The Planter's Wife (1952)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
The Planter's Wife
The Planter's Wife (1952)
Cartaz promocional do filme.
No Brasil Nas Selvas da Malaia
Nos Estados Unidos Outpost in Malaya
 Reino Unido
1952 •  p&b •  88 min 
Gênero drama bélico-criminal
Direção Ken Annakin
Produção John Stafford
Produção executiva Earl St. John
Roteiro Peter Proud
Guy Elmes
Baseado em Planter's Wife
romance de 1951
de Sidney Charles George
Elenco Claudette Colbert
Jack Hawkins
Música Allan Gray
Cinematografia Geoffrey Unsworth
Direção de arte Ralph W. Brinton
Efeitos especiais Bill Warrington
Albert Whitlock
James Snow
Figurino Doris Lee
Edição Alfred Roome
Companhia(s) produtora(s) Pinnacle Productions
Distribuição General Film Distributors
United Artists (Estados Unidos)
Lançamento
  • 20 de outubro de 1952 (1952-10-20) (Reino Unido)[1]
  • 21 de novembro de 1952 (1952-11-21) (Estados Unidos)[2]
Idioma inglês
Receita £ 541.000[3]

The Planter's Wife (bra: Nas Selvas da Malaia)[4][5] é um filme britânico de 1952, do gênero drama bélico-criminal, dirigido por Ken Annakin, estrelado por Claudette Colbert e Jack Hawkins, e coestrelado por Anthony Steel. O roteiro de Peter Proud e Guy Elmes foi baseado no romance "Planter's Wife" (1951), de Sidney Charles George.[1] O filme foi distribuído nos Estados Unidos como Outpost in Malaya.[2][6]

A trama retrata a história de um produtor de borracha e seus vizinhos que enfrentam uma campanha de ataques constantes por terroristas comunistas, ao mesmo tempo em que lutam para salvar seus casamentos durante a Emergência Malaia.[7][8]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

O matrimônio entre Jim Frazer (Jack Hawkins), proprietário de uma plantação de borracha, e sua esposa Liz (Claudette Colbert), resistiu a inúmeros desastres, inclusive anos em um campo de concentração japonês. Contudo, a relação enfrenta um momento crítico. Diante das constantes ameaças de ataques de terroristas comunistas e da preocupação com a segurança da plantação e de seus habitantes, Jim negligencia seu casamento. Liz planeja levar seu filho, Mike (Peter Asher), para estudar na Inglaterra sem comunicar a decisão a Jim, e secretamente não planeja retornar. Pouco antes da partida, durante a Emergência Malaia, uma plantação vizinha é atacada, resultando na morte do proprietário. Liz e Jim, buscando proteção, adquirem armas e munições em uma cidade próxima. A noite se transforma em um cenário de terror conforme os criminosos atacam.[9]

Elenco[editar | editar código-fonte]

  • Claudette Colbert como Liz Frazer
  • Jack Hawkins como Jim Frazer
  • Anthony Steel como Hugh Dobson
  • Ram Gopal como Nair
  • Jeremy Spenser como Mat
  • Peter Asher como Mike Frazer
  • Tom Macaulay como Jack Bushell
  • Sonya Hana como Ah Mov
  • Andy Ho como Wan Li
  • Yah Ming como Ah Siong
  • Ng Cheuk Kwong como Ho Tang
Não-creditados
  • Shaym Bahadur como Putra
  • Bryan Coleman como Capitão Dell
  • Helen Goss como Eleanor Bushell
  • Don Sharp como Tenente Summers

Produção[editar | editar código-fonte]

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

O filme foi baseado no romance "Planter's Wife" (1951), de Sidney Charles George, que era originalmente conhecido como "White Blood".[a][10] A produção também levaria esse nome, mas o título foi criticado pelo Escritório Colonial e pelos distribuidores do filme no exterior, pois poderia ser interpretado como uma referência à discriminação racial, o que fez o filme ser intitulado "The Planter's Wife".[11]

O filme foi co-financiado pela National Film Finance Corporation e The Rank Organisation. O produtor, John Stafford, atuou de forma independente.[12] O roteiro foi escrito por Guy Elmes, que havia servido no Extremo Oriente ao lado do Conde Mountbatten, e por Peter Proud. Earl St. John, chefe de produção da Rank, entregou o roteiro a Ken Annakin, que aceitou dirigir a produção.[13]

Escolha de elenco[editar | editar código-fonte]

Para incentivar uma boa recepção da audiência estadunidense, Earl St. John enviou Annakin a Hollywood em novembro de 1951 para escalar uma atriz estadunidense para o papel feminino principal. Annakin entrevistou Norma Shearer, Loretta Young, Joan Crawford, Olivia de Havilland e Claudette Colbert. Shearer estava aposentada, e de Havilland e Young estavam ocupadas com outros compromissos. Crawford gostou do papel, achando que a personagem era adequada para ela. No entanto, Colbert aceitou participar.[13] Ela recebeu £ 20.000 para interpretar o papel principal.[14] A escalação de Colbert fez com que a United Artists concordasse em distribuir o filme nos Estados Unidos.[13]

