Neurodiversidade: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Neurodiversity_Crowd_2.png|direita|miniaturadaimagem| Arte autista que representa a diversidade natural das mentes humanas]]
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'''Neurodiversidade''' se refere às variações naturais no [[cérebro humano]] de cada indivíduo em relação à [[sociabilidade]], [[aprendizagem]], [[atenção]], [[humor]] e outras [[Cognição|funções cognitivas]].<ref>{{Citar web |ultimo=Oliveira |primeiro=Beatriz |url=https://jornal.ufg.br/n/92492-neurodiversidade-um-conceito-que-integra |titulo= Neurodiversidade: um conceito que integra |data=2021-09-1 |wayb= |acessodata=2021-02-11 |wayb=20200412031044 |publicado=Núcleo de Acessibilidade — Universidade Federal de Goiás (UFG)}}</ref><ref name=":0">{{Citar livro|título=The power of neurodiversity : unleashing the advantages of your differently wired brain|ultimo=Armstrong|primeiro=Thomas|editora=Da Capo Lifelong|ano=2011|localização=Cambridge, MA|isbn=9780738215242|oclc=760085215|edição=1st Da Capo Press paperback}}</ref> O termo foi criado em 1998 pela [[socióloga]] Judy Singer, que junto ao jornalista Harvey Blume foram responsáveis por popularizar o conceito. Surgiu como uma [[teoria marginal]] que se contrapõe à visão predominante de que os [[Perturbação do neurodesenvolvimento|transtornos do neurodesenvolvimento]] são inerentemente patológicos, como no [[modelo médico da deficiência]]. Em vez disso, a neurodiversidade adota o [[modelo social da deficiência]], no qual as [[Movimento das pessoas com deficiência|barreiras sociais]] são o principal fator que restringem as pessoas com deficiência.<ref>{{Citar livro|título=Social work with disabled people|ultimo=Oliver, Michael, 1945-2019.|data=2006|editora=Palgrave Macmillan|localização=Basingstoke, Hampshire|isbn=1403918384|oclc=62326930|edição=3rd}}</ref><ref name="Bloomsbury">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PV95DwAAQBAJ|título=The Bloomsbury Companion to Philosophy of Psychiatry|ultimo=Chapman|primeiro=Robert|data=2019-01-10|editora=Bloomsbury Publishing|editor-sobrenome=Tekin|páginas=371–387|língua=en|capitulo=Neurodiversity Theory and Its Discontents: Autism, Schizophrenia, and the Social Model of Disability|isbn=9781350024069|editor-sobrenome2=Bluhm}}</ref>


A origem da palavra neurodiversidade é atribuída a Judy Singer, uma [[cientista social]] que se descreveu como inserida "provavelmente em algum lugar do [[Transtornos do espectro autista|espectro autista]]",<ref name=":1">{{Citar web |url=http://www.myspectrumsuite.com/meet-judy-singer/ |titulo=Meet Judy Singer Neurodiversity Pioneer |acessodata=2019-05-14 |website=My Spectrum Suite |lingua=en}}</ref> e usou o termo em sua tese de sociologia publicada em 1999.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=nWTlAAAAQBAJ|título=Disability Discourse|ultimo=Singer|primeiro=Judy|data=1999-02-01|editora=McGraw-Hill Education (UK)|editor-sobrenome=Corker|páginas=59–67|língua=en|capitulo='Why can't you be normal for once in your life?' From a 'problem with no name' to the emergence of a new category of difference|isbn=9780335202225|citação=Para mim, o principal significado do 'espectro autista' é sua preocupação e antecipação a uma política que reconheça a diversidade neurológica, ou neurodiversidade|editor-sobrenome2=French}}</ref> O termo representa um afastamento das teorias anteriores como a da [[mãe-geladeira]], que "culpa a mãe" como uma possível causa do autismo.<ref name="genetics">Bumiller, Kristen. "The Geneticization of Autism: From New Reproductive Technologies to the Conception of Genetic Normalcy." ''Signs'' 34.4 (2009): 875-99. University of Chicago Press.</ref> Como resultado de seus interesses mútuos no autismo, Singer mantinha contato com Blume, e embora ele não tenha dado crédito a Singer, a palavra apareceu pela primeira vez em um artigo de Blume n''a'' revista ''[[The Atlantic (revista)|The Atlantic]]'', em setembro de 1998.<ref name="BlumeAtlantic">{{Citar jornal |ultimo=Blume, Harvey |url=https://www.theatlantic.com/doc/199809u/neurodiversity |titulo=Neurodiversity |data=30 de setembro de 1998 |acessodata=7 de novembro de 2007 |website=The Atlantic |arquivourl=https://archive.is/20130105003900/http://www.theatlantic.com/doc/199809u/neurodiversity |arquivodata=5 de janeiro de 2013 |citação=A neurodiversidade talvez seja tão crucial para os indivíduos quanto a biodiversidade é para o meio ambiente. Quem poderá dizer qual tipo de abordagem se mostrará mais difundida em determinado momento? A cibernética e a cultura da internet, por exemplo, podem favorecer uma forma de pensar mais autista.}}</ref>
'''Neurodiversidade''' se refere às variações naturais no [[cérebro humano]] de cada indivíduo em relação à [[sociabilidade]], [[aprendizagem]], [[atenção]], [[humor]] e outras [[Cognição|funções cognitivas]].<ref name=":0">{{Citar livro|título=The power of neurodiversity : unleashing the advantages of your differently wired brain|ultimo=Armstrong|primeiro=Thomas|editora=Da Capo Lifelong|ano=2011|localização=Cambridge, MA|isbn=9780738215242|oclc=760085215|edição=1st Da Capo Press paperback}}</ref> O termo foi criado em 1998 pela [[socióloga]] Judy Singer, que junto ao jornalista Harvey Blume foram responsáveis por popularizar o conceito. Surgiu como uma [[teoria marginal]] que se contrapõe à visão predominante de que os [[Perturbação do neurodesenvolvimento|transtornos do neurodesenvolvimento]] são inerentemente patológicos, como no [[modelo médico da deficiência]]. Em vez disso, a neurodiversidade adota o [[modelo social da deficiência]], no qual as [[Movimento das pessoas com deficiência|barreiras sociais]] são o principal fator que restringem as pessoas com deficiência.<ref>{{Citar livro|título=Social work with disabled people|ultimo=Oliver, Michael, 1945-2019.|data=2006|editora=Palgrave Macmillan|localização=Basingstoke, Hampshire|isbn=1403918384|oclc=62326930|edição=3rd}}</ref><ref name="Bloomsbury">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PV95DwAAQBAJ|título=The Bloomsbury Companion to Philosophy of Psychiatry|ultimo=Chapman|primeiro=Robert|data=2019-01-10|editora=Bloomsbury Publishing|editor-sobrenome=Tekin|páginas=371–387|língua=en|capitulo=Neurodiversity Theory and Its Discontents: Autism, Schizophrenia, and the Social Model of Disability|isbn=9781350024069|editor-sobrenome2=Bluhm}}</ref>


