Walter Queiroz (político)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para o cantor brasileiro, veja Walter Queiroz.
Walter Queiroz
Dados pessoais
Nome completo Walter Carlos Gomes Queiroz
Nascimento 15 de novembro de 1955 (68 anos)
Caatiba, BA
Alma mater Faculdade Visconde de Cairu
Partido PRN (1993–1994)
PRP (1996–1998)
PDT (2002–2008)
Profissão Empresário e político

Walter Carlos Gomes Queiroz (Caatiba, 15 de novembro de 1955[1]) é um empresário e político brasileiro, mais conhecido por ter sido expulso do PRN (atual Agir) durante as eleições presidenciais de 1994.

Vida empresarial e candidatura a presidente[editar | editar código-fonte]

Proprietário de uma rede de óticas em Salvador e formado em Administração de Empresas pela Faculdade Visconde de Cairu, Walter Queiroz filiou-se ao PRN em dezembro de 1993, sendo lançado candidato à Presidência da República em 1994. Seus principais projetos de campanha eram o imposto único e a construção de casas populares em todos os Estados para beneficiar as famílias com renda de até 3 salários mínimos[2], e também defendia a participação do Estado em apenas três setores (educação, saúde e segurança). Seu nome fora uma indicação de Daniel Tourinho (presidente do PRN) e Rivailton Pinto (secretário-geral do partido), amigos pessoais de Queiroz, que nunca havia havia atuado na política anteriormente.

Declaração de renda, defesa de Collor e expulsão do PRN[editar | editar código-fonte]

Em julho de 1994, o Tribunal Superior Eleitoral julgou pela segunda vez uma declaração de bens de Queiroz (a primeira havia sido em junho)[3], que apresentou uma retificação elevando o valor. Entre os bens incluídos, estavam uma casa na ilha de Itaparica, uma casa em Vitória da Conquista, um apartamento em Salvador, dois carros, quatro terrenos e 10 pontos comerciais. A candidatura chegou a ser ameaçada de cassação se fosse comprovada má-fé na declaração.

Durante entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, Queiroz defendeu o ex-presidente Fernando Collor, referindo-se a ele como um modelo de sua plataforma eleitoral[4]. Ele também fez elogios e críticas ao Plano Real em alguns momentos da entrevista, além de confundir "privatização" com "estatização". No horário eleitoral, o candidato teria 1 minuto e 1 segundos de duração de suas inserções.

Queiroz foi expulso do PRN em 3 de agosto, pois o partido alegava que ele havia mentido sobre as 2 declarações de renda[5]. Para o presidente do PRN do Rio de Janeiro, Sá Freire, o empresário não havia participado das reuniões para explicar o episódio, e alegou também que ao apresentar uma segunda declaração, Queiroz "traiu o povo brasileiro e a boa-fé do PRN", não a Justiça Eleitoral.

No dia seguinte, o candidato entrou com um mandado de segurança contra sua expulsão, afirmando que apenas o diretório do PRN da Bahia era o único que o teria feito, segundo o artigo 71 do estatuto do partido. As inserções nos programas dos candidatos a presidente foram suspensas até a definição de um substituto para Queiroz[6]. O então presidente do TSE, Sepúlveda Pertence, afirmou que a suspensão era válida até que Queiroz reassumisse a condição de presidenciável e seguisse a propaganda, ou até a confirmação de sua saída do PRN, oficializada no dia 14 do mesmo mês[7]. O próprio presidente nacional do partido, Daniel Tourinho, também acusou o empresário de "não ser uma pessoa séria". Na versão de Queiroz, o motivo oficial da expulsão foi ter se recusado a ser "garoto-propaganda" de Collor[8]. Ciro Moura, candidato a governador de São Paulo e presidente do diretório estadual, chegou a ser cotado como substituto, mas o advogado gaúcho Carlos Antônio Gomes foi escolhido para ser o novo presidenciável da legenda[9].

Outras eleições[editar | editar código-fonte]

Depois de sair do PRN, Walter Queiroz foi candidato a prefeito de Salvador em 1996 pelo PRP (ficou em sexto lugar), a deputado federal em 1998 pelo mesmo partido. Tentou ainda uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia em 2002 e na Câmara Municipal de Salvador em 2008, ambas pelo PDT, e obtendo votações pouco expressivas.

Referências

  1. Poder 360. «Walter Queiroz». Consultado em 17 de agosto de 2023 
  2. Luiz Francisco (11 de junho de 1994). «Walter Queiroz, candidato do PRN, também defende o imposto único». Folha Online. Consultado em 17 de agosto de 2023 
  3. «TSE vai julgar nova declaração de Queiroz». Folha Online. 19 de julho de 1994. Consultado em 17 de agosto de 2023 
  4. «Candidato do PRN defende ex-presidente». Folha Online. 20 de julho de 1994. Consultado em 17 de agosto de 2023 
  5. «PRN decide expulsar candidato a presidente». Folha Online. 4 de agosto de 1994. Consultado em 17 de agosto de 2023 
  6. «TSE amplia suspensão de programa do PRN». Folha Online. 5 de agosto de 1994. Consultado em 17 de agosto de 2023 
  7. Cynara Menezes (12 de agosto de 1994). «PRN confirma domingo expulsão do seu candidato à Presidência». Folha Online. Consultado em 17 de agosto de 2023 
  8. «Candidato do PRN desiste da disputa». Folha Online. 13 de agosto de 1994. Consultado em 17 de agosto de 2023 
  9. «PRN indica advogado à Presidência». Folha Online. 1 de setembro de 1994. Consultado em 17 de agosto de 2023