Yacunã Tuxá
Yacunã Tuxá | |
---|---|
Nascimento | 1993 Rodelas |
Cidadania | Brasil |
Etnia | Tuxá |
Alma mater | |
Ocupação | ativista LGBTQIAPN+, indigenous rights activist, artista |
Sandy Eduarda de Santos Vieira (Floresta, Pernambuco, 1993), conhecida por Yacunã Tuxá é uma artista visual indígena e ativista brasileira. Trabalha como ilustradora, desenhista, pintora, colagista e escritora. Destaca-se por suas ilustrações digitais que retratam a pluralidade das mulheres indígenas.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Yacunã (filha da terra) Tuxá (povo) é a caçula de uma família de quatro irmãos. É ativista e artista da Terra Indígena Tuxá de rodelas, no norte do Estado da Bahia (BA), um povo ribeirinho do "Velho Chico", e residente em Salvador/ BA. Yacunã é graduada em Letras pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Yacunã também atua como liderança em defesa da causa indígena LGBTQIA+.[1]
Yacunã aprendeu desde criança como é ser indígena e como ser resistência para o seu povo. Sendo uma ativista que trabalha em prol da causa LGBTQIA+, suas obras retratam sempre mulheres. Mulheres que demonstram sua força e sua autonomia, mulheres longe daquela visão romântica e estereotipada, conforme as personagens da literatura brasileira, entre elas, a Iracema, tentam mostrar. Em uma de suas exposições, "Filhas da Terra e suas Resistências Invisíveis", composta por quatro ilustrações digitais, Yacunã mostra as mulheres indígenas em contextos diferentes, e sempre fortalecendo a sua identidade e sonhos. Yacunã é de uma geração que recebeu forte influência do ativismo indígena local. Nasceu após a construção da barragem Luiz Gonzaga, usina hidrelétrica localizada na cidade de Petrolândia, que foi inaugurada em 1988, e esta construção foi que retirou de seu local original, sua aldeia "Tuxá-mãe", sendo realocada para a região de Rodelas.[2]
Arte Indígena Contemporânea
[editar | editar código-fonte]O contemporâneo da arte indígena está nos momentos que marcam a arte indígena, nos momentos que se conectam as mudanças sociais, políticas e a luta pelos direitos constitucionais, e que são elementos recorrentes nas produções artísticas indígenas, entre eles, tentativa de extermínio físico das populações indígenas; a integração dos povos indígenas e a tentativa de apagamento das culturas e identidades originárias. E mesmo a arte indígena sendo vista por algumas pessoas, como arte primitiva, a contemporânea reforça a dimensão coletiva. Produções que retratam geralmente, a vida em comunidade e as necessidades diárias e tradicionais do povo indígena, e ao mesmo tempo, traz uma ruptura, reflexão e uma intervenção cultural. Também traz a pluralidade quando compreende os diferentes aspectos e significações da tribo, ancestralidade, particularidades da vida social, o contato com a natureza e com o coletivo. Yacunã usou suas obras, como ferramenta de luta contra o racismo, e para a defesa dos povos indígenas. Em sua arte contemporânea, contempla a espiritualidade, memória e sabedoria das anciãs de seu povo. Uma arte indígena contemporânea que constrói novas estratégias de resistência entre a aldeia e a cidade grande.[3]
Yacunã retrata mulheres indígenas livres, fortes, guerreiras, longe dos moldes impostos pela colonização.[4]
Na exposição de Véxoa: "Nós Sabemos", no Tramas de Arte (sala virtual reservada pela UFRGS para exposições), a artista Daiara Tukano fala sobre Yacunã Tuxá e sua arte, que mostra o genocídio da invisibilidade, do estereótipo, do racismo repetido a cada dia. Conversa como o passado e com o presente, e está carregadas de futuro.[5]
Prêmios e Contribuições
[editar | editar código-fonte]2020
[editar | editar código-fonte]- Artista premiada na exposição Projeto um outro céu, com a obra: Memória (2020).[6]
2022
[editar | editar código-fonte]- Contribuição na campanha Choose Earth.[7]
Exposições
[editar | editar código-fonte]2019
[editar | editar código-fonte]- Artistas indígenas fogem dos rótulos: "Ninguém aqui é Iracema".[8]
2020
[editar | editar código-fonte]- Exposição Palavras dentro de palavras - Galeria paralela.[9]