Alguns autores<ref name="Solomon">{{Citar jornal |ultimo=Solomon |primeiro=Andrew |url=http://nymag.com/news/features/47225/ |titulo=The autism rights movement |data=2008-05-25 |acessodata=2008-05-27 |website=New York |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080527025140/http://nymag.com/news/features/47225/ |arquivodata=27 de maio de 2008}}</ref><ref name="article">Fenton, Andrew, and Tim Krahn. [http://www.jemh.ca/issues/v2n2/documents/JEMH_V2N2_Theme_Article2_Neurodiversity_Autism.pdf "Autism, Neurodiversity and Equality Beyond the Normal" (PDF).] Journal of Ethics in Mental Health 2.2 (2007): 1-6. 10 November 2009.</ref> também creditam o trabalho anterior do advogado autista [[Jim Sinclair]] como fator que ajudou o avanço do conceito de neurodiversidade. Sinclair foi o principal organizador da comunidade online internacional do autismo. O discurso de Sinclair de 1993, "Don't Mourn For Us", enfatizou o autismo como uma forma de ser: "Não é possível separar a pessoa do autismo."<ref name="Sinclair">Sinclair, Jim. [http://www.autreat.com/dont_mourn.html Don't Mourn For Us.] Autism Network International, n.d.. Retrieved on 2013-05-07.</ref> Em um artigo do ''[[The New York Times|New York Times]]'', de junho de 1997, escrito pelo jornalista e escritor americano Harvey Blume, a origem da neurodiversidade foi descrita usando o termo "pluralismo [[neurológico]]".<ref name="BlumeNYT">{{Citar jornal |ultimo=Blume |primeiro=Harvey |url=https://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9803E7DC1F31F933A05755C0A961958260 |titulo=Autistics, freed from face-to-face encounters, are communicating in cyberspace |data=1997-06-30 |acessodata=2007-11-08 |website=The New York Times |citação=Ainda assim, ao tentar se chegar a um consenso com um mundo [dominado pelos neurotípicos], os autistas não querem e nem são capazes de abandonar seus próprios costumes. Em vez disso, eles propõem um novo pacto social, enfatizando o pluralismo neurológico. [...] O consenso é mais fácil de se atingir nos fóruns da internet e outros sítios onde pessoas autistas se reúnem [...] é que a visão NT [neurotípica] é apenas uma das muitas abordagens neurológicas certamente é a abordagem dominante, mas isso não quer dizer que seja necessariamente a melhor.}}</ref> Blume foi um dos primeiros defensores a prever o papel que a Internet teria na promoção dos movimentos da neurodiversidade.<ref name="BlumeMIT">{{Citar web |ultimo=Blume |primeiro=Harvey |url=http://web.mit.edu/m-i-t/articles/index_blume.html |titulo="Autism & The Internet" or "It's The Wiring, Stupid" |data=1997-07-01 |acessodata=2007-11-08 |website=Media In Transition |publicado=Massachusetts Institute of Technology |citação=Um projeto chamado ''CyberSpace 2000'' se dedica a alcançar o maior número possível de pessoas inseridas no espectro autista para que seja estabelecida uma rede de comunicação virtual até o ano 2000, porque a internet é um meio essencial para pessoas autistas melhorarem suas vidas, que muitas vezes é a única maneira eles conseguem se comunicar com eficácia.}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0104-93132008000200008&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |titulo=O sujeito cerebral e o movimento da neurodiversidade |data=outubro de 2008 |acessodata=2021-02-10 |jornal=Mana |número=2 |ultimo=Ortega |primeiro=Francisco |paginas=477–509 |lingua=pt |doi=10.1590/S0104-93132008000200008 |issn=0104-9313}}</ref>
A palavra neurodiversidade é atribuída a Judy Singer, uma [[cientista social]] que se descreveu como "provavelmente em algum lugar do [[Transtornos do espectro autista|espectro autista]]",<ref name=":1">{{Citar web |url=http://www.myspectrumsuite.com/meet-judy-singer/ |titulo=Meet Judy Singer Neurodiversity Pioneer |acessodata=2019-05-14 |website=My Spectrum Suite |lingua=en}}</ref> e usou o termo em sua tese de sociologia publicada em 1999.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=nWTlAAAAQBAJ|título=Disability Discourse|ultimo=Singer|primeiro=Judy|data=1999-02-01|editora=McGraw-Hill Education (UK)|editor-sobrenome=Corker|páginas=59–67|língua=en|capitulo='Why can't you be normal for once in your life?' From a 'problem with no name' to the emergence of a new category of difference|isbn=9780335202225|citação=For me, the key significance of the 'autism spectrum' lies in its call for and anticipation of a politics of neurological diversity, or neurodiversity.|editor-sobrenome2=French}}</ref> O termo representa um afastamento das [[Mãe-geladeira|teorias]] anteriores de [[Mãe-geladeira|"culpar a mãe"]] como uma possível causa do autismo.<ref name="genetics">Bumiller, Kristen. "The Geneticization of Autism: From New Reproductive Technologies to the Conception of Genetic Normalcy." ''Signs'' 34.4 (2009): 875-99. University of Chicago Press.</ref> Como resultado de seus interesses mútuos no autismo, Singer mantinha contato com Blume, e embora ele não tenha dado crédito a Singer, a palavra apareceu pela primeira vez em um artigo de Blume n''a'' revista ''[[The Atlantic (revista)|The Atlantic]]'', em setembro de 1998.<ref name="BlumeAtlantic">{{Citar jornal |ultimo=Blume, Harvey |url=https://www.theatlantic.com/doc/199809u/neurodiversity |titulo=Neurodiversity |data=30 de setembro de 1998 |acessodata=7 de novembro de 2007 |website=The Atlantic |arquivourl=https://archive.is/20130105003900/http://www.theatlantic.com/doc/199809u/neurodiversity |arquivodata=5 de janeiro de 2013 |citação=Neurodiversity may be every bit as crucial for the human race as biodiversity is for life in general. Who can say what form of wiring will prove best at any given moment? Cybernetics and computer culture, for example, may favor a somewhat autistic cast of mind.}}</ref>


