Preservação digital: diferenças entre revisões

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'''Preservação digital''' é o conjunto de atividades ou processos responsáveis por garantir o acesso contínuo a longo-prazo à informação e a todo [[patrimônio cultural]] existente em formatos digitais. A preservação digital consiste na capacidade de garantir que a [[Informática|informação digital]] permaneça acessível e com qualidades de [[autenticidade]] suficientes para que possa ser interpretada no futuro ao se recorrer a uma plataforma tecnológica diferente da utilizada no momento da sua criação.<ref>FERREIRA, Miguel. Introdução à preservação digital: conceitos, estratégias e actuais consensos. Guimarães: [[Escola de Engenharia da Universidade do Minho]], 2006. p. 20. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/5820/1/livro.pdf. Acesso em: 26 jan. 2013</ref>
'''Preservação digital''' é o conjunto de atividades ou processos responsáveis por garantir o acesso contínuo a longo-prazo à informação e a todo [[patrimônio cultural]] existente em formatos digitais. A preservação digital consiste na capacidade de garantir que a [[Informática|informação digital]] permaneça acessível e com qualidades de [[autenticidade]] suficientes para que possa ser interpretada no futuro ao se recorrer a uma plataforma tecnológica diferente da utilizada no momento da sua criação.<ref>FERREIRA, Miguel. Introdução à preservação digital: conceitos, estratégias e actuais consensos. Guimarães: [[Escola de Engenharia da Universidade do Minho]], 2006. p. 20. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/5820/1/livro.pdf. Acesso em: 26 jan. 2013</ref>


== Contexto e importância ==
== Contexto de surgimento ==


A necessidade de preservação da cultura é um preocupação que remete até mesmo à [[oralidade]]. [[Walter J. Ong]] mostra em seu livro ''Oralidade e cultura escrita: a tecnologização da palavra'', que na oralidade primária havia milhares de linguagens faladas e muitas se perderam, por não serem registradas e não produzirem literatura. Dentre 3 mil línguas faladas apenas cerca de 78 tinham literatura.<ref name=":0">ONG, Walter. A oralidade da linguagem, A escrita reestrutura a consciência e Memória oral, enredo e caracterização. In: __________. Oralidade e cultura impressa. Campinas, SP: Papirus, 1998. p. 15.</ref>
A necessidade de preservação da cultura é um preocupação que remete até mesmo à [[oralidade]]. [[Walter J. Ong]] mostra em seu livro ''Oralidade e cultura escrita: a tecnologização da palavra'', que na oralidade primária havia milhares de linguagens faladas e muitas se perderam, por não serem registradas e não produzirem literatura. Dentre 3 mil línguas faladas apenas cerca de 78 tinham literatura.<ref name=":0">ONG, Walter. A oralidade da linguagem, A escrita reestrutura a consciência e Memória oral, enredo e caracterização. In: __________. Oralidade e cultura impressa. Campinas, SP: Papirus, 1998. p. 15.</ref>
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A avaliação documental é realizada em todos os materiais arquivísticos, não apenas os digitais. Contudo, observa-se que é possível reter mais documentos digitais do que analógicos, principalmente devido a uma combinação entre o custo decrescente no [[Banco de dados|armazenamento de dados]] e a utilização de ferramentas em documentos de baixa densidade de informação.<ref>{{Citar periódico |url=http://journals.sfu.ca/archivar/index.php/archivaria/article/view/13361/14666 |titulo=A First Look at the Acquisition and Appraisal of the 2010 Olympic and Paralympic Winter Games Fonds: or, SELECT * FROM VANOC_Records AS Archives WHERE Value="true"; |data=2011 |acessodata=8 de outubro de 2014 |ultimo=Bigelow |primeiro=Sue |ultimo2=Dingwall |primeiro2=Glenn |paginas=114–117 |issn=1923-6409 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20141013135211/http://journals.sfu.ca/archivar/index.php/archivaria/article/view/13361/14666 |arquivodata=13 de outubro de 2014 |ultimo3=Mumma |primeiro3=Courtney C. |volume=72 |periódico=Archivaria}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.paradigm.ac.uk/workbook/appraisal/digital-appraisal.html |titulo=Paradigm (Personal Archives Accessible in Digital Media): Appraising digital records: a worthwhile exercise? |acessodata=8 de outubro de 2014 |website=web site |ano=2008 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150201072749/http://www.paradigm.ac.uk/workbook/appraisal/digital-appraisal.html |arquivodata=1 de fevereiro de 2015}}</ref>
A avaliação documental é realizada em todos os materiais arquivísticos, não apenas os digitais. Contudo, observa-se que é possível reter mais documentos digitais do que analógicos, principalmente devido a uma combinação entre o custo decrescente no [[Banco de dados|armazenamento de dados]] e a utilização de ferramentas em documentos de baixa densidade de informação.<ref>{{Citar periódico |url=http://journals.sfu.ca/archivar/index.php/archivaria/article/view/13361/14666 |titulo=A First Look at the Acquisition and Appraisal of the 2010 Olympic and Paralympic Winter Games Fonds: or, SELECT * FROM VANOC_Records AS Archives WHERE Value="true"; |data=2011 |acessodata=8 de outubro de 2014 |ultimo=Bigelow |primeiro=Sue |ultimo2=Dingwall |primeiro2=Glenn |paginas=114–117 |issn=1923-6409 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20141013135211/http://journals.sfu.ca/archivar/index.php/archivaria/article/view/13361/14666 |arquivodata=13 de outubro de 2014 |ultimo3=Mumma |primeiro3=Courtney C. |volume=72 |periódico=Archivaria}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.paradigm.ac.uk/workbook/appraisal/digital-appraisal.html |titulo=Paradigm (Personal Archives Accessible in Digital Media): Appraising digital records: a worthwhile exercise? |acessodata=8 de outubro de 2014 |website=web site |ano=2008 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150201072749/http://www.paradigm.ac.uk/workbook/appraisal/digital-appraisal.html |arquivodata=1 de fevereiro de 2015}}</ref>


Frequentemente, as bibliotecas e, em menor medida, os arquivos, recebem os documentos em vários formatos digitais ou analógicos. Essas instituições selecionam o formato que consideram ter maior potencial para preservação do conteúdo a longo prazo. Nesse sentido, a [[Biblioteca do Congresso]] criou um conjunto de formatos recomendados para preservação a longo prazo.<ref>{{Citar web |url=https://www.loc.gov/preservation/resources/rfs/ |titulo=Library of Congress Recommended Format Specifications |acessodata=8 de outubro de 2014 |website=web site |ano=2014 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20141014175635/http://www.loc.gov/preservation/resources/rfs/ |arquivodata=14 de outubro de 2014}}</ref>
Frequentemente, as bibliotecas e, em menor medida, os arquivos, recebem os documentos em vários formatos digitais ou analógicos. Essas instituições selecionam o formato que consideram ter maior potencial para preservação do conteúdo a longo prazo. Nesse sentido, a [[Biblioteca do Congresso]] criou um conjunto de formatos recomendados para preservação a longo prazo.<ref>{{Citar web |url=https://www.loc.gov/preservation/resources/rfs/ |titulo=Library of Congress Recommended Format Specifications |acessodata=8 de outubro de 2014 |website=web site |ano=2014 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20141014175635/http://www.loc.gov/preservation/resources/rfs/ |arquivodata=14 de outubro de 2014}}</ref>


