Larvacea: diferenças entre revisões
m manutenção refs.,#Wikifontes |
|||
Linha 13: | Linha 13: | ||
}} |
}} |
||
{{Ver desambig|prefixo=Se procura|género botânico|Appendicularia}} |
{{Ver desambig|prefixo=Se procura|género botânico|Appendicularia}} |
||
O [[plâncton]] marinho é composto por organismos que sofrem influências por meio de mudanças ambientais, seja por [[Corrente oceânica|correntes]], [[temperatura]], [[salinidade]], [[Nutriente|nutrientes]], [[Maré|marés]] ou ecológicas como [[predação]] e [[competição]] por [[Recursos energéticos|recursos]]<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1590/s1679-87591996000100003 |titulo=Zooplâncton do estuário do Pina (Recife-Pernambuco-Brasil): composição e distribuição temporal |data=1996 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Brazilian Journal of Oceanography |número=1 |ultimo=Eskinazi-Sant'Anna |primeiro=Eneida Maria |ultimo2=Tundist |primeiro2=José Galízia |doi=10.1590/s1679-87591996000100003 |issn=1679-8759}}</ref> <ref name=":0">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1590/s0373-55241970000100005 |titulo=On the seasonal occurrence of appendicularians in waters off the coast of São Paulo state |data=1970 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Boletim do Instituto Oceanográfico |número=0 |ultimo=Tundisi |primeiro=T. M |paginas=131–144 |doi=10.1590/s0373-55241970000100005 |issn=0373-5524}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/s1146-609x(03)00037-7 |titulo=Zooplankton abundance in a coastal station off the Ria de Aveiro inlet (north-western Portugal): relations with tidal and day/night cycles |data=2003-05 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Acta Oecologica |ultimo=Morgado |primeiro=Fernando |ultimo2=Queiroga |primeiro2=Henrique |paginas=S175–S181 |doi=10.1016/s1146-609x(03)00037-7 |issn=1146-609X |ultimo3=Melo |primeiro3=Fernando |ultimo4=Sorbe |primeiro4=Jean-Claude}}</ref>. Alguns desses seres podem fornecer indicativos sobre a qualidade ambiental relacionados a sua distribuição, composição e abundância, sendo possíveis [[Bioindicador|bioindicadores]] de condições ambientais e/ou oceanográficas<ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81752008000300008&lng=pt&tlng=pt |titulo=Mesozooplâncton do sistema estuarino de Barra das Jangadas, Pernambuco, Brasil |data=2008-09 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Revista Brasileira de Zoologia |número=3 |ultimo=Cavalcanti |primeiro=Eliane A. H. |ultimo2=Neumann-Leitão |primeiro2=Sigrid |paginas=436–444 |doi=10.1590/S0101-81752008000300008 |issn=0101-8175 |ultimo3=Vieira |primeiro3=Dilma A. do N.}}</ref> . |
|||
'''Larvacea''' ou '''Appendicularia''' é uma [[classe (biologia)|classe]] de animais marinhos pertencentes ao [[subfilo]] [[Urochordata]].<ref>{{citar web|url = https://www.inaturalist.org/taxa/129725 |título = Appendicularia |obra = [[INaturalist]] |língua = en |acessodata = 30 de dezembro de 2019}}</ref> |
|||
Dentre os animais do [[zooplâncton]] estão os '''Larvacea''' ou '''Appendicularia''', [[classe (biologia)|classe]] de animais marinhos pertencentes ao [[subfilo]] [[Urochordata]]. [[Herbívoro|Herbívoros]] comuns e [[Cosmopolitismo|cosmopolitas]], principalmente em águas quentes costeiras de até 100 m de [[profundidade]]. Das cerca de 70 espécies descritas, 25 ocorrem no litoral [[brasil]]eiro. Ocupam importante lugar na [[Rede trófica|teia trófica]], tendo papel de transferência energética para os organismos predadores<ref name=":1">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1093/plankt/20.3.539 |titulo=Zooplankton growth rates: the larvaceans Appendicularia, Fritillaria and Oikopleura in tropical waters |data=1998 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Journal of Plankton Research |número=3 |ultimo=Hopcroft |primeiro=Russell R. |ultimo2=Roff |primeiro2=John C. |paginas=539–555 |doi=10.1093/plankt/20.3.539 |issn=0142-7873 |ultimo3=Bouman |primeiro3=Heather A.