Desde sua origem, o termo "neurodiversidade" foi aplicado a outras condições e assumiu um significado mais generalista. Por exemplo, a ''Developmental Adult Neurodiversity Association'' (DANDA) no [[Reino Unido]] considera o [[Dispraxia|transtorno de coordenação do desenvolvimento]], [[transtorno do déficit de atenção e hiperatividade]] (TDAH), [[síndrome de Asperger]] e outras condições relacionadas como também pertencentes à ideia conceitual da neurodiversidade.<ref>[http://www.danda.org.uk/ danda.org.uk] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20191110201825/http://www.danda.org.uk/|date=2019-11-10}} DANDA website. Retrieved on 6 January 2015</ref>
Alguns autores<ref name="Solomon">{{Citar jornal |ultimo=Solomon |primeiro=Andrew |url=http://nymag.com/news/features/47225/ |titulo=The autism rights movement |data=2008-05-25 |acessodata=2008-05-27 |website=New York |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080527025140/http://nymag.com/news/features/47225/ |arquivodata=27 de maio de 2008}}</ref><ref name="article">Fenton, Andrew, and Tim Krahn. [http://www.jemh.ca/issues/v2n2/documents/JEMH_V2N2_Theme_Article2_Neurodiversity_Autism.pdf "Autism, Neurodiversity and Equality Beyond the Normal" (PDF).] Journal of Ethics in Mental Health 2.2 (2007): 1-6. 10 November 2009.</ref> também creditam o trabalho anterior do advogado autista [[Jim Sinclair]] como fator que ajudou o avanço do conceito de neurodiversidade. Sinclair foi o principal organizador da comunidade online internacional do autismo. O discurso de Sinclair de 1993, "Don't Mourn For Us", enfatizou o autismo como uma forma de ser: "Não é possível separar a pessoa do autismo."<ref name="Sinclair">Sinclair, Jim. [http://www.autreat.com/dont_mourn.html Don't Mourn For Us.] Autism Network International, n.d.. Retrieved on 2013-05-07.</ref> Em um artigo do ''[[The New York Times|New York Times]]'', de junho de 1997, escrito pelo jornalista e escritor americano Harvey Blume, a origem da neurodiversidade foi descrita usando o termo "pluralismo [[neurológico]]".<ref name="BlumeNYT">{{Citar jornal |ultimo=Blume |primeiro=Harvey |url=https://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9803E7DC1F31F933A05755C0A961958260 |titulo=Autistics, freed from face-to-face encounters, are communicating in cyberspace |data=1997-06-30 |acessodata=2007-11-08 |website=The New York Times |citação=Yet, in trying to come to terms with [a neurotypical-dominated] world, autistics are neither willing nor able to give up their own customs. Instead, they are proposing a new social compact, one emphasizing neurological pluralism. [...] The consensus emerging from the Internet forums and Web sites where autistics congregate [...] is that NT is only one of many neurological configurations -- the dominant one certainly, but not necessarily the best.}}</ref> Blume foi um dos primeiros defensores a prever o papel que a Internet teria na promoção dos movimentos da neurodiversidade.<ref name="BlumeMIT">{{Citar web |ultimo=Blume |primeiro=Harvey |url=http://web.mit.edu/m-i-t/articles/index_blume.html |titulo="Autism & The Internet" or "It's The Wiring, Stupid" |data=1997-07-01 |acessodata=2007-11-08 |website=Media In Transition |publicado=Massachusetts Institute of Technology |citação=A project called CyberSpace 2000 is devoted to getting as many people as possible in the autistic spectrum hooked up by the year 2000, reason being that "the Internet is an essential means for autistic people to improve their lives, because it is often the only way they can communicate effectively."}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0104-93132008000200008&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |titulo=O sujeito cerebral e o movimento da neurodiversidade |data=outubro de 2008 |acessodata=2021-02-10 |jornal=Mana |número=2 |ultimo=Ortega |primeiro=Francisco |paginas=477–509 |lingua=pt |doi=10.1590/S0104-93132008000200008 |issn=0104-9313}}</ref>

Desde sua origem, o termo "neurodiversidade" foi aplicado a outras condições e assumiu um significado mais generalista. Por exemplo, a ''Developmental Adult Neurodiversity Associatio''n (DANDA) no [[Reino Unido]] considera o [[Dispraxia|transtorno de coordenação do desenvolvimento]], [[transtorno do déficit de atenção e hiperatividade]] ([[Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade|TDAH]]), [[síndrome de Asperger]] e outras condições relacionadas como também pertencentes à ideia conceitual da neurodiversidade.<ref>[http://www.danda.org.uk/ danda.org.uk] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20191110201825/http://www.danda.org.uk/|date=2019-11-10}} DANDA website. Retrieved on 6 January 2015</ref>


