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Bobo-pequeno: diferenças entre revisões

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O '''bobo-pequeno''', '''estapagado''' ou '''pardela-sombria''' ([[nome científico]]: '''''Puffinus puffinus''''') é uma espécie de [[Aves|ave]] [[ciconiforme]] (anteriormente [[procelariiforme]]), europeia da família dos [[procelariídeos]]. Tais aves chegam a medir até 35&nbsp;cm de comprimento, possuindo bico fino e escuro, partes superiores de cor negra uniforme. São conhecidas pelos nomes de bobo-pequeno ([[Brasil]]), boeiro, boieiro ([[Região Autónoma da Madeira|Madeira]]), corva, estapagado (Madeira e [[Açores]]), estrapagado, estrapagarro (Madeira), feiticeiro, feiticeiro-do-mar, frulho (Açores), fura-bucho, papagarro, pardela-sombria, patagarro (Madeira) e vira-bucho.<ref>{{Citar livro| autor = COSTA, Hélder |numero-autores= et al| título = Nomes Portugueses das Aves do Paleárctico Ocidental| ano = 2000| publicação = Lisboa| isbn = Assírio & Alvim}}</ref>
O '''bobo-pequeno''', '''estapagado''' ou '''pardela-sombria''' ([[nome científico]]: '''''Puffinus puffinus''''') é uma espécie de [[Aves|ave]] [[ciconiforme]] (anteriormente [[procelariiforme]]), europeia da família dos [[procelariídeos]]. Tais aves chegam a medir até 35&nbsp;cm de comprimento, possuindo bico fino e escuro, partes superiores de cor negra uniforme. São conhecidas pelos nomes de bobo-pequeno ([[Brasil]]), boeiro, boieiro ([[Região Autónoma da Madeira|Madeira]]), corva, estapagado (Madeira e [[Açores]]), estrapagado, estrapagarro (Madeira), feiticeiro, feiticeiro-do-mar, frulho (Açores), fura-bucho, papagarro, pardela-sombria, patagarro (Madeira) e vira-bucho.<ref>{{Citar livro| autor = COSTA, Hélder |numero-autores= et al| título = Nomes Portugueses das Aves do Paleárctico Ocidental| ano = 2000| publicação = Lisboa| isbn = Assírio & Alvim}}</ref>



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== Conservação ==

== Taxonomia ==
Os bobos e pardelas (em inglês, ''shearwater'') fazem parte da família [[Procellariidae]], um grupo extenso que contém cerca de 100 espécies de [[Ave oceânica|aves marinhas]] de médio a grande porte. Eles têm asas longas e estreitas e um característico “nariz tubular”.<ref name="hbwonlinefam">{{Citar web |url=http://www.hbw.com/family/petrels-shearwaters-procellariidae |titulo=Procellariidae: Petrels, Shearwaters |acessodata=14 de dezembro de 2014 |website=Handbook of the Birds of the World Alive |publicado=Lynx Edicions |ano=2013 |editor-sobrenome=Hoyo, Josep del |local=Barcelona |editor-sobrenome2=Elliott, Andrew |editor-sobrenome3=Sargatal, Jordi |editor-sobrenome4=Christie, David A |editor-sobrenome5=de Juana, Eduardo}} {{Inscrição necessária}}</ref> Embora tenha sido considerada uma espécie monotípica, recentemente uma subespécie endêmica para as [[Ilhas Canárias]] foi proposta: ''P. puffinus canariensis'' .<ref>{{Citar periódico |titulo=Cryptic differentiation in the Manx Shearwater hinders the identification of a new endemic subspecies |data=15 de setembro de 2020 |ultimo=Rodríguez |primeiro=Airam |ultimo2=Rodríguez |primeiro2=Beneharo |paginas=jav.02633 |doi=10.1111/jav.02633 |ultimo3=Montelongo |primeiro3=Tinguaro |ultimo4=Garcia‐Porta |primeiro4=Joan |ultimo5=Pipa |primeiro5=Tania |ultimo6=Carty |primeiro6=Martin |ultimo7=Danielsen |primeiro7=Jóhannis |ultimo8=Nunes |primeiro8=João |ultimo9=Silva |primeiro9=Carlos |volume=51 |periódico=Journal of Avian Biology}}</ref> O grande gênero ''Puffinus'' inclui várias espécies anteriormente consideradas subespécies do bobo-pequeno, incluindo o bobo yelkouan, [[Pardela-do-mediterrâneo|a pardela-do-mediterrâneo]], [[Puffinus huttoni|a pardela de Hutton]] , a pardela negra, a [[Puffinus gavia|pardela esvoaçante]],<ref name="hbwonline">{{Citar web |url=http://www.hbw.com/species/manx-shearwater-puffinus-puffinus |titulo=Manx Shearwater (''Puffinus puffinus'') |acessodata=11 de outubro de 2014 |website=Handbook of the Birds of the World Alive |publicado=Lynx Edicions |ano=2013 |editor-sobrenome=Hoyo, Josep del |local=Barcelona |editor-sobrenome2=Elliott, Andrew |editor-sobrenome3=Sargatal, Jordi |editor-sobrenome4=Christie, David A |editor-sobrenome5=de Juana, Eduardo}} {{Inscrição necessária}}</ref> a pardela de Townsend e a pardela havaiana .<ref name="austin">{{Citar periódico |url=http://www.cebc.cnrs.fr/PUBLIPDF/2004/AAuk121.pdf |titulo=A global molecular phylogeny of the small ''Puffinus'' shearwaters and implications for systematics of the Little-Audubon's Shearwater complex |acessodata=2014-12-20 |ultimo=Austin |primeiro=Jeremy J |ultimo2=Bretagnolle |primeiro2=Vincent |ano=2004 |paginas=847–864 |doi=10.2307/4090321 |jstor=4090321 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150621215349/http://www.cebc.cnrs.fr/publipdf/2004/AAuk121.pdf |arquivodata=2015-06-21 |ultimo3=Pasquet |primeiro3=Eric |volume=121 |periódico=Auk}}</ref><ref name="murphy">{{Citar periódico |url=http://digitallibrary.amnh.org/dspace/bitstream/2246/4051/1/N1586.pdf |titulo=The Manx Shearwater, ''Puffinus puffinus'', as a species of world-wide distribution |ultimo=Murphy |primeiro=Robert Cushman |ano=1952 |paginas=1–21 |volume=1586 |periódico=American Museum Novitates}}</ref> Destas, as pardelas havaianas e possivelmente as de Townsend parecem ser as mais estreitamente relacionadas com os bobos.<ref name="austin" />