}}</ref> <ref name=":2">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/0022-0981(95)00004-b |titulo=Seasonal variations in abundance, size composition, biomass and production rate of Oikopleura dioica (Fol) (Tunicata: Appendicularia) in a temperate eutrophic inlet |data=1995-06 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Journal of Experimental Marine Biology and Ecology |número=1-2 |ultimo=Uye |primeiro=Shin-ichi |ultimo2=Ichino |primeiro2=Seiko |paginas=1–11 |doi=10.1016/0022-0981(95)00004-b |issn=0022-0981}}</ref>. Além disso, há evidências que esses organismos atuam no consumo de [[Coloide|partículas coloidais]] de carbono orgânico dissolvido, podendo relacioná-los a distribuição do carbono orgânico no meio <ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1038/355630a0 |titulo=Filtration of colloidal melanin from sea water by planktonic tunicates |data=1992-02 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Nature |número=6361 |ultimo=Flood |primeiro=Per R. |ultimo2=Deibel |primeiro2=Don |paginas=630–632 |doi=10.1038/355630a0 |issn=0028-0836 |ultimo3=Morris |primeiro3=Claude C.}}</ref>. |
|||
São animais [[planctônico]]s presentes em todos os [[oceano]]s, principalmente em águas quentes costeiras de até 100 m de profundidade. Das cerca de 70 espécies descritas, 25 ocorrem no litoral [[brasil]]eiro. |
|||
=== Características gerais === |
|||
Os membros da classe Larvacea vivem dentro de uma "casa" constituída de [[Glicosaminoglicano|polimucossacarídeos]] secretados pelos indivíduos dessa classe. Eles mantêm as características de [[larva]] na vida adulta. Possuem [[notocorda]], fendas [[faringe]]anas e [[cauda]] pós-[[ânus|anal]], mas não se desenvolvem e permanecem com morfologia larval durante toda a vida. Filtram partículas de [[plâncton]] através de uma pequena rede situada nessa "casa" de polimucossacarídeos. |
|||
[[Ficheiro:Bathochordaeus charon.gif|miniaturadaimagem|Casa de um larváceo]] |
|||
[[Ficheiro:Oikopleura (Vexillaria) cophocerca 001.png|miniaturadaimagem|Esquema da casa de um indivíduo do gênero ''Oikopleura'']] |
|||
Os apendiculários são organismos planctônicos [[Hermafrodita|hermafroditas]], com exceção de uma única espécie, ''[http://www.marinespecies.org/aphia.php?p=taxdetails&id=103407 Oikopleura dioica],'' sendo [[Gonocorismo|gonocórica]]. São típicos desses animais a manutenção de características larvais, [[pedomorfose]], tendo corpo dividido em tronco e cauda. Possuem [[notocorda]], fendas [[faringe]]anas e [[cauda]] pós-[[ânus|anal]], mas não se desenvolvem e permanecem com [[morfologia]] larval durante toda a vida. No tronco estão presentes as principais estruturas reprodutivas, gastrointestinais e circulatórias. A cauda muscular abriga a notocorda, além de células anficordais ou subcordais, utilizadas na identificação das espécies<ref name=":3">{{Citar livro|url=http://worldcat.org/oclc/860511273|título=South Atlantic zooplankton|ultimo=Demetrio.|primeiro=Boltovskoy,|data=1999|editora=Backhuys|oclc=860511273}}</ref> <ref name=":4">{{Citar livro|url=http://worldcat.org/oclc/61150684|título=Zoologia dos invertebrados : uma abordagem funcional-evolutiva|ultimo=E.