The Stooges

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The Stooges
The Stooges
The Stooges em show ao vivo.
Informação geral
Origem Ann Arbor, Michigan
País Estados Unidos
Gênero(s)
Período em atividade 19671974
20032016[1]
Gravadora(s) Elektra Records
Columbia Records
Virgin Records
Integrantes Iggy Pop
James Williamson
Mike Watt
Steve Mackay
Ex-integrantes Dave Alexander
Jimmy Recca
Scott Thurston
Ron Asheton
Zeke Zettner
Scott Asheton
Página oficial iggyandthestoogesmusic.com

The Stooges (também conhecido como Iggy and The Stooges) foi uma banda de proto-punk norte-americana formada no final dos anos 60. The Stooges foi uma daquelas bandas de passagem meteórica que marcaram o nome na história da música. Iggy Pop, nome artístico de James Newell Osterberg, líder do grupo, tornou-se um ícone cultural pop nas últimas décadas. Ele tocou bateria nos grupos The Iguanas e The Prime Movers antes de montar o seu próprio, o The Stooges, em 1967, em Michigan, nos Estados Unidos.

A banda foi introduzida no Rock and Roll Hall of Fame em 2010.[2] Em 2004, a Rolling Stone os classificou em 78º em sua lista dos 100 maiores artistas de todos os tempos.[3] Em 2016, foi lançado o documentário Gimme Danger sobre a banda, dirigido por Jim Jarmusch, com estreia mundial no Festival de Cannes.[4]

História[editar | editar código-fonte]

Primeiros anos (1967-1968)[editar | editar código-fonte]

A banda foi fundada no ano de 1967, por James Osterberg (mais conhecido como Iggy Pop, vocal) com o baixista Dave Alexander e os irmãos Ron (guitarra) e Scott Asheton (bateria). Naquela época, o The Stooges tocavam sob o nome de The Psychedelic Stooges e tocavam o ato de abertura de bandas como MC5. A primeira apresentação de muitas outras naquele ano foi na Universidade de Michigan, em pleno Halloween. Posteriormente o nome da banda foi abreviado para The Stooges.

As aparições da banda logo foram consideradas escandalosas e violentas, os shows eram cheios de performances, principalmente de Iggy, que se comportava de maneira estranha no palco. Ele gritava, contorcia o corpo, sujava-se com pasta de amendoim e carne crua, atirava-se na platéia e cortava o próprio corpo com pedaços de vidro. Os shows foram chamando a atenção, porque parte do público se identificava com as músicas e parte passava o show inteiro xingando os integrantes.

A era da Elektra Records, The Stooges e Fun House (1968-1971)[editar | editar código-fonte]

Em 1968, Danny Fields, da Elektra Records, estava em Detroit para ver o show do MC5 (a banda mais famosa na cidade na época) e acabou assistindo ao The Stooges também. Fields gostou do grupo e fechou um contrato para a gravação de três álbuns.[5] O primeiro foi The Stooges, em 1969, produzido por John Cale (do Velvet Underground). Mesmo com alguns problemas durante a gravação, eles se acertaram e finalizaram o disco.

As vendas do disco não foram muito boas e, para piorar, Detroit passava por um período difícil, o desemprego crescia e parte da população deixava a cidade. Foi também nesta época que o consumo de drogas do grupo aumentou. O resultado foi a mudança para Los Angeles, onde eles gravaram o segundo disco pela Elektra. Eles moraram num lugar chamado Fun House nome que foi parar no título do segundo trabalho, que saiu em 1970. Esse disco apresentava a banda com uma nova aquisição Steve Mackay saxofonista devoto dos improvisos de John Coltrane, que acabou por conduzir o Stooges por território jazzy e inesperado. Segundo o guitarrista Ron Asheton, a real intenção da banda, repassada ao produtor Don Gallucci, era reproduzir em estúdio o som de seu show na época. Todos os takes de Fun House surgiram a partir de jams, praticamente sem overdubs, tal qual fazia James Brown com sua banda. Após a gravação, o baixista Dave saiu do grupo, foi substituído por uma sucessão de novos baixistas, Zeke Zettner e James Recca, Durante esse tempo, a banda expandiu sua formação, adicionando um segundo guitarrista, o roadie Billy Cheatham, que foi rapidamente substituído por James Williamson que assumiu a guitarra.

