Acrocantossauro: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Acroc.jpg|thumb|200px|Crânio fossilizado de Acrocantossauro.]]A característica mais marcante do ''Acrocanthosaurus'' era sua fileira de altas espinhas neurais, localizada nas suas vértebras do pescoço, costas, quadris e parte superior da cauda, estas podiam ter até 2.5 vezes a altura das vértebras das quais se estenderam.<ref name=":0" /> Outros dinossauros também tinham espinhas estendidas nas costas, algumas muito maiores do que as do ''Acrocanthosaurus''. Por exemplo, o não-relacionado ''[[Espinossauro|Spinosaurus]]'' tinha espinhas de quase 2 metros (6,6 pés) de altura, aproximadamente 11 vezes mais alto do que as suas vértebras.<ref>{{citar livro|título=The Dinosauria|ultimo=Molnar|primeiro=Ralph E.|ultimo2=Kurzanov|primeiro2=Sergei M.|ultimo3=[[Dong Zhiming]]|editora=University of California Press|ano=1990|editor-sobrenome=[[David Weishampel|Weishampel, David B.]]|edicao=1ª edição|local=Berkeley|páginas=169–209|capitulo=Carnosauria|isbn=978-0-520-06727-1|acessodata=22/06/2019|editor-sobrenome2=[[Peter Dodson|Dodson, Peter]]|editor-sobrenome3=Osmólska, Halszka}}</ref> As partes mais baixas da espinha tinham ligações com poderosos músculos como aqueles dos [[Bisonte|bisões]] modernos, provavelmente formando um alto e grosso cume costas abaixo.<ref name=":0" /> A função das espinhas continua desconhecida, apesar de elas terem provavelmente sido envolvidas em comunicação, armazenagem de gordura, músculos e controle de temperatura. Todas as suas vértebras [[Vértebra cervical|cervicais]] (pescoço) e [[Dorsal|dorsais]] (costas) tinham depressões proeminentes dos lados, enquanto as vértebras [[Cauda|caudais]] (cauda) tinham depressões menores. O que é mais similar aos ''carcharodontosaurídeos'' do que ao ''[[Alossauro|Allosaurus]].''<ref name=":2">{{citar periódico|ultimo=Harris|primeiro=Jerald D.|data=1998|titulo=A reanalysis of ''Acrocanthosaurus atokensis'', its phylogenetic status, and paleobiological implications, based on a new specimen from Texas|url=|jornal=New Mexico Museum of Natural History and Science Bulletin|volume=13|pagina=1–75|acessodata=22/06/2019}}</ref>
[[Imagem:Acroc.jpg|thumb|200px|Crânio fossilizado de Acrocantossauro.]]A característica mais marcante do ''Acrocanthosaurus'' era sua fileira de altas espinhas neurais, localizada nas suas vértebras do pescoço, costas, quadris e parte superior da cauda, estas podiam ter até 2.5 vezes a altura das vértebras das quais se estenderam.<ref name=":0" /> Outros dinossauros também tinham espinhas estendidas nas costas, algumas muito maiores do que as do ''Acrocanthosaurus''. Por exemplo, o não-relacionado ''[[Espinossauro|Spinosaurus]]'' tinha espinhas de quase 2 metros (6,6 pés) de altura, aproximadamente 11 vezes mais alto do que as suas vértebras.<ref>{{citar livro|título=The Dinosauria|ultimo=Molnar|primeiro=Ralph E.|ultimo2=Kurzanov|primeiro2=Sergei M.|ultimo3=[[Dong Zhiming]]|editora=University of California Press|ano=1990|editor-sobrenome=[[David Weishampel|Weishampel, David B.]]|edicao=1ª edição|local=Berkeley|páginas=169–209|capitulo=Carnosauria|isbn=978-0-520-06727-1|acessodata=22/06/2019|editor-sobrenome2=[[Peter Dodson|Dodson, Peter]]|editor-sobrenome3=Osmólska, Halszka}}</ref> As partes mais baixas da espinha tinham ligações com poderosos músculos como aqueles dos [[Bisonte|bisões]] modernos, provavelmente formando um alto e grosso cume costas abaixo.<ref name=":0" /> A função das espinhas continua desconhecida, apesar de elas terem provavelmente sido envolvidas em comunicação, armazenagem de gordura, músculos e controle de temperatura. Todas as suas vértebras [[Vértebra cervical|cervicais]] (pescoço) e [[Dorsal|dorsais]] (costas) tinham depressões proeminentes dos lados, enquanto as vértebras [[Cauda|caudais]] (cauda) tinham depressões menores. O que é mais similar aos ''carcharodontosaurídeos'' do que ao ''[[Alossauro|Allosaurus]].''<ref name=":2">{{citar periódico|ultimo=Harris|primeiro=Jerald D.|data=1998|titulo=A reanalysis of ''Acrocanthosaurus atokensis'', its phylogenetic status, and paleobiological implications, based on a new specimen from Texas|url=|jornal=New Mexico Museum of Natural History and Science Bulletin|volume=13|pagina=1–75|acessodata=22/06/2019}}</ref>