|primeiro=Ruppert, Edward|data=2005|editora=Roca|oclc=61150684}}</ref>. A característica mais marcante desses animais é a presença de uma estrutura gelatinosa “casa”, constituída de [[Glicosaminoglicano|polimucossacarídeos]], secretada por uma região epidérmica especializada, o oicoplasto. Essa estrutura gelatinosa é diferenciada em cada família e atua na filtragem de partículas para alimentação, processo que envolve redes de muco secretado pelo [[endóstilo]] e o batimento caudal do animal. Sendo esse processo dividido em três momentos: 1) Cauda bate lentamente, inflando a câmara e iniciando a circulação de água; 2) Cauda bate vigorosamente, a pressão aumenta acionando a abertura do esfíncter para a saída de água; 3) A cauda para, ocorre o refluxo de partículas, a ingestão de partículas pode parar e iniciar o processo de reversão a qualquer momento <ref name=":5">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1007/bf00312043 |titulo=The house of Oikopleura dioica (Tunicata, Appendicularia): Structure and functions |data=1986-10 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Zoomorphology |número=4 |ultimo=Fenaux |primeiro=Robert |paginas=224–231 |doi=10.1007/bf00312043 |issn=0720-213X}}</ref><ref name=":4" />. |
|||
[[Ficheiro:Oikopleura dioica.tif|miniaturadaimagem|Detalhe do tronco de indivíduo de ''Oikopleura dioica'']] |
|||
=== Classificação taxonômica === |
|||
A classificação mais aceita até os dias atuais foi proposta por Lohman <ref name=":6">{{citar livro|título=Die Appendicularien der Plackton-Expediction.|ultimo=LOHMANN|primeiro=H.|ano=1896|series=Ergebnisse der Plankton-Expedition der Humboldt-Stiftung,|páginas=148}}</ref>, dividindo-os em três famílias: Oikopleuridae, Fritillaridae e Kowaleskidae. |
|||
==== '''1.1.Família Oikopleuridae''' ==== |
|||
A família Oikopleuridae apresenta como características diagnósticas um tronco compacto, em formato de pêra, lateralmente compacto ou deprimido dorsoventralmente; endóstilo reto; espirais com abertura na região retal; esôfago com entrada no estômago lateralmente ou na porção superior; estômago formado por muitas células pequenas e algumas de glândulas; cauda maior que o tronco<ref name=":3" />. |
|||
==== '''1.2.Família''' '''Fritillaridae''' ==== |
|||
Fritillaridae têm como características diagnósticas: Tronco geralmente alongado e achatado dorsoventralmente; endóstilo reto ou envolto ao final; espirais anteriormente localizados na cavidade faríngea; esôfago com entrada frontal no estômago; estômago constituído de poucas células grandes; cauda raramente maior que tronco<ref name=":3" />. |
|||
==== '''1.3.Família''' '''Kowalevskiidae''' ==== |
|||
Enquanto que a família Kowalevskiidae é caracterizada pelo tronco curto e anteriormente deprimido; quatro fileiras de processos ciliares unicelulares; fendas faríngeas de formato alongado e elipsoidais; esôfago com entrada frontal no estômago; estômago composto por células grandes, cauda com formato de eixo<ref name=":3" />. |
|||
=== '''Distribuição geográfica''' === |
|||
A distribuição desses organismos planctônicos muitas vezes se faz relacionada a [[Fator abiótico|fatores abióticos]], sendo a temperatura um dos principais citados pela literatura, que relaciona a distribuição e desenvolvimento desse tipo de plâncton<ref name=":7">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1590/s0373-55241965000100004 |titulo=Appendicularian species groups and southern Brazil water masses |data=1965 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Boletim do Instituto Oceanográfico |número=0 |ultimo=Forneris |primeiro=Liliana |paginas=53–113 |doi=10.1590/s0373-55241965000100004 |issn=0373-5524}}</ref> <ref name=":2" /><ref name=":1" /><ref name=":8">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1093/plankt/23.4.415 |titulo=House Production by Oikopleura dioica (Tunicata, Appendicularia) Under Laboratory Conditions |data=2001-04-01 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Journal of Plankton Research |número=4 |ultimo=Sato |primeiro=R. |ultimo2=Tanaka |primeiro2=Y. |paginas=415–423 |doi=10.1093/plankt/23.4.415 |issn=0142-7873 |ultimo3=Ishimaru |primeiro3=T.