Samakh
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aldeia abandonada | ||
Vista aérea de Samakh em 1931 | ||
Localização | ||
Localização de Samakh em Israel | ||
Coordenadas | 32° 42′ 18″ N, 35° 35′ 15″ L | |
País atual de facto | Israel | |
Características geográficas | ||
Área total [1] | 8,3 km² | |
População total (1945) [2][1] | 3 460 hab. | |
Densidade | 416,9 hab./km² | |
Altitude | −220 m | |
Outras informações | ||
Data do abandono | 28 de abril de 1948[3] | |
Motivo do abandono | Ataque de tropas Yishuv |
Samakh ou Samach (em árabe: سمخ) é uma aldeia abandonada situada na margem sul do mar da Galileia, na Palestina (atualmente em Israel). Em 1945 tinha 3 460 habitantes árabes, dos quais 3 220 eram muçulmanos e 130 cristãos.[2] Grande parte da população fugiu quando tropas israelitas do Haganá conquistaram a aldeia, em 3 de março de 1948. Os restantes partiram na véspera de um assalto da Brigada Golani contra o exército sírio em 18 de abril de 1948. A maior parte dos antigos residentes tornaram-se refugiados internos na cidade árabe de Nazaré.[4]
Em 25 de setembro de 1918, durante a Primeira Guerra Mundial, travou-se em Samakh uma das batalhas que no seu conjunto constituíram a Batalha de Megido. Entre 1905 e 1948, a aldeia foi uma paragem importante na linha ferroviária do Vale de Jizreel, que por sua vez era parte da linha do Hejaz, que ligava Damasco a Medina. Durante o Mandato Britânico da Palestina, Samakh era a última paragem efetiva no território sob controlo britânico, pois Al-Hamma era geograficamente isolada. Atualmente os únicos sinais mais evidentes da povoação são a estação ferroviária e um depósito de água.[4] A zona industrial e Tzemah e uma parte do kibutz Ma'agan situam-se no local da antiga aldeia.
Localização
[editar | editar código-fonte]A aldeia situava-se em terreno plano, no vale do Jordão, na margem mais meridional do mar da Galileia, perto do local onde o rio Jordão sai do lago. Era a maior aldeia do sub-distrito de Tiberíades, tanto em população como em área, e era um ponto importante das ligações de transportes. Tinha uma estação ferroviária na linha do Hejaz e por ela passava uma estrada que percorria a margem do lago até à cidade de Tiberíades, a noroeste. Havia também ligações de barco entre Samakh e Tiberíades.[5]
História
[editar | editar código-fonte]Período otomano
[editar | editar código-fonte]No seu mapa de 1799, o geógrafo francês Pierre Jacotin chamou à aldeia Semak.[6] A maior parte das casas eram de adobe, havendo algumas de basalto negro, uma pedra abundante na área de Golã vizinha de Samakh.[5] O explorador suíço Johann Ludwig Burckhardt visitou a aldeia, a que chamou Szammagh, em 1812, e descreveu-a como sendo um conjunto de 30 ou 40 casas de barro junto a casas mais ricas de pedra negra. Escreveu também que em volta da aldeia havia cerca de cem feddans (entre 23 e 34 hectares) de terrenos cultivados.[7] Em 1838, Edward Robinson fez uma descrição semehante da aldeia.[8]
Em 1875, Victor Guérin encontrou a aldeia dividida em duas partes, com casas de adobe e de pedra vulcânica.[9] Em 1881, o Survey of Western Palestine ("Levantamento da Plaestina Ocidental") do Fundo de Exploração da Palestina descrevia Samakh como uma aldeia com 200 habitantes que cultivavam a planície em volta.[10]
A aldeia e a sua estação ferroviária forma o local da Batalha de Samakh, travada em 25 de setembro de 1918 entre tropas do Corpo Montado do Deserto britânico-australiano e tropas do Grupo de Exércitos Yıldırım otomano-alemão. O confronto terminou com a vitória dos Aliados e abriu o caminho para Damasco às tropas do general Allenby. O marechal Archibald Wavell descreveu a batalha como a mais mais feroz e cruel batalha do teatro de operações da Palestina.[11]
Mandato Britânico da Palestina
[editar | editar código-fonte]Segundo o censo de 1922 da Palestina, realizado pela administração do Mandato Britânico da Palestina Samakh e Al-Hamma tinham, em conjunto, 976 habitantes. Destes, 922 eram muçulmanos, 28 judeus, 25 cristãos e 1 bahá'í.[12] Entre os cristãos, havia 11 arménios, 6 ortodoxos, 5 anglicanos, 2 melquitas e 1 católico.[13] No censo de 1931, havia 480 casas e a população tinha aumentado para 1 900: 1 780 muçulmanos, 76 cristãos, 40 judeus e 4 drusos.[14]
Em 1923 foi criado um conselho local para administrar a aldeia, que ainda funcionava em 1945. O orçamento do conselho cresceu de forma constante de 310 libras em 1929 para 1 100 libras em 1944.[15] Em 1944/1945, havia 3 460 habitantes: 3 320 muçulmanos, 130 cristãos e 10 seguidores de outras religiões.[2] A maioria da população pertencia às tribos beduínas 'Arab al-Suqur and 'Arab al-Bashatiwa. Na aldeia havia duas escolas, uma para rapazes e outra para raparigas. As principais colheitas eram bananas e cereais.[5][16] A área construída era 239 dunans (aprox. 21,5 hectares).[17]
1948–presente
[editar | editar código-fonte]A aldeia foi tomada por tropas israelitas Haganá em 3 de março de 1948, durante a guerra civil no Mandato da Palestina, juntamente com um posto de fronteira britânico vizinho e mudou de mãos duas vezes nas batalhas do vale de Kinarot (15–21 de maio de 1948), entre o Haganá e o exército sírio. Em 21 de maio, após a retirada dos sírios, o Haganá instalou uma posição em Samakh.[18]
Em 1992, as únicas estruturas que restavam de Samakh eram as ruínas da estação e um depósito de água. No local onde existiu a aldeia há atualmente um parque público, um posto de abastecimento de combustíveis e a zona industrial de Tzemah, construídos pelos membros do kibutz Degania Alef.[19] O Colégio Kinneret, associado à Universidade Bar-Ilan, também se situa na área da antiga aldeia. Os kibbutzim Ma'agan e Tel Katzir foram criados em 1949 em terrenos da aldeia. Os kibbutzim Masada e Sha'ar HaGolan foram fundados a sudeste da aldeia em 1937 e desde então expandiram as suas terras para áreas que anteriormente estavam sob a jurisdição de Samakh. Os kibbutzim Degania Alef e Degania Bet também se situam perto da antiga aldeia, mas não ocupam terras que pertenciam a Samakh.[19]
Nas imediações há um pequeno parque aquático e um restaurante da cadeia Burgeranch.