Com exceção de sua coluna vertebral, o ''Acrocanthosaurus'' tinha um esqueleto típico de um alosaurídeo. Ele era bípede, com uma cauda longa e pesada para contra-balancear sua cabeça e corpo, mantendo seu centro de gravidade em cima dos quadris. Seus membros anteriores eram relativamente mais curtos e robustos do que o de um ''Allosaurus'', apesar disso, possuíam estruturas similares: cada pata tinha três dedos com garra. Diferentemente de muitos dinossauros menores, que corriam rápido, seu [[fêmur]] era mais longo do que sua [[tíbia]] e [[Metatarso|metatarsos]],<ref name="curriecarpenter2000" /><ref name=":2" /> sugerindo que ele não era um corredor rápido.<ref>{{citar livro|título=Dinosaurs of the Isle of Wight|ultimo=Naish|primeiro=Darren|ultimo2=Hutt|primeiro2=Stephen|ultimo3=Martill|primeiro3=David M.|editora=The Palaeontological Association|ano=2001|local=London|páginas=242–309|capitulo=Saurischian Dinosaurs 2: Theropods|isbn=978-0-901702-72-2|acessodata=22/06/2019}}</ref> Não-surpreendentemente, seus ossos das pernas traseiras eram proporcionalmente mais robustos do que os de seu parente ''Allossaurus''. Seus pés tinham quatro dedos cada, apesar de, como é típico aos terópodes, o primeiro era muito menor do que os outros e não fazia contato com o chão.<ref name="curriecarpenter2000" /><ref name=":2" />{{limpar}}
Com exceção de sua coluna vertebral, o ''Acrocanthosaurus'' tinha um esqueleto típico de um alosaurídeo. Ele era bípede, com uma cauda longa e pesada para contra-balancear sua cabeça e corpo, mantendo seu centro de gravidade em cima dos quadris. Seus membros anteriores eram relativamente mais curtos e robustos do que o de um ''Allosaurus'', apesar disso, possuíam estruturas similares: cada pata tinha três dedos com garra. Diferentemente de muitos dinossauros menores, seu [[fêmur]] era mais longo do que sua [[tíbia]] e [[Metatarso|metatarsos]],<ref name="curriecarpenter2000" /><ref name=":2" /> sugerindo que ele não era um corredor rápido.<ref name=":3">{{citar livro|título=Dinosaurs of the Isle of Wight|ultimo=Naish|primeiro=Darren|ultimo2=Hutt|primeiro2=Stephen|ultimo3=Martill|primeiro3=David M.|editora=The Palaeontological Association|ano=2001|local=London|páginas=242–309|capitulo=Saurischian Dinosaurs 2: Theropods|isbn=978-0-901702-72-2|acessodata=22/06/2019}}</ref> Não-surpreendentemente, seus ossos das pernas traseiras eram proporcionalmente mais robustos do que os de seu parente ''Allossaurus''. Seus pés tinham quatro dedos cada, apesar de, como é típico aos terópodes, o primeiro era muito menor do que os outros e não fazia contato com o chão.<ref name="curriecarpenter2000" /><ref name=":2" />{{Subtítulo}}