}}</ref>. Os resultados obtidos nesses estudos, condições ambientais e em laboratório, relacionam o aumento da temperatura com o aumento da taxa de crescimento desses organismos e consequente diminuição do seu tempo de vida <ref name=":1" /><ref name=":8" />. Além disso, regiões costeiras foram indicativas de maior concentração e distribuição de espécies de apendiculários, estando geralmente relacionados ao aporte de nutrientes em regiões costeiras de [[Foz|desembocadura]] de rios e de [[turbulência]], como por exemplo em estudos desenvolvidos no [[Oceano Pacífico|Pacífico]] <ref name=":9">{{citar periódico |titulo=Seasonal and vertical distributions of Appendicularia in Volcano Bay, Hokkaido, Japan. |jornal=Bulletin of Marine Science |número=2 |ultimo=SHIGA |primeiro=N. |ano=1985 |paginas=425–439 |volume=37}}</ref><ref name=":2" /><ref name=":8" /><ref name=":10">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1017/s0025315405011598 |titulo=New mesopelagic larvaceans in the genus Fritillaria |
|||
from Monterey Bay, California |data=2005-06 |jornal=Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom |número=3 |ultimo=Hopcroft |primeiro=Russell R. |ultimo2=Robison |primeiro2=Bruce H. |paginas=665–678}}</ref> e [[Oceano Atlântico|Atlântico]] <ref name=":7" /><ref name=":0" /><ref name=":11">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1017/s0954102003001585 |titulo=The classification of Antarctic appendicularians: the Oikopleura gaussica group |data=2003-12 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Antarctic Science |número=4 |ultimo=CAPITANIO |primeiro=F.L. |ultimo2=DAPONTE |primeiro2=M.C. |paginas=476–482 |doi=10.1017/s0954102003001585 |issn=0954-1020 |ultimo3=ESNAL |primeiro3=G.B.}}</ref> <ref name=":1" /><ref name=":12">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.4067/s0716-078x2002000200005 |titulo=Taxonomic identification of appendicularians collected in the epipelagic waters off northern Chile (Tunicata, Appendicularia) |data=2002-06 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Revista chilena de historia natural |número=2 |ultimo=ARAVENA |primeiro=GUILLERMO |ultimo2=PALMA |primeiro2=SERGIO |doi=10.4067/s0716-078x2002000200005 |issn=0716-078X}}</ref>. |
|||
=== '''Importância trófica''' === |
|||
Appendicularia é considerado uma importante fonte energética na teia trófica. Como parte do mezoplânton esses organismos trabalham no controle da [[produção primária]] do [[fitoplâncton]], por meio do efeito top-down. Além de serem aproveitados como importante fontes de alimentos para pequenos [[Invertebrados marinhos|invertebrados]] e grandes [[Pesca|recursos pesqueiros,]] seguindo efeito botow-up <ref>{{citar livro|título=Ecologia|ultimo=Odum|primeiro=Eugene P.|editora=Guanabara Koogan|ano=1988|edicao=1ª|páginas=448}}</ref><ref name=":1" /><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1007/s00227-003-1075-y |titulo=House formation and feeding behaviour of Fritillaria borealis (Appendicularia: Tunicata) |data=2003-09-01 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Marine Biology |número=3 |ultimo=Flood |primeiro=P. R. |paginas=467–475 |doi=10.1007/s00227-003-1075-y |issn=0025-3162}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.3354/meps08273 |titulo=Prediction of ecological niches and carbon export by appendicularians using a new multispecies ecophysiological model |data=2010-01-05 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Marine Ecology Progress Series |ultimo=Lombard |primeiro=F |ultimo2=Legendre |primeiro2=L |paginas=109–125 |doi=10.3354/meps08273 |issn=0171-8630 |ultimo3=Picheral |primeiro3=M |ultimo4=Sciandra |primeiro4=A |ultimo5=Gorsky |primeiro5=G}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1590/s1679-87592013000200006 |titulo=Distribution of Oikopleura dioica (Tunicata, Appendicularia) associated with a coastal frontal system (39°- 41°S) of the SW Atlantic Ocean in the spawning area of Engraulis anchoita anchovy |data=2013-06 