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Yacunã Tuxá

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Yacunã Tuxá
Nascimento 1993
Rodelas
Cidadania Brasil
Etnia Tuxá
Alma mater
Ocupação ativista LGBTQIAPN+, indigenous rights activist, artista

Sandy Eduarda de Santos Vieira (Floresta, Pernambuco, 1993), conhecida por Yacunã Tuxá é uma artista visual indígena e ativista brasileira. Trabalha como ilustradora, desenhista, pintora, colagista e escritora. Destaca-se por suas ilustrações digitais que retratam a pluralidade das mulheres indígenas.

Yacunã (filha da terra) Tuxá (povo) é a caçula de uma família de quatro irmãos. É ativista e artista da Terra Indígena Tuxá de rodelas, no norte do Estado da Bahia (BA), um povo ribeirinho do "Velho Chico", e residente em Salvador/ BA. Yacunã é graduada em Letras pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Yacunã também atua como liderança em defesa da causa indígena LGBTQIA+.[1]

Yacunã aprendeu desde criança como é ser indígena e como ser resistência para o seu povo. Sendo uma ativista que trabalha em prol da causa LGBTQIA+, suas obras retratam sempre mulheres. Mulheres que demonstram sua força e sua autonomia, mulheres longe daquela visão romântica e estereotipada, conforme as personagens da literatura brasileira, entre elas, a Iracema, tentam mostrar. Em uma de suas exposições, "Filhas da Terra e suas Resistências Invisíveis", composta por quatro ilustrações digitais, Yacunã mostra as mulheres indígenas em contextos diferentes, e sempre fortalecendo a sua identidade e sonhos. Yacunã é de uma geração que recebeu forte influência do ativismo indígena local. Nasceu após a construção da barragem Luiz Gonzaga, usina hidrelétrica localizada na cidade de Petrolândia, que foi inaugurada em 1988, e esta construção foi que retirou de seu local original, sua aldeia "Tuxá-mãe", sendo realocada para a região de Rodelas.[2]

Arte Indígena Contemporânea

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O contemporâneo da arte indígena está nos momentos que marcam a arte indígena, nos momentos que se conectam as mudanças sociais, políticas e a luta pelos direitos constitucionais, e que são elementos recorrentes nas produções artísticas indígenas, entre eles, tentativa de extermínio físico das populações indígenas; a integração dos povos indígenas e a tentativa de apagamento das culturas e identidades originárias. E mesmo a arte indígena sendo vista por algumas pessoas, como arte primitiva, a contemporânea reforça a dimensão coletiva. Produções que retratam geralmente, a vida em comunidade e as necessidades diárias e tradicionais do povo indígena, e ao mesmo tempo, traz uma ruptura, reflexão e uma intervenção cultural. Também traz a pluralidade quando compreende os diferentes aspectos e significações da tribo, ancestralidade, particularidades da vida social, o contato com a natureza e com o coletivo. Yacunã usou suas obras, como ferramenta de luta contra o racismo, e para a defesa dos povos indígenas. Em sua arte contemporânea, contempla a espiritualidade, memória e sabedoria das anciãs de seu povo. Uma arte indígena contemporânea que constrói novas estratégias de resistência entre a aldeia e a cidade grande.[3]

Yacunã retrata mulheres indígenas livres, fortes, guerreiras, longe dos moldes impostos pela colonização.[4]

Na exposição de Véxoa: "Nós Sabemos", no Tramas de Arte (sala virtual reservada pela UFRGS para exposições), a artista Daiara Tukano fala sobre Yacunã Tuxá e sua arte, que mostra o genocídio da invisibilidade, do estereótipo, do racismo repetido a cada dia. Conversa como o passado e com o presente, e está carregadas de futuro.[5]

Prêmios e Contribuições

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  • Artista premiada na exposição Projeto um outro céu, com a obra: Memória (2020).[6]
  • Contribuição na campanha Choose Earth.[7]
  • Artistas indígenas fogem dos rótulos: "Ninguém aqui é Iracema".[8]
  • Exposição Palavras dentro de palavras - Galeria paralela.[9]
  • Pinacoteca de SP abre mostra coletiva somente com artistas indígenas.[10]
  • Vogue Hope: conheça 12 colaboradores da edição de setembro.[11]