== Classificação e Sistematização ==
{{Referências}}
[[Ficheiro:Acrocanthosaurus skull.png|miniaturadaimagem|Diagrama craniano do NCSM 14345]]
O ''Acrocanthosaurus'' é [[Taxonomia|classificado]] na [[Família (biologia)|superfamília]] Allosauroidea dentro da da [[Ordem (biologia)|infraordem]] dos [[Tetanurae]]. Esta superfamília é caracterizada por pares de elevações nos ossos nasais e lacrimais no topo do focinho e por altas espinhas neurais nas vértebras cervicais, entre outras características.<ref name="holtzetal2004" /> Ele foi originalmente colocado dentro da família [[Allosauridae]] com o ''Allosaurus,''<ref name=":0" /> um arranjo suportado por estudos feitos até os anos 2000.<ref name="curriecarpenter2000" /> Contudo, a maioria dos estudos o apontaram como membro da família [[Carcharodontosauridae]].<ref name="holtzetal2004" /><ref>{{citar periódico|ultimo=Brusatte|primeiro=Stephen L.|ultimo2=Benson|primeiro2=Roger B. J.|ultimo3=Chure|primeiro3=Daniel J.|ultimo4=Xu|primeiro4=Xing|ultimo5=Sullivan|primeiro5=Corwin|ultimo6=Hone|primeiro6=David W. E.|data=2009|titulo=The first definitive carcharodontosaurid (Dinosauria: Theropoda) from Asia and the delayed ascent of tyrannosaurids|url=https://www.pure.ed.ac.uk/ws/files/8232136/PDF_Brusatteetal2009FirstDefinitiveCarcharodontosaurid.pdf|jornal=Naturwissenschaften|volume=96|paginas=1051–8|bibcode=2009NW.....96.1051B|doi=10.1007/s00114-009-0565-2|pmid=19488730|acessodata=}}</ref><ref name=":4">{{citar periódico|ultimo=Benson|primeiro=Roger B. J.|ultimo2=Carrano|primeiro2=Matthew T.|ultimo3=Brusatte|primeiro3=Stephen L.|data=2009|titulo=A new clade of archaic large-bodied predatory dinosaurs (Theropoda: Allosauroidea) that survived to the latest Mesozoic|url=https://repository.si.edu/bitstream/handle/10088/8609/paleo_Benson_10.pdf;https://repository.si.edu/bitstream/handle/10088/8609/paleo_Benson_10_supplemental_data.pdf|jornal=|volume=97|pagina=71-8|bibcode=2010NW.....97...71B|doi=10.1007/s00114-009-0614-x|pmid=19826771|acessodata=Naturwissenschaften}}</ref>

Na época da sua descoberta, o Acrocantossauro e a maioria dos outros grandes terópodes eram conhecidos apenas por restos fragmentados, levando a grande variabilidade de classificações para esse [[Género (biologia)|gênero]]. Ele foi colocado primeiramente, por J. Willian Stovan e Wann Langston Jr., como um "Antrodemidae", um equivalente ao Allosauridae, todavia, foi transferido para a família [[Megalosauridae]] por Alfred Sherwood Romer, em 1956.<ref>{{citar livro|título=Osteology of the Reptiles|ultimo=Romer|primeiro=Alfred S.|editora=University of Chicago Press|ano=1956|local=Chicago|páginas=772pp|isbn=978-0-89464-985-1|acessodata=}}</ref> Para outros autores, as suas longas espinhas vertebrais sugerem uma relação com o ''Spinosaurus.''<ref>{{citar periódico|ultimo=Walker|primeiro=Alick D.|data=1964|titulo=Triassic reptiles from the Elgin area: ''Ornithosuchus'' and the origin of carnosaurs|url=|jornal=Philosophical Transactions of the Royal Society of London. Series B, Biological Sciences|volume=248|pagina=53–134|bibcode=1964RSPTB.248...53W|doi=10.1098/rstb.1964.0009|acessodata=}}</ref><ref>{{citar livro|título=Vertebrate Paleontology|ultimo=Romer|primeiro=Alfred S.|editora=University of Chicago Press|ano=1966|edicao=3ª edição|local=Chicago|páginas=468pp|isbn=978-0-7167-1822-2|acessodata=}}</ref> Esta interpretação do ''Acrocanthosaurus'' como um [[Spinosauridae|spinosaurídeo]] persistiu até a decáda de 1980,<ref>{{citar livro|título=Vertebrate Paleontology and Evolution|ultimo=Carroll|primeiro=Robert L.|editora=W.H. Freeman and Company|ano=1988|local=|páginas=|isbn=978-0-7167-1822-2|acessodata=}}</ref> e foi repetida em livros semi-técnicos sobre dinossauros da época.<ref>{{citar livro|título=A Field Guide to Dinosaurs|ultimo=Lambert|primeiro=David|ultimo2=Diagram Group|editora=Avon Books|ano=1983|local=New York|páginas=84–85|capitulo=Spinosaurids|isbn=978-0-380-83519-5|acessodata=}}</ref><ref>{{citar livro|título=The Illustrated Encyclopedia of Dinosaurs: An Original and Compelling Insight into Life in the Dinosaur Kingdom|ultimo=Norman|primeiro=David B.|editora=Crescent Books|ano=1985|local=New York|páginas=62–67|capitulo=Carnosaurs|isbn=978-0-517-46890-6|acessodata=}}</ref>