=== Identificação ===
=== Identificação ===
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Os metadados de preservação são uma ferramenta chave para a preservação digital e incluem informações técnicas de objetos digitais, informações sobre seus componentes e ambiente de criação, bem como informações que documentam o processo de preservação e a base de direitos subjacentes. Ele permite que organizações ou indivíduos entendam a [[cadeia de custódia]]. O [[Metadados de preservação: estratégias de implementação|PREMIS (Preservation Metadata: Implementation Strategies)]] descreve os aspectos práticos de implementação de metadados de preservação essenciais para a maioria dos repositórios e instituições. Ele inclui diretrizes e recomendações de uso e estabelece vocabulários desenvolvidos em um dicionário de dados.<ref>PREMIS Data Dictionary (full document), Version 3.0 https://www.loc.gov/standards/premis/v3/premis-3-0-final.pdf</ref><ref>Dappert, Angela; Guenther, Rebecca Squire; Peyrard, Sébastien (2016). Digital Preservation Metadata for Practitioners. doi:10.1007/978-3-319-43763-7. {{ISBN|978-3-319-43761-3}}.</ref>
Os metadados de preservação são uma ferramenta chave para a preservação digital e incluem informações técnicas de objetos digitais, informações sobre seus componentes e ambiente de criação, bem como informações que documentam o processo de preservação e a base de direitos subjacentes. Ele permite que organizações ou indivíduos entendam a [[cadeia de custódia]]. O [[Metadados de preservação: estratégias de implementação|PREMIS (Preservation Metadata: Implementation Strategies)]] descreve os aspectos práticos de implementação de metadados de preservação essenciais para a maioria dos repositórios e instituições. Ele inclui diretrizes e recomendações de uso e estabelece vocabulários desenvolvidos em um dicionário de dados.<ref>PREMIS Data Dictionary (full document), Version 3.0 https://www.loc.gov/standards/premis/v3/premis-3-0-final.pdf</ref><ref>Dappert, Angela; Guenther, Rebecca Squire; Peyrard, Sébastien (2016). Digital Preservation Metadata for Practitioners. doi:10.1007/978-3-319-43763-7. {{ISBN|978-3-319-43761-3}}.</ref>


== Desafios ==
== Estratégias ==
As estratégias de preservação digital podem ser divididas em estruturais e operacionais. As estruturais relacionam-se às ações de planejamento, implementação e investimentos incluídos no processo de preservação adotados por uma instituição que pretenda se envolver na questão da preservação digital. São exemplos de estratégias estruturais: a adoção de [[Norma técnica|padrões]], a elaboração de normas e manuais, elaboração de metadados de preservação digital, montagem de [[infraestrutura]] e formação de consórcios e parcerias. As estratégias de preservação digital operacionais são aquelas que de viés prático realizadas com esse intuito, tais como: migração, emulação, conservação da tecnologia e encapsulamento.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-99362015000400197&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt |titulo=Políticas de preservação digital para documentos arquivísticos |data=2015 |acessodata=2021-04-16 |jornal=Perspectivas em Ciência da Informação |número=4 |ultimo=Santos |primeiro=Henrique Machado dos |ultimo2=Flores |primeiro2=Daniel |paginas=197–217 |doi=10.1590/1981-5344/2542}}</ref>

A preservação digital envolve desafios técnicos e políticos de longo prazo para as instituições que se propõem a realizar atividades de preservação digital dos materiais que criam e armazenam (como arquivos, bibliotecas, museus, editoras, instituições governamentais e etc). Entre os principais desafios técnicos estão aqueles decorrentes da dependência do aparato tecnológico ([[hardware]], [[software]], [[mídia digital|mídias]] e [[formato de arquivo|formatos digitais]]) utilizado para criar e utilizar os documentos digitais. Existe a inerente fragilidade e rápida degradação física sofrida por esses materiais, além do progressivo aumento da obsolescência dos suportes, sistemas, mídias e formatos, que se devem principalmente pela alta competitividade característica do mercado dos produtos e serviços da tecnologia da informação. Tornando os ciclos de renovação tecnológica cada vez menores e a consequente necessidade de desenvolvimento e aplicação de estratégias de preservação digital.

Desafios políticos envolvem questões relacionadas à aquisição e alocação de recursos, estabelecimento de parcerias para compartilhamento de experiências e equipamentos entre instituições, e adoção de soluções de natureza interdisciplinar, envolvendo, além dos profissionais de informação ([[bibliotecário]]s, [[arquivista]]s e [[museólogo]]s), profissionais e pesquisadores das áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação, Direito, História, e etc.

Outro grande desafio da preservação digital é a garantia da autenticidade do documento. Segundo [[Walter Benjamin]] até na melhor reprodução, um elemento fica ausente que é a existência única da obra. Não é através da reprodução que se desdobra a história, e sim, pela obras-primas pois só através delas podem se fazer análises químicas ou físicas, irrealizáveis na reprodução. "Os vestígios das segundas são o objeto de uma tradição, cuja reconstituição precisa partir do lugar em que se achava original."<ref>BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e historia da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1985. 253p. (Obras escolhidas; v.1)</ref>