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Brazilian Journal of Oceanography |número=2 |ultimo=Spinelli |primeiro=Mariela |ultimo2=Guerrero |primeiro2=Raúl |paginas=141–148 |doi=10.1590/s1679-87592013000200006 |issn=1679-8759 |ultimo3=Pájaro |primeiro3=Marcelo |ultimo4=Capitanio |primeiro4=Fabiana}}</ref>. Pesquisas recentes também relacionam a sua importância na filtração de partículas de [[microplástico]] em áreas oceânicas, podendo ser utilizados como bioindicadores de [[poluição marinha]] <ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/j.envpol.2017.07.030 |titulo=Abundant plankton-sized microplastic particles in shelf waters of the northern Gulf of Mexico |data=2017-11 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Environmental Pollution |ultimo=Di Mauro |primeiro=Rosana |ultimo2=Kupchik |primeiro2=Matthew J. |paginas=798–809 |doi=10.1016/j.envpol.2017.07.030 |issn=0269-7491 |ultimo3=Benfield |primeiro3=Mark C.}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1126/sciadv.1700715 |titulo=From the surface to the seafloor: How giant larvaceans transport microplastics into the deep sea |data=2017-08 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Science Advances |número=8 |ultimo=Katija |primeiro=Kakani |ultimo2=Choy |primeiro2=C. Anela |paginas=e1700715 |doi=10.1126/sciadv.1700715 |issn=2375-2548 |ultimo3=Sherlock |primeiro3=Rob E. |ultimo4=Sherman |primeiro4=Alana D. |ultimo5=Robison |primeiro5=Bruce H.}}</ref>. |
|||
=== '''Estudos globais''' === |
|||
Esses seres vem sendo estudados desde o século XIX, a maioria das suas pesquisas são voltadas a [[taxonomia]] do grupo, sendo definidos até meados do século XX <ref name=":6" /><ref name=":0" /><ref name=":5" /><ref name=":1" /><ref name=":3" />. Porém devido a forma em que eram realizadas as amostragens e falta de informações taxonômicas , ainda nos tempos atuais são publicadas validações e ocorrências de espécies novas por todo o globo <ref name=":12" /><ref name=":11" /><ref name=":10" />. Alguns grupos de trabalho do Pacífico <ref name=":9" /><ref name=":2" /><ref name=":8" /><ref name=":10" /> e Atlântico <ref name=":7" /> <ref name=":0" /><ref name=":11" /><ref name=":1" /><ref name=":10" /><ref name=":12" /> tiveram destaques em estudos de apendiculários, porém ainda são poucos os trabalhos desse grupo de animais para o [[Atlântico Sul]], em especial o [[Litoral do Brasil|litoral]] do [[Brasil]] <ref name=":7" /><ref name=":0" /><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1590/s1676-06032011000500037 |titulo=Checklist da classe appendicularia (Chordata: Tunicata) do Estado de São Paulo, Brasil |data=2011-12 |acessodata=2021-07-01 |jornal=Biota Neotropica |número=suppl 1 |ultimo=Vega-Pérez |primeiro=Luz Amelia |ultimo2=Campos |primeiro2=Meiri Aparecida Gurgel de |paginas=761–769 |doi=10.1590/s1676-06032011000500037 |issn=1676-0603 |ultimo3=Schinke |primeiro3=Katya Patrícia}}</ref>. |
|||
=== '''Ver também''' === |
|||
* '''[http://www.marinespecies.org/index.php WORMS – World Register of Marine Species]''' |
|||
* '''[http://species-identification.org/search.php Marine Species – Identification Portal]''' |
|||
== Referências == |
== Referências == |
Revisão das 23h27min de 1 de julho de 2021
Larvacea | |||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Classificação científica | |||||||||||
| |||||||||||
Ordens | |||||||||||
Copelata |
O plâncton marinho é composto por organismos que sofrem influências por meio de mudanças ambientais, seja por correntes, temperatura, salinidade, nutrientes, marés ou ecológicas como predação e competição por recursos[1] [2][3]. Alguns desses seres podem fornecer indicativos sobre a qualidade ambiental relacionados a sua distribuição, composição e abundância, sendo possíveis bioindicadores de condições ambientais e/ou oceanográficas[4] .