O papel de Jim Frazer estava destinado a ser interpretado por Michael Redgrave, mas em dezembro de 1951, Jack Hawkins foi escalado em seu lugar.[15] Em janeiro de 1952, Antony Steel se juntou ao elenco; este foi um dos vários filmes em que ele atuou ao lado de um ator britânico mais velho.[16][17] Na mesma época, atores londrinos protestaram que a escalação de Colbert tirou trabalho dos atores britânicos.[2]

O dançarino indiano Ram Gopal recebeu seu primeiro papel dramático como Nair, o capataz.[18] O ator mirim Peter Asher – que mais tarde teve uma carreira de sucesso como músico, cantor (como parte da dupla "Peter & Gordon" dos anos 1960) e produtor musical – interpreta o filho do casal, Mike. Entre os figurantes birmaneses, indianos e malaios estava Khin Maung, um notável pintor birmanês.[19]

Don Sharp, futuro diretor, interpretou um pequeno papel.[20]

Gravações[editar | editar código-fonte]

Colbert partiu para a Grã-Bretanha em fevereiro de 1951 e lá permaneceu três meses.[21]

O diretor Ken Annakin e sua equipe reuniram anedotas de plantadores, policiais e soldados na Federação Malaia. Sequências da segunda unidade foram filmadas lá, assim como em Singapura e Malaca. No entanto, devido a questões de segurança durante a Emergência Malaia em curso, a maior parte das filmagens ocorreu no Ceilão, seguindo o conselho de John Dalton, representante asiático da Rank. As filmagens no Ceilão duraram oito semanas. A maioria do filme foi gravada em Londres, nos Estúdios Pinewood.[22] Jack Hawkins escreveu em seu livro de memórias: "Não saímos dos Estúdios Pinewood nem por um único dia. Todo o trabalho externo foi feito com aquela técnica um tanto enganosa de projeção traseira, pela qual a ação é realizada contra uma tela mostrando imagens em movimento de locações ... O que tornava tudo ainda mais absurdo era o fato de estarmos filmando no meio do inverno e vestidos apenas com camisa e shorts. Eu estava permanentemente congelado".[23]

Colbert impressionou Annakin com sua profunda compreensão técnica sobre iluminação e trabalho de câmera, e compartilhou com ele que nunca tinha sido solicitada a participar de cenas de ação reais em Hollywood, mas rapidamente se tornou habilidosa no uso de armas de pequeno porte. Annakin revelou que Colbert teve um caso amoroso com o ator Hubert Gregg durante a produção do filme.[24]

Para filmar a cena de luta entre uma cobra e um mangusto, o cenário foi construído em um zoológico do Ceilão. Quando vários dos mangustos locais fugiram da cobra, o zelador do zoológico disse: "Receio que nossos mangustos cingaleses não estejam acostumados a lutar; vou ter que conseguir alguma variedade do norte da Índia". Importado de Madras, o mangusto indiano escolhido para participar da produção engajou-se em uma verdadeira luta até o fim com a cobra.[24]

Recepção[editar | editar código-fonte]

Um crítico, escrevendo para o Daily Worker, chamou-o de "o filme de propaganda de guerra mais cruelmente desonesto já feito na Grã-Bretanha".[25]

O jornal Los Angeles Times escreveu que "a atmosfera é mais plausível que o melodrama".[26]

A revista Variety disse que "a campanha na selva contra terroristas locais é retratada em um drama doméstico comum", e adicionou que "sequências de ação posteriores compensam a abertura fraca".[27]

Ken Annakin disse mais tarde que estava "muito orgulhoso" da produção, chamando-o de "um bom filme de ação".[28][29] O sucesso do filme levou o chefe de produção da Rank, Earl St. John, a encomendar "Simba" (1955), outro filme de guerra colonial sobre a luta da Grã-Bretanha contra os Mau-Mau.[12]

Bilheteria[editar | editar código-fonte]