Os defensores da neurodiversidade apontam que as pessoas neurodivergentes (ou neurodiversas) costumam possuir habilidades excepcionais comparáveis a suas fraquezas. Por exemplo, uma pessoa com [[Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade|TDAH]] pode exercer um hiperfoco em algumas tarefas, enquanto luta para se concentrar em outras, ou uma pessoa [[Autismo|autista]] pode ter uma memória excepcional ou até [[savantismo]]. Desse modo, os teóricos da neurodiversidade defendem o reconhecimento dos pontos fortes e fracos das pessoas neurodivergentes, e acreditam que uma variedade de condições neurológicas que atualmente são classificadas como [[patologias]] são mais bem vistas como diferenças cognitivas. Essa visão é especialmente popular dentro do [[movimento de direitos do autismo]].
Os defensores da neurodiversidade apontam que as pessoas neurodivergentes (ou neurodiversas) costumam possuir habilidades excepcionais comparáveis a suas fraquezas. Por exemplo, uma pessoa com [[Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade|TDAH]] pode exercer um hiperfoco em algumas tarefas, enquanto luta para se concentrar em outras, ou uma pessoa [[Autismo|autista]] pode ter uma memória excepcional ou até [[savantismo]]. Desse modo, os teóricos da neurodiversidade defendem o reconhecimento dos pontos fortes e fracos das pessoas neurodivergentes, e acreditam que uma variedade de condições neurológicas que atualmente são classificadas como [[patologias]] são mais bem vistas como diferenças cognitivas. Essa visão é especialmente popular dentro do [[movimento de direitos do autismo]].
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== Movimentos pelos direitos das pessoas com deficiência ==
== Movimentos pelos direitos das pessoas com deficiência ==
O paradigma da neurodiversidade foi primeiramente adotado por indivíduos inseridos no espectro do autismo.<ref name="Jaarsma">{{Citar periódico |url=http://www.imh.liu.se/avd_halsa_samhalle/filarkiv1/1.264263/JaarsmaWelin2011Autismasanaturalvariation.pdf |titulo=Autism as a Natural Human Variation: Reflections on the Claims of the Neurodiversity Movement |data=fevereiro de 2011 |paginas=20–30 |doi=10.1007/s10728-011-0169-9 |pmid=21311979 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131101015957/http://www.imh.liu.se/avd_halsa_samhalle/filarkiv1/1.264263/JaarsmaWelin2011Autismasanaturalvariation.pdf |arquivodata=2013-11-01 |autores=Jaarsma P, Welin S |volume=20 |periódico=Health Care Anal}}</ref> Posteriormente, foi aplicado a outras condições associadas ao neurodesenvolvimento, como o [[Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade|TDAH]],<ref name="Woodford">Woodford, Gillian. [http://www.nationalreviewofmedicine.com/issue/2006/04_30/3_patients_practice05_8.html 'We Don't Need to be Cured' Autistics Say] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20160303202254/http://www.nationalreviewofmedicine.com/issue/2006/04_30/3_patients_practice05_8.html|date=2016-03-03}}. National Review of Medicine. Volume 3. No. 8. April 30, 2006. Retrieved February 23, 2008.</ref> [[Distúrbio da fala|distúrbios da fala]], [[dislexia]], [[dispraxia]], [[discalculia]], [[Afasia nominal|disnomia]], [[deficiência intelectual]] e [[síndrome de Tourette]],<ref name="Mackenzie 2011-01-31">{{Citar periódico |titulo=Is our legal, health care and social support infrastructure neurodiverse enough? How far are the aims of the neurodiversity movement fulfilled for those diagnosed with cognitive disability and learning disability? |data=2011-01-31 |ultimo=Mackenzie |primeiro=Robin |ultimo2=John Watts |paginas=30–37 |doi=10.5042/tldr.2011.0005 |citação=We recommend, therefore, that the term neurodiverse include the conditions ASD, ADHD, OCD, language disorders, developmental coordination disorder, dyslexia and Tourette's syndrome. |volume=16 |periódico=Tizard Learning Disability Review}}</ref> bem como [[esquizofrenia]]<ref name="Bloomsbury">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PV95DwAAQBAJ|título=The Bloomsbury Companion to Philosophy of Psychiatry|ultimo=Chapman|primeiro=Robert|data=2019-01-10|editora=Bloomsbury Publishing|editor-sobrenome=Tekin|páginas=371–387|língua=en|capitulo=Neurodiversity Theory and Its Discontents: Autism, Schizophrenia, and the Social Model of Disability|isbn=9781350024069|editor-sobrenome2=Bluhm}}</ref><ref>Morrice, Polly (January 29, 2006) [https://www.nytimes.com/2006/01/29/books/review/29morrice.html "Otherwise Minded"] ''The New York Times'', review of ''A Mind Apart: Travels in a Neurodiverse World''</ref> e algumas condições de saúde mental como [[Transtorno bipolar|bipolaridade]],<ref>{{Citar web |url=http://www.bphope.com/blog/on-neurodiversity/ |titulo=On Neurodiversity |data=25 de fevereiro de 2013 |acessodata=14 de maio de 2015}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://radicalpsychology.org/vol7-1/boundy.html |titulo=An Exploration Of The Neurodiversity Movement |acessodata=2015-08-11 |website=radicalpsychology.org |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150601091803/http://radicalpsychology.org/vol7-1/boundy.html |arquivodata=2015-06-01 |citação=Conducting a poll of what she calls her 'online tribe', other bipolar people participating in specialized listservs and chatrooms, Antonetta discovered that, like her, most responders like their minds and the gifts their bipolarity brings them. One man she quotes says: "I choose not to look at bipolarity as an illness at all. In fact, I couldn't imagine myself as not being bipolar, nor would I want to be. The bipolar is a strong component of who I am, and I do not wish to be anyone else but me" (p. 89). Another respondent wrote, "I feel, and cause others to feel ... Touched, the life of the imagination is the real life" (Antonetta, 2005, p.90).}}</ref> o [[transtorno esquizoafetivo]], [[transtorno de personalidade antissocial]],<ref>{{Citar periódico |url=https://www.academia.edu/2034622 |titulo=The Virtue of Sociopaths: how to appreciate the neurodiversity of sociopathy without becoming a victim |acessodata=2015-08-02 |ultimo=Anton |primeiro=Audrey L. |ano=2013 |periódico=Ethics and Neurodiversity}}</ref> [[Dissociação (psicologia)|transtornos dissociativos]] e o [[transtorno obsessivo-compulsivo]] (TOC).<ref>{{Citar periódico |url=http://journalofethics.ama-assn.org/2015/04/msoc1-1504.html |titulo=The Myth of the Normal Brain: Embracing Neurodiversity |data=abril de 2015 |acessodata=2015-08-05 |ultimo=Armstrong |primeiro=Thomas |paginas=348–352 |doi=10.1001/journalofethics.2015.17.4.msoc1-1504 |pmid=25901703 |volume=17 |periódico=AMA Journal of Ethics}}</ref>
O paradigma da neurodiversidade foi primeiramente adotado por indivíduos inseridos no espectro do autismo.<ref name="Jaarsma">{{Citar periódico |url=http://www.imh.liu.se/avd_halsa_samhalle/filarkiv1/1.264263/JaarsmaWelin2011Autismasanaturalvariation.pdf |titulo=Autism as a Natural Human Variation: Reflections on the Claims of the Neurodiversity Movement |data=fevereiro de 2011 |paginas=20–30 |doi=10.1007/s10728-011-0169-9 |pmid=21311979 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131101015957/http://www.imh.liu.se/avd_halsa_samhalle/filarkiv1/1.264263/JaarsmaWelin2011Autismasanaturalvariation.pdf |arquivodata=2013-11-01 |autores=Jaarsma P, Welin S |volume=20 |periódico=Health Care Anal}}</ref> Posteriormente, foi aplicado a outras condições associadas ao neurodesenvolvimento, como o [[Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade|TDAH]],<ref name="Woodford">Woodford, Gillian. [http://www.nationalreviewofmedicine.com/issue/2006/04_30/3_patients_practice05_8.html 'We Don't Need to be Cured' Autistics Say] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20160303202254/http://www.nationalreviewofmedicine.com/issue/2006/04_30/3_patients_practice05_8.html|date=2016-03-03}}. National Review of Medicine. Volume 3. No. 8. April 30, 2006. Retrieved February 23, 2008.</ref> [[Distúrbio da fala|distúrbios da fala]], [[dislexia]], [[dispraxia]], [[discalculia]], [[Afasia nominal|disnomia]], [[deficiência intelectual]] e [[síndrome de Tourette]],<ref name="Mackenzie 2011-01-31">{{Citar periódico |titulo=Is our legal, health care and social support infrastructure neurodiverse enough? How far are the aims of the neurodiversity movement fulfilled for those diagnosed with cognitive disability and learning disability? |data=2011-01-31 |ultimo=Mackenzie |primeiro=Robin |ultimo2=John Watts |paginas=30–37 |doi=10.5042/tldr.2011.0005 |citação=Recomendamos, portanto, que o termo neurodiverso também inclua as condições TEA [transtorno do espectro autista], TDAH [transtorno do déficit de atenção e hiperatividade], TOC [transtorno obsessivo-compulsivo], distúrbios da linguagem, distúrbios da coordenação e/ou do desenvolvimento, dislexia e a síndrome de Tourette.|volume=16 |periódico=Tizard Learning Disability Review}}</ref> bem como [[esquizofrenia]]<ref name="Bloomsbury">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PV95DwAAQBAJ|título=The Bloomsbury Companion to Philosophy of Psychiatry|ultimo=Chapman|primeiro=Robert|data=2019-01-10|editora=Bloomsbury Publishing|editor-sobrenome=Tekin|páginas=371–387|língua=en|capitulo=Neurodiversity Theory and Its Discontents: Autism, Schizophrenia, and the Social Model of Disability|isbn=9781350024069|editor-sobrenome2=Bluhm}}</ref><ref>Morrice, Polly (January 29, 2006) [https://www.nytimes.com/2006/01/29/books/review/29morrice.html "Otherwise Minded"] ''The New York Times'', review of ''A Mind Apart: Travels in a Neurodiverse World''</ref> e algumas condições de saúde mental como [[Transtorno bipolar|bipolaridade]],<ref>{{Citar web |url=http://www.bphope.com/blog/on-neurodiversity/ |titulo=On Neurodiversity |data=25 de fevereiro de 2013 |acessodata=14 de maio de 2015}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://radicalpsychology.org/vol7-1/boundy.html |titulo=An Exploration Of The Neurodiversity Movement |acessodata=2015-08-11 |website=radicalpsychology.org |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150601091803/http://radicalpsychology.org/vol7-1/boundy.html |arquivodata=2015-06-01 |citação=Ao conduzir uma pesquisa sobre o que ela chama de 'tribo online', com pessoas bipolares participando de listas e salas de bate-papo especializadas, Antonetta descobriu que, assim como ela, a maioria dos que responderam a pesquisa gosta de suas mentes e dos aspectos positivos que sua bipolaridade lhes traz. Um dos homens que ela cita diz: "Eu escolho não olhar para a bipolaridade como uma doença. Na verdade, eu não poderia me imaginar como se não fosse bipolar, nem gostaria de não ser. A característica bipolar é um dos elementos que compõem quem eu sou, e não desejo ser outra pessoa senão eu" (p. 89). Outro entrevistado disse: “Eu sinto e faço os outros se sentirem impactados, pois percebem que a vida da imaginação é a vida real” (Antonetta, 2005, p.90).}}</ref> o [[transtorno esquizoafetivo]], [[transtorno de personalidade antissocial]],<ref>{{Citar periódico |url=https://www.academia.edu/2034622 |titulo=The Virtue of Sociopaths: how to appreciate the neurodiversity of sociopathy without becoming a victim |acessodata=2015-08-02 |ultimo=Anton |primeiro=Audrey L. |ano=2013 |periódico=Ethics and Neurodiversity}}</ref> [[Dissociação (psicologia)|transtornos dissociativos]] e o [[transtorno obsessivo-compulsivo]] (TOC).<ref>{{Citar periódico |url=http://journalofethics.ama-assn.org/2015/04/msoc1-1504.html |titulo=The Myth of the Normal Brain: Embracing Neurodiversity |data=abril de 2015 |acessodata=2015-08-05 |ultimo=Armstrong |primeiro=Thomas |paginas=348–352 |doi=10.1001/journalofethics.2015.17.4.msoc1-1504 |pmid=25901703 |volume=17 |periódico=AMA Journal of Ethics}}</ref>