Vértebras com altas espinhas de dinossauros do Cretáceo inferior encontradas na [[Inglaterra]] já foram consideradas muito similares àquelas do ''Acrocanthosaurus'',<ref name=":5">{{citar livro|título=The New Dinosaur Dictionary|ultimo=Glut|primeiro=Donald F.|editora=Citadel Press|ano=1982|local=Secaucus, NJ|páginas=39, 48|isbn=978-0-8065-0782-8|acessodata=}}</ref> e em 1988, Gregory S. Paul nomeou-os como uma segunda espécie do gênero, ''A. altispinax.''<ref>{{citar livro|título=Predatory Dinosaurs of the World|ultimo=Paul|primeiro=Gregory S.|editora=Simon & Schuster|ano=1988|local=New York|páginas=314–315|capitulo=Genus ''Acrocanthosaurus''|isbn=978-0-671-61946-6|acessodata=}}</ref> Esses ossos foram originalmente associados ao ''[[Altispinax]],'' um terópode inglês que era conhecido somente pelos seus dentes, essa associação levou a pelo menos um autor propor que ''Altispinax'' fosse, por si só, um sinônimo de ''Acrocanthosaurus''.<ref name=":5" /> Essas vértebras foram posteriormente assinaladas como pertencentes a um novo gênero, o ''[[Becklespinax altispinax|Becklespinax]],'' separado tanto do ''Acrocanthosaurus'' quanto do ''Altispinax''.<ref>{{citar livro|título=A Revision of the Parainfraclass Archosauria Cope, 1869, Excluding the Advanced Crocodylia|ultimo=Olshevsky|primeiro=George|editora=Publications Requiring Research|ano=1991|local=San Diego|páginas=196pp|acessodata=}}</ref>

A maioria das análises [[Cladística|cladísticas]] que incluem o ''Acrocanthosaurus'' o classificaram como um carcharodontosaurídeo, normalmente em uma posição [[Basal (filogenética)|basal]] relativa ao ''Carcharodontosaurus'' [[África|Africano]] e o ''Giganotosaurus'' da [[América do Sul]].<ref name="holtzetal2004" /><ref name=":2" /><ref>{{citar periódico|ultimo=Eddy|primeiro=Drew R.|ultimo2=Clarke|primeiro2=Julia A.|data=2011|editor-sobrenome=Farke|editor-nome=Andrew|titulo=New Information on the Cranial Anatomy of Acrocanthosaurus atokensis and Its Implications for the Phylogeny of Allosauroidea (Dinosauria: Theropoda)|url=|jornal=PLoS ONE|volume=6|pagina=e17932|bibcode=2011PLoSO...6E7932E|doi=10.1371/journal.pone.0017932|pmc=3061882|pmid=21445312|acessodata=}}</ref> Tem sido comumente considerado o táxon irmão do igualmente basal ''Eorcarcharia'', também encontrado no continente africano. O ''Neovenator'', descoberto na Inglaterra, tem sido considerado um carcharodontosaurídeo ainda mais basal, ou como um membro basal de um grupo irmão chamado Neovenatoridae.<ref name=":3" /><ref name=":4" /> Isso sugere que a família se originou na [[Europa]] e então se dispersou nos continentes mais ao sul (enquanto se encontravam unidos no [[supercontinente]] [[Gondwana]]). Caso o ''Acrocanthosaurus'' fosse um carcharodontosaurídeo, então a dispersão também teria ocorrido na [[América do Norte]].<ref name=":2" /> Todos os carcharodontosaurídeos viveram entre o começo e o meio do Período Cretáceo.<ref name="holtzetal2004" />
[[Ficheiro:Acrocanthosaurus head.png|miniaturadaimagem|Cabeça restaurada]]
O cladograma a seguir, feito a partir de Novas ''et al''., 2013, mostra a colocação do ''Acrocanthosaurus'' dentro do Carcharodontosauridae.<ref>{{citar periódico|ultimo=Novas|primeiro=Fernando E.|data=2013|titulo=Evolution of the carnivorous dinosaurs during the Cretaceous: The evidence from Patagonia|url=|jornal=Cretaceous Research|volume=45|pagina=174–215|doi=10.1016/j.cretres.2013.04.001|acessodata=}}</ref>
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== Bibliografia ==
== Bibliografia ==