== Requisitos mínimos para a preservação de documentos digitais ==
== Requisitos mínimos para a preservação de documentos digitais ==
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Desta forma, autores, como Alison Bullock, por enumeram um conjunto de requisitos mínimos para a preservação de documentos digitais, ou seja, os elementos indispensáveis que devem ser pensados e mantidos em um documento digital. São eles: fixar os limites do objeto a ser preservado, preservar a presença física, preservar o conteúdo, preservar a apresentação, preservar a funcionalidade, preservar a autenticidade, localizar e rastrear o objeto digital, preservar a proveniência e preservar o contexto.<ref>MÁRDERO ARELLANO, Miguel Angel. Preservação de documentos digitais. Ciência da Informação, Brasília, v.33, n.2, mai./ago. 2004. p. 18. Disponível em:<http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1043>. Acesso em: 27 jan. 2013.</ref><ref name="auto">THOMAZ, Katia P.; SOARES, Antonio José. A preservação digital e o modelo de referência Open Archival Information System (OAIS). DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, v.5, n.1, fev. 2004.Disponível em:<http://www.dgz.org.br/fev04/F_I_aut.htm {{Wayback|url=http://www.dgz.org.br/fev04/F_I_aut.htm |date=20101113111333 }}>. Acesso em: 28 jan. 2013.</ref>
Desta forma, autores, como Alison Bullock, por enumeram um conjunto de requisitos mínimos para a preservação de documentos digitais, ou seja, os elementos indispensáveis que devem ser pensados e mantidos em um documento digital. São eles: fixar os limites do objeto a ser preservado, preservar a presença física, preservar o conteúdo, preservar a apresentação, preservar a funcionalidade, preservar a autenticidade, localizar e rastrear o objeto digital, preservar a proveniência e preservar o contexto.<ref>MÁRDERO ARELLANO, Miguel Angel. Preservação de documentos digitais. Ciência da Informação, Brasília, v.33, n.2, mai./ago. 2004. p. 18. Disponível em:<http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1043>. Acesso em: 27 jan. 2013.</ref><ref name="auto">THOMAZ, Katia P.; SOARES, Antonio José. A preservação digital e o modelo de referência Open Archival Information System (OAIS). DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, v.5, n.1, fev. 2004.Disponível em:<http://www.dgz.org.br/fev04/F_I_aut.htm {{Wayback|url=http://www.dgz.org.br/fev04/F_I_aut.htm |date=20101113111333 }}>. Acesso em: 28 jan. 2013.</ref>

== Estratégias ==
As estratégias podem ser divididas em estruturais e operacionais. As estruturais relacionam-se às ações de planejamento, implementação e investimentos incluídos no processo de preservação adotados por uma instituição que pretenda se envolver na questão da preservação digital. E as operacionais são as atividades práticas realizadas com esse intuito.

=== Estratégias estruturais ===
São estratégias estruturais:
*adoção de [[Norma técnica|padrões]];
*elaboração de normas e manuais;
*metadados de preservação digital;
*montagem de [[infraestrutura]];
*formação de consórcios e parcerias.

=== Estratégias operacionais ===

E as estratégias operacionais são:
*migração;
*emulação;
*conservação da tecnologia;
*encapsulamento.


== Modelos e projetos ==
== Modelos e projetos ==
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O Projeto busca desenvolver conhecimento teórico-metodológico essencial para a preservação de longo prazo de documentos digitais e foi dividido em três etapas. De 1999 a 2001, foi desenvolvida sua primeira fase denominada InterPARES 1, que teve como objetivo identificar requisitos conceituais para avaliar e manter a autenticidade dos [[Documento|documentos digitais "tradicionais"]] produzidos no curso das atividades administrativas e legais.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.vldb.org/conf/2001/P625.pdf |titulo=The Long-Term Preservation of Authentic Electronic Record |acessodata=21 de setembro de 2012 |ultimo=Duranti |primeiro=Luciana |ano=2001 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130210012918/http://www.vldb.org/conf/2001/P625.pdf |arquivodata=10 de fevereiro de 2013 |periódico=Proceedings of the 27th VLDB Conference, Roma, Italy}}</ref> A segunda fase do projeto, de 2002 até 2006, configura o InterPARES 2, que teve por foco os documentos arquivísticos digitais gerados no contexto de atividades artísticas, científicas e governamentais, em sistemas experimentais, interativos e dinâmicos.<ref>{{Citar periódico |titulo=InterPARES: The Search for Authenticity in Electronic Records |ultimo=Hackett |primeiro=Yvette |ano=2003 |pagina=106 |volume=3 |periódico=The Moving Image}}</ref> A terceira e última fase do projeto aconteceu entre 2007 e 2012, chamada de InterPARES 3, buscou capacitar programas e organizações responsáveis pela produção e manutenção de documentos arquivísticos digitais a desenvolver estratégias de preservação e acesso de longo prazo a esses documentos e tem como base o conhecimento teórico-metodológico desenvolvido nas duas primeiras fases do Projeto.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.interpares.org/display_file.cfm?doc=ip3_canada_dissemination_cp_laszlo_et-al_cidoc_2008.pdf |titulo=The InterPARES 3 Project: Implementing Digital Records Preservation in a Contemporary Art Gallery and Ethnographic Museum |acessodata=21 de setembro de 2012 |ultimo=Laszlo |primeiro=Krisztina |ultimo2=McMillan, Timothy |ano=2008 |pagina=4 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130610004326/http://www.interpares.org/display_file.cfm?doc=ip3_canada_dissemination_cp_laszlo_et-al_cidoc_2008.pdf |arquivodata=10 de junho de 2013 |ultimo3=Yuhasz, Jennifer |periódico=Annual Conference of the International Documentation Committee of the International Council of Museums (CIDOC), 15–18 September 2008, Athens, Greece}}</ref>
O Projeto busca desenvolver conhecimento teórico-metodológico essencial para a preservação de longo prazo de documentos digitais e foi dividido em três etapas. De 1999 a 2001, foi desenvolvida sua primeira fase denominada InterPARES 1, que teve como objetivo identificar requisitos conceituais para avaliar e manter a autenticidade dos [[Documento|documentos digitais "tradicionais"]] produzidos no curso das atividades administrativas e legais.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.vldb.org/conf/2001/P625.pdf |titulo=The Long-Term Preservation of Authentic Electronic Record |acessodata=21 de setembro de 2012 |ultimo=Duranti |primeiro=Luciana |ano=2001 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130210012918/http://www.vldb.org/conf/2001/P625.pdf |arquivodata=10 de fevereiro de 2013 |periódico=Proceedings of the 27th VLDB Conference, Roma, Italy}}</ref> A segunda fase do projeto, de 2002 até 2006, configura o InterPARES 2, que teve por foco os documentos arquivísticos digitais gerados no contexto de atividades artísticas, científicas e governamentais, em sistemas experimentais, interativos e dinâmicos.<ref>{{Citar periódico |titulo=InterPARES: The Search for Authenticity in Electronic Records |ultimo=Hackett |primeiro=Yvette |ano=2003 |pagina=106 |volume=3 |periódico=The Moving Image}}</ref> A terceira e última fase do projeto aconteceu entre 2007 e 2012, chamada de InterPARES 3, buscou capacitar programas e organizações responsáveis pela produção e manutenção de documentos arquivísticos digitais a desenvolver estratégias de preservação e acesso de longo prazo a esses documentos e tem como base o conhecimento teórico-metodológico desenvolvido nas duas primeiras fases do Projeto.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.interpares.org/display_file.cfm?doc=ip3_canada_dissemination_cp_laszlo_et-al_cidoc_2008.pdf |titulo=The InterPARES 3 Project: Implementing Digital Records Preservation in a Contemporary Art Gallery and Ethnographic Museum |acessodata=21 de setembro de 2012 |ultimo=Laszlo |primeiro=Krisztina |ultimo2=McMillan, Timothy |ano=2008 |pagina=4 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130610004326/http://www.interpares.org/display_file.cfm?doc=ip3_canada_dissemination_cp_laszlo_et-al_cidoc_2008.pdf |arquivodata=10 de junho de 2013 |ultimo3=Yuhasz, Jennifer |periódico=Annual Conference of the International Documentation Committee of the International Council of Museums (CIDOC), 15–18 September 2008, Athens, Greece}}</ref>

