Rubens de Melo Braga

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Rubens de Melo Braga
Nascimento 3 de outubro de 1910
Curitiba
Morte 30 de maio de 1979 (68 anos)
Curitiba
Cidadania Brasil
Ocupação político

Rubens de Melo Braga (Curitiba, 3 de outubro de 1910Curitiba, 30 de maio de 1979) foi um político brasileiro que representou o estado do Paraná. Filho de José de Melo Braga e de Maria José Pinheiro Brandão Braga, ele realizou o curso primário no Grupo Xavier da Silva[1] e o secundário no Colégio Progresso.[2] Melo Braga teve duas filhas e era casado com Helena Wolf de Melo Braga.[3]

Carreira Política[editar | editar código-fonte]

Além de se dedicar ao comércio e à agricultura, Melo Braga trabalhou pela organização dos interesses dos trabalhadores. Em razão disso, criou, entre os anos de 1931 e 1935, em torno de 30 sindicatos de classe no Paraná. Participou do Congresso Sindical em 1932, como delegado do Paraná, e em janeiro de 1933 foi um dos organizadores do Partido Nacional do Trabalho[4], criado para concorrer às eleições para a Assembleia Nacional Constituinte. O partido, que pretendia ser uma organização corporativa que agregasse todos os proletários brasileiros preocupados com a reconstrução social, financeira e do Brasil, apoiou a Revolução de 1930. O partido não conseguiu, porém, eleger nenhum candidato mesmo tendo uma uma de suas seções mais atuantes, a do Paraná, dirigida por Melo Braga e Manuel Militão da Silva.[3]

Melo Braga ajudou na criação de dois partidos de caráter regional em 1933: o Partido Reivindicador Proletário e a Concentração Trabalhista. Foi, também, um dos fundadores do Sindicato dos Leiteiros de Curitiba, o qual liderou uma intensa campanha de combate à lei que exigia a prévia pasteurização do leite. Essa obrigação - a que todos os comerciantes estavam submetidos - ocasionou uma greve geral da classe na época. Em razão disso, Melo Braga teve a sua prisão decretada. Em virtude de uma manifestação que mobilizou aproximadamente 400 leiteiros, ela foi descontinuada. Depois de obter ganho de causa na Assembleia Legislativa, defendeu aqueles que desejavam o livre comércio do leite.[3]

O político utilizou os seus discursos para combater o crescimento do movimento integralista no Brasil durante o primeiro governo de Getúlio Vargas, assim como fez com a do nazi-fascismo europeu. Em janeiro de 1945, Melo Braga participou da organização da União dos Trabalhadores do Paraná[5], que se transformou na seção do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) no estado. Em dezembro de 1945, elegeu-se, na legenda do PTB, suplente de deputado pelo Paraná à Assembleia Nacional Constituinte. Assumiu o cargo de deputado federal constituinte pelo Paraná em fevereiro de 1946, com a desistência de Getúlio Vargas. Com a promulgação da nova Carta (18/9/1946), começou a exercer o mandato ordinário e participou da Comissão de Agricultura da Câmara[6].[3]

Candidato da Aliança Pró-Getúlio Vargas (que reuniu os partidos PTB e o Partido Social Progressista, PSP), foi reeleito em outubro de 1950, legislatura que se estendeu de 1951 a 1955. Durante o governo de Bento Munhoz da Rocha, em 1953, ocupou a Secretaria de Agricultura e a Secretaria de Interior e Justiça do estado do Paraná[7]. Em outubro próximo ano, ainda pelo PTB, candidatou-se à renovação do mandato, obtendo apenas uma suplência. Concorreu novamente em 1958, desta vez à Assembléia Legislativa paranaense, sendo eleito suplente de deputado estadual pelo PTB.[3]

Nas eleições de outubro de 1962, concorreu ao Senado Federal, obtendo a suplência de Amauri de Oliveira e Silva. Em junho de 1963, assumiu provisoriamente a cadeira de senador. Em abril de 1964, com a deposição de João Goulart, os militares que assumiram o governo editaram o Ato Institucional nº 1 (AI-1), formalizando as transformações políticas e permitindo punições extralegais de adversários do novo regime. Amauri Silva foi incluído na primeira lista de cassações, em razão de ter acompanhado o presidente deposto na viagem de exílio para o Uruguai. A partir disso, Melo Braga assumiu efetivamente o cargo de senador, exercendo o mandato até janeiro de 1971.[3]

Colaborou, ainda, ao Diário Popular, de Curitiba, órgão do PTB, e foi membro da Federação Regional dos Trabalhadores do Paraná[8].[3]

Referências

  1. «GRUPO ESCOLAR DR. XAVIER DA SILVA - Patrimônio Cultural». Secretaria de Estado da Cultura. Consultado em 30 de setembro de 2018 
  2. «Escola alemã/Colégio Progresso - Acervo Digital UFPR». Repositório Digital Institucional da UFPR. Consultado em 30 de setembro de 2018 
  3. a b c d e f g «Rubens de Melo Braga - CPDOC». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 31 de outubro de 2017 
  4. «Partido Nacional do Trabalho - CPDOC». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 30 de setembro de 2018 
  5. «União Geral dos Trabalhadores do Paraná - UGT». UGT - União Geral dos Trabalhadores. Consultado em 30 de setembro de 2018 
  6. «Secretaria de Agricultura e Abastecimento». Governo do Estado de SP. Consultado em 30 de setembro de 2018 
  7. «Secretaria da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos». Justiça do Paraná. Consultado em 30 de setembro de 2018 
  8. «Federação dos Empregados no Comércio do Estado do Paraná». FECEP. Consultado em 30 de setembro de 2018