Três espécies extintas parecem estar intimamente relacionadas como bobo-pequeno: a pardela de lava,<ref name="lava">{{Citar periódico |titulo=Evidence for a second western Palaearctic seabird extinction during the last Millennium: the Lava Shearwater ''Puffinus olsoni'' |ultimo=Rando |primeiro=J C |ultimo2=Alcover |primeiro2=J A |ano=2008 |paginas=188–192 |doi=10.1111/j.1474-919X.2007.00741.x |volume=150 |periódico=Ibis}}</ref> a pardela de duna e a pardela de Scarlett .<ref name="jo">{{Citar periódico |url=https://hal.archives-ouvertes.fr/hal-00568357/file/PEER_stage2_10.1007%252Fs10336-009-0463-6.pdf |titulo=On the extinction of the Dune Shearwater (''Puffinus holeae'') from the Canary Islands |ultimo=Rando, Juan Carlos |ultimo2=Alcover, Josep Antoni |ano=2009 |paginas=365–369 |doi=10.1007/s10336-009-0463-6 |volume=151 |periódico=Journal of Ornithology}}</ref><ref name="scarlett">{{Citar periódico |titulo=A new fossil species of shearwater ''Puffinus'' from the Late Quaternary of the South Island, New Zealand, and notes on the biogeography and evolution of the ''Puffinus gavia'' superspecies |ultimo=Holdaway |primeiro=R N |ultimo2=Worthy |primeiro2=T H |ano=1994 |paginas=201–215 |doi=10.1071/mu9940201 |volume=94 |periódico=Emu}}</ref> [[Ácido desoxirribonucleico|DNA]] recuperado da pardela de lava das [[Ilhas Canárias]] sugere que é a [[Grupo irmão|espécie irmã]] do bobo-pequeno, apesar de ser significativamente menor.<ref name="ramirez">{{Citar periódico |titulo=Ancient DNA of the extinct Lava Shearwater (''Puffinus olsoni'') from the Canary Islands reveals incipient differentiation within the ''P. puffinus'' complex |ultimo=Ramirez |primeiro=O |ultimo2=Illera |primeiro2=J C |ano=2010 |pagina=e16072 |bibcode=2010PLoSO...516072R |doi=10.1371/journal.pone.0016072 |pmc=3013140 |pmid=21209838 |ultimo3=Rando |primeiro3=J C |ultimo4=Gonzalez-Solis |primeiro4=J |ultimo5=Alcover |primeiro5=J A |ultimo6=Lalueza-Fox |primeiro6=C |volume=5 |periódico=PLOS ONE}}</ref>

O bobo-pequeno foi descrita pelo primeira vez pelo zoólogo dinamarquês [[Morten Thrane Brünnich]] como ''Procellaria puffinus'' em 1764.<ref>{{Citar web |url=http://www.hbw.com/species/manx-shearwater-puffinus-puffinus |titulo=Manx Shearwater (''Puffinus puffinus'') |acessodata=11 de outubro de 2014 |website=Handbook of the Birds of the World Alive |publicado=Lynx Edicions |ano=2013 |editor-sobrenome=Hoyo, Josep del |local=Barcelona |editor-sobrenome2=Elliott, Andrew |editor-sobrenome3=Sargatal, Jordi |editor-sobrenome4=Christie, David A |editor-sobrenome5=de Juana, Eduardo}}<cite class="citation web cs1" data-ve-ignore="true">Hoyo, Josep del; Elliott, Andrew; Sargatal, Jordi; Christie, David A; de Juana, Eduardo, eds. (2013). [http://www.hbw.com/species/manx-shearwater-puffinus-puffinus "Manx Shearwater (''Puffinus puffinus'')"]. ''Handbook of the Birds of the World Alive''. Barcelona: Lynx Edicions<span class="reference-accessdate">. Retrieved <span class="nowrap">11 October</span> 2014</span>.</cite> {{Inscrição necessária}}</ref><ref name="brun">{{Citar livro|título=Ornithologia Borealis|ultimo=Brunnich|primeiro=Morten Thrane|ano=1764|localização=Hafniae|língua=la|autorlink=Morten Thrane Brünnich}}</ref> O nome científico atual ''Puffinus'' deriva de "puffin" e suas variantes, como poffin, pophyn e puffing,<ref name="oedpuffin">{{Citar web |url=http://www.oed.com/view/Entry/154193?rskey=GJrKv4&result=1&isAdvanced=false#eid |titulo=Puffin |acessodata=14 de dezembro de 2014 |website=Oxford English Dictionary |publicado=Oxford University Press}}{{Inscrição necessária}}</ref> que se referiam à carcaça curada do filhote da pardela, uma antiga iguaria.<ref name="job323">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/Helm_Dictionary_of_Scientific_Bird_Names_by_James_A._Jobling|título=The Helm Dictionary of Scientific Bird Names|ultimo=Jobling|primeiro=James A|editora=Christopher Helm|ano=2010|localização=London|isbn=978-1-4081-2501-4}}</ref> O uso original data de pelo menos 1337, mas já em 1678, o termo gradualmente passou a ser usado para outra ave marinha, o [[Fradinho|papagaio-do-mar]] do Atlântico.<ref name="oedpuffin" /> O nome inglês atual ("Manx shearwater") foi registrado pela primeira vez em 1835 e refere-se ao antigo aninhamento desta espécie na [[Ilha de Man]] .<ref name="oedmanx">{{Citar web |url=http://www.oed.com/view/Entry/113817?redirectedFrom=manx#eid |titulo=Manx |acessodata=14 de dezembro de 2014 |website=Oxford English Dictionary |publicado=Oxford University Press}}{{Inscrição necessária}}</ref>