Os defensores da neurodiversidade denunciam o enquadramento do autismo, TDAH, dislexia e outros distúrbios do neurodesenvolvimento como alvos da hipermedicalização e, em vez disso, promovem sistemas de apoi focados na inclusão, comunicação, tecnologias assistivas, ocupacionais, treinamento e suporte para maior autonomia do indivíduo.<ref name="ASAN">{{Citar web |url=http://autisticadvocacy.org/policy-advocacy/position-statements/ |titulo=Position Statements |acessodata=21 de abril de 2013 |publicado=Autistic Self Advocacy Network}}</ref> A intenção é que os indivíduos recebam um apoio baseado em formas autênticas de diversidade humana, autoexpressão e [[personalidade]], em vez de um tratamento que os faz adotar [[Norma social|ideias normativas]] de normalidade ou a se conformar com um ideal clínico.<ref name="Syracuse">{{Citar web |url=http://neurodiversitysymposium.wordpress.com/what-is-neurodiversity/ |titulo=What is Neurodiversity? |acessodata=2 de outubro de 2012 |publicado=National Symposium on Neurodiversity at Syracuse University |ano=2011}}</ref>
Os defensores da neurodiversidade denunciam o enquadramento do autismo, TDAH, dislexia e outros distúrbios do neurodesenvolvimento como alvos da hipermedicalização e, em vez disso, promovem sistemas de apoi focados na inclusão, comunicação, tecnologias assistivas, ocupacionais, treinamento e suporte para maior autonomia do indivíduo.<ref name="ASAN">{{Citar web |url=http://autisticadvocacy.org/policy-advocacy/position-statements/ |titulo=Position Statements |acessodata=21 de abril de 2013 |publicado=Autistic Self Advocacy Network}}</ref> A intenção é que os indivíduos recebam um apoio baseado em formas autênticas de diversidade humana, autoexpressão e [[personalidade]], em vez de um tratamento que os faz adotar [[Norma social|ideias normativas]] de normalidade ou a se conformar com um ideal clínico.<ref name="Syracuse">{{Citar web |url=http://neurodiversitysymposium.wordpress.com/what-is-neurodiversity/ |titulo=What is Neurodiversity? |acessodata=2 de outubro de 2012 |publicado=National Symposium on Neurodiversity at Syracuse University |ano=2011}}</ref>
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Os defensores da neurodiversidade se esforçam para reconceituar o autismo e as condições relacionadas na sociedade por meio das seguintes estratégias: reconhecimento de que a neurodiversidade não requer uma cura; alteração da nomenclatura atual baseada em "condição, doença, distúrbio ou enfermidade", ampliação da compreensão de uma vida saudável e independente; reconhecimento novos tipos de autonomia; e dar aos indivíduos neuroatípicos maior controle sobre seu tratamento, incluindo o tipo, o momento ou mesmo se deve haver acompanhamento [[Tratamento (medicina)|farmacoterapêutico]].<ref name="article">Fenton, Andrew, and Tim Krahn. [http://www.jemh.ca/issues/v2n2/documents/JEMH_V2N2_Theme_Article2_Neurodiversity_Autism.pdf "Autism, Neurodiversity and Equality Beyond the Normal" (PDF).] Journal of Ethics in Mental Health 2.2 (2007): 1-6. 10 November 2009.</ref><ref name="Bloomsbury">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PV95DwAAQBAJ|título=The Bloomsbury Companion to Philosophy of Psychiatry|ultimo=Chapman|primeiro=Robert|data=2019-01-10|editora=Bloomsbury Publishing|editor-sobrenome=Tekin|páginas=371–387|língua=en|capitulo=Neurodiversity Theory and Its Discontents: Autism, Schizophrenia, and the Social Model of Disability|isbn=9781350024069|editor-sobrenome2=Bluhm}}</ref>
Os defensores da neurodiversidade se esforçam para reconceituar o autismo e as condições relacionadas na sociedade por meio das seguintes estratégias: reconhecimento de que a neurodiversidade não requer uma cura; alteração da nomenclatura atual baseada em "condição, doença, distúrbio ou enfermidade", ampliação da compreensão de uma vida saudável e independente; reconhecimento novos tipos de autonomia; e dar aos indivíduos neuroatípicos maior controle sobre seu tratamento, incluindo o tipo, o momento ou mesmo se deve haver acompanhamento [[Tratamento (medicina)|farmacoterapêutico]].<ref name="article">Fenton, Andrew, and Tim Krahn. [http://www.jemh.ca/issues/v2n2/documents/JEMH_V2N2_Theme_Article2_Neurodiversity_Autism.pdf "Autism, Neurodiversity and Equality Beyond the Normal" (PDF).] Journal of Ethics in Mental Health 2.2 (2007): 1-6. 10 November 2009.</ref><ref name="Bloomsbury">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PV95DwAAQBAJ|título=The Bloomsbury Companion to Philosophy of Psychiatry|ultimo=Chapman|primeiro=Robert|data=2019-01-10|editora=Bloomsbury Publishing|editor-sobrenome=Tekin|páginas=371–387|língua=en|capitulo=Neurodiversity Theory and Its Discontents: Autism, Schizophrenia, and the Social Model of Disability|isbn=9781350024069|editor-sobrenome2=Bluhm}}</ref>


