Saltar para o conteúdo

Ricardo Salles (político)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ricardo de Aquino Salles
Dados pessoais
Nascimento 8 de junho de 1975 (49 anos)
São Paulo (SP)
Partido PSDB
Profissão Advogado

Ricardo de Aquino Salles (São Paulo, 08 de junho de 1975), é um administrador e advogado brasileiro. Em 2013, foi nomeado secretário particular do governador Geraldo Alckmin. Fundou em 2006 o Movimento Endireita Brasil, entidade parceira do Instituto Millenium.

História

Ricardo Salles provém de uma tradicional família de advogados paulistana, nascido e residente no bairro do Morumbi. Formou-se em administração pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e fez pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas.[1]

Foi candidato a deputado estadual pelo DEM em 2010 (não se elegeu)[2] e candidato a vereador da cidade de São Paulo em 2012, pelo PSDB (desistiu antes da eleição).[3]

Movimento Endireita Brasil

Em 2006, juntamente com quatro amigos, Ricardo Salles fundou o Movimento Endireita Brasil. Segundo informação do próprio site, os membros do Endireita Brasil, "fizeram curso de liderança no Leadership Institute nos EUA",[4] o qual exibe em sua página principal o lema "training conservative activists, students, and leaders since 1979" (treinando ativistas, estudantes e líderes conservadores desde 1979).[5]

Em sua declaração de princípios, o Movimento dizia pretender "endireitar o Brasil, escorada no pensamento da Nova Direita liberal, e no compromisso de luta pela diminuição do Estado e o fim de todos os mecanismos que limitam ou ferem a liberdade do cidadão".[6] O verbo "endireitar" deve ser entendido com um grão de sal, pois Ricardo Salles, conforme declarou em sua campanha à deputado estadual em 2010, seria "o único candidato assumidamente de direita do país".[1]

A principal iniciativa do Endireita Brasil foi a criação do Dia da Liberdade de Impostos, que ocorria a cada 25 de maio, "o primeiro dia do ano que o brasileiro começa a não pagar em impostos em proporção à carga tributária em vigor". Nesta data, Salles e seus amigos se cotizavam para cobrir a parte dos impostos para quem abastecesse o carro num posto de São Paulo. Em 2010, o valor amortizado pelo grupo teria chegado a R$ 10 mil.[1]

"Oposicionista ferrenho do PT" e de Lula,[1] o Endireita Brasil declarava não ser "apenas anti-Lula, somos contra a quase todos os políticos brasileiros" (sic). Também negou que fosse um movimento ligado ao PSDB: "não somos tucanos", é o que se lê num post de 13 de agosto de 2007.[7]

Todavia, isso não impediu que Ricardo Salles tentasse por duas vezes ingressar na vida política. Em 2010, apresentando-se como representante de uma "nova direita, acima de tudo democrática", ele posicionou-se "contra o aborto, a favor da pena de morte e contra o uso de drogas". Para justificar seu posicionamento ideológico, invocou uma pesquisa Datafolha, segundo a qual, "47% dos jovens de 18 a 25 se diziam de direita". Para estes jovens, ele apresentava-se como a opção indicada.[1]

O Movimento Endireita Brasil parece ter se esvaziado em meados de 2011, quando seu site foi cancelado. Todavia, até o início de 2013, ainda era listado entre os "mantenedores e parceiros" do Instituto Millenium.[8]

Impeachment de Dias Toffoli

Em agosto de 2012, juntamente com o advogado Guilherme Campos Abdalla, entrou com um pedido de impeachment na presidência do Senado contra o ministro do STF José Antonio Dias Toffoli, por crime de responsabilidade. Dias Toffoli foi acusado pelos advogados de agir com parcialidade (a favor dos réus) no julgamento da Ação Penal 470 (Mensalão).[9] A denúncia foi arquivada.[10]

Secretário do governador

A escolha de Ricardo Salles para secretário particular do governador Geraldo Alckmin em março de 2013, gerou enorme celeuma, mesmo dentro do seu partido (o PSDB). Segundo o relato de um "pessedebista histórico" para o Diário do Centro do Mundo, "Salles defende o regime militar, é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, contra o aborto, abomina o Estado e se define o único direitista assumido do Brasil, seja lá o que isso quer dizer".[11] O governador teria sido procurado por "Secretários de Estado e integrantes do PSDB", preocupados com o estrago que a nomeação do polêmico advogado poderia causar à imagem do partido. O presidente estadual do PSDB, deputado Pedro Tobias, não ocultou sua insatisfação: "há um incômodo generalizado no partido", afirmou.[12]

Referindo-se à recusa de Ricardo Salles em reconhecer os assassinatos políticos cometidos pela ditadura militar (ele denomina a Comissão da Verdade de "Comissão da Vingança"), a revista CartaCapital em matéria de 2013, definiu-o como "o perfeito idiota paulistano".[13]

Referências

  1. a b c d e Ana Paula Grabois (28 de setembro de 2010). Valor Econômico, ed. «Advogado busca atrair classe média espremida entre BNDES e Bolsa Família». Consultado em 27 de outubro de 2013 
  2. uol.com.br (ed.). «Ricardo Salles (2010)». Consultado em 27 de outubro de 2013 
  3. O Estado de S. Paulo (ed.). «Ricardo Salles». Consultado em 27 de outubro de 2013 
  4. MEB, ed. (23 de setembro de 2009). «Estudante do Leadership Intitute, desmascarando esquerdistas». Consultado em 27 de outubro de 2013 
  5. «The Leadership Institute» (em inglês). Consultado em 27 de outubro de 2013 
  6. MEB (ed.). «Membros do MEB». Consultado em 27 de outubro de 2013 
  7. MEB, ed. (13 de agosto de 2007). «O Endireita Brasil é apenas um movimento anti-Lula?». Consultado em 27 de outubro de 2013 
  8. Instituto Millenium (ed.). «Mantenedores e Parceiros». Consultado em 27 de outubro de 2013 
  9. Rosa Costa (22 de agosto de 2012). Exame (Brasil), ed. «Senado recebe denúncia contra ministro do STF Dias Toffoli». Consultado em 27 de outubro de 2013 
  10. Senado do Brasil, ed. (16 de outubro de 2012). «Mesa arquiva pedido de impeachment contra ministros do STF». Consultado em 27 de outubro de 2013 
  11. Kiko Nogueira (4 de abril de 2013). Diário do Centro do Mundo, ed. «Endireita, São Paulo: o depoimento de um pessedebista histórico sobre o governo Alckmin». Consultado em 27 de outubro de 2013 
  12. Folha de S. Paulo, ed. (5 de abril de 2013). «Aliados querem que Alckmin demita secretário». Consultado em 27 de outubro de 2013 
  13. Rodrigo Martins (5 de abril de 2013). CartaCapital, ed. «Ricardo Salles, secretário particular de Alckmin, o perfeito idiota paulistano». Consultado em 27 de outubro de 2013 


Ícone de esboço Este artigo sobre um político brasileiro é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.