== Descrição ==
[[Ficheiro:Puffinus_puffinus_-Iceland_-flying-6.jpg|miniaturadaimagem| Voando na Islândia]]
O bobo pequeno te 30-38 centímetros de comprimento, com uma envergadura de asa de 76-89 centímetros, pesando de 350-575 gramas.<ref>{{Citar web |url=http://www.hbw.com/species/manx-shearwater-puffinus-puffinus |titulo=Manx Shearwater (''Puffinus puffinus'') |acessodata=11 de outubro de 2014 |website=Handbook of the Birds of the World Alive |publicado=Lynx Edicions |ano=2013 |editor-sobrenome=Hoyo, Josep del |local=Barcelona |editor-sobrenome2=Elliott, Andrew |editor-sobrenome3=Sargatal, Jordi |editor-sobrenome4=Christie, David A |editor-sobrenome5=de Juana, Eduardo}}<cite class="citation web cs1" data-ve-ignore="true">Hoyo, Josep del; Elliott, Andrew; Sargatal, Jordi; Christie, David A; de Juana, Eduardo, eds. (2013). [http://www.hbw.com/species/manx-shearwater-puffinus-puffinus "Manx Shearwater (''Puffinus puffinus'')"]. ''Handbook of the Birds of the World Alive''. Barcelona: Lynx Edicions<span class="reference-accessdate">. Retrieved <span class="nowrap">11 October</span> 2014</span>.</cite> {{Inscrição necessária}}</ref> Tem o vôo "cortante" típico do gênero, mergulhando de um lado para o outro com as asas rígidas, com poucas batidas de asa, as pontas quase tocando a água. Este pássaro se parece com uma cruz voadora, com suas asas mantidas em ângulos retos com o corpo, e muda de preto para branco à medida que as partes superiores pretas e brancas sob as laterais são expostas alternadamente enquanto viaja baixo sobre o mar.

=== Vocalização ===
Esta avase é silenciosa no mar, mesmo quando os pássaros estão reunidos nas colônias de reprodução. Ele vocaliza em suas visitas noturnas às tocas de nidificação. As vocalizações consistem principalmente em uma série estridente de sussurros, uivos e gritos, normalmente em grupos de algumas sílabas, que se tornam mais fracas e guturais. O macho tem tons claros de toque e gritos que são ausentes do repertório mais bruto da fêmea, a diferença sendo óbvia quando um casal faz duetos. As fêmeas podem reconhecer a voz de seus companheiros, mas não de seus filhotes.<ref>{{Citar web |url=http://www.hbw.com/species/manx-shearwater-puffinus-puffinus |titulo=Manx Shearwater (''Puffinus puffinus'') |acessodata=11 de outubro de 2014 |website=Handbook of the Birds of the World Alive |publicado=Lynx Edicions |ano=2013 |editor-sobrenome=Hoyo, Josep del |local=Barcelona |editor-sobrenome2=Elliott, Andrew |editor-sobrenome3=Sargatal, Jordi |editor-sobrenome4=Christie, David A |editor-sobrenome5=de Juana, Eduardo}}<cite class="citation web cs1" data-ve-ignore="true">Hoyo, Josep del; Elliott, Andrew; Sargatal, Jordi; Christie, David A; de Juana, Eduardo, eds. (2013). [http://www.hbw.com/species/manx-shearwater-puffinus-puffinus "Manx Shearwater (''Puffinus puffinus'')"]. ''Handbook of the Birds of the World Alive''. Barcelona: Lynx Edicions<span class="reference-accessdate">. Retrieved <span class="nowrap">11 October</span> 2014</span>.</cite> {{Inscrição necessária}}</ref><ref>{{Citar livro|título=The Birds of the Western Palearctic concise edition (2 volumes)|editora=Oxford University Press|ano=1998|editor-sobrenome=Snow|editor-nome=David Snow (ornithologist)|localização=Oxford|isbn=978-0-19-854099-1|editor-sobrenome2=Perrins|editor-link2=Chris Perrins}}</ref> Eles não prestam cuidados pós-nidificação, e como um filhote em sua toca é provavelmente deles, a identificação por voz não é necessária.<ref name="Brooke195">{{Citar livro|título=The Manx Shearwater|ultimo=Brooke|primeiro=Michael|ano=2010|series=Poyser Monographs|localização=London|isbn=978-1408137536}}</ref>

=== Visão ===
[[Ficheiro:Manxshearwaterretina.svg|miniaturadaimagem| Cada retina do bobo-pequeno tem uma [[fóvea]] e uma faixa alongada de alta densidade de fotorreceptores. O [[Pécten ocular|pecten]] ocular possui muitos vasos sanguíneos e parece manter a retina suprida de nutrientes.<ref name="retina">Schematic diagram of retina of right eye, loosely based on Sturkie (1998) p. 6.</ref>]]
A [[Visão das aves|visão]] do bobo-pequeno tem uma série de adaptações ao seu modo de vida. Como outras aves marinhas com nariz tubular, tem uma área longa e estreita de sensibilidade visual contendo a [[fóvea]] na [[retina]] do olho.<ref name="Sturkie">Güntürkün, Onur, "Structure and functions of the eye" in Sturkie (1998) pp. 1–18.</ref> Esta região é caracterizada pela presença de células ganglionares regularmente organizadas e maiores do que as encontradas no resto da retina. Este recurso auxilia na detecção de itens em uma pequena área projetada abaixo e ao redor do bico. Pode ajudar na detecção de presas perto da superfície do mar quando um pássaro voa baixo sobre ela.<ref name="Hayes">{{Citar periódico |titulo=Novel area serving binocular vision in the retinae of procellariiform seabirds |ultimo=Hayes |primeiro=Brian |ano=1991 |paginas=79–84 |doi=10.1159/000114348 |pmid=2054586 |volume=37 |periódico=Brain, Behavior and Evolution}}</ref>

Uma vez que visita sua colônia de reprodução à noite, o bobo também tem adaptações para a visão noturna. Nos olhos do bobo, a [[Cristalino|lente]] faz a maior parte da curvatura da luz necessária para produzir uma imagem focada na retina. A [[córnea]], a cobertura externa do olho, é relativamente plana, portanto, de baixo poder [[Refração|refrativo.]] Em um pássaro diurno como um [[Columba livia|pombo]], o inverso é verdadeiro; a córnea é altamente curva e é o principal componente refrativo. A relação entre a refração da lente e a da córnea é de 1,6 para a o bobo e 0,4 para o pombo. A distância focal mais curta dos olhos do bobo dá-lhes uma imagem menor, mas mais brilhante do que no caso dos pombos. Embora o bobo-pequenox tenha adaptações para a visão noturna, o efeito é pequeno, e essas aves provavelmente também usam o olfato e a audição para localizar seus ninhos.<ref name="Martinbrooke">{{Citar periódico |titulo=The eye of a procellariiform seabird, the Manx Shearwater, ''Puffinus puffinus'': Visual fields and optical structure |ultimo=Martin |primeiro=Graham R |ultimo2=Brooke |primeiro2=M de L |ano=1991 |paginas=65–78 |doi=10.1159/000114347 |pmid=2054585 |volume=37 |periódico=Brain, Behavior and Evolution}}</ref>