Um estudo de 2009<ref name="Griffin">{{Citar periódico |titulo=Student experiences of neurodiversity in higher education: Insights from the BRAINHE project. |data=janeiro de 2009 |ultimo=Griffin |primeiro=Edward |ultimo2=Pollak, David |paginas=23–41 |doi=10.1002/dys.383 |pmid=19140120 |volume=15 |periódico=Dyslexia}}</ref> separou 27 alunos (entre eles, pessoas com autismo, dislexia, distúrbio de coordenação do desenvolvimento, TDAH e que haviam sofrido [[acidente vascular cerebral]]) em duas categorias de visão própria: "1) uma ''visão da diferença'' - onde a neurodiversidade foi vista como uma abordagem que incorpora um conjunto de pontos fortes e fracos em pessoas neurodivergentes; 2) ou uma ''visão médica/deficitária'', na qual a neurodiversidade era vista como uma condição médica desvantajosa." Eles descobriram que, embora todos os alunos relatassem ter sido vítimas de [[exclusão social]], abuso e bullying, aqueles que se viam a partir de uma perspectiva neurodiversa (41% da amostra do estudo) "indicaram maior autoestima acadêmica e confiança em suas habilidades e muitos (73%) expressaram ambições de carreira consideráveis com objetivos positivos e bem definidos." Muitos desses alunos relataram ter obtido essa visão de si mesmos por meio do contato com defensores da neurodiversidade, principalmente em grupos de apoio online.
Um estudo de 2009<ref name="Griffin">{{Citar periódico |titulo=Student experiences of neurodiversity in higher education: Insights from the BRAINHE project. |data=janeiro de 2009 |ultimo=Griffin |primeiro=Edward |ultimo2=Pollak, David |paginas=23–41 |doi=10.1002/dys.383 |pmid=19140120 |volume=15 |periódico=Dyslexia}}</ref> separou 27 alunos (entre eles, pessoas com autismo, dislexia, distúrbio de coordenação do desenvolvimento, TDAH e que haviam sofrido [[acidente vascular cerebral]]) em duas categorias de visão própria: "1) uma ''visão da diferença'' - onde a neurodiversidade foi vista como uma abordagem que incorpora um conjunto de pontos fortes e fracos em pessoas neurodivergentes; 2) ou uma ''visão médica/deficitária'', na qual a neurodiversidade era vista como uma condição médica desvantajosa." Eles descobriram que, embora todos os alunos relatassem ter sido vítimas de [[exclusão social]], abuso e bullying, aqueles que se viam a partir de uma perspectiva neurodiversa (41% da amostra do estudo) "indicaram maior autoestima acadêmica e confiança em suas habilidades, e muitos (73%) expressaram ambições de carreira consideráveis com objetivos positivos e bem definidos." Vários desses alunos relataram ter obtido essa visão de si mesmos por meio do contato com defensores da neurodiversidade, principalmente em grupos de apoio online.