A era da Columbia Records e David Bowie, Raw Power e separação (1972-2001)[editar | editar código-fonte]

Fun House também fracassou nas vendas e desta vez a Elektra não quis arriscar um terceiro disco. Sem rumo, o grupo praticamente encerrava a carreira, enquanto Iggy Pop tentava se livrar do vício da heroína. Iggy conheceu David Bowie em setembro de 1971, e os dois se tornaram bons amigos. Bowie, então no auge de seu Ziggy Stardust não gostou nada do fim do grupo, e trouxe Iggy Pop e James Williamson para a Inglaterra e conseguiu um contrato com a Columbia Records, após inúmeras audições com músicos locais (com resultados insatisfatórios), A dupla tentou reconstituir o Stooges com músicos britânicos Iggy resolveu voltar atrás e convocar Ron e Scott novamente para a banda ,(esta "segunda escolha" irritou Ron Asheton, assim como sua mudança da guitarra para o baixo). E no começo de 1973, saia o terceiro disco, Raw Power assinado agora por Iggy And The Stooges. O álbum não deslanchou a carreira do grupo, mas foi recebido melhor do que os dois primeiros. A turnê do disco ainda rendeu um álbum ao vivo, Metallic K.O., lançado pela Sky Dog. Ele foi gravado na última apresentação do grupo, em fevereiro de 1974, no Detroit’s Michigan Palace.

Iggy Pop se apresentando em 25 de outubro de 1977, no State Theatre, Minneapolis, Minnesota.

Depois do lançamento não teve mais jeito, a banda chegava ao fim. Iggy Pop começou a tocar com David Bowie e depois de passar por uma reabilitação, Pop embarcou em uma bem sucedida carreira solo em 1976, começando com os álbuns The Idiot e Lust for Life. Mudou-se para Los Angeles, Califórnia. Ron Asheton formou a banda de curta duração The New Order e mais tarde o Destroy All Monsters. James Williamson trabalhou com Iggy Pop como produtor e engenheiro durante sua carreira solo no início, Kill City e New Values são exemplo desta colaboração, mas começou uma longa pausa da indústria da música em 1980. Scott Asheton tocou Sonic's Rendezvous Band junto de Fred Smith, ex-guitarrista do MC5. O baixista Dave Alexander morreu de edema pulmonar relacionado com a sua pancreatite em 1975.

Mesmo sem sucesso comercial com os dois primeiros discos, o The Stooges se tornou influência para várias bandas underground, como Sonic Youth, Mudhoney e Ramones. Os discos fizeram sucesso anos após o lançamento, principalmente no final dos anos 70 e foram relançamentos remixados nas décadas seguintes.

Seria somente depois do novo milênio que Ron Asheton, Scott Asheton e Iggy Pop voltariam a tocar juntos novamente. Isto ocorreu quando Mike Watt, ex-baixista das bandas Minutemen e fIREHOSE, apresentou Ron Asheton ao J. Mascis, guitarrista de sua nova banda J. Mascis and the Fog. Mascis adorava o material dos Stooges e convidou Ron para excursionar com eles como convidado especial, fazendo ao final do show um set com The Fog tocando material dos Stooges. O resultado foi de agrado de todos, músicos e público, tanto que estendeu-se um convite para Scott Asheton assumir a bateria se ele assim o quisesse. Scott na mesma hora aceitou dizendo: "eu não conheço Watt ou Mascis mas se meu irmão gosta deles, devem ser boa gente".

Então foi no ano de 2001 que se iniciou a série de excursões nos Estados Unidos e Europa promovidas como J. Mascis & The Fog with Special Guest Ron Asheton. E ao unir Ron e Scott Asheton, tocando material dos Stooges, tem-se no palco uma explosão visceral que até então só se ouvira falar, mas que havia trinta anos ninguém mais ouvira. Steve Mackay, saxofonista da era Fun House, acabou se juntando a eles e as casas passaram a encher ainda mais. Havia cantores de outras bandas se convidando a cada noite para fazerem o papel de Iggy no set. Sabe-se de participantes como Evan Dando do Lemonheads e Bobby Gillespie do Primal Scream.[6]

Reunião e a morte de Ron Asheton (2003-2009)[editar | editar código-fonte]

Em 2003, aconteceu a grande surpresa: Iggy Pop anunciou uma reunião dos integrantes do The Stooges. Mike Watt ocupou a vaga de baixista deixada por Dave Alexander, que faleceu em 1975 de pneumonia. Eles fizeram alguns shows e gravaram quatro composições lançadas no mesmo ano no novo disco de Iggy Pop, Skull Ring.[7] Com o sucesso das apresentações da banda, iniciaram uma turnê mundial, e se apresentaram inclusive no Brasil, em 2005 no Festival Claro q é Rock em São Paulo.[8]

Em 2007, a banda lançou um álbum totalmente inédito The Weirdness tendo como produtor Steve Albini, que trabalhou com grupos como Pixies, Nirvana, PJ Harvey, Mogwai, Neurosis, Superchunk entre outros.

