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Abaíra
  Município do Brasil  
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde, localizada no centro de Abaíra.
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde, localizada no centro de Abaíra.
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde, localizada no centro de Abaíra.
Símbolos
Bandeira de Abaíra
Bandeira
Brasão de armas de Abaíra
Brasão de armas
Hino
Gentílico abairense
Localização
Localização de Abaíra na Bahia
Localização de Abaíra na Bahia
Localização de Abaíra na Bahia
Abaíra está localizado em: Brasil
Abaíra
Localização de Abaíra no Brasil
Mapa
Mapa de Abaíra
Coordenadas 13° 15' S 41° 39' 50" O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Jussiape, Mucugê, Piatã, Rio de Contas e Rio do Pires
Distância até a capital 592 km
História
Fundação 1879 (144–145 anos)
Emancipação 22 de fevereiro de 1962 (62 anos)
Administração
Distritos
Prefeito(a) Edval Luz Silva "Diga" (UNIÃO [2], 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [3] 578,359 km²
População total (IBGE/2022[4]) 7 290 hab.
Densidade 12,6 hab./km²
Clima tropical sub-úmido do tipo seco
Altitude 600 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 46690-000
Indicadores
IDH (PNUD/2010[5]) 0,603 médio
PIB (IBGE/2017[6]) R$ 58 448 mil
PIB per capita (IBGE/2017[6]) R$ 6 353,73
Sítio abaira.ba.gov.br (Prefeitura)

Abaíra é um município do estado da Bahia, no Brasil. Sua população em 2022 era de 7 290.[4] Foi nomeado "cidade da cachaça", por ser uma grande produtora da aguardente Abaíra, que é feita em associações de toda a região.

A economia do município sobrevive basicamente do comércio da cachaça. Na praça principal, podem ser vistos monumentos ligados à cachaça de Abaíra.

Abaíra é um termo originário da língua tupi antiga: significa "abundância de mel", pela junção de abá (abundância) e a'yra (mel).[7]

História[editar | editar código-fonte]

O senhor José Joaquim de Azevedo, no século XIX, recebe de herança uma fazenda, aonde se produzia muita cana-de-açúcar, por isso que essa fazenda era conhecida como “Capoeira de Cana”.

No final do século XIX, um mercador chamado José Joaquim Azevedo estabeleceu uma residência á beira do caminho que levava a Bom Jesus do Rio das Contas, conhecido atualmente como Piatã.[4]

José abriu um comércio na sua fazenda, onde vendia alimentos para os mineradores vindos de Minas do Rio de Contas que se dirigiam rumo a Mucugê. Depois, José passa a produzir cachaça, e tornou-se hábito aos domingos as pessoas procurarem o seu comércio (venda) para tomar uma boa cachaça que ali era fabricada, com isso, José recebeu o apelido de “Zé da Venda”.

O povoado que se formou ao redor ficou conhecido com o nome de venda.[4]

Com o passar dos tempos, muitos daqueles frequentadores da venda e mesmo os que passavam em busca de minérios, ficaram desejosos de se estabelecerem no município. Então, os escravos de José, que eram muitos, construíram uma igreja, em louvor a Nossa Senhora da Saúde (padroeira da cidade), a qual foi inaugurada no início de 1879. A imagem da padroeira chegou no dia 2 de fevereiro de 1879, dia no qual foi realizada uma festa e também a primeira missa, pelo padre de Bom Jesus de Rio de Contas, José de Souza Barbosa, o padre Souza.

José Joaquim cede terrenos para a construção de casas ao redor da igreja, nascendo assim um povoado, com o topônimo de Tabocas.

José Joaquim apaixonou-se por uma moça, chamada Ana Vitória, a qual amava um tropeiro chamado Antônio Precasso, com quem se casa e teve três filhas (Antônia Amélia, Augusta e Maria Etelemina). José, por sua vez, se casa com Maria Rosa, com quem teve um filho, Antônio Vitorino Azevedo, o qual casou-se com Melânia Rosa de Oliveira, com quem teve três filhos: Agripino Augusto de Azevedo, Simpliciana Azevedo e Agemiro Azevedo. O último faleceu aos oito anos de idade; já os outros foram criados por seu avô paterno, Zé da Venda.

Zé da Venda fica viúvo e Precasso também faleceu, de uma febre contraída nas suas viagens, deixando Ana Vitória viúva. Então, Zé da Venda casa-se com sua amada, Ana Vitória.

Com o desenvolvimento do povoado, cria-se o distrito de Tabocas, subordinado a Bom Jesus do Rio de Contas. A lei municipal nº 30, de 24 de abril de 1916, aprovada pela lei estadual nº 1.162, de 9 de agosto de 1916, muda o nome do distrito para Abaíra, topônimo derivado do tupi-guarani e significando “abundância de mel”. No entanto, esta etimologia é contestada por Eduardo de Almeida Navarro.