== Distribuição e habitat ==
O bobo-pequeno é uma espécie inteiramente marinha, normalmente voando dentro de 10 metros da superfície do mar. Ele nidifica em tocas em pequenas ilhas, que visita apenas à noite.<ref name="BWP">{{Citar livro|título=The Birds of the Western Palearctic concise edition (2 volumes)|editora=Oxford University Press|ano=1998|editor-sobrenome=Snow|editor-nome=David Snow (ornithologist)|localização=Oxford|isbn=978-0-19-854099-1|editor-sobrenome2=Perrins|editor-link2=Chris Perrins}}</ref> As suas colónias de nidificação encontram-se no [[Oceano Atlântico|Oceano Atlântico Norte,]] no [[Reino Unido]], [[Irlanda]], [[Islândia]], [[Ilhas Feroe|Ilhas Faroé]], [[França]], [[Ilha de Man]], Ilhas do Canal, [[Açores]], [[Canárias|Ilhas Canárias]] e [[Madeira (região autónoma)|Madeira]]. As colônias mais importantes, com um total de mais de 300.000 pares, estão nas ilhas do [[País de Gales]], [[Escócia]] e [[Irlanda do Norte]]. Três quartos das aves britânicas e irlandesas se reproduzem em apenas três ilhas; Skomer, Skokholm e Rùm . Cerca de 7.000 a 9.000 pares se reproduzem na Islândia, com pelo menos 15.000 casais nas Ilhas Faroé. Outras populações são de, no máximo, algumas centenas de pares. O nordeste da América do Norte foi colonizado recentemente de [[Terra Nova e Labrador|Newfoundland and Labrador]] a [[Massachusetts]] ; embora a reprodução tenha sido registrada pela primeira vez em 1973, as populações permanecem pequenas. Os registros no nordeste do [[Oceano Pacífico|Pacífico]] estão aumentando e há suspeitas de reprodução na [[Colúmbia Britânica]] e no [[Alasca]] .<ref>{{Citar web |url=http://www.hbw.com/species/manx-shearwater-puffinus-puffinus |titulo=Manx Shearwater (''Puffinus puffinus'') |acessodata=11 de outubro de 2014 |website=Handbook of the Birds of the World Alive |publicado=Lynx Edicions |ano=2013 |editor-sobrenome=Hoyo, Josep del |local=Barcelona |editor-sobrenome2=Elliott, Andrew |editor-sobrenome3=Sargatal, Jordi |editor-sobrenome4=Christie, David A |editor-sobrenome5=de Juana, Eduardo}}<cite class="citation web cs1" data-ve-ignore="true">Hoyo, Josep del; Elliott, Andrew; Sargatal, Jordi; Christie, David A; de Juana, Eduardo, eds. (2013). [http://www.hbw.com/species/manx-shearwater-puffinus-puffinus "Manx Shearwater (''Puffinus puffinus'')"]. ''Handbook of the Birds of the World Alive''. Barcelona: Lynx Edicions<span class="reference-accessdate">. Retrieved <span class="nowrap">11 October</span> 2014</span>.</cite> {{Inscrição necessária}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Goettel, Beth |url=http://www.fws.gov/fieldnotes/regmap.cfm?arskey=26734 |titulo=Manx Shearwaters decide National Wildlife Refuge is perfect place to raise a chick |data=8 de setembro de 2009 |acessodata=25 de janeiro de 2013 |publicado=U S Fish and Wildlife Service}}</ref>

Durante a época de reprodução, as aves viajam regularmente entre sua colônia e áreas de alimentação distantes da costa que podem chegar a 1.500 km de distância.<ref name=":0">{{Citar periódico |titulo=Variation in foraging strategies over a large spatial scale reduces parent–offspring conflict in Manx shearwaters |data=2019-05-01 |ultimo=Wischnewski |primeiro=Saskia |ultimo2=Arneill |primeiro2=Gavin E. |paginas=165–176 |doi=10.1016/j.anbehav.2019.03.014 |issn=0003-3472 |ultimo3=Bennison |primeiro3=Ashley W. |ultimo4=Dillane |primeiro4=Eileen |ultimo5=Poupart |primeiro5=Timothée A. |ultimo6=Hinde |primeiro6=Camilla A. |ultimo7=Jessopp |primeiro7=Mark J. |ultimo8=Quinn |primeiro8=John L. |volume=151 |periódico=Animal Behaviour}}</ref> Por exemplo, observou-se que os bobos-pequenos que criam seus filhotes na costa oeste da [[Irlanda (ilha)|Irlanda]] viajam até a [[Dorsal Mesoatlântica]] para se alimentar quando as condições são adequadas.<ref name=":0" />