Em 6 de janeiro de 2009 foi reportada a morte de Ron Asheton, ele morreu aos 60 anos vítima de uma ataque cardíaco, foi encontrado em sua casa em Ann Arbor no dia 6, mas acredita-se que ele já havia falecido há alguns dias.[9]

Retorno de James Williamson e o fim do The Stooges (2009-2016)[editar | editar código-fonte]

The Stooges ao vivo em Milão, Itália

Em outubro de 2009 foi publicado o livro "The Stooges: The Authorized and Illustrated Story" por Robert Matheu and Jeffrey Morgan pela editora Abrams.[10] Ainda em 2009 foi anunciado o retorno de James Williamson à banda. James que havia largado a carreira artística por um emprego na Sony, retornou para o ramo da música, antes de entrar em turnê com o The Stooges fez alguns shows e ensaios com a banda Careless Hearts, um desses shows foi gravado e lançado em CD e DVD.[11] Em novembro do mesmo ano o Stooges fez seu primeiro show com a nova formação no Festival Planeta Terra em São Paulo. O repertório foi composto por músicas do disco Raw Power (que a banda não tocava ao vivo desde 1974) e músicas da primeira parte da carreira solo de Iggy Pop.[12]

Em 2010 a banda foi introduzida no Rock and Roll Hall of Fame depois de sete indicações, a cerimônia contou com a presença do ex-tecladista Scott Thurston.[13] Em dezembro de 2010 o disco "Kill City" foi relançado com nova mixagem feita por James Williamson.[14]

Em 2011 Scott Asheton ficou com a saúde debilitada tendo de ser substituído em alguns shows da banda por Toby Dammit. Com uma pausa da turnê devido aos problemas médicos de Scott, James aproveitou o tempo para iniciar a gravação do disco "Re-licked" que conta com versões de antigas músicas do Stooges com a participação de diversos cantores, incluindo Jello Biafra, Carolyn Wonderland entre outros.[15] Em 2013, foi lançado pelo selo independente Fat Possum o disco Ready to Die, último disco de estúdio gravado pelos Stooges. O disco foi apresentado no festival SXSW no dia 13 de março.[16][17]

Em 15 de março de 2014 Scott Asheton faleceu vítima de um ataque do coração recorrente de sua doença não divulgada. Iggy Pop afirmou em entrevistas que após a morte de Scott ficou insustentável a continuação da banda.[18]

Em outubro de 2015 Steve Mackay faleceu aos 66 anos em decorrência de sepse.[19] Uma campanha havia sido feita no site GoFundMe para angariar fundos para o tratamento de sua doença.[20] O anúncio da morte foi feito por Iggy Pop em seu Site oficial. Em um show realizado na mesma semana no dia 16 em São Paulo no festival Popload, Iggy Pop tocou a música "Dum Dum Boys" em homenagem a Steve e aos outros integrantes falecidos do Stooges.[21]

Em 22 de junho de 2016, o guitarrista Williamson fez uma declaração oficial para a banda dizendo que the Stooges não existem mais: "The Stooges acabou. Basicamente, todo mundo está morto, exceto Iggy e eu. Portanto, seria meio ridículo tentar fazer uma turnê como Iggy e o the Stooges quando há apenas um Stooge na banda e então você tem caras do lado. Isso não faz sentido para mim". Williamson também acrescentou que as turnês se tornaram chatas, e tentar equilibrar a carreira da banda e a de pop foi uma tarefa difícil.[22]

Estilo musical[editar | editar código-fonte]

O The Stooges é amplamente considerado como uma seminal banda de proto-punk[23][24][25] e como instrumental no desenvolvimento do punk rock, rock alternativo, heavy metal e rock em geral.[26][27] Nos anos antes do noise rock ser nomeado como um gênero musical, o The Stooges já combinavam o noise com o punk rock na mesma linha.[28]

Legado[editar | editar código-fonte]

Integrantes[editar | editar código-fonte]

Iggy & The Stooges ao vivo (2007)
Última formação
Ex-integrantes

Linha do tempo[editar | editar código-fonte]

Discografia[editar | editar código-fonte]

Álbuns de estúdio[editar | editar código-fonte]

Álbuns ao vivo[editar | editar código-fonte]

Videografia[editar | editar código-fonte]

DVD[editar | editar código-fonte]