Entrevistas e documentários

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  • "Yacunã Tuxá - Mulher Indígena, Sapatão e Artista em Salvador" Um documentário de Raquel Franco.[14]
  • IMS convida Yacunã Tuxá.[1]
  • 7 Mulheres Indígenas Contam Sobre Como Entraram e Porquê Permanecem no Ativismo.[15]
  • A ilustradora Yacunã Tuxá exalta a resistência das mulheres indígenas - Revista Cláudia.[4]
  • Canal Arte 1 - Arte Indígena Contemporânea – Ep. 8: Yacunã Tuxá.[17]
  • Conexão Bahia - Confira um papo com a ativista indígena Yacunã Tuxá.[18]
  • Jornal Correio. Caneta, papel e resistência: conheça a arte da baiana Yacunã Tuxá.[2]

Referências

  1. a b Editores IMS (13 de novembro de 2020). «"Programa convida Yacunã Tuxá"». IMS Instituto Moreira Salles. Consultado em 20 de junho de 2022 
  2. a b Vinícius Nascimento (18 de abril de 2022). «"Caneta, papel e resistência: conheça a arte da baiana Yacunã Tuxá"». Correio BA. Consultado em 20 de junho de 2022 
  3. a b Carol Braga (17 de setembro de 2021). «"Arte indígena contemporânea: artistas exaltam ancestralidade e resistência"». Culturadoria. Consultado em 20 de junho de 2022 
  4. a b Editores da Revista Claudia (20 de setembro de 2020). «"Cultura dos povos originários: A ilustradora Yacunã Tuxá exalta a resistência das mulheres indígenas"». Revista Claudia. Consultado em 20 de junho de 2022 
  5. «"A resistência das mulheres indígenas - Tramas de Arte"». UFRGS. 10 de dezembro de 2020. Consultado em 20 de junho de 2022 
  6. Editores da UFBA (fevereiro de 2021). «"Exposição: Um outro céu"». UFBA. Consultado em 18 de junho de 2022 [ligação inativa]
  7. Editores Choose Love (2022). «EDIÇÃO LIMITADA CHOOSE EARTH PRINT - YACUNA TUXA». Choose Love. Consultado em 20 de junho de 2022 
  8. Gabriella Mesquita, Camila da Silva (13 de setembro de 2019). «Artistas indígenas fogem dos rótulos: "Ninguém aqui é Iracema"». UOL notícias. Consultado em 20 de junho de 2022 
  9. Marina Ribas (20 de junho de 2021). «Palavras_exposição I Galeria Paralela». Galeria paralela. Consultado em 20 de junho de 2022 
  10. Kipaexoti (2 de setembro de 2020). «Pinacoteca - Véxoa: Nós Sabemos». Pinacoteca de SP. Consultado em 20 de junho de 2022 [ligação inativa]
  11. a b «Pinacoteca de SP abre mostra coletiva somente com artistas indígenas». Revista Vogue. 3 de novembro de 2020. Consultado em 20 de junho de 2022 
  12. Abiniel João Nascimento (agosto de 2021). «"Hoje somos muitas árvores"». Exposições virtuais NEPEA/GPEACC. Consultado em 20 de junho de 2022 
  13. Editores do MAR (28 de maio de 2021). «Exposição "Imagens que não se conformam"». Museu de arte do Rio - MAR. Consultado em 20 de junho de 2022 
  14. Rodrigo Rossoni (22 de maio de 2020). «"Yacunã Tuxá: Mulher Indígena, Sapatão e Artista em Salvador"». TV UFBA. Consultado em 20 de junho de 2022 
  15. Editores da Modefica (12 de agosto de 2020). «7 Mulheres Indígenas Contam Sobre Como Entraram e Porquê Permanecem no Ativismo». Modefica. Consultado em 20 de junho de 2022 
  16. Helena Bagnoli (2020). «"Série Artérias entrevista Yacunã Tuxá"». Sesc TV. Consultado em 20 de junho de 2022 
  17. Editores do canal Arte1 (3 de maio de 2022). «Arte Indígena Contemporânea - Ep. 8: Yacunã Tuxá». Instituto Cultural Vale. Consultado em 20 de junho de 2022 
  18. Editores da GloboPlay (21 de maio de 2022). «"Confira um papo com a ativista indígena Yacunã Tuxá"». GloboPlay. Consultado em 20 de junho de 2022