os líderes da UDT, Apodeti e outros partidos menores a assinar a Declaração de Balibo pedindo a integração de Timor-Leste na Indonésia.[7] Em 7 de dezembro de 1975, as forças indonésias lançaram uma invasão maciça por ar e mar, conhecida como Operasi Seroja (Operação Lótus), citando o potencial de um governo comunista, a necessidade de desenvolver o território e os riscos de segurança nacional e regional como razões para suas ações. As forças indonésias ocuparam a capital, Dili, poucas horas após o lançamento da invasão durante a Batalha de Dili[8][9] e ocuparam a segunda maior cidade, Baucau, em 10 de dezembro, com Liquiçá e Maubara sendo ocupadas no final de dezembro.[10]Em 17 de Dezembro foi formado um Governo Provisório de Timor-Leste apoiado pela Indonésia (Pemerintah Sementara Timor Timur), liderado por Arnaldo dos Reis Araújo da Apodeti e Lopez da Cruz da UDT.[11][12] Em 31 de Maio de 1976 foi estabelecida uma Assembleia Popular Regional[13] que posteriormente adoptou uma resolução apelando à integração formal de Timor-Leste na Indonésia.[14] Em 17 de julho de 1976, a Indonésia anexou formalmente Timor Leste como a província de Timor Timur com Arnaldo dos Reis Araújo como seu primeiro governador.[15] As Nações Unidas não reconheceram nem a autodenominada "República Democrática" proclamada pela Fretilin nem a soberania indonésia sobre Timor-Leste e, em vez disso, continuaram a reconhecer Portugal como Potência Administrativa legal, conforme demonstrado pela Resolução 384 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Eventos subsequentes
[editar | editar código-fonte]do direito internacional Timor Português nominalmente continuou a existir. Um acordo em 1999 entre os governos de Portugal e da Indonésia levou a um referendo em 30 de agosto de 1999, no qual a maioria do povo de Timor-Leste votou pela independência. Após um período de transição da administração das Nações Unidas, Timor-Leste tornou-se independente como a República Democrática de Timor-Leste em 20 de maio de 2002.[16]
Texto da Declaração de Independência
[editar | editar código-fonte]Texto
[editar | editar código-fonte]Proclamação da República Democrática de Timor Leste[17]
“ | Encarnando a espiração suprema do povo de Timor Leste e para salvaguarda dos
seus mais legítimos direitos e interesses como Nação Soberana, o Comité Central da FRENTE REVOLUCIONÁRIA DE TIMOR LESTE INDEPENDENTE – FRETILIN – decreta e eu proclamo, unilateralmente, a Independência de Timor Leste que passa a ser, a partir das 00H00 de hoje, a República Democrática de Timor-Leste, anti-colonialista e anti-imperialista. Viva a República Democrática de Timor Leste ! Viva o Povo de Timor Leste Livre e Independente ! Viva a FRETILIN ! |
” |
Governo
[editar | editar código-fonte]Após a declaração de independência, foi formado um Conselho de Ministros, com Francisco Xavier do Amaral como Presidente e Nicolau dos Reis Lobato como Primeiro-Ministro. Quando a Indonésia invadiu o país em 7 de dezembro de 1975, Francisco Xavier do Amaral deixou o cargo, e Nicolau dos Reis Lobato Tomou a presidência do país.[18]
Presidentes
[editar | editar código-fonte]- Francisco Xavier do Amaral (28 de novembro - 7 de dezembro 1975)
- Nicolau dos Reis Lobato (7 de dezembro - 17 de julho 1976)
Primeiro-Ministro
[editar | editar código-fonte]- Nicolau dos Reis Lobato (28 de novembro - 7 de dezembro 1975)[19]
Relações Internacionais
[editar | editar código-fonte]O Estado não teve nenhuma relação internacional com algum estado durante o seu curto-periódo de tempo, apenas reconhecimento diplomático.