== Desafios ==
Parte do patrimônio da humanidade foi realizado em muitos suportes diferentes, incluindo a pedra, o [[pergaminho]], o [[bambu]], a [[seda]] e o papel. Desde a popularização do computador, existe uma grande quantidade de informações em formatos digitais, incluindo e-mails, blogs, sites de [[redes sociais]], sites de eleições nacionais, álbuns de fotos na web e sites que possuem conteúdo dinâmico.<ref>{{Citation|last=Ross|first1=Seamus|title=Changing Trains at Wigan: Digital Preservation and the Future of Scholarship|publisher=British Library (National Preservation Office)|place=London|edition=1|year=2000|url=http://www.bl.uk/aboutus/stratpolprog/collectioncare/publications/reports/wigan_digital_preservation.pdf|archiveurl=https://web.archive.org/web/20160602020013/http://www.bl.uk/aboutus/stratpolprog/collectioncare/publications/reports/wigan_digital_preservation.pdf|archivedate=2016-06-02}}</ref> Com as mídias digitais é mais fácil criar conteúdo e mantê-lo atualizado, mas ao mesmo tempo são muitos os desafios na preservação desse conteúdo, tanto técnicos quanto econômicos.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/12528 |titulo=Uma outra face dos metadados: informações para a gestão da preservação digital |data=2010 |acessodata=2021-04-16 |jornal=Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação |ultimo=Sayão |primeiro=Luís Fernando |paginas=1–31 |doi=10.5007/1518-2924.2010v15n30p1}}</ref>

A preservação digital envolve desafios técnicos de longo prazo para as instituições que se propõem a realizar atividades de preservação digital dos materiais que criam e armazenam. Arquivos, bibliotecas, museus, editoras, instituições governamentais e tantas outras empresas tem o desafio técnico a dependência do aparato tecnológico - seja ele [[hardware]], [[software]], [[mídia digital|mídias]] ou [[formato de arquivo|formatos digitais]] - utilizado para criar e utilizar os documentos digitais. A inerente fragilidade e rápida degradação física sofrida por esses materiais, além do progressivo aumento da obsolescência dos suportes, sistemas, mídias e formatos, que se devem principalmente pela alta competitividade característica do mercado dos produtos e serviços da [[tecnologia da informação]]. Esses aspectos tornam os ciclos de renovação tecnológica cada vez menores e a consequente necessidade de desenvolvimento e aplicação de estratégias de preservação digital.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/12528 |titulo=Uma outra face dos metadados: informações para a gestão da preservação digital |data=2010 |acessodata=2021-04-16 |jornal=Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação |ultimo=Sayão |primeiro=Luís Fernando |paginas=1–31 |doi=10.5007/1518-2924.2010v15n30p1}}</ref> Ao contrário dos objetos analógicos tradicionais, como livros ou fotografias, em que o usuário tem acesso direto ao conteúdo, um objeto digital sempre precisa de um ambiente de software para renderizá-lo. Esses ambientes continuam evoluindo e mudando em ritmo acelerado, ameaçando a continuidade do acesso ao conteúdo.<ref>{{Citar periódico |titulo=Systematic planning for digital preservation |ultimo=Becker,C. |primeiro=Christoph |ultimo2=Kulovits |primeiro2=Hannes |ano=2009 |paginas=133–157 |citeseerx=10.1.1.156.8390 |doi=10.1007/s00799-009-0057-1 |ultimo3=Guttenbrunner |primeiro3=Mark |ultimo4=Strodl |primeiro4=Stephan |ultimo5=Rauber |primeiro5=Andreas |ultimo6=Hofman |primeiro6=Hans |numero-autores=etal |volume=10 |journal=International Journal on Digital Libraries}}</ref>

O conteúdo digital também pode apresentar desafios à preservação devido à sua natureza complexa e dinâmica. Por exemplo, páginas da Web interativas,<ref>{{Citar periódico |url=http://nrs.harvard.edu/urn-3:HUL.InstRepos:25658314 |titulo=Truman, Gail. 2016. Web Archiving Environmental Scan. Harvard Library Report |publicado=Gail Truman |ano=2016}}</ref> [[realidade virtual]] e ambientes de [[Jogo eletrônico|jogos]] <ref name="videogaem preservation">{{Citar web |ultimo=Andersen |primeiro=John |url=http://www.gamasutra.com/view/feature/6271/where_games_go_to_sleep_the_game_.php?print=1 |titulo=Where Games Go To Sleep: The Game Preservation Crisis, Part 1 |data=2011-01-27 |acessodata=2013-01-10 |website=[[Gamasutra]] |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130422061043/http://www.gamasutra.com/view/feature/6271/where_games_go_to_sleep_the_game_.php?print=1 |arquivodata=2013-04-22 |citação=The existence of decaying technology, disorganization, and poor storage could in theory put a video game to sleep permanently -- never to be played again. Troubling admissions have surfaced over the years concerning video game preservation. When questions concerning re-releases of certain game titles are brought up during interviews with developers, for example, these developers would reveal issues of game production material being lost or destroyed. Certain game titles could not see a re-release due to various issues. One story began to circulate of source code being lost altogether for a well-known RPG, preventing its re-release on a new console.}}</ref> objetos de aprendizagem, sites de mídia social. <ref>{{Citar conferência |ultimo=Arora, Jagdish |titulo=Digital Preservation, an Overview. |ano=2009 |pagina=111}}</ref> Em muitos casos de avanços tecnológicos emergentes, há dificuldades substanciais em manter a autenticidade, [[Fixidade de arquivo|fixidez]] e integridade dos objetos ao longo do tempo, decorrentes da falta de experiência. Enquanto tecnologias específicas podem provar ser mais robustas em termos de capacidade de armazenamento, nem sempre é fácil garantir a fixidez do objeto. <ref name="Day, Michael 2006 pp. 177-199">Day, Michael. "The long-term preservation of Web content". Web archiving (Berlin: Springer, 2006), pp. 177-199. {{ISBN|3-540-23338-5}}.</ref>