Uma pesquisa online de 2013, que teve como objetivo avaliar as concepções de autismo e neurodiversidade, descobriu que "uma concepção do autismo que vê o déficit como diferença reconhece a importância de se aproveitar os traços autistas de maneiras benéficas ao desenvolvimento, superando a falsa [[dicotomia]] entre comemorar as diferenças e minimizar o déficit."<ref name="Kapp">{{Citar periódico |url=https://researchportal.port.ac.uk/portal/en/publications/deficit-difference-or-both-autism-and-neurodiversity(59e6fbde-15d4-4a2f-8ea5-b833bdec2404).html |titulo=Deficit, difference, or both? Autism and neurodiversity. |data=janeiro de 2013 |ultimo=Kapp |primeiro=Steven K. |ultimo2=Gillespie-Lynch, Kristen |paginas=59–71 |doi=10.1037/a0028353 |pmid=22545843 |ultimo3=Sherman, Lauren E. |ultimo4=Hutman, Ted |volume=49 |periódico=Developmental Psychology}}</ref>
Uma pesquisa online de 2013, que teve como objetivo avaliar as concepções de autismo e neurodiversidade, descobriu que "uma concepção do autismo que vê o déficit como diferença reconhece a importância de se aproveitar os traços autistas de maneiras benéficas ao desenvolvimento, superando a falsa [[dicotomia]] entre comemorar as diferenças e minimizar o déficit."<ref name="Kapp">{{Citar periódico |url=https://researchportal.port.ac.uk/portal/en/publications/deficit-difference-or-both-autism-and-neurodiversity(59e6fbde-15d4-4a2f-8ea5-b833bdec2404).html |titulo=Deficit, difference, or both? Autism and neurodiversity. |data=janeiro de 2013 |ultimo=Kapp |primeiro=Steven K. |ultimo2=Gillespie-Lynch, Kristen |paginas=59–71 |doi=10.1037/a0028353 |pmid=22545843 |ultimo3=Sherman, Lauren E. |ultimo4=Hutman, Ted |volume=49 |periódico=Developmental Psychology}}</ref>
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* {{Citar livro|título=Neurodiversity: Discovering the Extraordinary Gifts of Autism, ADHD, Dyslexia, and Other Brain Differences|ultimo=Armstrong|primeiro=Thomas|editora=Da Capo Lifelong|ano=2010|localização=Boston|páginas=288|isbn=978-0738213545}}
* {{Citar livro|título=Neurodiversity: Discovering the Extraordinary Gifts of Autism, ADHD, Dyslexia, and Other Brain Differences|ultimo=Armstrong|primeiro=Thomas|editora=Da Capo Lifelong|ano=2010|localização=Boston|páginas=288|isbn=978-0738213545}}
* {{Citar livro|título=Neurodiversity in the Classroom: Strength-Based Strategies to Help Students with Special Needs Succeed in School and Life|ultimo=Armstrong|primeiro=Thomas|editora=Association for Supervision & Curriculum Development|ano=2012|localização=Alexandria, VA|páginas=188|isbn=978-1416614838}}
* {{Citar livro|título=Neurodiversity in the Classroom: Strength-Based Strategies to Help Students with Special Needs Succeed in School and Life|ultimo=Armstrong|primeiro=Thomas|editora=Association for Supervision & Curriculum Development|ano=2012|localização=Alexandria, VA|páginas=188|isbn=978-1416614838}}
* McNamara, Bretanha (2016). [https://www.teenvogue.com/story/kaleidoscope-society-adhd-stigma-women-girls "The Kaleidoscope Society Is Smashing ADHD Stigma for Women and Girls"], 12 de dezembro de 2016.
* Nerenberg, Jenara (2017). [https://www.fastcompany.com/40421510/what-is-neurodiversity-and-why-companies-should-embrace-it "O que é a neurodiversidade e por que as empresas deveriam adotá-la"], Fast Company, 19 de maio de 2017.
* {{Citar livro|título=Aspertools: The Practical Guide for Understanding and Embracing Asperger's, Autism Spectrum Disorders, and Neurodiversity|ultimo=Reitman|primeiro=Harold|editora=HCI Books|ano=2015|localização=Deerfield Beach, FL|páginas=240|isbn=9780757318542}}
* {{Citar livro|título=Aspertools: The Practical Guide for Understanding and Embracing Asperger's, Autism Spectrum Disorders, and Neurodiversity|ultimo=Reitman|primeiro=Harold|editora=HCI Books|ano=2015|localização=Deerfield Beach, FL|páginas=240|isbn=9780757318542}}
* {{Citar periódico |url=https://www.wired.com/magazine/2013/04/neurodiversity/ |titulo=Neurodiversity Rewires Conventional Thinking About Brains |data=16 de abril de 2013 |acessodata=7 de maio de 2013 |ultimo=Silberman |primeiro=Steve |periódico=Wired}}
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* {{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-81232009000100012&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |titulo=Deficiência, autismo e neurodiversidade |data=2009-02 |acessodata=2021-02-11 |jornal=Ciência & Saúde Coletiva |publicado=Ciênc. saúde coletiva |número=1 |ultimo=Ortega |primeiro=Francisco |paginas=67–77 |lingua=pt |doi=10.1590/S1413-81232009000100012 |issn=1413-8123}}
* {{Citar periódico |url=https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/38975 |titulo=Déficit ou diferença? um estudo sobre o autismo em pesquisas educacionais |data=2019-11-12 |acessodata=2021-02-11 |jornal=Revista Educação Especial |número=32 |ultimo=Wuo |primeiro=Andrea Soares |ultimo2=Yaedu |primeiro2=Fabiana Batista |paginas=102–1–21 |lingua=pt |doi=10.5902/1984686X38975 |issn=1984-686X |ultimo3=Wayszceyk |primeiro3=Sheila}}


== Ligações externas ==
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{{Wikcionário|Neurodiversidade}}
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*{{Link |1=en |2=https://autisticadvocacy.org/ |3= Autistic Self Advocacy Network}}
*{{Link |1=pt |2=https://www.introvertendo.com.br/podcast/introvertendo-108-neurodiversidade-historia/ |3= Introvertendo - Neurodiversidade: História |4=(podcast)}}
*{{Link |1=pt |2=https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_atencao_pessoas_transtorno.pdf |3= Linha de cuidado para a atenção às pessoas com transtornos do espectro do autismo e suas famílias na Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde |4=(cartilha do SUS)}}



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Revisão das 15h56min de 11 de fevereiro de 2021

Arte autista que representa a diversidade natural das mentes humanas

Neurodiversidade se refere às variações naturais no cérebro humano de cada indivíduo em relação à sociabilidade, aprendizagem, atenção, humor e outras funções cognitivas.[1][2] O termo foi criado em 1998 pela socióloga Judy Singer, que junto ao jornalista Harvey Blume foram responsáveis por popularizar o conceito. Surgiu como uma teoria marginal que se contrapõe à visão predominante de que os transtornos do neurodesenvolvimento são inerentemente patológicos, como no modelo médico da deficiência. Em vez disso, a neurodiversidade adota o modelo social da deficiência, no qual as barreiras sociais são o principal fator que restringem as pessoas com deficiência.[3][4]

A origem da palavra neurodiversidade é atribuída a Judy Singer, uma cientista social que se descreveu como inserida "provavelmente em algum lugar do espectro autista",[5] e usou o termo em sua tese de sociologia publicada em 1999.[6] O termo representa um afastamento das teorias anteriores como a da mãe-geladeira, que "culpa a mãe" como uma possível causa do autismo.[7] Como resultado de seus interesses mútuos no autismo, Singer mantinha contato com Blume, e embora ele não tenha dado crédito a Singer, a palavra apareceu pela primeira vez em um artigo de Blume na revista The Atlantic, em setembro de 1998.[8]

Alguns autores[9][10] também creditam o trabalho anterior do advogado autista Jim Sinclair como fator que ajudou o avanço do conceito de neurodiversidade. Sinclair foi o principal organizador da comunidade online internacional do autismo. O discurso de Sinclair de 1993, "Don't Mourn For Us", enfatizou o autismo como uma forma de ser: "Não é possível separar a pessoa do autismo."[11] Em um artigo do New York Times, de junho de 1997, escrito pelo jornalista e escritor americano Harvey Blume, a origem da neurodiversidade foi descrita usando o termo "pluralismo neurológico".[12] Blume foi um dos primeiros defensores a prever o papel que a Internet teria na promoção dos movimentos da neurodiversidade.[13][14]

Desde sua origem, o termo "neurodiversidade" foi aplicado a outras condições e assumiu um significado mais generalista. Por exemplo, a Developmental Adult Neurodiversity Association (DANDA) no Reino Unido considera o transtorno de coordenação do desenvolvimento, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), síndrome de Asperger e outras condições relacionadas como também pertencentes à ideia conceitual da neurodiversidade.[15]

Os defensores da neurodiversidade apontam que as pessoas neurodivergentes (ou neurodiversas) costumam possuir habilidades excepcionais comparáveis a suas fraquezas. Por exemplo, uma pessoa com TDAH pode exercer um hiperfoco em algumas tarefas, enquanto luta para se concentrar em outras, ou uma pessoa autista pode ter uma memória excepcional ou até savantismo. Desse modo, os teóricos da neurodiversidade defendem o reconhecimento dos pontos fortes e fracos das pessoas neurodivergentes, e acreditam que uma variedade de condições neurológicas que atualmente são classificadas como patologias são mais bem vistas como diferenças cognitivas. Essa visão é especialmente popular dentro do movimento de direitos do autismo.