Dentre os animais do zooplâncton estão os Larvacea ou Appendicularia, classe de animais marinhos pertencentes ao subfilo Urochordata. Herbívoros comuns e cosmopolitas, principalmente em águas quentes costeiras de até 100 m de profundidade. Das cerca de 70 espécies descritas, 25 ocorrem no litoral brasileiro. Ocupam importante lugar na teia trófica, tendo papel de transferência energética para os organismos predadores[5] [6]. Além disso, há evidências que esses organismos atuam no consumo de partículas coloidais de carbono orgânico dissolvido, podendo relacioná-los a distribuição do carbono orgânico no meio [7].
Características gerais
Os apendiculários são organismos planctônicos hermafroditas, com exceção de uma única espécie, Oikopleura dioica, sendo gonocórica. São típicos desses animais a manutenção de características larvais, pedomorfose, tendo corpo dividido em tronco e cauda. Possuem notocorda, fendas faringeanas e cauda pós-anal, mas não se desenvolvem e permanecem com morfologia larval durante toda a vida. No tronco estão presentes as principais estruturas reprodutivas, gastrointestinais e circulatórias. A cauda muscular abriga a notocorda, além de células anficordais ou subcordais, utilizadas na identificação das espécies[8] [9]. A característica mais marcante desses animais é a presença de uma estrutura gelatinosa “casa”, constituída de polimucossacarídeos, secretada por uma região epidérmica especializada, o oicoplasto. Essa estrutura gelatinosa é diferenciada em cada família e atua na filtragem de partículas para alimentação, processo que envolve redes de muco secretado pelo endóstilo e o batimento caudal do animal. Sendo esse processo dividido em três momentos: 1) Cauda bate lentamente, inflando a câmara e iniciando a circulação de água; 2) Cauda bate vigorosamente, a pressão aumenta acionando a abertura do esfíncter para a saída de água; 3) A cauda para, ocorre o refluxo de partículas, a ingestão de partículas pode parar e iniciar o processo de reversão a qualquer momento [10][9].
Classificação taxonômica
A classificação mais aceita até os dias atuais foi proposta por Lohman [11], dividindo-os em três famílias: Oikopleuridae, Fritillaridae e Kowaleskidae.
1.1.Família Oikopleuridae
A família Oikopleuridae apresenta como características diagnósticas um tronco compacto, em formato de pêra, lateralmente compacto ou deprimido dorsoventralmente; endóstilo reto; espirais com abertura na região retal; esôfago com entrada no estômago lateralmente ou na porção superior; estômago formado por muitas células pequenas e algumas de glândulas; cauda maior que o tronco[8].
1.2.Família Fritillaridae
Fritillaridae têm como características diagnósticas: Tronco geralmente alongado e achatado dorsoventralmente; endóstilo reto ou envolto ao final; espirais anteriormente localizados na cavidade faríngea; esôfago com entrada frontal no estômago; estômago constituído de poucas células grandes; cauda raramente maior que tronco[8].
1.3.Família Kowalevskiidae
Enquanto que a família Kowalevskiidae é caracterizada pelo tronco curto e anteriormente deprimido; quatro fileiras de processos ciliares unicelulares; fendas faríngeas de formato alongado e elipsoidais; esôfago com entrada frontal no estômago; estômago composto por células grandes, cauda com formato de eixo[8].
Distribuição geográfica
A distribuição desses organismos planctônicos muitas vezes se faz relacionada a fatores abióticos, sendo a temperatura um dos principais citados pela literatura, que relaciona a distribuição e desenvolvimento desse tipo de plâncton[12] [6][5][13]. Os resultados obtidos nesses estudos, condições ambientais e em laboratório, relacionam o aumento da temperatura com o aumento da taxa de crescimento desses organismos e consequente diminuição do seu tempo de vida [5][13]. Além disso, regiões costeiras foram indicativas de maior concentração e distribuição de espécies de apendiculários, estando geralmente relacionados ao aporte de nutrientes em regiões costeiras de desembocadura de rios e de turbulência, como por exemplo em estudos desenvolvidos no Pacífico [14][6][13][15] e Atlântico [12][2][16] [5][17].