As colônias de reprodução ficam desertas de julho a março, quando as aves [[Migração de aves|migram]] para o Atlântico Sul, invernando principalmente no [[Brasil]] e na [[Argentina]], com números menores no sudoeste da [[África do Sul]].<ref name="Onley">{{Citar livro|título=Albatrosses, Petrels and Shearwaters of the World (Helm Field Guides)|ultimo=Onley|primeiro=Derek|ultimo2=Scofield|primeiro2=Paul|editora=London: Christopher Helm|ano=2007|isbn=978-0-7136-4332-9}}</ref> A jornada para o sul pode ser superior a 10 mil quilômetros,<ref name="guild">{{Citar periódico |titulo=Migration and stopover in a small pelagic seabird, the Manx shearwater ''Puffinus puffinus'': insights from machine learning |ultimo=Guilford |primeiro=T G |ultimo2=Meade |primeiro2=J |ano=2009 |paginas=1215–1223 |doi=10.1098/rspb.2008.1577 |pmc=2660961 |pmid=19141421 |ultimo3=Willis |primeiro3=J |ultimo4=Phillips |primeiro4=R A |ultimo5=Boyle |primeiro5=D |ultimo6=Roberts |primeiro6=S |ultimo7=Collett |primeiro7=M |ultimo8=Freeman |primeiro8=R |ultimo9=Perrins |primeiro9=C M |volume=276 |periódico=Proceedings of the Royal Society B}}</ref> então um pássaro de 50 anos provavelmente cobriu mais de um milhão de quilômetros apenas em migração. A migração também parece ser bastante complexa, contendo muitas escalas e zonas de forrageamento em todo o Oceano Atlântico.<ref name="MigrationBehaviour2013">{{Citar periódico |titulo=Predictive ethoinformatics reveals the complex migratory behaviour of a pelagic seabird, the Manx Shearwater |ultimo=Freeman |primeiro=R. |ultimo2=Dean |primeiro2=B. |ano=2013 |paginas=20130279 |doi=10.1098/rsif.2013.0279 |pmc=3673166 |pmid=23635496 |ultimo3=Kirk |primeiro3=H. |ultimo4=Leonard |primeiro4=K. |ultimo5=Phillips |primeiro5=R. A. |ultimo6=Perrins |primeiro6=C. M. |ultimo7=Guilford |primeiro7=T. |volume=10 |periódico=Journal of the Royal Society Interface}}</ref> O ornitologista Chris Mead estimou que um pássaro anilhado em [[1957]] quando tinha cerca de 5 anos e ainda reproduzindo na [[Ilha Bardsey|Ilha de Bardsey,]] no [[País de Gales]], em abril de [[2002]], voou mais de 8 milhões de quilômetros no total durante sua vida de 50 anos.<ref name="CNN2002">{{Citar web |url=http://edition.cnn.com/2002/WORLD/europe/04/18/britain.bird/index.html?iref=allsearch |titulo=Oldest bird clocks 5 million miles |data=18 de abril de 2002 |acessodata=31 de março de 2013 |publicado=CNN.com}}</ref>

Os bobos-pequenos podem voar diretamente de volta para suas tocas quando liberadas a centenas de quilômetros de distância, mesmo longe do oceano.<ref name="Birkhead168">Birkhead (2012) pp. 168–172.</ref>
[[Ficheiro:800,Manx_shearwater.jpg|miniaturadaimagem| Em vôo]]

== Comportamento ==
Os bobos-pequenos são aves de vida longa. Um bobo-pequeno que se reproduz na Ilha de Copeland, [[Irlanda do Norte]], era em 2003/04, a ave selvagem viva mais velha conhecida no mundo: [[Anilhagem de aves|anilhada]] quando adulta (pelo menos 5 anos) em julho de 1953, foi re-capturada em julho de 2003, tendo pelo menos 55 anos.<ref>{{Citar periódico |titulo=Bird ringing in Britain and Ireland in 2003 |data=2004 |ultimo=Jacquie A. Clark |ultimo2=Robert A. Robinson |pagina=114 |doi=10.1080/03078698.2004.9674318 |ultimo3=Dawn E. Balmer |ultimo4=Sue Y. Adams |ultimo5=Mark P. Collier |ultimo6=Mark J. Grantham |ultimo7=Jeremy R. Blackburn |ultimo8=Bridget M. Griffin |volume=22|periódico=Ringing and Migration}}</ref>

Esta é uma espécie gregária, que pode ser vista em grande número em barcos ou promontórios, especialmente na [[Migração de aves|migração]] no outono. É silencioso no mar, mas à noite, as colônias de reprodução estão vivas com gritos estridentes e cacarejantes.

=== Reprodução ===
Embora os bobos retornem às colônias reprodutoras a partir de março, as fêmeas freqüentemente partem novamente por 2 a 3 semanas antes da postura dos ovos no início de maio. Os machos retornam às colônias em que nasceram, mas até metade das fêmeas podem se mudar para outro lugar. O ninho é uma [[Nidificação|toca]], muitas vezes previamente escavada por um [[Coelho-europeu|coelho europeu]], embora os bobos possam cavar seus próprios buracos. Buracos adequados sob as rochas também podem ser usados. As tocas podem ser reaproveitadas nos anos subsequentes.<ref>{{Citar web |url=http://www.hbw.com/species/manx-shearwater-puffinus-puffinus |titulo=Manx Shearwater (''Puffinus puffinus'') |acessodata=11 de outubro de 2014 |website=Handbook of the Birds of the World Alive |publicado=Lynx Edicions |ano=2013 |editor-sobrenome=Hoyo, Josep del |local=Barcelona |editor-sobrenome2=Elliott, Andrew |editor-sobrenome3=Sargatal, Jordi |editor-sobrenome4=Christie, David A |editor-sobrenome5=de Juana, Eduardo}}<cite class="citation web cs1" data-ve-ignore="true">Hoyo, Josep del; Elliott, Andrew; Sargatal, Jordi; Christie, David A; de Juana, Eduardo, eds. (2013). [http://www.hbw.com/species/manx-shearwater-puffinus-puffinus "Manx Shearwater (''Puffinus puffinus'')"]. ''Handbook of the Birds of the World Alive''. Barcelona: Lynx Edicions<span class="reference-accessdate">. Retrieved <span class="nowrap">11 October</span> 2014</span>.</cite> {{Inscrição necessária}}</ref>

O ovo branco, único, tem em média 61 mm x 42 mm e pesa 57 gramas, dos quais 7% é casca.<ref name="bto">{{Citar web |url=http://blx1.bto.org/birdfacts/results/bob460.htm |titulo=Manx Shearwater ''Puffinus puffinus'' [Brünnich, 1764] |acessodata=17 de janeiro de 2015 |website=BirdFacts |publicado=British Trust for Ornithology (BTO)}}</ref>

=== Alimentação ===
O bobo-pequeno se alimenta de pequenos [[peixe]]s ( arenques, espadilhas e galeotas ), [[crustáceo]]s, [[cefalópodes]] e vísceras da superfície. A ave pega comida na superfície ou por meio de mergulho de busca e se alimenta sozinha ou em pequenos bandos. Pode ser atraído por [[cetáceos]] se alimentando, mas raramente segue barcos ou se associa a outras espécies de bobos.<ref>{{Citar web |url=http://www.hbw.com/species/manx-shearwater-puffinus-puffinus |titulo=Manx Shearwater (''Puffinus puffinus'') |acessodata=11 de outubro de 2014 |website=Handbook of the Birds of the World Alive |publicado=Lynx Edicions |ano=2013 |editor-sobrenome=Hoyo, Josep del |local=Barcelona |editor-sobrenome2=Elliott, Andrew |editor-sobrenome3=Sargatal, Jordi |editor-sobrenome4=Christie, David A |editor-sobrenome5=de Juana, Eduardo}}<cite class="citation web cs1" data-ve-ignore="true">Hoyo, Josep del; Elliott, Andrew; Sargatal, Jordi; Christie, David A; de Juana, Eduardo, eds. (2013). [http://www.hbw.com/species/manx-shearwater-puffinus-puffinus "Manx Shearwater (''Puffinus puffinus'')"]. ''Handbook of the Birds of the World Alive''. Barcelona: Lynx Edicions<span class="reference-accessdate">. Retrieved <span class="nowrap">11 October</span> 2014</span>.</cite> {{Inscrição necessária}}</ref>