Revisão das 03h24min de 23 de junho de 2019

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAcrocanthosaurus
Ocorrência: Cretáceo Inferior 116–110 Ma

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Clado: Dinosauria
Ordem: Saurischia
Subordem: Theropoda
Família: Carcharodontosauridae
Género: Acrocanthosaurus
Stovall & Langston, 1950
Espécie-tipo
Acrocanthosaurus atokensis
Stovall & Langston, 1950
Sinónimos
  • "Acracanthus" Langston vide Czaplewski, Cifelli, & Langston, W.R., 1994 (nomen nudum)

O Acrocantossauro (Acrocanthosaurus, nome que significa "lagarto de grande espinha") é um gênero de um dinossauro terópode que existiu onde hoje é a América do Norte durante os períodos Aptiano e Albiano do período Cretáceo Inferior, aproximadamente 125 a 100 milhões de anos atrás. Como a maioria dos gêneros de dinossauro, o Acrocantossauro possui apenas uma espécie, A. atokensis. Os restos de seus fósseis se encontram principalmente nos estados de Oklahoma, Texas e Wyoming (Estados Unidos), apesar de dentes atribuídos a ele terem sido encontrados, a grande distância ao leste, em Maryland.

Acrocantossauro foi um predador bípede. Como o nome sugere, ele é bem conhecido pela grandes espinhas em muitas de suas vértebras, que provavelmente apoiaram os músculos do animal ao longo do pescoço, costas e quadris.[1] O Acrocantossauro foi um dos maiores terópodes, aproximando-se dos 11,5 metros de comprimento (38 pés), e pesando até cerca de 6,2 toneladas.[2] Grandes pegadas feitas por terópodes encontradas no Texas podem ser de Acrocantossauro, embora não tenha sido encontrada ligação direta com restos ósseos.

Recentes descobertas anunciaram muitos detalhes de sua anatomia, permitindo o estudos focalizados em sua estrutura cerebral e nas funções de seus membros anteriores. Acrocantossauro foi o maior terópode de seu ecossistema e provavelmente um superpredador, que provavelmente caçava grandes saurópodes, ornitópodes, e anquilossauros.

Descrição

Comparação entre um Acrocanthosaurus e um humano.

O Acrocantossauro foi um dos maiores terópodes, conhecidos, a existir. O maior espécime conhecido (NCSM 14345) media aproximadamente 11,5 metros (38 pés)[2] do focinho até a ponta da cauda e pesava de 5,7 a 6,2 toneladas.[2][3] Com um peso máximo de 7,25 toneladas, no ramo do possível para a espécie.[2] Somente o seu crânio tinha o comprimento de, aproximadamente, 1,3 metros (4,3 pés).[4]