  • Live In Detroit — 2003
  • Iggy & The Stooges reunion at Coachella! – 2003
  • Escaped Maniacs – 2007
  • Raw Power Live: In the Hands of the Fans – 2011
  • Gimme Danger – 2016

Referências

  1. Lach, Stef (20 de Junho de 2016). «The Stooges 'is over' says guitarist James Williamson». Classic Rock. Consultado em 22 de Junho de 2016 
  2. Associated Press. «ABBA, Jimmy Cliff, Genesis, the Hollies and the Stooges are headed into the Rock and Roll Hall of Fame». cleveland.com. Consultado em 1 de julho de 2011 
  3. a b «The Immortals: The First Fifty». Rolling Stone Issue 946. Rolling Stone 
  4. «Cannes 2016: Film Festival Unveils Official Selection Lineup». Variety. Consultado em 15 de abril de 2016 
  5. McNeil, Legs (2006). Please Kill Me: The Uncensored Oral History of Punk. [S.l.]: Grove Press. 452 páginas. ISBN 9780802142641 
  6. «J Mascis, Mike Watt and Ron Asheton Play the Real Rock». Consultado em 10 de setembro de 2015 
  7. Mike Watt Interview Clark, Alistair. "Mike Watt Interview", Crasier Frane. Consultado Dezembro 16, 2009
  8. «Iggy Pop, o astro do "Claro q é Rock"». Consultado em 10 de setembro de 2015 
  9. «BBC.co.uk». Consultado em 12 de maio de 2011 
  10. «The Stooges: The Authorized and Illustrated Story». Consultado em 10 de setembro de 2015 
  11. «Stooges Guitarist to Play San Jose Show». Consultado em 10 de setembro de 2015 
  12. «Globo.com». Consultado em 13 de outubro de 2010 
  13. «Iggy Pop celebrates Hall of Fame induction in typical fashion... by baring his chest». Consultado em 4 de setembro de 2015 
  14. «Abril». Consultado em 13 de outubro de 2010 
  15. «Iggy and the Stooges encaram um futuro incerto com disco de regravações sem o vocalista». Consultado em 4 de setembro de 2015 
  16. «Mais recente disco do Iggy & The Stooges sai no Brasil em maio». Consultado em 4 de setembro de 2015 
  17. «Ouça "Burn", primeira música do novo disco do Iggy Pop & The Stooges». Consultado em 4 de setembro de 2015 
  18. «Morre Scott Asheton, baterista do Iggy & The Stooges, aos 64 anos». Consultado em 4 de setembro de 2015 
  19. «Morre Steve MacKay, músico que uniu saxofone e punk». Consultado em 30 de outubro de 2015 
  20. «Steve Mackay's Support Fund». Consultado em 30 de outubro de 2015 
  21. «A longevidade de Iggy Pop é um prêmio que nem merecemos». Consultado em 30 de outubro de 2015 
  22. «James Williamson: The Stooges are no more». The List. 23 de junho de 2016. Consultado em 23 de junho de 2016 
  23. Erlewine, Stephen Thomas. «The Stooges biography». Allmusic. Consultado em 15 de Julho de 2015 
  24. Galluci, Michael. «The Story of the Stooges' Pre-Punk Milestone 'Fun House'». Ultimate Guitar. Consultado em 1 de Março de 2017 
  25. «Anacronistic: The Stooges (Punk Rock)». Still in Rock (Brooklyn, NY) (em francês). 1 de Dezembro de 2014. Consultado em 31 de Março de 2015 
  26. "The Stooges", Rolling Stone Magazine (arquivado 2008)
  27. Ratliff, Ben, "Ron Asheton, Guitarist in the Stooges, Dies at 60", The New York Times, January 8, 2009
  28. «Hold On To Your Genre : Noise Rock». treblezine (em inglês). 1 de Dezembro de 2014. Consultado em 8 de Março de 2018 
  29. «Kurt Cobain's 50 favorite albums». Brooklyn Vegan. 15 de Novembro de 2012. Consultado em 4 de Abril de 2019 
  30. Paul, Aubin. «Watch the Rock'n'Roll Hall of Fame induction with Patti Smith, Zach de la Rocha, Eddie Vedder». Punknews.org. Consultado em 4 de Abril de 2019 
  31. «Slash's Influences | Favorite bands, albums and songs». Slashparadise.com. Consultado em 26 de abril de 2020 
  32. «Peter Hook : my top 10 favourite albums». Louder Than War. 26 de Outubro de 2012. Consultado em 4 de Abril de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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