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Sérgio Jockyman

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Sergio Jockymann
Sergio Jockymann
Deputado estadual do Rio Grande do Sul
Período1 de fevereiro de 1991 a 1 de fevereiro de 1995
Dados pessoais
Nascimento29 de abril de 1930
Palmeira das Missões, RS
Morte16 de fevereiro de 2011
Campinas, SP
Nacionalidadebrasileiro
CônjugeIarema Coelho
Simone Jockymann
PartidoPSB (1954-1955)
PL (1988-1989)
PDT (1990-1993)
PMDB (1993-1994)
Profissãojornalista e dramaturgo

Sergio Jockymann (Palmeira das Missões, 29 de abril de 1930Campinas, 16 de fevereiro de 2011) foi um jornalista, romancista, poeta e dramaturgo brasileiro. Ficou conhecido por seu trabalho na comunicação do Rio Grande do Sul e por seus trabalhos como dramaturgo no teatro e na televisão.

Foi deputado estadual do Rio Grande do Sul entre 1991 e 1995.

Biografia

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Nasceu em Palmeira das Missões e, ainda criança, foi morar em Cruz Alta[1]. Seu pai, Jorge, em suas palavras, "um alemão grosso",[1] era um engenheiro agrônomo e farmacêutico, e sua mãe, professora primária. Quando criança, despertou o gosto pela literatura ao frequentar a biblioteca pública de Cruz Alta.[1] No entanto, era reprimido pelo pai, que o castigava por ler livros considerados "pornográficos".[1]

Na adolescência, veio morar em Porto Alegre, onde estudou no Colégio Estadual Júlio de Castilhos.[2] Não chegou a completar o ensino médio.

Foi casado com Iarema Coelho[3] e, mais tarde, com Simone Jockymann. Teve seis filhos.

Jornalista desde os 19 anos, iniciou a carreira na Rádio Difusora como locutor e redator, em 1949.[1] Em seguida, passou a trabalhar na Rádio Farroupilha.[1] Também trabalhou no Diário de Notícias, onde seu talento foi reconhecido por ocasião da morte do então presidente Getúlio Vargas, com a publicação de um artigo intitulado "Há um homem pelas ruas",[3] e no semanário Hoje.[3] Em 1955, sua primeira peça foi encenada: Caim.[1] Também em 1955, concorreu a vereador de Porto Alegre pelo PSB e perdeu, obtendo 99 votos.[1]

Em 1957, passou a ser redator e produtor da Rádio Guaíba, onde chegou a produzir cinco programas ao tempo.[1] Reproduziu a experiência de Orson Welles, que recriou a situação de A Guerra dos Mundos, em 1938.[1] Publicou seu primeiro livro em 1958, Poemas em negro, editado pelo Instituto Estadual do Livro.[3]

Sua peça de maior sucesso foi encenada em 1961, Boa tarde, excelência.[1] Voltou a trabalhar na Rádio Farroupilha em 1963, assumindo como diretor artístico da emissora.[1] Também trabalhou na Rádio Gaúcha. Nos anos 1960, assinou colunas nos jornais Zero Hora e Diário de Notícias[1].

A partir de 1969, começou a trabalhar na Companhia Jornalística Caldas Júnior, escrevendo colunas para a Folha da Manhã e Folha da Tarde.[1] Também passou a apresentar um comentário diário na Rádio Guaíba com uma trilha característica: "Rossana", do filme Os sete homens de ouro[1]. Também em 1969, escreveu sua primeira novela para a TV, Nenhum Homem é Deus.

Em 1972, ajudou a criar o Jornal do Almoço, da RBS TV, do qual também participou.[1] Em 1975, foi um dos criadores do Portovisão, do qual seria um dos primeiros apresentadores ao lado de Tânia Carvalho, Clovis Duarte, Cascalho e José Fogaça.[1] Também em 1975, escreveu seu maior sucesso para a TV, O Machão,[1] novela exibida pela Rede Tupi. Ainda na década de 1970, em 1978, transferiu-se para a TV Piratini, apresentando o programa Meio-Dia,[4] com participação de Luis Fernando Verissimo,[4] Josué Guimarães e Simone Jockymann.[4]

Em dezembro de 1979, passou a trabalhar na TV Guaíba, fazendo o comentário final do programa Guaíba ao Vivo.[1] Em 1980, sua peça teatral Spiros Stragos, escrita em 1977, foi publicada pelo Serviço Nacional de Teatro, ligado ao Ministério da Educação e Cultura, e obteve o 2º lugar no IX Congresso Nacional de Dramaturgia.[1]