No que diz respeito à preservação do [[software]] enquanto um conteúdo digital, um desafio específico é a indisponibilidade típica do [[Código-fonte|código-fonte,]] visto que o [[software comercial]] é normalmente distribuído apenas na forma [[Arquivo binário|binária]] [[Compilador|compilada.]] Sem o código-fonte, a realização da [[Portabilidade (informática)|portabilidade]] para um [[Hardware|hardware de computação]] moderno ou [[Sistema operativo|sistema operacional]] é quase sempre impossível. Para contornar esse entrave, portanto, o contexto original de hardware e software precisa ser [[Emulador|emulado]] . Outro potencial desafio para a preservação de um software pode ser o [[Direito autoral|copyright,]] que muitas vezes torna impossível que os mecanismos de [[Proteção anticópia|proteção contra cópia]] [[Digital Millennium Copyright Act|(Digital Millennium Copyright Act]]) sejam contornados no caso de o software se tornar uma [[Obra órfã|obra órfão]] ( [[Abandonware]] ). Uma isenção da Lei de Direitos Autorais do Milênio Digital dos Estados Unidos para permitir contornar a proteção contra cópia foi aprovada em 2003 por um período de 3 anos para o [[Internet Archive]] que criou um arquivo de "software vintage", como forma de preservá-los. <ref>{{Citar web |url=https://archive.org/details/clasp |titulo=The Internet Archive Classic Software Preservation Project |acessodata=October 21, 2007 |publicado=[[Internet Archive]] |arquivourl=https://web.archive.org/web/20071019034848/https://archive.org/details/clasp |arquivodata=19 October 2007}}</ref> <ref>{{Citar web |url=https://archive.org/about/dmca.php |titulo=Internet Archive Gets DMCA Exemption To Help Archive Vintage Software |acessodata=October 21, 2007 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20071020011825/https://archive.org/about/dmca.php |arquivodata=20 October 2007}}</ref>

Desafios políticos envolvem questões relacionadas à aquisição e alocação de recursos, estabelecimento de parcerias para compartilhamento de experiências e equipamentos entre instituições, e adoção de soluções de natureza interdisciplinar, envolvendo, além dos profissionais de informação ([[bibliotecário]]s, [[arquivista]]s e [[museólogo]]s), profissionais e pesquisadores das áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação, Direito, História, e etc.

Outro grande desafio da preservação digital é a garantia da autenticidade do documento. Segundo [[Walter Benjamin]] até na melhor reprodução, um elemento fica ausente que é a existência única da obra. Não é através da reprodução que se desdobra a história, e sim, pela obras-primas pois só através delas podem se fazer análises químicas ou físicas, irrealizáveis na reprodução. "Os vestígios das segundas são o objeto de uma tradição, cuja reconstituição precisa partir do lugar em que se achava original."<ref>BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e historia da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1985. 253p. (Obras escolhidas; v.1)</ref>


== Soluções de repositórios digitais ==
== Soluções de repositórios digitais ==

Revisão das 23h47min de 16 de abril de 2021

Preservação digital é o conjunto de atividades ou processos responsáveis por garantir o acesso contínuo a longo-prazo à informação e a todo patrimônio cultural existente em formatos digitais. A preservação digital consiste na capacidade de garantir que a informação digital permaneça acessível e com qualidades de autenticidade suficientes para que possa ser interpretada no futuro ao se recorrer a uma plataforma tecnológica diferente da utilizada no momento da sua criação.[1]

Contexto de surgimento

A necessidade de preservação da cultura é um preocupação que remete até mesmo à oralidade. Walter J. Ong mostra em seu livro Oralidade e cultura escrita: a tecnologização da palavra, que na oralidade primária havia milhares de linguagens faladas e muitas se perderam, por não serem registradas e não produzirem literatura. Dentre 3 mil línguas faladas apenas cerca de 78 tinham literatura.[2]

Desde a Antiguidade e Idade Moderna, as bibliotecas, os arquivos e os museus se estabeleceram como lugares de memória. E exercem a função de preservação da cultura através da preservação do suporte que se inicia com o papiro e pergaminho até o livro impresso através da prensa de tipo móveis surgida no século XV com a invenção atribuída a Johannes Gutenberg.[3]

O contexto de produção de informações e comunicação científica se manteve basicamente o mesmo até a utilização dos meios digitais e da Web para produção, armazenamento, disponibilização e acesso à informação e ao conhecimento no século XXI. A informação digital tem alcançado patamares muito elevados desde o surgimento da Internet, e reforça a importância da preservação digital já que o universo digital traduz o estado de desenvolvimento científico, tecnológico e cultural da humanidade atualmente. Corroborando com esse ponto de vista, Walter Ong afirma que não podemos viver sem a cultura escrita pois ela recupera a memória do homem e desta maneira ele pode atingir certa potencialidade e ser criativo, e por consequência a ciência, história, filosofia e tecnologia se desenvolvem. Portanto, são necessárias atividades práticas e constantes para evitar o risco de perdas de informações no mundo digital e os gastos na tentativa de recuperá-las.[2]

Surge o conceito de ciberespaço como o novo local onde são criadas, usadas e armazenadas as informações. Pierre Lévy já afirmava no fim do século XX que o ciberespaço seria "o principal canal de comunicação e suporte de memória da humanidade a partir do início do próximo século"[4] e, por isso, deve, também, poder garantir a permanência dos conteúdos relevantes criados para as futuras gerações. Para tanto é necessária a adoção de parâmetros que determinem quais informações devem ser preservadas e como as instituições responsáveis devem realizar essa tarefa. A preocupação com a preservação digital é fundamental para as perspectivas futuras da sociedade, das pessoas e das instituições.[5]

É recorrente o uso de bibliotecas digitais e repositórios digitais para realização de tarefas de preservação do conhecimento em meio digital, como pode ser visto na literatura da área de Ciência da Informação.[6][7] Pessoas e instituições ao adotar práticas e políticas efetivas de preservação digital buscam evitar uma amnésia digital coletiva dos documentos produzidos, pois os objetos digitais têm uma tendência inata a serem facilmente perdidos. Por outro lado, os suportes de armazenamento magnéticos e óticos desses materiais também são efêmeros "e sujeitos a danos e perdas de dados". Esses aspectos, cada vez mais evidentes, causam a sensação de que haverá "uma perda da memória coletiva na digital".[8]

Fundamentos

Avaliação

A avaliação documental ou seleção[9] refere-se ao processo de identificação de documentos e outros materiais a serem preservados, determinando seu valor permanente. Vários fatores geralmente são considerados antes de tomar essa decisão.[10] É um processo delicado e importante porque os documentos selecionados moldarão a compreensão dos pesquisadores sobre aquele fundo. A sequência de procedimentos para a avaliação documental para a preservação permanente é descrita no Cadeia de Preservação (CP)[11] criado pelo projeto InterPARES 2.[12]

A avaliação documental é realizada em todos os materiais arquivísticos, não apenas os digitais. Contudo, observa-se que é possível reter mais documentos digitais do que analógicos, principalmente devido a uma combinação entre o custo decrescente no armazenamento de dados e a utilização de ferramentas em documentos de baixa densidade de informação.[13][14]