Aves marinhas com nariz tubular podem detectar alimentos a uma distância de várias dezenas de quilômetros usando seu olfato para detectar resíduos e compostos como o [[dimetilsulfóxido]] produzidos quando o [[fitoplâncton]] é consumido pelo [[krill]] . Eles seguem o vento até encontrar um cheiro e o seguem contra o vento até sua origem.<ref name="Birkhead154">Birkhead (2012) pp. 154–158.</ref>
[[Ficheiro:Flesh-footed_Shearwater_(5041605168).jpg|miniaturadaimagem|268x268px| Rafting, um comportamento comum em bobos e pardelas]]

=== Rafting ===
Os bobos-pequenos adotam um comportamento denominado "rafting", em que os pássaros se sentam, geralmente em grandes grupos de mais de 10.000, na água adjacente à Ilha Skomer, colônia de reprodução antes e depois de visitar seus filhotes. As balsas ("rafts", em ingles) se aproximam da ilha durante a noite e se distanciam pela manhã, o que produz um efeito de "auréola" - onde nenhum pássaro é encontrado perto da ilha durante o dia. Esses ciclos diurnos e noturnos de distribuição de rafting são proeminentes para os bobos-pequenos ao redor da Ilha Skomer e podem fornecer uma forma de esperar o anoitecer que reduz o risco de [[predação]].<ref>{{Citar periódico |titulo=Manx shearwater (Puffinus puffinus) rafting behaviour revealed by GPS tracking and behavioural observations |data=2019-10-21 |ultimo=Richards |primeiro=Cerren |ultimo2=Padget |primeiro2=Oliver |paginas=e7863 |lingua=en |doi=10.7717/peerj.7863 |issn=2167-8359 |pmc=6812691 |pmid=31656697 |ultimo3=Guilford |primeiro3=Tim |ultimo4=Bates |primeiro4=Amanda E. |volume=7 |periódico=PeerJ}}</ref>

== Predadores e parasitas ==
Por causa de sua falta de mobilidade em terra, os bobos-pequenos são vulneráveis ao ataque de grandes gaivotas, como o [[alcatraz-comum]]<ref name="walestrust">{{Citar web |url=http://14f522daa698e78c0c81-f9ac00b47adae6ca5741b9c6cc0d6f03.r19.cf3.rackcdn.com/2011/05/Manx-Shearwater.pdf |titulo=Skomer Island: Manx Shearwater Factsheet |acessodata=17 de dezembro de 2014 |publicado=The Wildlife Trust of South and West Wales |arquivourl=https://web.archive.org/web/20141218163805/http://14f522daa698e78c0c81-f9ac00b47adae6ca5741b9c6cc0d6f03.r19.cf3.rackcdn.com/2011/05/Manx-Shearwater.pdf |arquivodata=18 de dezembro de 2014}}</ref> e o [[moleiro-grande]].<ref name="hedge">{{Citar periódico |url=http://www.seabirdgroup.org.uk/journals/as_4_1.pdf |titulo=The status and distribution of European storm-petrels ''Hydrobates pelagicus'' and Manx shearwaters ''Puffinus puffinus'' on the isles of Scilly |acessodata=2014-12-18 |ultimo=Heaney |primeiro=V |ultimo2=Ratcliffe |primeiro2=N |ano=2002 |paginas=1–15 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20141218161506/http://www.seabirdgroup.org.uk/journals/as_4_1.pdf |arquivodata=2014-12-18 |ultimo3=Brown |primeiro3=A |ultimo4=Robinson |primeiro4=P J |ultimo5=Lock |primeiro5=L |volume=4 |periódico=Atlantic Seabirds}}</ref> [[Ave de rapina|Aves de rapina]], como o [[falcão-peregrino]] e a [[águia-real]], também caçam aves adultas.<ref name="BB58">{{Citar periódico |url=http://www.britishbirds.co.uk/wp-content/uploads/article_files/V58/V58_N04/V58_N04_P149_152_N029.pdf |titulo=Manx Shearwaters and other sea-birds as prey of Peregrines and Golden Eagles |ultimo=Wormell |primeiro=P |ano=1965 |pagina=149 |volume=58 |periódico=British Birds}}</ref>

Ratos e gatos são um problema sério onde estão presentes; a grande colônia de bobos em [[Calf of Man]] foi destruída por ratos que chegaram de um naufrágio no final do século XVIII.<ref name="JNCC">{{Citar web |url=http://jncc.defra.gov.uk/page-2869 |titulo=Manx Shearwater ''Puffinus puffinus'' |acessodata=18 de dezembro de 2014 |publicado=Joint Nature Conservation Committee}}</ref> Os [[Ouriço-terrestre|ouriços terrestres]] comem os ovos das aves marinhas em seus ninhos onde foram introduzidos.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.seabirdgroup.org.uk/journals/as_4_1.pdf |titulo=The status and distribution of European storm-petrels ''Hydrobates pelagicus'' and Manx shearwaters ''Puffinus puffinus'' on the isles of Scilly |acessodata=2014-12-18 |ultimo=Heaney |primeiro=V |ultimo2=Ratcliffe |primeiro2=N |ano=2002 |paginas=1–15 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20141218161506/http://www.seabirdgroup.org.uk/journals/as_4_1.pdf |arquivodata=2014-12-18 |ultimo3=Brown |primeiro3=A |ultimo4=Robinson |primeiro4=P J |ultimo5=Lock |primeiro5=L |volume=4 |periódico=Atlantic Seabirds}}<cite class="citation journal cs1" data-ve-ignore="true" id="CITEREFHeaneyRatcliffeBrownRobinson2002">Heaney, V; Ratcliffe, N; Brown, A; Robinson, P J; Lock, L (2002). </cite></ref> Há registros que [[Veado-vermelho|veados-vermelhos]] matavam e se alimentavam de bobos jovens pelo menos em [[Foula]], Skokholm e Rùm; na última ilha, 4% dos filhotes são mortos por veados e ovelhas também estão envolvidas na matança.<ref name="Brookeix">Brooke (2010) p. ix.</ref> Acredita-se que a razão para o comportamento carnívoro seja a necessidade de cálcio extra.<ref name="furness">{{Citar periódico |titulo=Predation on ground-nesting seabirds by island populations of red deer ''Cervus elaphus'' and sheep ''Ovis'' |ultimo=Furness |primeiro=R W |ano=1988 |paginas=565–573 |doi=10.1111/j.1469-7998.1988.tb02451.x |volume=216 |periódico=Journal of Zoology}}</ref>