Em 1981, chamado por Walter Galvani, passou a publicar o folhetim Clô Dias e Noites, na Folha da Tarde, com sucesso[1]. No ano seguinte, o folhetim foi editado em livro pela L&PM Editores.[1] Em 1984, foi ao ar seu último trabalho na TV, o seriado Casal 80.[1] Também em 1984, deixou de publicar crônicas na Folha da Tarde com o encerramento da publicação.[1] Em 1985, assume a direção geral da TV Guaíba.[1] Nos meses em que Jockymann dirigiu a emissora, colocou no ar muitas atrações locais, como os programas Aqui e Agora e A Hora e A Vez do Rio Grande..

Em 1986, deixou a TV Guaíba e a Companhia Jornalística Caldas Júnior e criou seu próprio jornal, o semanário RS - O Jornal da Semana, que mais tarde seria conhecido como RS - O Jornal do Jockymann[1]. No veículo, o destaque foi a cobertura do assassinato do jornalista e deputado estadual gaúcho José Antônio Daudt.[1] Em geral, as matérias apresentavam hipóteses diferentes das aceitas pela Polícia Civil e Ministério Público para o caso. O trabalho rendeu-lhe cartas ameaçadoras. Algumas delas, Jockymann chegou a publicar no próprio jornal. O RS seria editado até 1993.[1]

Entre o fim dos anos 1980 e o começo dos anos 1990, Jockymann trabalhou na Rádio Pampa e na Rádio Bandeirantes.[1]

Nas eleições de 1988, foi candidato derrotado à prefeitura de Porto Alegre pelo Partido Liberal, terminando a disputa em sétimo lugar, com 48 627 votos.[1] Em 1990, concorreu a deputado estadual pelo PDT e venceu, com 14 575 votos. Em 1994, disputou a reeleição, pelo PMDB, obteve 5 028 votos[5] e não se reelegeu.

Entre 1996 e 2006, publicou colunas diárias nos jornais do Grupo Editorial Sinos.[1]

Um dos seus textos mais famosos, Os Votos, publicado na Folha da Tarde em 1978, ganhou grande repercussão com o advento da internet e das redes sociais, tendo sido erroneamente atribuído ao escritor francês Victor Hugo, às vezes com o título Desejos.[6]

Faleceu aos 80 anos de idade, no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas,[7] onde estava internado desde 29 de dezembro de 2010 para tratar uma insuficiência renal crônica, diagnosticada em 1999.[1] Foi cremado na cidade de São Paulo.[7]

  • Poemas em Negro. Porto Alegre, Instituto Estadual do Livro, 1958
  • Vila Velha 1. Porto Alegre, Garatuja, 1975
  • Vila Velha 1. Porto Alegre, Garatuja, 1976
  • Clô Dias & Noites. Porto Alegre, L&PM Editores, 1982
  • Sortilégio. Porto Alegre, L&PM Editores, 2000

Televisão

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  • 1955 - Caim
  • 1957 - Tutu marambá
  • 1961 - Boa tarde, excelência
  • 1966 - Marido, matriz e filia'
  • 1968 -
  • 1972 - A malcriação do mundo
  • 1977 - Spiros Stragos
  • 1978 - Se
  • 1979 - Treze

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af Bertão Filho, Italo. «Uma década sem Sergio Jockymann, que criou bordão 'Pensem nisso'». Jornal do Comércio. Jornal do Comércio. Consultado em 9 de março de 2021 
  2. «Naquele tempo do Julinho». Rua da Margem (em inglês). Consultado em 9 de março de 2021 
  3. a b c d Jockymann, Sérgio (2012). Pensem nisso ... enquanto eu lhes digo até amanhã!. Porto Alegre, RS: [s.n.] OCLC 1001439630 
  4. a b c «Blog do Emilio Pacheco: Meio-dia» (em inglês). Consultado em 9 de março de 2021 
  5. «Eleições 1994 - Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul». Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  6. «Blog do Emilio Pacheco: Clique para ampliar» (em inglês). Consultado em 9 de março de 2021 
  7. a b Zero Hora (16 de fevereiro de 2011). «Morre aos 80 anos o jornalista gaúcho Sérgio Jockymann». 17/02/2011. Consultado em 17 de fevereiro de 2011