O crânio do Acrocantossauro, como o da maioria dos outros alosaurídeos, era longo, baixo e estreito. A abertura de redução de peso na frente da cavidade ocular (fenestra anterorbital) era bem grande, com mais de um quarto do comprimento do crânio e dois terços de sua altura. A superfície exterior do maxila (parte superior do osso maxilar) e a superfície superior do osso nasal sobre o focinho não era tão áspera como as dos Giganotosaurus ou dos Carcharodontossaurus. Pequenos e baixos cumes surgem a partir dos ossos nasais, correndo ao longo de cada lado do focinho a partir da narina até a parte de trás do olho, onde são continuados no osso lacrimal.[4] Esta é uma característica de todos os alosaurideos.[5] Diferente dos alossauros, eles não possuem uma crista proeminente no osso lacrimal na frente do olho. Os ossos lacrimais e postorbitais ficam unidos para formar uma sobrancelha grossa sobre o olho, como pode ser visto nos carcharodontossauros e nos não-relacionados abelissaurídeos. Eles tinha dezenove dentes, curvos e serrados, alinhados de cada lado da mandibula superior, contudo, uma contagem dentária para a parte inferior ainda não foi publicada. Os dentes do Acrocantossauro eram mais largos do que aqueles do Charcharondotassauro e não tinha a textura enrugada que caracteriza os carcharodontosaurídeos. A mandibula era quadrada na ponta frontal, como nos Giganotosaurus, e rasa, enquanto no resto se tornava bem funda. Acrocanthosaurus e Giganotosaurus uma grossa elevação horizontal na superfície exterior do osso surangular, abaixo da articulação craniana.[4]

Diagrama do esqueleto do Acrocanthosaurus
Crânio fossilizado de Acrocantossauro.

A característica mais marcante do Acrocanthosaurus era sua fileira de altas espinhas neurais, localizada nas suas vértebras do pescoço, costas, quadris e parte superior da cauda, estas podiam ter até 2.5 vezes a altura das vértebras das quais se estenderam.[1] Outros dinossauros também tinham espinhas estendidas nas costas, algumas muito maiores do que as do Acrocanthosaurus. Por exemplo, o não-relacionado Spinosaurus tinha espinhas de quase 2 metros (6,6 pés) de altura, aproximadamente 11 vezes mais alto do que as suas vértebras.[6] As partes mais baixas da espinha tinham ligações com poderosos músculos como aqueles dos bisões modernos, provavelmente formando um alto e grosso cume costas abaixo.[1] A função das espinhas continua desconhecida, apesar de elas terem provavelmente sido envolvidas em comunicação, armazenagem de gordura, músculos e controle de temperatura. Todas as suas vértebras cervicais (pescoço) e dorsais (costas) tinham depressões proeminentes dos lados, enquanto as vértebras caudais (cauda) tinham depressões menores. O que é mais similar aos carcharodontosaurídeos do que ao Allosaurus.[7]

Com exceção de sua coluna vertebral, o Acrocanthosaurus tinha um esqueleto típico de um alosaurídeo. Ele era bípede, com uma cauda longa e pesada para contra-balancear sua cabeça e corpo, mantendo seu centro de gravidade em cima dos quadris. Seus membros anteriores eram relativamente mais curtos e robustos do que o de um Allosaurus, apesar disso, possuíam estruturas similares: cada pata tinha três dedos com garra. Diferentemente de muitos dinossauros menores, seu fêmur era mais longo do que sua tíbia e metatarsos,[4][7] sugerindo que ele não era um corredor rápido.[8] Não-surpreendentemente, seus ossos das pernas traseiras eram proporcionalmente mais robustos do que os de seu parente Allossaurus. Seus pés tinham quatro dedos cada, apesar de, como é típico aos terópodes, o primeiro era muito menor do que os outros e não fazia contato com o chão.[4][7]

Classificação e Sistematização

Diagrama craniano do NCSM 14345

O Acrocanthosaurus é classificado na superfamília Allosauroidea dentro da da infraordem dos Tetanurae. Esta superfamília é caracterizada por pares de elevações nos ossos nasais e lacrimais no topo do focinho e por altas espinhas neurais nas vértebras cervicais, entre outras características.[5] Ele foi originalmente colocado dentro da família Allosauridae com o Allosaurus,[1] um arranjo suportado por estudos feitos até os anos 2000.[4] Contudo, a maioria dos estudos o apontaram como membro da família Carcharodontosauridae.[5][9][10]

Na época da sua descoberta, o Acrocantossauro e a maioria dos outros grandes terópodes eram conhecidos apenas por restos fragmentados, levando a grande variabilidade de classificações para esse gênero. Ele foi colocado primeiramente, por J. Willian Stovan e Wann Langston Jr., como um "Antrodemidae", um equivalente ao Allosauridae, todavia, foi transferido para a família Megalosauridae por Alfred Sherwood Romer, em 1956.[11] Para outros autores, as suas longas espinhas vertebrais sugerem uma relação com o Spinosaurus.[12][13] Esta interpretação do Acrocanthosaurus como um spinosaurídeo persistiu até a decáda de 1980,[14] e foi repetida em livros semi-técnicos sobre dinossauros da época.[15][16]

