Epidemia de MERS: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Mr White (discussão | contribs)
→‎Origem: troca imagem
Mr White (discussão | contribs)
epidemiologia
Etiquetas: Inserção de predefinição obsoleta Editor Visual: Trocado
Linha 57: Linha 57:
A {{PBPE|epidemia de síndrome respiratória do Oriente Médio|Médio Oriente}} ou '''epidemia de MERS''' ({{lang-en|''MERS – Middle East respiratory syndrome''}}) foi uma epidemia em 2012–2015 propensa a pandemia ocasionada pela [[síndrome respiratória do Oriente Médio]], (MERS) causado pelo vírus [[MERS-CoV]]. O primeiro caso relatado foi em um paciente [[Arábia Saudita|saudita]] que morreu de pneumonia severa e falha múltiplas nos órgãos em [[Jidá]]<ref name="science direct"/> em junho de 2012.<ref name="ecdc"/> Em setembro de 2012, foi identificado que a doença foi causada por um novo [[coronavírus]],<ref name="g1"/> que foi nomeado nCoV e HCoV-EMC e mais tarde também ficou conhecido como MERS-CoV.<ref name="science direct"/>
A {{PBPE|epidemia de síndrome respiratória do Oriente Médio|Médio Oriente}} ou '''epidemia de MERS''' ({{lang-en|''MERS – Middle East respiratory syndrome''}}) foi uma epidemia em 2012–2015 propensa a pandemia ocasionada pela [[síndrome respiratória do Oriente Médio]], (MERS) causado pelo vírus [[MERS-CoV]]. O primeiro caso relatado foi em um paciente [[Arábia Saudita|saudita]] que morreu de pneumonia severa e falha múltiplas nos órgãos em [[Jidá]]<ref name="science direct"/> em junho de 2012.<ref name="ecdc"/> Em setembro de 2012, foi identificado que a doença foi causada por um novo [[coronavírus]],<ref name="g1"/> que foi nomeado nCoV e HCoV-EMC e mais tarde também ficou conhecido como MERS-CoV.<ref name="science direct"/>


Até 31 de janeiro de 2020, haviam 2506 casos registrados de infectados em 25 países, com 862 mortes associadas à doença.<ref name="oms"/> A taxa de mortalidade dos infectados é de aproximadamente 35%.<ref name="oms2"/>
Até 31 de janeiro de 2020, haviam 2.506 casos registrados de infectados em 25 países, com 862 mortes associadas à doença.<ref name="oms"/> A taxa de mortalidade dos infectados é de aproximadamente 35%.<ref name="oms2"/>


== Origem ==
== Origem ==
Linha 85: Linha 85:


| footer = Contato com fluídos nasais ou saliva, excrementos, derivados de leite ou manuseio de carne podem causar a transmissão.<ref name="lancet"/>
| footer = Contato com fluídos nasais ou saliva, excrementos, derivados de leite ou manuseio de carne podem causar a transmissão.<ref name="lancet"/>
}}O MERS-CoV é um vírus [[zoonose|zoonótico]], o que significa que é um vírus transmitido entre animais e pessoas. As suas origens não são totalmente conhecidas, mas de acordo com a análise de diferentes genomas de vírus, acredita-se que possa ter se originado em [[morcego|morcegos]] e foi transmitido para dromedários em algum momento no passado distante. A transmissão de dromedários para pessoas, por contato direto ou indireto, é a única fonte zoonótica confirmada para a infecção em humanos, apesar de não ser claro como.<ref name="lancet"/> O MERS-CoV foi identificado em [[dromedário|dromedários]] (camelo árabe – ''Camelus dromedarius'') em vários países do Oriente Médio, África e Sul da Ásia. Amostras sorológicas demonstraram que a grande maioria dos dromedários na [[península Arábica]] têm anticorpos para MERS-CoV pelo menos desde 1993, mas a fonte exata da infecção nos dromedários não foi identificada.<ref name="oms2"/>
}}O MERS-CoV é um vírus [[zoonose|zoonótico]], o que significa que é um vírus transmitido entre animais e pessoas. As suas origens não são totalmente conhecidas, mas de acordo com a análise de diferentes genomas de vírus, acredita-se que possa ter se originado em [[morcego|morcegos]] e foi transmitido para dromedários em algum momento no passado distante. A transmissão de dromedários para pessoas, por contato direto ou indireto, é a única fonte zoonótica confirmada para a infecção em humanos, apesar de não ser claro como.<ref name="lancet"/> O MERS-CoV foi identificado em [[dromedário|dromedários]] (ou camelo árabe – ''Camelus dromedarius'') em vários países do Oriente Médio, África e Sul da Ásia. Amostras sorológicas demonstraram que a grande maioria dos dromedários na [[península Arábica]] têm anticorpos para MERS-CoV pelo menos desde 1993, mas a fonte exata da infecção nos dromedários não foi identificada.<ref name="oms2"/>