A produção foi o sexto filme mais popular do ano nas bilheterias britânicas em 1952, arrecadando £ 509.000 nacionalmente.[3][30][31][32] Apesar da presença de Colbert, o filme arrecadou apenas US$ 90.000 (£ 32.000 em 1952) nos Estados Unidos. No entanto, foi um sucesso em outros mercados internacionais.[33]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. White blood, ou "sangue branco", era o nome dado à borracha líquida quando extraída das árvores.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «The Planter's Wife (1952)». British Film Institute Catalog. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 
  2. a b c «The First 100 Years 1893–1993: Outpost in Malaya (1952)». American Film Institute Catalog. Consultado em 13 de fevereiro de 2024 
  3. a b «John Davis Cites Cases». Variety. 17 de novembro de 1954. p. 8. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 – via Internet Archive 
  4. Lopes, Paulo Silva (2005). Grandes Astros do Cinema. [S.l.]: AGE Ltda. p. 95. ISBN 978-8574972541. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 – via Google Livros 
  5. «Pequeno Jornal: Jornal Pequeno (PE) – 1898 a 1955 – DocReader Web». Brasil: Hemeroteca Digital Brasileira. 20 de novembro de 1953. p. 2. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 
  6. «Hollywood Notes». The Christian Science Monitor. Estados Unidos. 9 de setembro de 1952. p. 7 
  7. «Planter's Wife». The Monthly Film Bulletin. 19 216 ed. Londres. 1 de janeiro de 1952. p. 155 
  8. Maltin, Leonard (2011) [2010]. Leonard Maltin's Movie Guide (em inglês). Nova Iorque: New American Library. ISBN 978-0451230874 
  9. «THE PLANTER'S WIFE.». The Australian Women's Weekly. Biblioteca Nacional da Austrália. 11 de março de 1953. p. 29. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 
  10. «Anthony Steele on the way up.». The Mail. Adelaide: Biblioteca Nacional da Austrália. 26 de janeiro de 1952. p. 7. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 
  11. «U.K. honor to Jane Wyman.». The Mail. Adelaide: Biblioteca Nacional da Austrália. 10 de maio de 1952. p. 7. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 
  12. a b Harper, Sue; Porter, Vincent (2003). British Cinema of the 1950s: The Decline of Deference. [S.l.]: Oxford University Press. pp. 44–45. ISBN 978-0198159346 
  13. a b c Annakin, p. 61.
  14. «WHAT'S NEWS IN THE MOVIE WORLD.». The Sunday Times. Perth: Biblioteca Nacional da Austrália. 28 de novembro de 1954. p. 39. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 
  15. Hopper, Hedda (20 de dezembro de 1951). Looking at Hollywood: Fred Allen's Loyalty Takes Him to Coast. Chicago Daily Tribune: s2.
  16. Schallert, Edwin (8 de janeiro de 1952). Lalo Rios Will Star in 'Ring;' Eve Arden Set as Douglas Partner. Los Angeles Times: B7.
  17. Vagg, Stephen (23 de setembro de 2020). «The Emasculation of Anthony Steel: A Cold Streak Saga». Filmink 
  18. «WANT MALAYAN STARLET.». The Northern Standard. Darwin, NT: Biblioteca Nacional da Austrália. 6 de junho de 1952. p. 6. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 
  19. «FILMS' CHAMPION MOTHER.». The Sydney Morning Herald. Biblioteca Nacional da Austrália. 28 de agosto de 1952. p. 7. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 
  20. Vagg, Stephen (27 de julho de 2019). «Unsung Aussie Filmmakers: Don Sharp – A Top 25». Filmink. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 
  21. «Drama: Victor Mature Costars With Esther Williams». Los Angeles Times. 28 de novembro de 1951: A8.
  22. Annakin, pp. 61-63.
  23. Hawkins, Jack (1973). Anything for a Quiet Life: The Autobiography of Jack Hawkins. [S.l.]: Elm Tree Books. p. 100 
  24. a b Annakin, p. 64.
  25. «Douglas Brass's.». The Courier-Mail. Brisbane: Biblioteca Nacional da Austrália. 22 de setembro de 1952. p. 4. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 
  26. Scheuer, Philip K. (8 de dezembro de 1952). «Colbert in Difficulties in Malaya». Los Angeles Times: B11.
  27. «Film Reviews: The Planter's Wife». Variety. 1 de outubro de 1952. p. 6. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 – via Internet Archive 
  28. McFarlane, Brian (26 de fevereiro de 2008) [1997]. An Autobiography of British Cinema: As Told by the Filmmakers and Actors who Made it (em inglês) ilustrada ed. Universidade de Michigan: Methuen. p. 26. ISBN 978-0413705204. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 – via Google Livros 
  29. Annakin, p. 65.
  30. «COMEDIAN TOPS FILM POLL.». The Sunday Herald. Sydney: Biblioteca Nacional da Austrália. 28 de dezembro de 1952. p. 4. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 
  31. «U. S. STARS TOP WORLD IN BRITISH FILM POLL»Subscrição paga é requerida. The New York Times (em inglês). 27 de dezembro de 1952. p. 5. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 
  32. Thumim, Janet. «The popular cash and culture in the postwar British cinema industry». Screen. 32 3 ed. p. 259 
  33. «Phillip to see 'Cruel Sea' premiere». The Argus 33.225 ed. Vitória: Biblioteca Nacional da Austrália. 27 de fevereiro de 1953. p. 16. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]