Frequentemente, as bibliotecas e, em menor medida, os arquivos, recebem os documentos em vários formatos digitais ou analógicos. Essas instituições selecionam o formato que consideram ter maior potencial para preservação do conteúdo a longo prazo. Nesse sentido, a Biblioteca do Congresso criou um conjunto de formatos recomendados para preservação a longo prazo.[15]

Identificação

Na preservação digital e gerenciamento de coleção, a descoberta e identificação de objetos é auxiliada pelo uso de identificadores e metadados descritivos precisos. Um identificador é um rótulo exclusivo usado para fazer referência a um objeto ou registro. Geralmente ele é um número ou sequência de números e letras. Como um elemento crucial que contém metadados a serem incluídos em um banco de dados ou inventário, ele é usado em conjunto com outros metadados descritivos para diferenciar objetos e suas várias instanciações.[16]

Metadados descritivos referem-se a informações sobre o conteúdo de um objeto, como título, criador, assunto, data e outros elementos.[16] A escolha dos elementos usados para descrever um objeto é facilitada pelo uso de um esquema de metadados. O amplo uso de metadados descritivos sobre um objeto digital ajuda a minimizar os riscos dele se tornar posteriormente inacessível.[17]

Outra forma comum de identificação de um arquivo é o seu nome. A implementação de um protocolo de nomenclatura de arquivos é essencial para manter a consistência e a recuperação eficiente de objetos dentro de uma coleção. Esse recurso é especialmente aplicável durante a digitalização de mídia analógica. Usar uma convenção de nomenclatura de arquivo, como o formato 8.3 ou o padrão warez, garante a compatibilidade com outros sistemas e facilita a migração de dados. Os nomes dos arquivos, geralmente determinados pelo tamanho e escopo de uma determinada coleção, podem seguir parâmetro descritivo (contendo palavras e números descritivos) ou não-descritivo (muitas vezes números gerados aleatoriamente).[18]

Integridade

A integridade de dados é a pedra angular da preservação digital. Ela refere-se à garantia de que os dados estão "completos e inalterados em todos os seus aspectos essenciais". Um programa projetado para manter a integridade visa "garantir que os dados sejam registrados exatamente como pretendido e, após sua recuperação, garantir que os dados sejam os mesmos de quando foram originalmente gravados".[19]

Fixidez

A fixidez do arquivo é a propriedade de um arquivo digital ser fixo ou inalterado. A verificação da fixidez do arquivo é o processo de validação que assegura que um arquivo não foi modificado ou alterado em relação ao estado anterior.[20]

Caracterização

A caracterização de materiais digitais é a identificação e descrição do que é um arquivo e de suas características técnicas definidoras[21] muitas vezes capturadas por metadados técnicos, que registram seus atributos técnicos como ambiente de criação ou produção.[22]

Sustentabilidade

A sustentabilidade digital abrange uma série de questões e preocupações que contribuem para a longevidade da informação digital.[23] Ao contrário das estratégias tradicionais, temporárias e de soluções mais permanentes, a sustentabilidade digital implica um processo mais ativo e contínuo. A sustentabilidade digital se concentra menos na solução e tecnologia e mais na construção de uma infraestrutura e abordagem que seja flexível e que tenha ênfase na interoperabilidade, manutenção e desenvolvimento contínuos.[24] A sustentabilidade digital tem a preocupação de incorporar atividades que facilitarão o acesso e a disponibilidade dos documentos no futuro.[25][26]

Capacidade de renderização

A capacidade de renderização se refere à disponibilização contínua para usar e acessar um objeto digital, assim como a mantutenção de suas propriedades inerentes significativas.[27]

Obsolescência do formato

Embora o uso de formatos de arquivo varie entre as instituições arquivísticas, há certo consenso que os formatos de arquivo escolhidos devem ser "abertos, padronizados, não proprietários e bem estabelecidos" para permitir o arquivamento a longo prazo.[28] Os fatores que devem ser levados em consideração ao selecionar formatos de arquivo sustentáveis incluem: divulgação, adoção, transparência, autodocumentação, dependências externas, impacto de patentes e mecanismos de proteção técnica.[29] Outras considerações para a seleção de formatos de arquivo sustentáveis incluem "longevidade e maturidade do formato, utilização em comunidades profissionais relevantes, padrões de informação incorporados e acessibilidade de longo prazo de qualquer software necessário para sua visualização".[28] Por exemplo, o Smithsonian Institution Archives considera os TIFFs não compactados como "um bom formato de preservação para imagens estáticas digitais e digitalizadas devido à sua maturidade, ampla aceitação em várias comunidades e documentação completa".[28]

Autenticidade

Os arquivos estão preocupados em manter registros analógicos ou digitais como representações confiáveis do documento que foi originalmente recebido. Autenticidade é definida como "a confiabilidade de um registro enquanto um registro", isto é, a sua capacidade de manter-se livre adulteração ou corrupção de dados.[30] Autenticidade não deve ser confundida com exatidão.[31]

Metadados de preservação

Os metadados foram desenvolvidos enquanto um banco de dados para uso em arquivos "no contexto dos sistemas de banco de dados para descrever e controlar a gestão e o uso dos dados", principalmente em bibliotecas. Porém, "os metadados necessários para a gestão e para o uso de objetos digitais" precisam ser "mais diversificados e, na maioria dos casos, diferentes dos metadados usados para gestão de coleções de obras impressas e de outros materiais físicos". Assim surgem os metadados de preservação.[32]

Os metadados de preservação são uma ferramenta chave para a preservação digital e incluem informações técnicas de objetos digitais, informações sobre seus componentes e ambiente de criação, bem como informações que documentam o processo de preservação e a base de direitos subjacentes. Ele permite que organizações ou indivíduos entendam a cadeia de custódia. O PREMIS (Preservation Metadata: Implementation Strategies) descreve os aspectos práticos de implementação de metadados de preservação essenciais para a maioria dos repositórios e instituições. Ele inclui diretrizes e recomendações de uso e estabelece vocabulários desenvolvidos em um dicionário de dados.[33][34]

Estratégias

As estratégias de preservação digital podem ser divididas em estruturais e operacionais. As estruturais relacionam-se às ações de planejamento, implementação e investimentos incluídos no processo de preservação adotados por uma instituição que pretenda se envolver na questão da preservação digital. São exemplos de estratégias estruturais: a adoção de padrões, a elaboração de normas e manuais, elaboração de metadados de preservação digital, montagem de infraestrutura e formação de consórcios e parcerias. As estratégias de preservação digital operacionais são aquelas que de viés prático realizadas com esse intuito, tais como: migração, emulação, conservação da tecnologia e encapsulamento.[35]

Requisitos mínimos para a preservação de documentos digitais

Os métodos de preservação digital devem se preocupar, basicamente, com a preservação física, lógica e intelectual dos objetos digitais. A preservação física relaciona-se com a manutenção das mídias e transferência ou rejuvenescimento das mesmas, caso necessário. A preservação lógica preocupa-se com os formatos, sua interpretação por hardwares e softwares e a necessidade de atualização para a continuidade da leitura e interpretação da cadeia de bits. E a preservação intelectual refere-se ao conteúdo intelectual e as mecanismos que assegurem a integridade e autenticidade.