Os bobos-pequenos freqüentemente carregam piolhos ([[Mallophaga]]), a maioria dos quais são comedores de penas nos grupos [[Ischnocera]] ou [[Amblycera]], que também consomem sangue. Os mais comuns são os ischnoceras ''Halipeurus diversus'' e ''Trabeculus aviator'' . Os ninhos das aves reprodutoras freqüentemente contêm a pulga da cagarra; ''Ornithopsylla laetitiae'' também está comumente presente, que compartilha uma ancestralidade comum com pulgas de coelho norte-americanas.<ref name="Rothschild63">Rothschild & Clay (1957) p. 63.</ref> Onde suas tocas ficam próximas às dos papagaios-do-mar do Atlântico, o [[Ixodida|carrapato]] ''Ixodes uriae'' é comum.<ref name="Brooke16">Brooke (2010) pp. 16–17.</ref> O [[ácaro]] ''Neotrombicula autumnalis'' está frequentemente presente e tem sido implicado na disseminação da puffinose.<ref name="Brooke16" /> A pufinose é uma [[Vírus|doença viral]] na qual os pássaros jovens apresentam bolhas nos pés, [[conjuntivite]] e problemas de movimento. A taxa de mortalidade pode chegar a 70% em aves infectadas.<ref name="BB1965">{{Citar periódico |url=http://www.britishbirds.co.uk/wp-content/uploads/article_files/V58/V58_N10/V58_N10_P426_434_A080.pdf |titulo=Puffinosis among Manx Shearwaters on Skokholm |ultimo=Harris |primeiro=M P |ano=1965 |paginas=426–434 |volume=58 |periódico=British Birds}}</ref><ref name="BB1967">{{Citar periódico |url=http://www.britishbirds.co.uk/wp-content/uploads/article_files/V58/V58_N10/V58_N10_P426_434_A080.pdf |titulo=Puffinosis in Fulmars in Orkney and Shetland |ultimo=Macdonald |primeiro=J W |ultimo2=McMartin |primeiro2=D A |ano=1967 |paginas=356–360 |ultimo3=Walker |primeiro3=K G |ultimo4=Carins |primeiro4=M |ultimo5=Dennis |primeiro5=R H |volume=60 |periódico=British Birds}}</ref> Parasitas internos incluem a [[Cestoda|tênia]] ''Tetrabothrius cylindricus'' .<ref name="Rothschild197">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/fleasflukescucko00roth|título=Fleas, Flukes and Cuckoos. A study of bird parasites|ultimo=Rothschild|primeiro=Miriam|ultimo2=Clay|primeiro2=Theresa|editora=Macmillan|ano=1957|localização=New York}}</ref>

== Status ==
A população europeia do bobo-pequeno foi estimada em 350.000–390.000 casais reprodutores ou 1.050.000–1.700.000 de aves individuais e representa 95% do número total mundial. Embora a população desta espécie agora pareça estar diminuindo, a diminuição não é rápida ou grande o suficiente para acionar critérios de vulnerabilidade de conservação. Dados os seus números elevados, este bobo é classificado pela [[União Internacional para a Conservação da Natureza]] como sendo a [[Espécie pouco preocupante|menos preocupante]].<ref name="IUCN"><cite class="citation journal cs1" id="CITEREFBirdLife_International2012"><span class="cx-segment" data-segmentid="332">[[BirdLife International]] (2012). </span><span class="cx-segment" data-segmentid="334">[https://www.iucnredlist.org/details/22698226/0 "''Puffinus puffinus''"]. </span><span class="cx-segment" data-segmentid="335">''[[IUCN Red List|IUCN Red List of Threatened Species]]''. '''2012'''<span class="reference-accessdate">. </span></span></cite><span data-segmentid="337" class="cx-segment"><cite class="citation journal cs1" id="CITEREFBirdLife_International2012"><span class="reference-accessdate">Retrieved <span class="nowrap">26 November</span> 2013</span>.</cite><span class="citation-comment" style="display: none; color: #33aa33; margin-left: 0.3em;">old-form url</span></span></ref>

No norte de sua distribuição, os números são estáveis e a distribuição está se expandindo, mas as atividades humanas estão afetando as populações nas ilhas da [[Macaronésia]] [[Oceano Atlântico|no Oceano Atlântico]] oriental. Isso inclui pássaros encalhados quando ofuscados pela iluminação artificial. Tal como acontece com outras cagarras e petréis, os bobos-pequenos recém-emplumados são suscetíveis a encalhe em áreas construídas devido à luz artificial. O ciclo lunar e os fortes ventos terrestres influenciam os eventos de aterramento no oeste da [[Escócia]].<ref>{{Citar periódico |url=http://eprints.whiterose.ac.uk/129746/7/Syposz_et_al-2018-Ibis.pdf |titulo=Factors influencing Manx Shearwater grounding on the west coast of Scotland |ultimo=Syposz, M. |ultimo2=Gonçalves, F. |ano=2018 |paginas=846–854 |doi=10.1111/ibi.12594 |ultimo3=Carty, M. |ultimo4=Hoppitt, W. |ultimo5=Manco, F. |volume=160 |periódico=Ibis}}</ref> Cerca de 1000–5000 pintos por ano são legalmente levados para alimentação nas [[Ilhas Feroe|Ilhas Faroé]]. Mamíferos introduzidos são um problema, embora as populações possam se recuperar quando ratos e gatos são removidos das ilhas. Os coelhos podem tentar ocupar tocas, mas também cavar novos túneis.<ref>{{Citar web |url=http://www.hbw.com/species/manx-shearwater-puffinus-puffinus |titulo=Manx Shearwater (''Puffinus puffinus'') |acessodata=11 de outubro de 2014 |website=Handbook of the Birds of the World Alive |publicado=Lynx Edicions |ano=2013 |editor-sobrenome=Hoyo, Josep del |local=Barcelona |editor-sobrenome2=Elliott, Andrew |editor-sobrenome3=Sargatal, Jordi |editor-sobrenome4=Christie, David A |editor-sobrenome5=de Juana, Eduardo}}<cite class="citation web cs1" data-ve-ignore="true">Hoyo, Josep del; Elliott, Andrew; Sargatal, Jordi; Christie, David A; de Juana, Eduardo, eds. (2013). [http://www.hbw.com/species/manx-shearwater-puffinus-puffinus "Manx Shearwater (''Puffinus puffinus'')"]. ''Handbook of the Birds of the World Alive''. Barcelona: Lynx Edicions<span class="reference-accessdate">. Retrieved <span class="nowrap">11 October</span> 2014</span>.</cite> {{Inscrição necessária}}</ref>