- Pinacoteca de SP abre mostra coletiva somente com artistas indígenas.[10]
- Vogue Hope: conheça 12 colaboradores da edição de setembro.[11]
2021
[editar | editar código-fonte]- Exposição Hoje somos muitas árvores.[12]
- Exposição Véxoa: nós sabemos, curadoria de Naine Terena, 2020-2021.[11]
2022
[editar | editar código-fonte]- Imagens que não se conformam, curadoria de Marcelo Campos e Paulo Knauss, 2021-2022.[13]
- Exposição na coletiva Por muito tempo acreditei ter sonhado que era livre no Instituto Tomie Ohtake, curadoria de Priscyla Gomes, 2022.[3]
Entrevistas e documentários
[editar | editar código-fonte]2019
[editar | editar código-fonte]- "Yacunã Tuxá - Mulher Indígena, Sapatão e Artista em Salvador" Um documentário de Raquel Franco.[14]
2020
[editar | editar código-fonte]- IMS convida Yacunã Tuxá.[1]
- 7 Mulheres Indígenas Contam Sobre Como Entraram e Porquê Permanecem no Ativismo.[15]
- A ilustradora Yacunã Tuxá exalta a resistência das mulheres indígenas - Revista Cláudia.[4]
2021
[editar | editar código-fonte]2022
[editar | editar código-fonte]- Canal Arte 1 - Arte Indígena Contemporânea – Ep. 8: Yacunã Tuxá.[17]
- Conexão Bahia - Confira um papo com a ativista indígena Yacunã Tuxá.[18]
- Jornal Correio. Caneta, papel e resistência: conheça a arte da baiana Yacunã Tuxá.[2]
Referências
- ↑ a b Editores IMS (13 de novembro de 2020). «"Programa convida Yacunã Tuxá"». IMS Instituto Moreira Salles. Consultado em 20 de junho de 2022
- ↑ a b Vinícius Nascimento (18 de abril de 2022). «"Caneta, papel e resistência: conheça a arte da baiana Yacunã Tuxá"». Correio BA. Consultado em 20 de junho de 2022
- ↑ a b Carol Braga (17 de setembro de 2021). «"Arte indígena contemporânea: artistas exaltam ancestralidade e resistência"». Culturadoria. Consultado em 20 de junho de 2022
- ↑ a b Editores da Revista Claudia (20 de setembro de 2020). «"Cultura dos povos originários: A ilustradora Yacunã Tuxá exalta a resistência das mulheres indígenas"». Revista Claudia. Consultado em 20 de junho de 2022
- ↑ «"A resistência das mulheres indígenas - Tramas de Arte"». UFRGS. 10 de dezembro de 2020. Consultado em 20 de junho de 2022
- ↑ Editores da UFBA (fevereiro de 2021). «"Exposição: Um outro céu"». UFBA. Consultado em 18 de junho de 2022[ligação inativa]
- ↑ Editores Choose Love (2022). «EDIÇÃO LIMITADA CHOOSE EARTH PRINT - YACUNA TUXA». Choose Love. Consultado em 20 de junho de 2022
- ↑ Gabriella Mesquita, Camila da Silva (13 de setembro de 2019). «Artistas indígenas fogem dos rótulos: "Ninguém aqui é Iracema"». UOL notícias. Consultado em 20 de junho de 2022
- ↑ Marina Ribas (20 de junho de 2021). «Palavras_exposição I Galeria Paralela». Galeria paralela. Consultado em 20 de junho de 2022
- ↑ Kipaexoti (2 de setembro de 2020). «Pinacoteca - Véxoa: Nós Sabemos». Pinacoteca de SP. Consultado em 20 de junho de 2022[ligação inativa]
- ↑ a b «Pinacoteca de SP abre mostra coletiva somente com artistas indígenas». Revista Vogue. 3 de novembro de 2020. Consultado em 20 de junho de 2022
- ↑ Abiniel João Nascimento (agosto de 2021). «"Hoje somos muitas árvores"». Exposições virtuais NEPEA/GPEACC. Consultado em 20 de junho de 2022
- ↑ Editores do MAR (28 de maio de 2021). «Exposição "Imagens que não se conformam"». Museu de arte do Rio - MAR. Consultado em 20 de junho de 2022
- ↑ Rodrigo Rossoni (22 de maio de 2020). «"Yacunã Tuxá: Mulher Indígena, Sapatão e Artista em Salvador"». TV UFBA. Consultado em 20 de junho de 2022
- ↑ Editores da Modefica (12 de agosto de 2020). «7 Mulheres Indígenas Contam Sobre Como Entraram e Porquê Permanecem no Ativismo». Modefica. Consultado em 20 de junho de 2022
- ↑ Helena Bagnoli (2020). «"Série Artérias entrevista Yacunã Tuxá"». Sesc TV. Consultado em 20 de junho de 2022
- ↑ Editores do canal Arte1 (3 de maio de 2022). «Arte Indígena Contemporânea - Ep. 8: Yacunã Tuxá». Instituto Cultural Vale. Consultado em 20 de junho de 2022
- ↑ Editores da GloboPlay (21 de maio de 2022). «"Confira um papo com a ativista indígena Yacunã Tuxá"». GloboPlay. Consultado em 20 de junho de 2022