Usuário:DAR7/Testes/História de Santa Catarina/História de Campos Novos

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Origens[editar | editar código-fonte]

Equipamentos para animais de montaria e de tração usados pelos colonizadores, em exposição no Museu Histórico e Arqueológico Sebastião Paz de Almeida.

A história de Campos Novos, da mesma forma a de qualquer município constituinte da Mesorregião do Oeste Catarinense, começa quando os portugueses e espanhóis tentam colonizar a Região Sul do Brasil. Desse modo, é lógico afirmar que, numa época anterior ao aparecimento, em 1650, das povoações de São Francisco, Desterro e Laguna (trabalho dos paulistas vicentinos que foram lançados ao mar procurando novas peripécias),[1] já o Oeste Catarinense se aproximava dos espanhóis que, em companhia dos jesuítas, passavam pela região que existia do rio Iguaçu até o rio Uruguai.[2] Após, em 1663, o bandeirante Antônio Raposo Tavares caminhou por estas paradas e, como se aliou aos índios Coroados, começou a perseguir fortemente os aldeamentos de silvícolas, que se resultaram da obra de empreendimento catequético daqueles sacerdotes. Até 1770, entretanto, ano em que renunciaram à excursão pelo sul, já que eles se interessaram pelo ouro das capitanias de Goiás e de Mato Grosso - os paulistas nada largaram por estas terras como tentativas, ao menos, de serem os povoadores.[3][4]

De algum modo a crônica histórica deste município passar a ser delineada com a expedição sob a chefia do major Atanagildo Martins que, encaminhado pelo índio Jongong, em 1814, objetivava contatar com as Missões. No desvio da rota tracejada, como o medo dos índios Guaranis foi provocado em seu guia, essa expedição chegou aos campos de Vacaria, depois de, sem dúvida, ter percorrido os campos em que atualmente é encontrado este município. Não é duvidoso, no entanto, que certos proprietários de fazenda, que vieram de Lages, por ali já se instalaram por definitivo no ano de 1839.[4]

João Gonçalves de Araújo, proprietário rural, em Curitibanos, descobriu Campos Novos. Como a fumaça das queimadas que os índios provocaram o atraiu, foi o organizador de uma expedição e dirigiu-se para a Serra do Espinilho. Desse modo, foram estabelecidos na terra os povoadores iniciais, que os gaúchos que fugiram da Revolução Farroupilha os auxiliaram no trabalho do povoamento. Entre estes, os nomes de Chico Ferro, Chivida e Miguel dos Anjos se ligaram aos trabalhos iniciais pelos quais foi originado este município. O reaparecimento dos paulistas ocorreu em 1848, sendo os ocupantes dos campos de São Jorge e ocorrendo a sua chegada até estas paradas. Ou melhor, ao lado dos forasteiros que vieram de Curitiba, Palmas, Lages, Guarapuava e dos campos do Rio Grande do Sul, foram constituídos em elemento importante entre os maiores contribuintes da estruturação da comunidade.[4]

Não se iniciou o povoamento no próprio local onde hoje é encontrado, progressivamente, a cidade de Campos Novos. Anteriormente, foi processado em local longe de um quilômetro da capital do município, margeada por um regato. Salvador Vieira que, se afastando do local que estava sendo formado, foi o construtor da primeira casa no interior dos perímetro desta próspera cidade. Certo momento após, em que já se delineou a povoação, Domingos Matos Cordeiro foi o construtor inicial da Igreja de São João Batista.[4]

Formação administrativa[editar | editar código-fonte]

Atual prédio da prefeitura, que foi inaugurado em 1975.