Importância trófica
Appendicularia é considerado uma importante fonte energética na teia trófica. Como parte do mezoplânton esses organismos trabalham no controle da produção primária do fitoplâncton, por meio do efeito top-down. Além de serem aproveitados como importante fontes de alimentos para pequenos invertebrados e grandes recursos pesqueiros, seguindo efeito botow-up [18][5][19][20][21]. Pesquisas recentes também relacionam a sua importância na filtração de partículas de microplástico em áreas oceânicas, podendo ser utilizados como bioindicadores de poluição marinha [22][23].
Estudos globais
Esses seres vem sendo estudados desde o século XIX, a maioria das suas pesquisas são voltadas a taxonomia do grupo, sendo definidos até meados do século XX [11][2][10][5][8]. Porém devido a forma em que eram realizadas as amostragens e falta de informações taxonômicas , ainda nos tempos atuais são publicadas validações e ocorrências de espécies novas por todo o globo [17][16][15]. Alguns grupos de trabalho do Pacífico [14][6][13][15] e Atlântico [12] [2][16][5][15][17] tiveram destaques em estudos de apendiculários, porém ainda são poucos os trabalhos desse grupo de animais para o Atlântico Sul, em especial o litoral do Brasil [12][2][24].
Ver também
Referências
- ↑ Eskinazi-Sant'Anna, Eneida Maria; Tundist, José Galízia (1996). «Zooplâncton do estuário do Pina (Recife-Pernambuco-Brasil): composição e distribuição temporal». Brazilian Journal of Oceanography (1). ISSN 1679-8759. doi:10.1590/s1679-87591996000100003. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ a b c d e Tundisi, T. M (1970). «On the seasonal occurrence of appendicularians in waters off the coast of São Paulo state». Boletim do Instituto Oceanográfico (0): 131–144. ISSN 0373-5524. doi:10.1590/s0373-55241970000100005. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ Morgado, Fernando; Queiroga, Henrique; Melo, Fernando; Sorbe, Jean-Claude (maio de 2003). «Zooplankton abundance in a coastal station off the Ria de Aveiro inlet (north-western Portugal): relations with tidal and day/night cycles». Acta Oecologica: S175–S181. ISSN 1146-609X. doi:10.1016/s1146-609x(03)00037-7. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ Cavalcanti, Eliane A. H.; Neumann-Leitão, Sigrid; Vieira, Dilma A. do N. (setembro de 2008). «Mesozooplâncton do sistema estuarino de Barra das Jangadas, Pernambuco, Brasil». Revista Brasileira de Zoologia (3): 436–444. ISSN 0101-8175. doi:10.1590/S0101-81752008000300008. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ a b c d e f g Hopcroft, Russell R.; Roff, John C.; Bouman, Heather A. (1998). «Zooplankton growth rates: the larvaceans Appendicularia, Fritillaria and Oikopleura in tropical waters». Journal of Plankton Research (3): 539–555. ISSN 0142-7873. doi:10.1093/plankt/20.3.539. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ a b c d Uye, Shin-ichi; Ichino, Seiko (junho de 1995). «Seasonal variations in abundance, size composition, biomass and production rate of Oikopleura dioica (Fol) (Tunicata: Appendicularia) in a temperate eutrophic inlet». Journal of Experimental Marine Biology and Ecology (1-2): 1–11. ISSN 0022-0981. doi:10.1016/0022-0981(95)00004-b. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ Flood, Per R.; Deibel, Don; Morris, Claude C. (fevereiro de 1992). «Filtration of colloidal melanin from sea water by planktonic tunicates». Nature (6361): 630–632. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/355630a0. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ a b c d e Demetrio., Boltovskoy, (1999). South Atlantic zooplankton. [S.l.]: Backhuys. OCLC 860511273
- ↑ a b E., Ruppert, Edward (2005). Zoologia dos invertebrados : uma abordagem funcional-evolutiva. [S.l.]: Roca. OCLC 61150684