Desta forma, autores, como Alison Bullock, por enumeram um conjunto de requisitos mínimos para a preservação de documentos digitais, ou seja, os elementos indispensáveis que devem ser pensados e mantidos em um documento digital. São eles: fixar os limites do objeto a ser preservado, preservar a presença física, preservar o conteúdo, preservar a apresentação, preservar a funcionalidade, preservar a autenticidade, localizar e rastrear o objeto digital, preservar a proveniência e preservar o contexto.[36][37]

Modelos e projetos

Com a crescente transferência da criação, uso e armazenamento da informação para o ambiente virtual e consequentemente, o armazenamento em bibliotecas e repositórios digitais, surge a necessidade de criar políticas e normas que desenvolvam padrões de interoperabilidade entre os sistemas, preservação e acesso ao conteúdo informacional desses ambientes. Existem diversas iniciativas que visam formular modelos, assim como projetos que buscam oferecer subsídios para ações práticas de preservação.

Preservando a informação digital (1996)

Os desafios da preservação da informação digital a longo prazo faram reconhecidos pela comunidade arquivística há anos.[38] Em dezembro de 1994, o Research Libraries Group e a Commission on Preservation and Access formaram uma força-tarefa sobre arquivamento de informações digitais com o objetivo principal de investigar o que precisava ser feito para garantir a preservação a longo prazo e o acesso contínuo aos registros digitais. O relatório final publicado pela força-tarefa em 1996 ganhou o título de "Preserving digital information: report of the task force on archiving of digital information".[39] Ele tornou-se um documento fundamental no campo da preservação digital e ajudou a definir os principais conceitos, requisitos e desafios nesse campo.[38][40]

A força-tarefa propôs algumas ações em seu relatório. A primeira delas seria o desenvolvimento de um sistema nacional de arquivos digitais que assumiria a responsabilidade pelo armazenamento de longo prazo e acesso à informação digital. Depois, introduziu o conceito de repositórios digitais confiáveis e definiu suas funções e responsabilidades. Também identificou cinco características que marcavam a integridade da informação digital: conteúdo, fixidez, referência, proveniência e contexto. Essas características foram posteriormente incorporadas a definição de Informação de Descrição de Preservação no modelo de referência do Open Archival Information System (OAIS). Por fim, definiu a migração como uma função crucial dos arquivos digitais. Os conceitos e recomendações delineados no relatório estabeleceram uma base para as pesquisas e as iniciativas de preservação digital subsequentes.[41][42]

Open Archival Information System (OAIS)

O Open Archival Information System (OAIS) - em português Sistema Aberto para Arquivamento de Informação (SAAI) - é um modelo para repositórios de metadados de preservação publicado pelo Consultive Committee for Space Data Systems (CCSDS) em 2003. Também é uma iniciativa ISO (International Organization for Standardization), que desde junho 2003 define um alto nível de modelo de referência para arquivos que precisem de uma preservação de longo prazo, criando a ISO 14721[43]. E pode ser definido como um “esquema conceitual que disciplina e orienta um sistema para a preservação e manutenção do acesso à informação digital por longo prazo”.[37]

O objetivo do OAIS é propagar a compreensão dos conceitos para a preservação de objetos digitais, ampliar o consenso sobre os elementos e os processos relacionados à preservação e acesso à informação digital, além de criar um esquema para orientar a identificação e o desenvolvimento de padrões para tornar a informação preservada e disponível em qualquer repositório, pois tem um caráter genérico e que pode ser aplicado em diversos tipos de ambientes e documentos.[44]

Modelo de repositório digital confiável

Em março de 2000, o Research Libraries Group e o Online Computer Library Center iniciaram uma colaboração para estabelecer os atributos fundamentais que um repositório digital voltado para organizações de pesquisa deveria ter. Nesse sentido, construiram seus parâmetros com o auxílio do padrão internacional emergente do Open Archival Information System (OAIS). Em 2002, essa colaboração interinstitucional resultou na publicação de "Trusted Digital Repositories: Attributes and Responsibilities". Nesse documento, um repositório digital confiável é definido como "aquele cuja missão é fornecer acesso confiável e de longo prazo a recursos digitais gerenciados para sua comunidade usuária, no presente e no futuro." Um repositório digital confiável deve incluir os esses sete atributos: conformidade com o modelo de referência para um Open Archival Information System (OAIS), responsabilidade administrativa, viabilidade organizacional, sustentabilidade financeira, adequação tecnológica e processual, segurança do sistema e responsabilidade processual. O relatório também descreve a relação entre esses elementos. Além disso, o texto recomenda o desenvolvimento colaborativo de certificações de repositórios digitais, modelos para redes colaborativas, assim como modelos para compartilhamento de pesquisas acadêmicas e informações sobre preservação digital no que diz respeito à propriedade intelectual.[45]

Em 2004, Henry M. Gladney propôs outra abordagem para a preservação de objetos digitais que prevê a criação de "Objetos Digitais Confiáveis". Eles seriam objetos digitais que atestam sua própria autenticidade, pois incorporam um registro que mantém seu histórico de uso e alteração, o que permite aos futuros usuários verificar a validade do conteúdo do objeto.[46]

Projeto InterPARES

Projeto InterPARES (International Research on Permanent Authentic Records in Electronic Systems) é sediado na Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, e coordenado pela pesquisadora Luciana Duranti. A pesquisa está sendo conduzida por diversos grupos em várias instituições na América do Norte, Europa, Ásia e Austrália, com o objetivo de desenvolver teorias e metodologias que forneçam a base para o criação de estratégias, padrões, políticas e procedimentos necessários para garantir a confiança, credibilidade e precisão dos registros digitais ao longo do tempo.[47]

O Projeto busca desenvolver conhecimento teórico-metodológico essencial para a preservação de longo prazo de documentos digitais e foi dividido em três etapas. De 1999 a 2001, foi desenvolvida sua primeira fase denominada InterPARES 1, que teve como objetivo identificar requisitos conceituais para avaliar e manter a autenticidade dos documentos digitais "tradicionais" produzidos no curso das atividades administrativas e legais.[48] A segunda fase do projeto, de 2002 até 2006, configura o InterPARES 2, que teve por foco os documentos arquivísticos digitais gerados no contexto de atividades artísticas, científicas e governamentais, em sistemas experimentais, interativos e dinâmicos.[49] A terceira e última fase do projeto aconteceu entre 2007 e 2012, chamada de InterPARES 3, buscou capacitar programas e organizações responsáveis pela produção e manutenção de documentos arquivísticos digitais a desenvolver estratégias de preservação e acesso de longo prazo a esses documentos e tem como base o conhecimento teórico-metodológico desenvolvido nas duas primeiras fases do Projeto.[50]