Reconhecimento diplomático
[editar | editar código-fonte]Após a declaração de independência da República Democrática de Timor-Leste, o estado recebeu o reconhecimento diplomático de seis estados maioritariamente socialistas, a maioria deles eram ex-Colónias portuguesas.
Os estados que reconheceram a República Democrática de Timor-Leste foram os seguintes:[20][21][22]
Representação diplomática
[editar | editar código-fonte]A República Democrática de Timor-Leste manteve um escritório de ligação em Nova Iorque, localizado no Apartamento 608, 310, Rua 44 Leste.[23]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ «History « Government of Timor-Leste». timor-leste.gov.tl (em inglês). Consultado em 25 de junho de 2023
- ↑ Rickfles, M. C. (1991). A History of Modern Indonesia Since c.1300 (2nd ed.). MacMillan. p.301.
- ↑ «History « Government of Timor-Leste». timor-leste.gov.tl (em inglês). Consultado em 18 de julho de 2023
- ↑ Rourke, Alison (29 de agosto de 2019). «East Timor: Indonesia's invasion and the long road to independence». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 18 de julho de 2023
- ↑ «A Piece Of The Story Of East Timor's Independence From Portugal Then Indonesia Was "annexed"». VOI - Waktunya Merevolusi Pemberitaan (em inglês). Consultado em 18 de julho de 2023
- ↑ a b «Part 3: The History of the Conflict» (PDF)
- ↑ «Archived Copy» (PDF)
- ↑ «Operasi Linud Terbesar di Dili - Rubrik MILITER». web.archive.org. 20 de fevereiro de 2008. Consultado em 18 de julho de 2023
- ↑ Schwarz (2003), p. 204
- ↑ Dunn (1996), pp. 257–60.
- ↑ Schwarz (1994), p. 204.; Indonesia (1977), p. 39.
- ↑ Taylor (1990), p. 9; Kohen and Taylor, p. 43; Budiardjo and Liong (1984), p. 15 and 96; Nevins, p. 54; Dunn (1996), p. 262; Jolliffe, p. 272. Budiardjo and Liong (1984) call it a "puppet government". Dunn comments: "In fact, the writer was told by Timorese officials who were in Dili at the time that the PGET had no separate existence or powers at all." Jolliffe notes a radio address from Fretilin leader Nicolau Lobato claiming that the PSTT had been sworn in on an Indonesian ship in Dili harbor.
- ↑ Indonesia (1977), pp. 43–44.
- ↑ Indonesia (1977), p. 44.
- ↑ Guruips.com. «Integrasi dan Lepasnya Timor Timur dari NKRI». Guru IPS. Consultado em 18 de julho de 2023
- ↑ «COUNCIL ENDORSES PROPOSAL TO DECLARE EAST TIMOR'S INDEPENDENCE 20 MAY 2002 | UN Press». press.un.org. Consultado em 18 de julho de 2023
- ↑ Comum, Casa. «05000.264». casacomum.org (em inglês). Consultado em 18 de novembro de 2023
- ↑ «Resistance-era president of East Timor, Francisco Xavier do Amaral, dies in Dili, aged 74 | The Australian». web.archive.org. 8 de março de 2012. Consultado em 24 de novembro de 2023
- ↑ Albuquerque, Davi Borges de (2 de fevereiro de 2011). «Pré-história, história e contatos lingüísticos em Timor Leste». Domínios de Lingu@gem (2): 75–93. ISSN 1980-5799. doi:10.14393/dl6-v3n2a2009-5. Consultado em 24 de novembro de 2023
- ↑ «História « Governo de Timor-Leste». timor-leste.gov.tl (em inglês). Consultado em 28 de outubro de 2023
- ↑ Rourke, Alison (29 de agosto de 2019). «East Timor: Indonesia's invasion and the long road to independence». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 28 de outubro de 2023
- ↑ «A Piece Of The Story Of East Timor's Independence From Portugal Then Indonesia Was "annexed"». web.archive.org. 17 de dezembro de 2021. Consultado em 28 de outubro de 2023
- ↑ search.archives.un.org - PDF