O paradigma da neurodiversidade tem sido alvo de debates entre os defensores da visão patológica e os adeptos à ideia da neurodiversidade. Os críticos da neurodiversidade dizem que este conceito não reflete a realidade de indivíduos que possuem grandes necessidades de apoio.[16][17][18]

Movimentos pelos direitos das pessoas com deficiência

O paradigma da neurodiversidade foi primeiramente adotado por indivíduos inseridos no espectro do autismo.[19] Posteriormente, foi aplicado a outras condições associadas ao neurodesenvolvimento, como o TDAH,[20] distúrbios da fala, dislexia, dispraxia, discalculia, disnomia, deficiência intelectual e síndrome de Tourette,[21] bem como esquizofrenia[4][22] e algumas condições de saúde mental como bipolaridade,[23][24] o transtorno esquizoafetivo, transtorno de personalidade antissocial,[25] transtornos dissociativos e o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).[26]

Os defensores da neurodiversidade denunciam o enquadramento do autismo, TDAH, dislexia e outros distúrbios do neurodesenvolvimento como alvos da hipermedicalização e, em vez disso, promovem sistemas de apoi focados na inclusão, comunicação, tecnologias assistivas, ocupacionais, treinamento e suporte para maior autonomia do indivíduo.[27] A intenção é que os indivíduos recebam um apoio baseado em formas autênticas de diversidade humana, autoexpressão e personalidade, em vez de um tratamento que os faz adotar ideias normativas de normalidade ou a se conformar com um ideal clínico.[28]

Os defensores da neurodiversidade se esforçam para reconceituar o autismo e as condições relacionadas na sociedade por meio das seguintes estratégias: reconhecimento de que a neurodiversidade não requer uma cura; alteração da nomenclatura atual baseada em "condição, doença, distúrbio ou enfermidade", ampliação da compreensão de uma vida saudável e independente; reconhecimento novos tipos de autonomia; e dar aos indivíduos neuroatípicos maior controle sobre seu tratamento, incluindo o tipo, o momento ou mesmo se deve haver acompanhamento farmacoterapêutico.[10][4]

Um estudo de 2009[29] separou 27 alunos (entre eles, pessoas com autismo, dislexia, distúrbio de coordenação do desenvolvimento, TDAH e que haviam sofrido acidente vascular cerebral) em duas categorias de visão própria: "1) uma visão da diferença - onde a neurodiversidade foi vista como uma abordagem que incorpora um conjunto de pontos fortes e fracos em pessoas neurodivergentes; 2) ou uma visão médica/deficitária, na qual a neurodiversidade era vista como uma condição médica desvantajosa." Eles descobriram que, embora todos os alunos relatassem ter sido vítimas de exclusão social, abuso e bullying, aqueles que se viam a partir de uma perspectiva neurodiversa (41% da amostra do estudo) "indicaram maior autoestima acadêmica e confiança em suas habilidades, e muitos (73%) expressaram ambições de carreira consideráveis com objetivos positivos e bem definidos." Vários desses alunos relataram ter obtido essa visão de si mesmos por meio do contato com defensores da neurodiversidade, principalmente em grupos de apoio online.

Uma pesquisa online de 2013, que teve como objetivo avaliar as concepções de autismo e neurodiversidade, descobriu que "uma concepção do autismo que vê o déficit como diferença reconhece a importância de se aproveitar os traços autistas de maneiras benéficas ao desenvolvimento, superando a falsa dicotomia entre comemorar as diferenças e minimizar o déficit."[30]

Os defensores da neurodiversidade ressaltam que as pessoas neurodiversas costumam ter habilidades atípicas, como a capacidade de hiperconcentração ao lado de seus déficits. As pessoas autistas, particularmente, podem ter uma memória excepcional ou até habilidades de savant. Na população autista, mesmo aqueles sem habilidades do savantismo são mais propensos a ter conhecimentos ou habilidades atípicas em certas tarefas do que a média da população em geral

Críticas

A questão da neurodiversidade é controversa, especialmente no debate acerca do autismo.[19] O paradigma dominante é o que modelo médico de deficiência, que patologiza cérebros humanos que divergem daqueles considerados típicos. Desta perspectiva, esses cérebros apresentam condições médicas que devem ser tratadas.[31]

Uma crítica comum ao paradigma da neurodiversidade é que esta muito abrangente e que seu recorte deveria excluir pessoas cujo funcionamento físico ou cognitivo é severamente debilitado.[19][32] O ativista pelos direitos do autismo e educador interdisciplinar Nick Walker disse que a distinção de que as neurodivergências se referem especificamente a "diferenças neurocognitivas generalizadas" que estão "intimamente relacionadas à formação e constituição do eu", em contraste com outras condições médicas, a exemplo da epilepsia.[4]

O pesquisador John Elder Robison, que defende a neurodiversidade, concorda que diferenças neurológicas às vezes podem produzir deficiências, mas ao mesmo tempo ele argumenta que a deficiência causada por estas diferenças neurológicas pode ser inseparável dos elementos positivos que ela fornece. "99 pessoas neurologicamente idênticas não conseguem resolver um problema, muitas vezes é o indivíduo 1% diferente que detém a chave. No entanto, essa pessoa pode estar incapacitada ou em desvantagem a maior parte ou o tempo todo. Para os proponentes da neurodiversidade, as pessoas são deficientes porque estão nas bordas da teoria da curva do sino;[33] não porque eles estão doentes ou desfuncionais." Assim, Robison defende tanto a naturalização das diferenças neurológicas, considerando-as como variações humanas naturais e não doenças ou distúrbios, como também reconhece que estas diferenças podem produzir déficits.[34]

Ver também

Referências

  1. Oliveira, Beatriz (1 de setembro de 2021). «Neurodiversidade: um conceito que integra». Núcleo de Acessibilidade — Universidade Federal de Goiás (UFG). Consultado em 11 de fevereiro de 2021. Cópia arquivada em 12 de abril de 2020 
  2. Armstrong, Thomas (2011). The power of neurodiversity : unleashing the advantages of your differently wired brain 1st Da Capo Press paperback ed. Cambridge, MA: Da Capo Lifelong. ISBN 9780738215242. OCLC 760085215 
  3. Oliver, Michael, 1945-2019. (2006). Social work with disabled people 3rd ed. Basingstoke, Hampshire: Palgrave Macmillan. ISBN 1403918384. OCLC 62326930 
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  13. Blume, Harvey (1 de julho de 1997). «"Autism & The Internet" or "It's The Wiring, Stupid"». Media In Transition. Massachusetts Institute of Technology. Consultado em 8 de novembro de 2007. Um projeto chamado CyberSpace 2000 se dedica a alcançar o maior número possível de pessoas inseridas no espectro autista para que seja estabelecida uma rede de comunicação virtual até o ano 2000, porque a internet é um meio essencial para pessoas autistas melhorarem suas vidas, já que muitas vezes é a única maneira eles conseguem se comunicar com eficácia. 
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Bibliografia

Ligações externas

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