A disseminação de pessoa para pessoa geralmente requer contato próximo com uma pessoa infectada. Sua disseminação é rara fora dos hospitais. Portanto, seu risco para a população mundial é considerado bastante baixo.<ref name="lancet"/>
A disseminação de pessoa para pessoa geralmente requer contato próximo com uma pessoa infectada. Sua disseminação é rara fora dos hospitais. Portanto, seu risco para a população mundial é considerado bastante baixo.<ref name="lancet"/>
Linha 94: Linha 94:


Em sua forma mais grave, a MERS causa um quadro agudo altamente letal de pneumonia. Disfunção ou falha renal é comum em pacientes e pode ser uma consequência de qualquer dano hipóxico ou infecção direta do rim.<ref name="lancet"/>
Em sua forma mais grave, a MERS causa um quadro agudo altamente letal de pneumonia. Disfunção ou falha renal é comum em pacientes e pode ser uma consequência de qualquer dano hipóxico ou infecção direta do rim.<ref name="lancet"/>

== Epidemiologia ==
Estima-se que o [[número básico de reprodução]] (<math>R_0</math>) do MERS-CoV seja menos que 0,7, substancialmente menor do que o valor 1,0 que é associado com potenciais epidêmicos, o que faz com que a transmissão do vírus não se sustente a não ser que sofra mutação. Em comparação, o <math>R_0</math> do SARS-CoV durante a epidemia de SARS era maior que 1,<ref name="lancet"/> e o <math>R_0</math> do vírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19 está entre 3,3 e 5,7.<ref name="eid"/><ref name="gov au"/>


== Ver também ==
== Ver também ==
Linha 110: Linha 113:


<ref name="lancet">{{citar periódico |último=Zumla |primeiro=Prof Alimuddin |último2=Hui |primeiro2=Prof David S |autorlink2= |último3=Perlman |primeiro3=Prof, MD Stanley |numero-autores=3 |data=3 de junho de 2015 |titulo=Middle East respiratory syndrome |titulotrad=Síndrome respiratória do Oriente Médio |url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4721578/ |acessodata=21 de janeiro de 2021 |periódico=[[The Lancet]] |língua=en |publisher= |volume=386 |número=9997 |páginas=995–1007 |doi=10.1016/S0140-6736(15)60454-8 |pmc=4721578 |pmid=26049252 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20210121172257/https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4721578/ |arquivodata=21 de janeiro de 2021 |urlmorta=no}}</ref>
<ref name="lancet">{{citar periódico |último=Zumla |primeiro=Prof Alimuddin |último2=Hui |primeiro2=Prof David S |autorlink2= |último3=Perlman |primeiro3=Prof, MD Stanley |numero-autores=3 |data=3 de junho de 2015 |titulo=Middle East respiratory syndrome |titulotrad=Síndrome respiratória do Oriente Médio |url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4721578/ |acessodata=21 de janeiro de 2021 |periódico=[[The Lancet]] |língua=en |publisher= |volume=386 |número=9997 |páginas=995–1007 |doi=10.1016/S0140-6736(15)60454-8 |pmc=4721578 |pmid=26049252 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20210121172257/https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4721578/ |arquivodata=21 de janeiro de 2021 |urlmorta=no}}</ref>

<ref name="eid">{{cite journal |primeiro1=Steven |ultimo1=Sanche |primeiro2=Yen Ting |ultimo2=Lin |primeiro3=Chonggang |ultimo3=Xu |primeiro4=Ethan |ultimo4=Romero-Severson |primeiro5=Nick |ultimo5=Hengartner |primeiro6=Ruian |ultimo6=Ke |title=High Contagiousness and Rapid Spread of Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 |titulotrad=Alta contagiosidade e rápida disseminação da síndrome respiratória aguda grave do coronavírus 2 |journal=Emerging Infectious Diseases |data=26 de julho de 2020 |volume=26 |issue=7 |pages=1470–1477 |doi=10.3201/eid2607.200282 |pmid=32255761 |pmc=7323562 |acessodata=21 de janeiro de 2021 |lingua=en |arquivourl=https://web.archive.org/web/20201203062500/https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7323562/ |arquivodata=21 de janeiro de 2021 |urlmorta=no}}</ref>