Notas e referências
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Samakh, Tiberias», especificamente desta versão.
- ↑ a b «Village Statistics» (em inglês). Governo da Palestina. Department of Statistics. Abril de 1945. p. 72. Consultado em 1 de março de 2018. Arquivado do original em 12 de agosto de 2017
- ↑ a b c «Village Statistics» (em inglês). Governo da Palestina. Department of Statistics. Abril de 1945. p. 12. Consultado em 1 de março de 2018
- ↑ Morris 2004, pp. xvii; 186.
- ↑ a b «Welcome to Samakh» (em inglês). Palestine Remembered. www.palestineremembered.com. Consultado em 1 de março de 2018. Arquivado do original em 18 de fevereiro de 2010
- ↑ a b c Khalidi 1992, p. 537.
- ↑ Karmon 1960, p. 167.
- ↑ Burckhardt 1822, p. 275.
- ↑ Robinson & Smith 1841, pp. 262, 264.
- ↑ Guérin 1880, p. 309.
- ↑ Conder & Kitchener 1881, p. 361.
- ↑ Ben Rehav 1989
- ↑ Barron 1923, Tab. XI, Sub-district of Tiberias, p. 39.
- ↑ Barron 1923, Tab. XVI, p. 51.
- ↑ Mills 1932, p. 84.
- ↑ Survey of Palestine (1945) 1:138-39. Citado em Khalidi 1992, p. 537
- ↑ Village Statistics 1945, p. 123
- ↑ Village Statistics 1945, p. 173
- ↑ Atlas de Israel 1978, pp. 14–15
- ↑ a b Khalidi 1992, p. 538.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Ben Rehav, Uri (dezembro de 1989), HaRakevet (6): 13–15
- Barron, J. B. (1923), Palestine: Report and General Abstracts of the Census of 1922, Governo da Palestina
- Burckhardt, Johann Ludwig (1822), Travels in Syria and the Holy Land, J. Murray
- Conder, Claude Reignier; Kitchener, H. H. (1881), The Survey of Western Palestine: Memoirs of the Topography, Orography, Hydrography, and Archaeology, 1, London: Committee of the Palestine Exploration Fund
- Department of Statistics (1945), Village Statistics, April, 1945, Governo da Palestina
- Guérin, Victor (1880), Description Géographique Historique et Archéologique de la Palestine (em francês), 3: Galilee, pt. 1, Paris: L'Imprimerie Nationale
- Hadawi, Sami (1970), Village Statistics of 1945: A Classification of Land and Area ownership in Palestine, Palestine Liberation Organization Research Center, consultado em 1 de março de 2018, cópia arquivada em 8 de dezembro de 2018
- Karmon, Y. (1960), «An Analysis of Jacotin's Map of Palestine» (PDF), Israel Exploration Journal, 10 (3,4): 155–173; 244–253
- Khalidi, Walid (1992), All That Remains: The Palestinian Villages Occupied and Depopulated by Israel in 1948, ISBN 0-88728-224-5, Washington, D.C.: Institute for Palestine Studies
- Mills, E., ed. (1932), Census of Palestine 1931. Population of Villages, Towns and Administrative Areas, Jerusalem: Governo da Palestina
- Morris, Benny (2004), The Birth of the Palestinian Refugee Problem Revisited, ISBN 9780521009676 (em inglês), Cambridge University Press, consultado em 1 de março de 2018
- Murray, Lawrence (1997), The Amazing Spread of Christianity, ISBN 0-9722149-2-5, St. Jude Press
- Palmer, Edward H. (1881), The Survey of Western Palestine: Arabic and English Name Lists Collected During the Survey by Lieutenants Conder and Kitchener, R. E. Transliterated and Explained by E.H. Palmer, Committee of the Palestine Exploration Fund
- Robinson, Edward; Smith, Eli (1841), Biblical Researches in Palestine, Mount Sinai and Arabia Petraea: A Journal of Travels in the year 1838, 3, Boston: Crocker & Brewster
- Wallach, Jeuda; Lorch, Netanel; Yitzhaki, Aryeh (1978), «Batalhas do Vale do Jordão», in: Nur, Evyatar, Atlas de Israel (em hebraico), Volume 2 - Os Primeiros Anos 1948–1961, Jerusalém
- Village Statistics, April, 1945 (em inglês), Departmento de Estatística do Governo da Palestina, 1945. Citado em Hadawi 1970