A Lei Estadual nº 1.622, de 22 de fevereiro de 1962, desmembra de Piatã o distrito de Abaíra, o qual é elevado à categoria de município. O município é constituído, a partir daí, pelos distritos de Abaíra (sede) e Catolés.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Abaíra está localizada na região da Chapada Diamantina, no estado da Bahia, no Brasil, nas coordenadas 13º14'59'' de latitude sul e 41º39'49'' de longitude oeste.[8]

O município tem Vitória da Conquista como região de influência e também como região intermediária. Já como região imediata tem o município de Brumado. De acordo com classificação geográfica do IBGE, Abaíra tem por Mesorregião o Centro Sul Baiano, e é microrregião de Seabra.[9]

Com uma área territorial de 538,677 quilômetros quadrados, ficando na posição 267º referente aos municípios da Bahia com maior extensão territorial. Seu principal bioma é a Caatinga.[9]

Organização Político-Administrativa[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Lista de prefeitos de Abaíra

O município de Abaíra possui uma estrutura político-administrativa composta pelo Poder Executivo, chefiado por um Prefeito eleito por sufrágio universal, o qual é auxiliado diretamente por secretários municipais nomeados por ele, e pelo Poder Legislativo, institucionalizado pela Câmara Municipal de Abaíra, órgão colegiado de representação dos munícipes que é composto por vereadores também eleitos por sufrágio universal.[10][11]

Atuais autoridades municipais de Abaíra[editar | editar código-fonte]

Economia[editar | editar código-fonte]

O município se destaca no cenário do estado da Bahia pela produção de cachaça, que possui uma importante contribuição na economia local.[13]

É produzida no município a Cachaça Abaíra (que leva o nome do lugar) pela Cooperativa dos Produtores de Cana e seus derivados da Microrregião de Abaíra (Coopama). A cachaça artesanal produzida no local vem ganhando destaque no cenário estadual e nacional, recebendo o registro  de  Indicação  Geográfica  (IG) pelo Instituto  Nacional  de Propriedade  Industrial  (INPI), sendo a primeira marca de cachaça do estado da Bahia a atingir esse feito.[14]

Turismo[editar | editar código-fonte]

O município está incluído no roteiro do Circuito Turístico da cachaça, fornecendo atrações turísticas como o distrito de Catolé, uma espécie de Pelourinho que dentro das matas da Chapada Diamantina. Lugar para escalada tem o pico do Barbado tendo 2,3km de altura. Possui também cachoeiras, como a de Samambaia, Antônio João, Casarão da Água Suja, O rio subterrâneo. E as pinturas rupestres e as casas coloniais são pontos turísticos importantes da cidade.[15]

Cultura[editar | editar código-fonte]

Patrimônio Cultural[editar | editar código-fonte]

O município de Abaíra é destaque quando se fala em patrimônio cultural. Abaíra tem em seu território um bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), ou seja, é reconhecido um bem como Patrimônio Cultural da Bahia em seu território. O bem, tombado pelo Estado, é a Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso, situada no distrito de Catolés.[16]

Terno de Reis[editar | editar código-fonte]

Acontece no povoado de Ouro Verde (zona rural), pertencente ao município, uma manifestação da cultura popular muito conhecida como Terno de Reis de "ouro Verde". Em outros lugares do Brasil pode ter outros nomes, como: Reisado, Caixa de Folia de Reis, Bumba-meu-boi, etc. Essa festa tem características lúdica e religiosa, com muitos símbolos e representação.[17]

Festival da Cachaça[editar | editar código-fonte]

Criado em 1987, o festival da cachaça de Abaíra é um dos mais casual da Chapada Diamantina, visando levar o nome da cidade a todo o Brasil e mundo, a Associação de Produtores de Aguardente da Microrregião de Abaíra (APAMA) tomou a frente da organização do festival da cachaça, movimentando a economia da cidade. O evento possuía a exposição de stands da vila da Agroindústria, cavalgada, forró, churrasco e apresentações de diversas bandas e cantores.[18]

A abertura do festival era organizado no Centro Comunitário de Abaíra, em 2015 contou com uma abertura que retratava a produção da cachaça, fundindo as diferenças de tempos e manifestando valores socioeducativos, contando com uma abertura em um espaço interno, que foi exibido o documentário "Tudo começou assim..."[18]

Já a festa no início era realizada na Praça Central da Cidade, que tem como ponto de referência a Igreja construída na década de 70. Tendo como atrativo uma garrafa de Abaíra gigante, onde as pessoas podem se servir de cachaça durante o evento. Porém, o festival trazia problemas para a cidade, como o consumo de álcool por menores de idade, poluição sonora, falta de segurança e vigilância na produção ilegal de cachaça.[18]