- ↑ a b Fenaux, Robert (outubro de 1986). «The house of Oikopleura dioica (Tunicata, Appendicularia): Structure and functions». Zoomorphology (4): 224–231. ISSN 0720-213X. doi:10.1007/bf00312043. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ a b LOHMANN, H. (1896). Die Appendicularien der Plackton-Expediction. Col: Ergebnisse der Plankton-Expedition der Humboldt-Stiftung,. [S.l.: s.n.] 148 páginas
- ↑ a b c d Forneris, Liliana (1965). «Appendicularian species groups and southern Brazil water masses». Boletim do Instituto Oceanográfico (0): 53–113. ISSN 0373-5524. doi:10.1590/s0373-55241965000100004. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ a b c d Sato, R.; Tanaka, Y.; Ishimaru, T. (1 de abril de 2001). «House Production by Oikopleura dioica (Tunicata, Appendicularia) Under Laboratory Conditions». Journal of Plankton Research (4): 415–423. ISSN 0142-7873. doi:10.1093/plankt/23.4.415. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ a b SHIGA, N. (1985). «Seasonal and vertical distributions of Appendicularia in Volcano Bay, Hokkaido, Japan.». Bulletin of Marine Science. 37 (2): 425–439
- ↑ a b c d Hopcroft, Russell R.; Robison, Bruce H. (junho de 2005). «New mesopelagic larvaceans in the genus Fritillaria from Monterey Bay, California». Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom (3): 665–678 line feed character character in
|titulo=
at position 52 (ajuda) - ↑ a b c CAPITANIO, F.L.; DAPONTE, M.C.; ESNAL, G.B. (dezembro de 2003). «The classification of Antarctic appendicularians: the Oikopleura gaussica group». Antarctic Science (4): 476–482. ISSN 0954-1020. doi:10.1017/s0954102003001585. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ a b c ARAVENA, GUILLERMO; PALMA, SERGIO (junho de 2002). «Taxonomic identification of appendicularians collected in the epipelagic waters off northern Chile (Tunicata, Appendicularia)». Revista chilena de historia natural (2). ISSN 0716-078X. doi:10.4067/s0716-078x2002000200005. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ Odum, Eugene P. (1988). Ecologia 1ª ed. [S.l.]: Guanabara Koogan. 448 páginas
- ↑ Flood, P. R. (1 de setembro de 2003). «House formation and feeding behaviour of Fritillaria borealis (Appendicularia: Tunicata)». Marine Biology (3): 467–475. ISSN 0025-3162. doi:10.1007/s00227-003-1075-y. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ Lombard, F; Legendre, L; Picheral, M; Sciandra, A; Gorsky, G (5 de janeiro de 2010). «Prediction of ecological niches and carbon export by appendicularians using a new multispecies ecophysiological model». Marine Ecology Progress Series: 109–125. ISSN 0171-8630. doi:10.3354/meps08273. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ Spinelli, Mariela; Guerrero, Raúl; Pájaro, Marcelo; Capitanio, Fabiana (junho de 2013). «Distribution of Oikopleura dioica (Tunicata, Appendicularia) associated with a coastal frontal system (39°- 41°S) of the SW Atlantic Ocean in the spawning area of Engraulis anchoita anchovy». Brazilian Journal of Oceanography (2): 141–148. ISSN 1679-8759. doi:10.1590/s1679-87592013000200006. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ Di Mauro, Rosana; Kupchik, Matthew J.; Benfield, Mark C. (novembro de 2017). «Abundant plankton-sized microplastic particles in shelf waters of the northern Gulf of Mexico». Environmental Pollution: 798–809. ISSN 0269-7491. doi:10.1016/j.envpol.2017.07.030. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ Katija, Kakani; Choy, C. Anela; Sherlock, Rob E.; Sherman, Alana D.; Robison, Bruce H. (agosto de 2017). «From the surface to the seafloor: How giant larvaceans transport microplastics into the deep sea». Science Advances (8): e1700715. ISSN 2375-2548. doi:10.1126/sciadv.1700715. Consultado em 1 de julho de 2021
- ↑ Vega-Pérez, Luz Amelia; Campos, Meiri Aparecida Gurgel de; Schinke, Katya Patrícia (dezembro de 2011). «Checklist da classe appendicularia (Chordata: Tunicata) do Estado de São Paulo, Brasil». Biota Neotropica (suppl 1): 761–769. ISSN 1676-0603. doi:10.1590/s1676-06032011000500037. Consultado em 1 de julho de 2021