Pela Lei provincial nº 377, de 16 de junho de 1854, o distrito de Campos Novos, já que existia há certos anos, se desmembrou da Vila Nossa Senhora dos Prazeres para, então, ser constituída numa freguesia à parte. Seus primeiras autoridades foram João Fernandes da Caripuna, natural de Pernambuco, e Domiciano de Azevedo. Em 1869, em conformidade com a Lei nº 625, de 11 de junho, Campos Novos passou a ser constituído, com Palmas e Curitibanos, num distrito do município de Curitibanos, de criação recente. Após, pela Lei nº 923, 30 de março de 1881, o distrito de Campos Novos se elevou à categoria de município denominado de São João dos Campos Novos; no mesmo momento, a freguesia de São João Batista de Campos Novos passou a se considerar vila. Seu primeiro Intendente foi o Coronel Manoel Ferreira da Silva Farrapo.[4]

Até o ano de 1933, Campos Novos era limitado com Lages, Curitibanos, Cruzeiro do Sul (hoje Joaçaba), Porto União e o estado vizinho do Rio Grande do Sul. Teve uma superfície, portanto, de mais de 15 mil km². Em 25 de março de 1934, pelo Decreto nº 408, os distritos campos-novenses de Rio das Antas e Caçador foram perdidos; em 1943, o desmembramento atingiu mais uma vez o seu território, já que dele foram apartados os distritos de Herval, Rio Uruguai, Rio Bonito e Perdizes. Contrariamente, foram integrados ao seu território os distritos de Ypira e Ouro para, de novo, em 1949, serem perdidos os de Piratuba e Ypira, além de parte dos de Tupitinga, Capinzal e Ouro. Em 1997, uma parte da extensão territorial de Campos Novos foi perdida quando foi criado o município de Zortéa.[5] Hoje são sete distritos restantes, além da Sede, sendo eles: Bela Vista, Dal'Pai, Espinilho, Encruzilhada, Guarani, Ibicuí e Leão.[6][7]

Após a emancipação[editar | editar código-fonte]

Armas de fogo utilizadas na Guerra do Contestado, em exposição no Museu Histórico e Arqueológico Sebastião Paz de Almeida.

Em 1893, depois que os revolucionários incursionaram sob o comando do Coronel Demétrio Ramos, as conseqüências trazidas por uma guerra civil foram sofridas de novo pelo território do município. A vila foi assaltada na madrugada de 19 de maio daquele ano. Surpreendidos, os que defendiam a praça, aliando-se dentre moradores do lugar, foram refugiados com suas famílias na residência do Coronel Henrique Rupp, que, por ser uma construção de material de excelente qualidade era oferecedora de satisfatória resistência aos invasores.[8] Ordenada a resistência, foi cabível ao Tenente-Coronel Atanázio de Matos, em companhia de seis soldados, a missão de reassumir a Intendência, sendo conseguido ali, com coragem, a expulsão dos revolucionários. Foi travado, depois de segunda luta, desta vez para expulsar os que assaltaram a trincheira em que se se localizavam. Derrotaram-se de novo estes, margeando a uma fuga desalinhada e à correria das forças de ataque. Defendendo a cidade de Campos Novos, morreram cinco bravos defensores que tombaram no dever cumprido.[4]

Referências

  1. Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. «Em Direção ao Rio da Prata». Consultado em 21 de julho de 2012. Cópia arquivada em 21 de julho de 2012 
  2. Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. «Bandeiras de apresamento e o sertanismo de contrato». Consultado em 21 de julho de 2012. Cópia arquivada em 21 de julho de 2012 
  3. Carlos Leite Ribeiro. «Bandeirantes - Os grandes desbravadores do Brasil». Portal Cen. Consultado em 21 de julho de 2012. Cópia arquivada em 21 de julho de 2012 
  4. a b c d e f Prefeitura. «História». Consultado em 21 de julho de 2012. Cópia arquivada em 21 de julho de 2012 
  5. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (2007). «Campos Novos - Histórico» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 21 de julho de 2012. Cópia arquivada em 21 de julho de 2012 
  6. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (16 de novembro de 2011). «Sinopse por setores». Consultado em 23 de julho de 2012 
  7. Prefeitura. «Distritos». Consultado em 23 de julho de 2012. Cópia arquivada em 23 de julho de 2012 
  8. tripod.com. «Guerra do Contestado». Consultado em 21 de julho de 2012. Cópia arquivada em 21 de julho de 2012