Pensando no aspecto visual que o festival trazia a população e transmitia aos turistas, a APAMA e a prefeitura Municipal construíram um espaço específico que fica na área periférica, tendo fácil acesso a pé para os moradores da cidade, um espaço com 20.000m², coberta em partes com toldos e em outra a céu aberto , stands para venda de iguarias, derivados da cana-de-açúcar, como a rapadura, melaço e o açúcar mascavo e bebidas. Um engenho antigo guarnecido por stands com fachadas de casas coloniais e um restaurante rústico com pratos típicos da região cozinho em fogo a lenha.[18]

O festival se tornou tradição da cidade, pois movimenta a economia local da cidade, atraído a cada ano mais turistas, o festival costuma acontecer entre os meses de junho ou julho onde a colheita da cana-de-açúcar e maior e acontece a cada dois anos, em 2013 estava em sua 14ª edição contando com o apoio da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri). [18][19]

Política[editar | editar código-fonte]

Desde a emancipação, teve nove prefeitos, entre os quais João Hipólito Rodrigues (já falecido), que foi eleito por três vezes. Também os prefeitos:

  • José Prado Novais Filho
  • Eumar Pereira
  • Carlito Costa
  • Anatalino José de Azevedo
  • Amaury de Brito Oliveira
  • Edmundo Oliveira
  • Edval Luz Silva
  • João Hipólito Rodrigues Filho
  • Edval Luz Silva (atual prefeito 2017-2020)

Na última eleição, de 2020, foi eleito prefeito Edval Lúz Silva (seu partido é o DEM), mais conhecido como Diga, com 57,16% dos votos. O vice é Mindim, também do DEM,[20]

Referências

  1. «IBGE - Abaíra». Consultado em 11 de Outubro de 2016. Arquivado do original em 11 de Outubro de 2016 
  2. «Representantes». União Brasil. Consultado em 29 de setembro de 2022 
  3. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  4. a b c d IBGE. «Prévia da população calculada com base nos resultados do Censo Demográfico 2022 até 25 de dezembro de 2022» (PDF). Consultado em 18 de março de 2023 
  5. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 25 de agosto de 2013 
  6. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2010 à 2017». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 7 de janeiro de 2020 
  7. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 541.
  8. Almeida, Rosiléia Oliveira de (2012). «Ajofe e alcoometria: as escolas diante das mudanças socioculturais ligadas à produção de cachaça artesanal na microrregião de Abaíra, Bahia, Brasil». Ciência & Educação (Bauru): 187–214. ISSN 1516-7313. doi:10.1590/S1516-73132012000100012. Consultado em 28 de julho de 2021 
  9. a b «Abaíra». IBGE. Consultado em 28 de julho de 2021 
  10. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito municipal brasileiro. 18. ed. São Paulo: Malheiros, 2017.
  11. Câmara Municipal de Tanque Novo. «Vereadores». Consultado em 28 de outubro de 2022 
  12. a b c «Prefeito e vereadores de Abaíra tomam posse; veja lista de eleitos». G1. 1 de janeiro de 2021. Consultado em 29 de outubro de 2022 
  13. Gargur, Edilberto (novembro de 2008). «Indicação Geográfica: uma ferramenta de inclusão social» (PDF). Seagri BA. Consultado em 1 de agosto de 2021 
  14. Silva, Daliane Teixeira; Rezende, Adriano Alves de; Silva, Marcelo dos Santos da (11 de dezembro de 2018). «A Coopama e a Cadeia de Produção da Cachaça Baiana "Abaíra"». Revista de Extensão e Estudos Rurais (2): 241–265. ISSN 2359-5116. doi:10.36363/rever722018241-265. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  15. E.T.C- Educação, Tecnologia e Cultura. [S.l.]: Ministério da Educação, Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia. 2008 
  16. «SIPAC - Sistema de Informações do Patrimônio Cultural da Bahia». Consultado em 27 de julho de 2021 
  17. Nascimento, Ildimar França (2017). «Terno de Reis de "Ouro Verde", Abaíra, Chapada Diamantina (BA): um estudo sobre cultura popular». ISSN 2448-0789. Consultado em 29 de julho de 2021 
  18. a b c d e Almeida, Rosiléia (2007). A festa do vale encantado ou o X festival da cachaça de Abaíra: Dimensões espetacular, interativa e educativa. [S.l.]: Candombá, revista virtual 
  19. Secom, Administração (11 de setembro de 2013). «EBDA participa do XIV Festival da Cachaça em Abaíra». Portal Gov Bahia. Consultado em 15 de junho de 2023 
  20. «Diga, do DEM, é reeleito prefeito de Abaíra». G1. Consultado em 27 de julho de 2021