Vértebras com altas espinhas de dinossauros do Cretáceo inferior encontradas na Inglaterra já foram consideradas muito similares àquelas do Acrocanthosaurus,[17] e em 1988, Gregory S. Paul nomeou-os como uma segunda espécie do gênero, A. altispinax.[18] Esses ossos foram originalmente associados ao Altispinax, um terópode inglês que era conhecido somente pelos seus dentes, essa associação levou a pelo menos um autor propor que Altispinax fosse, por si só, um sinônimo de Acrocanthosaurus.[17] Essas vértebras foram posteriormente assinaladas como pertencentes a um novo gênero, o Becklespinax, separado tanto do Acrocanthosaurus quanto do Altispinax.[19]

A maioria das análises cladísticas que incluem o Acrocanthosaurus o classificaram como um carcharodontosaurídeo, normalmente em uma posição basal relativa ao Carcharodontosaurus Africano e o Giganotosaurus da América do Sul.[5][7][20] Tem sido comumente considerado o táxon irmão do igualmente basal Eorcarcharia, também encontrado no continente africano. O Neovenator, descoberto na Inglaterra, tem sido considerado um carcharodontosaurídeo ainda mais basal, ou como um membro basal de um grupo irmão chamado Neovenatoridae.[8][10] Isso sugere que a família se originou na Europa e então se dispersou nos continentes mais ao sul (enquanto se encontravam unidos no supercontinente Gondwana). Caso o Acrocanthosaurus fosse um carcharodontosaurídeo, então a dispersão também teria ocorrido na América do Norte.[7] Todos os carcharodontosaurídeos viveram entre o começo e o meio do Período Cretáceo.[5]

Cabeça restaurada

O cladograma a seguir, feito a partir de Novas et al., 2013, mostra a colocação do Acrocanthosaurus dentro do Carcharodontosauridae.[21]

Allosaurus

Carcharodontosauridae

Neovenator

Eocarcharia

Concavenator

Acrocanthosaurus

Shaochilong

Carcharodontosaurinae

Carcharodontosaurus

Giganotosaurini

Tyrannotitan

Mapusaurus

Giganotosaurus

Referências

  1. a b c d Stovall, J. Willis; Langston, Wann (1950). «Acrocanthosaurus atokensis, a new genus and species of Lower Cretaceous Theropoda from Oklahoma». American Midland Naturalist (em USA). Consultado em 22 de junho de 2019 
  2. a b c d Bates, K. T.; Manning, P. L.; Hodgetts, D.; Sellers, W. I. (19 de fevereiro de 2009). «Estimating Mass Properties of Dinosaurs Using Laser Imaging and 3D Computer Modelling». Consultado em 22 de junho de 2019 
  3. Therrien, F.; Henderson, D. M. (2007). «My theropod is bigger than yours...or not: estimating body size from skull length in theropods» (PDF). The Society of Vertebrate Paleontology. Consultado em 22 de junho de 2019 
  4. a b c d e f Currie, Philip J.; Carpenter, Kenneth (2000). «A new specimen of Acrocanthosaurus atokensis (Theropoda, Dinosauria) from the Lower Cretaceous Antlers Formation (Lower Cretaceous, Aptian) of Oklahoma, USA». Geodiversitas. 22 (2): 207–246 
  5. a b c d e Holtz, Thomas R.; Molnar, Ralph E.; Phil Currie (2004). «Basal Tetanurae». In: David Weishampel; Dodson, Peter; & Osmólska, Halszka. The Dinosauria Second Edition ed. Berkeley: University of California Press. pp. 71–110. ISBN 0-520-24209-2 
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  7. a b c d e Harris, Jerald D. (1998). «A reanalysis of Acrocanthosaurus atokensis, its phylogenetic status, and paleobiological implications, based on a new specimen from Texas». New Mexico Museum of Natural History and Science Bulletin. 13: 1–75 
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Bibliografia

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Ver também

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