Rio das Velhas

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 Nota: Se procura pelo Rio das Velhas que corta a região do Triângulo Mineiro, veja rio Araguari (Minas Gerais).
Rio das Velhas
Rio das Velhas
Rio das Velhas em Santa Luzia
Comprimento 801 km
Nascente Ouro Preto, Minas Gerais
Altitude da nascente 1100 m
Foz Rio São Francisco, em Várzea da Palma, Minas Gerais
Área da bacia 29 173 km²

O rio das Velhas é um curso de água do estado de Minas Gerais. Suas nascentes estão localizadas na cachoeira das Andorinhas, município de Ouro Preto. É o maior afluente em extensão do rio São Francisco, desaguando neste em Barra do Guaicuí, no município de Várzea da Palma.

Origem do nome[editar | editar código-fonte]

Segundo o escritor Aníbal Machado, nascido em Sabará, esse rio era conhecido pelos índios locais como Uaimií (Waimi'y), e pelos bandeirantes como Guaicuí, de onde vem o nome Barra do Guaicuí para o lugar onde deságua no rio São Francisco. Na língua tupinambá, gwaimi significa 'velho' e o -i/-y final significa 'rio, água', tanto em Guaicuí como em Waimi'y /wai̯miˡʔɨ/.

Importância histórica[editar | editar código-fonte]

Rio das Velhas próximo a sua nascente no distrito de São Bartolomeu em Ouro Preto, Minas Gerais
Rio das Velhas próximo a sua nascente no distrito de São Bartolomeu em Ouro Preto.

O rio das Velhas teve grande importância histórica para o desenvolvimento da região central de Minas Gerais, tendo sido um dos principais caminhos através dos quais se desenvolveu o ciclo do ouro. A partir de sua nascente, o rio das Velhas passa por outras cidades históricas da região como Sabará, Santa Luzia e Belo Horizonte.

Pesquisas acadêmicas recentes que indicam que o rio das Velhas pode ter sido o caminho original da descoberta do ouro em Minas Gerais. Por essa teoria, exploradores vindos do nordeste teriam subido ao longo das margens do rio São Francisco e depois do rio das Velhas. É uma rota bem mais longa do que o caminho a partir do Rio de Janeiro ou de São Paulo, mas é um caminho mais natural. Chegando à região central de Minas Gerais, os exploradores descobriram ouro e pedras preciosas. Somente então, sabendo da localização aproximada, os paulistas teriam subido através da mata e das serras, por um caminho muito mais curto, mas também mais árduo e perigoso. A disputa pelas minas existentes na região levou à Guerra dos Emboabas, ao fim da qual a região - antes pertencente à Capitania de São Vicente - foi elevada à condição de Capitania, administrada diretamente pela Coroa portuguesa.[carece de fontes?]

Situação atual[editar | editar código-fonte]

Rio das Velhas no centro histórico de Sabará, próximo ao pontilhão ferroviário do século XIX.

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o rio das Velhas sofre uma série de interferências. Boa parte do seu volume de água é captado na Estação de Tratamento de Água de Bela Fama. Posteriormente o rio recebe uma grande quantidade de esgoto através de afluentes como o ribeirão Arrudas e o ribeirão da Onça, que atravessam a cidade de Belo Horizonte. A degradação ambiental faz com que o rio das Velhas se apresente em seu trecho mais conhecido como um rio de águas avermelhadas (em grande parte devido à presença de minério de ferro no solo da região), "barrentas", extremamente poluído e assoreado. Praticamente não há vida nas águas do rio ao longo desse trecho.

Devido à sua importância histórica e ambiental, em 1997 foi iniciado o Projeto Manuelzão,[1] idealizado por um grupo de professores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Com o objetivo de trazer de volta a vida à bacia do rio das Velhas, o projeto iniciou uma série de ações para sensibilizar a opinião pública, que vem trazendo resultados através do estabelecimento de políticas públicas municipais e estaduais, e particularmente com controles mais rigorosos para os emissores de poluição instalados ao longo da bacia. O projeto teve a meta ambiciosa de revitalizar o rio das Velhas até o ano de 2010.

Em 2009, o projeto Manuelzão e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas realizaram a 'Expedição pelo rio das Velhas', que percorreu toda a bacia realizando eventos de mobilização e educação ambiental. Na ocasião, foi criada uma rede colaborativa para reunir a participação das pessoas da bacia. Atualmente, a bacia hidrográfica do Rio das Velhas possui um comitê de bacia para propor e ajudar a decidir sobre as políticas e ações a serem implementadas nos rios que a compõem. O comitê faz parte da Política Nacional de Recursos Hídricos do Brasil, implementada com a lei Nº 9.433 de 1997.[2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Referências