<ref name="gov au">{{Cite web|url=https://www.health.gov.au/sites/default/files/documents/2020/03/coronavirus-covid-19-information-for-clinicians.pdf |title=Novel Coronavirus - Information for Clinicians |titulotrad=Novo coronavírus - Informações para clínicos |publisher=Departamento de Saúde do Governo da Austrália |date=3 de abril de 2020 |acessodata=21 de janeiro de 2020 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20210119234705/https://www.health.gov.au/sites/default/files/documents/2020/03/coronavirus-covid-19-information-for-clinicians.pdf |arquivodata=21 de janeiro de 2021 |lingua=en |urlmorta=no}}</ref>

}}
}}
{{esboço-Arábia Saudita}}
{{esboço-Arábia Saudita}}

Revisão das 04h12min de 22 de janeiro de 2021

Epidemia de síndrome respiratória do Oriente Médio

Veterinário tira amostras de um dromedário durante primeiro caso relatado de coronavírus da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) em Haramout, Iêmen em abril de 2014.
Doença Síndrome respiratória do Oriente Médio
Vírus MERS-CoV
Origem Possivelmente morcegos e depois transmitidos para dromedários[1]
Local  Arábia Saudita
Período 2 anos, 10 meses e 4 dias
Local do primeiro caso 24 de junho de 2012
Jidá, Arábia Saudita
Início 2012
Fim 2015
Estatísticas globais
Casos confirmados 2506
Mortes 862
Área afetada Global
Territórios afetados
Página Governamental (em inglês)
Atualizado em 23h02min, terça-feira, 19 de janeiro de 2021 (UTC)

A epidemia de síndrome respiratória do Oriente Médio (português brasileiro) ou Médio Oriente (português europeu) ou epidemia de MERS (em inglês: MERS – Middle East respiratory syndrome) foi uma epidemia em 2012–2015 propensa a pandemia ocasionada pela síndrome respiratória do Oriente Médio, (MERS) causado pelo vírus MERS-CoV. O primeiro caso relatado foi em um paciente saudita que morreu de pneumonia severa e falha múltiplas nos órgãos em Jidá[2] em junho de 2012.[3] Em setembro de 2012, foi identificado que a doença foi causada por um novo coronavírus,[4] que foi nomeado nCoV e HCoV-EMC e mais tarde também ficou conhecido como MERS-CoV.[2]

Até 31 de janeiro de 2020, haviam 2.506 casos registrados de infectados em 25 países, com 862 mortes associadas à doença.[5] A taxa de mortalidade dos infectados é de aproximadamente 35%.[1]

Origem

O vírus foi isolado pela primeira vez de um paciente que morreu de uma doença respiratória grave em 24 de junho de 2012,[3] em Jidá, Arábia Saudita.[6]

Possíveis riscos de transmissão do vírus MERS-CoV de dromedários para humanos:
Um dromedário com filhote no deserto.
No nascimento.
Dromedário brincando com um homem, com a boca em seu rosto.
Proximidade com homem.
Mulher ordenhando um dromedário.
Ordenha.
Contato com fluídos nasais ou saliva, excrementos, derivados de leite ou manuseio de carne podem causar a transmissão.[6]

O MERS-CoV é um vírus zoonótico, o que significa que é um vírus transmitido entre animais e pessoas. As suas origens não são totalmente conhecidas, mas de acordo com a análise de diferentes genomas de vírus, acredita-se que possa ter se originado em morcegos e foi transmitido para dromedários em algum momento no passado distante. A transmissão de dromedários para pessoas, por contato direto ou indireto, é a única fonte zoonótica confirmada para a infecção em humanos, apesar de não ser claro como.[6] O MERS-CoV foi identificado em dromedários (ou camelo árabe – Camelus dromedarius) em vários países do Oriente Médio, África e Sul da Ásia. Amostras sorológicas demonstraram que a grande maioria dos dromedários na península Arábica têm anticorpos para MERS-CoV pelo menos desde 1993, mas a fonte exata da infecção nos dromedários não foi identificada.[1]

A disseminação de pessoa para pessoa geralmente requer contato próximo com uma pessoa infectada. Sua disseminação é rara fora dos hospitais. Portanto, seu risco para a população mundial é considerado bastante baixo.[6]