Desafios

Parte do patrimônio da humanidade foi realizado em muitos suportes diferentes, incluindo a pedra, o pergaminho, o bambu, a seda e o papel. Desde a popularização do computador, existe uma grande quantidade de informações em formatos digitais, incluindo e-mails, blogs, sites de redes sociais, sites de eleições nacionais, álbuns de fotos na web e sites que possuem conteúdo dinâmico.[51] Com as mídias digitais é mais fácil criar conteúdo e mantê-lo atualizado, mas ao mesmo tempo são muitos os desafios na preservação desse conteúdo, tanto técnicos quanto econômicos.[52]

A preservação digital envolve desafios técnicos de longo prazo para as instituições que se propõem a realizar atividades de preservação digital dos materiais que criam e armazenam. Arquivos, bibliotecas, museus, editoras, instituições governamentais e tantas outras empresas tem o desafio técnico a dependência do aparato tecnológico - seja ele hardware, software, mídias ou formatos digitais - utilizado para criar e utilizar os documentos digitais. A inerente fragilidade e rápida degradação física sofrida por esses materiais, além do progressivo aumento da obsolescência dos suportes, sistemas, mídias e formatos, que se devem principalmente pela alta competitividade característica do mercado dos produtos e serviços da tecnologia da informação. Esses aspectos tornam os ciclos de renovação tecnológica cada vez menores e a consequente necessidade de desenvolvimento e aplicação de estratégias de preservação digital.[53] Ao contrário dos objetos analógicos tradicionais, como livros ou fotografias, em que o usuário tem acesso direto ao conteúdo, um objeto digital sempre precisa de um ambiente de software para renderizá-lo. Esses ambientes continuam evoluindo e mudando em ritmo acelerado, ameaçando a continuidade do acesso ao conteúdo.[54]

O conteúdo digital também pode apresentar desafios à preservação devido à sua natureza complexa e dinâmica. Por exemplo, páginas da Web interativas,[55] realidade virtual e ambientes de jogos [56] objetos de aprendizagem, sites de mídia social. [57] Em muitos casos de avanços tecnológicos emergentes, há dificuldades substanciais em manter a autenticidade, fixidez e integridade dos objetos ao longo do tempo, decorrentes da falta de experiência. Enquanto tecnologias específicas podem provar ser mais robustas em termos de capacidade de armazenamento, nem sempre é fácil garantir a fixidez do objeto. [58]

No que diz respeito à preservação do software enquanto um conteúdo digital, um desafio específico é a indisponibilidade típica do código-fonte, visto que o software comercial é normalmente distribuído apenas na forma binária compilada. Sem o código-fonte, a realização da portabilidade para um hardware de computação moderno ou sistema operacional é quase sempre impossível. Para contornar esse entrave, portanto, o contexto original de hardware e software precisa ser emulado . Outro potencial desafio para a preservação de um software pode ser o copyright, que muitas vezes torna impossível que os mecanismos de proteção contra cópia (Digital Millennium Copyright Act) sejam contornados no caso de o software se tornar uma obra órfão ( Abandonware ). Uma isenção da Lei de Direitos Autorais do Milênio Digital dos Estados Unidos para permitir contornar a proteção contra cópia foi aprovada em 2003 por um período de 3 anos para o Internet Archive que criou um arquivo de "software vintage", como forma de preservá-los. [59] [60]

Desafios políticos envolvem questões relacionadas à aquisição e alocação de recursos, estabelecimento de parcerias para compartilhamento de experiências e equipamentos entre instituições, e adoção de soluções de natureza interdisciplinar, envolvendo, além dos profissionais de informação (bibliotecários, arquivistas e museólogos), profissionais e pesquisadores das áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação, Direito, História, e etc.

Outro grande desafio da preservação digital é a garantia da autenticidade do documento. Segundo Walter Benjamin até na melhor reprodução, um elemento fica ausente que é a existência única da obra. Não é através da reprodução que se desdobra a história, e sim, pela obras-primas pois só através delas podem se fazer análises químicas ou físicas, irrealizáveis na reprodução. "Os vestígios das segundas são o objeto de uma tradição, cuja reconstituição precisa partir do lugar em que se achava original."[61]

Soluções de repositórios digitais

Vários softwares de código aberto foram desenvolvidos para auxiliar na preservação digital, incluindo o Archivematica, o DSpace, o Fedora Commons, o OPUS, o SobekCM e o EPrints. O setor comercial também oferece ferramentas de software de preservação digital, como a Rosetta, da Ex Libris Ltd., Cloud, Standard and Enterprise Editions da Preservica, CONTENTdm, Digital Commons, Equella, intraLibrary, Open Repository e Vital.[62]

Ver também

Referências

  1. FERREIRA, Miguel. Introdução à preservação digital: conceitos, estratégias e actuais consensos. Guimarães: Escola de Engenharia da Universidade do Minho, 2006. p. 20. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/5820/1/livro.pdf. Acesso em: 26 jan. 2013
  2. a b ONG, Walter. A oralidade da linguagem, A escrita reestrutura a consciência e Memória oral, enredo e caracterização. In: __________. Oralidade e cultura impressa. Campinas, SP: Papirus, 1998. p. 15.
  3. Benkendorf, Shyrlei Karyna Jagielski; Momm, Christiane Fabíola; Silva, Franciéle Carneiro Garcês da (2018). Fundamentos da biblioteconomia e ciência da informação. Indaial: Uniasselvi. 246 páginas 
  4. LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.
  5. «Carta para Preservação de Patrimônio Arquivístico Digital» (PDF). Conselho Nacional de Arquivos. 2005. Consultado em 10 de dezembro de 2019 
  6. MÁRDERO ARELLANO, Miguel Angel. Preservação de documentos digitais. Ciência da Informação, Brasília, v.33, n.2, mai./ago. 2004. Disponível em:<http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/305 Arquivado em 30 de outubro de 2015, no Wayback Machine.>. Acesso em: 27 jan. 2013.
  7. ARELLANO, Miguel A. M.; ANDRADE, Ricardo Sodré. Preservação digital e os profissionais da informação. DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, v.7, n.5, out. 2006.Disponível em:<http://www.dgz.org.br/out06/Art_05.htm Arquivado em 11 de novembro de 2010, no Wayback Machine.>. Acesso em: 27 jan. 2013.
  8. Tammaro, Anna Maria (2008). A biblioteca digital. Alberto Salarelli, Antonio Agenor Briquet de Lemos. Brasília: Briquet de Lemos. OCLC 298932348 
  9. «Society of American Archivists Glossary - selection». web site. 2014. Consultado em 8 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 12 de outubro de 2014 
  10. «Society of American Archivists Glossary - appraisal». web site. 2014. Consultado em 8 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 12 de outubro de 2014 
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