Doença

Coronavírus são uma grande família de vírus que podem causar doenças que vão desde o resfriado comum até a síndrome respiratória aguda grave (SARS, em inglês).[1] Os sete coronavírus conhecidos por infectar humanos pertencem aos gêneros alfacoronavírus e betacoronavírus. Assim como os vírus causadores da síndrome respiratória aguda grave e da COVID-19 (respectivamente, SARS-CoV e SARS-CoV-2), o MERS-CoV é do gênero betacoronavírus.[6]

Em sua forma mais grave, a MERS causa um quadro agudo altamente letal de pneumonia. Disfunção ou falha renal é comum em pacientes e pode ser uma consequência de qualquer dano hipóxico ou infecção direta do rim.[6]

Epidemiologia

Estima-se que o número básico de reprodução () do MERS-CoV seja menos que 0,7, substancialmente menor do que o valor 1,0 que é associado com potenciais epidêmicos, o que faz com que a transmissão do vírus não se sustente a não ser que sofra mutação. Em comparação, o do SARS-CoV durante a epidemia de SARS era maior que 1,[6] e o do vírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19 está entre 3,3 e 5,7.[7][8]

Ver também

Zoonose

Referências

  1. a b c d «Middle East respiratory syndrome coronavirus (MERS-CoV)» [Coronavírus da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV)] (em inglês). Organização Mundial da Saúde. 11 de março de 2019. Consultado em 20 de janeiro de 2021. Cópia arquivada em 20 de janeiro de 2021 
  2. a b Alyami, Mohammad H.; Alyami, Hamad S.; Warraich, Ansaar (novembro de 2020). «Middle East Respiratory Syndrome (MERS) and novel coronavirus disease-2019 (COVID-19): From causes to preventions in Saudi Arabia» [Síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) e doença do novo coronavírus-2019 (COVID-19): de causas à prevenção na Arábia Saudita]. Saudi Pharmaceutical Journal (em inglês). 28 (11): 1481–1491. ISSN 1319-0164. doi:10.1016/j.jsps.2020.09.014. Consultado em 20 de janeiro de 2020. Cópia arquivada em 20 de janeiro de 2021 
  3. a b Katrin, Leitmeyer (24 de setembro de 2012). «Rapid Risk Assessment − Severe respiratory disease associated with a novel coronavirus» [Avaliação rápida de risco − doença respiratória grave associada a um novo coronavírus] (PDF) (relatório) (em inglês). Estocolmo, Suécia: Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças. p. 1. 4 páginas. Consultado em 20 de janeiro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 20 de janeiro de 2021 
  4. «Saiba o que já se conhece sobre o novo vírus fatal de gripe». G1. Grupo Globo. 25 de setembro de 2012. Consultado em 20 de janeiro de 2021 
  5. «Middle East respiratory syndrome coronavirus (MERS-CoV) – United Arab Emirates» [Síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) - Emirados Árabes Unidos]. Organização Mundial da Saúde. 31 de janeiro de 2020. Consultado em 19 de janeiro de 2021. Cópia arquivada em 3 de fevereiro de 2020 
  6. a b c d e f g Zumla, Prof Alimuddin; Hui, Prof David S; Perlman, Prof, MD Stanley (3 de junho de 2015). «Middle East respiratory syndrome» [Síndrome respiratória do Oriente Médio]. The Lancet (em inglês). 386 (9997): 995–1007. PMC 4721578Acessível livremente. PMID 26049252. doi:10.1016/S0140-6736(15)60454-8. Consultado em 21 de janeiro de 2021. Cópia arquivada em 21 de janeiro de 2021 
  7. Sanche, Steven; Lin, Yen Ting; Xu, Chonggang; Romero-Severson, Ethan; Hengartner, Nick; Ke, Ruian (26 de julho de 2020). «High Contagiousness and Rapid Spread of Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2» [Alta contagiosidade e rápida disseminação da síndrome respiratória aguda grave do coronavírus 2]. Emerging Infectious Diseases (em inglês). 26 (7): 1470–1477. PMC 7323562Acessível livremente. PMID 32255761. doi:10.3201/eid2607.200282. Cópia arquivada em 21 de janeiro de 2021 
  8. «Novel Coronavirus - Information for Clinicians» [Novo coronavírus - Informações para clínicos] (PDF) (em inglês). Departamento de Saúde do Governo da Austrália. 3 de abril de 2020. Consultado em 21 de janeiro de 2020. Cópia arquivada (PDF) em 21 de janeiro de 2021 
Ícone de esboço Este artigo sobre a Arábia Saudita é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
Ícone de esboço Este artigo sobre epidemias ou pandemias é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.