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=== Conservação ===
Esta espécie encontra-se listada no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal com o estatuto de '''Em Perigo''' nos Açores e '''Vulnerável''' na Madeira.
Esta espécie encontra-se listada no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal com o estatuto de '''Em Perigo''' nos Açores e '''Vulnerável''' na Madeira.

== Na cultura ==
Os pintinhos grandes dos bobos-pequenos são muito ricos em óleos, por sua dieta de peixes, e são consumidos desde os tempos pré-históricos. Eles são facilmente retirados de suas tocas, e a colheita anual da [[Calf of Man]] pode ter chegado a 10.000 pássaros por ano no século XVII. Os jovens pássaros também foram comidos na Irlanda, Escócia e ilhas escocesas.<ref name="Cocker">{{Citar livro|título=Birds Britannica|ultimo=Cocker|primeiro=Mark|ultimo2=Mabey|primeiro2=Richard|editora=Chatto & Windus|ano=2005|isbn=978-0-7011-6907-7}}</ref>

Os gritos estranhos e noturnos dos bobos-pequenos levaram a associações com o sobrenatural. As colônias de reprodução em Trollavalm Trøllanes e Trøllhøvdi nas [[Ilhas Feroe|Ilhas Faroé]] são acreditados para ter adquirido suas associaçao com [[trol]]ls pelos clamores noturnos dessa ave.<ref name="Cocker2013">{{Citar livro|título=Birds and People|ultimo=Cocker|primeiro=Mark|ultimo2=Tipling|primeiro2=David|editora=Jonathan Cape=|ano=2013|localização=London =|isbn=978-0224081740}}</ref>





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* {{Link||2=http://www.avesdeportugal.info/pufpuf.html |3=Onde observar a pardela-sombria}}
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Revisão das 13h47min de 15 de julho de 2021

Como ler uma infocaixa de taxonomiaBobo-pequeno
Puffinus puffinus (à esquerda; com Puffinus griseus à direita)
Puffinus puffinus (à esquerda; com Puffinus griseus à direita)
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Procellariiformes
Família: Procellariidae
Género: Puffinus
Espécie: P. puffinus
Nome binomial
Puffinus puffinus
Brünnich, 1764
Distribuição geográfica

Sinónimos
Procellaria puffinus
O ovo

O bobo-pequeno, estapagado ou pardela-sombria (nome científico: Puffinus puffinus) é uma espécie de ave ciconiforme (anteriormente procelariiforme), europeia da família dos procelariídeos. Tais aves chegam a medir até 35 cm de comprimento, possuindo bico fino e escuro, partes superiores de cor negra uniforme. São conhecidas pelos nomes de bobo-pequeno (Brasil), boeiro, boieiro (Madeira), corva, estapagado (Madeira e Açores), estrapagado, estrapagarro (Madeira), feiticeiro, feiticeiro-do-mar, frulho (Açores), fura-bucho, papagarro, pardela-sombria, patagarro (Madeira) e vira-bucho.[1]


Taxonomia

Os bobos e pardelas (em inglês, shearwater) fazem parte da família Procellariidae, um grupo extenso que contém cerca de 100 espécies de aves marinhas de médio a grande porte. Eles têm asas longas e estreitas e um característico “nariz tubular”.[2] Embora tenha sido considerada uma espécie monotípica, recentemente uma subespécie endêmica para as Ilhas Canárias foi proposta: P. puffinus canariensis .[3] O grande gênero Puffinus inclui várias espécies anteriormente consideradas subespécies do bobo-pequeno, incluindo o bobo yelkouan, a pardela-do-mediterrâneo, a pardela de Hutton , a pardela negra, a pardela esvoaçante,[4] a pardela de Townsend e a pardela havaiana .[5][6] Destas, as pardelas havaianas e possivelmente as de Townsend parecem ser as mais estreitamente relacionadas com os bobos.[5]

Três espécies extintas parecem estar intimamente relacionadas como bobo-pequeno: a pardela de lava,[7] a pardela de duna e a pardela de Scarlett .[8][9] DNA recuperado da pardela de lava das Ilhas Canárias sugere que é a espécie irmã do bobo-pequeno, apesar de ser significativamente menor.[10]

O bobo-pequeno foi descrita pelo primeira vez pelo zoólogo dinamarquês Morten Thrane Brünnich como Procellaria puffinus em 1764.[11][12] O nome científico atual Puffinus deriva de "puffin" e suas variantes, como poffin, pophyn e puffing,[13] que se referiam à carcaça curada do filhote da pardela, uma antiga iguaria.[14] O uso original data de pelo menos 1337, mas já em 1678, o termo gradualmente passou a ser usado para outra ave marinha, o papagaio-do-mar do Atlântico.[13] O nome inglês atual ("Manx shearwater") foi registrado pela primeira vez em 1835 e refere-se ao antigo aninhamento desta espécie na Ilha de Man .[15]

Descrição

Voando na Islândia

O bobo pequeno te 30-38 centímetros de comprimento, com uma envergadura de asa de 76-89 centímetros, pesando de 350-575 gramas.[16] Tem o vôo "cortante" típico do gênero, mergulhando de um lado para o outro com as asas rígidas, com poucas batidas de asa, as pontas quase tocando a água. Este pássaro se parece com uma cruz voadora, com suas asas mantidas em ângulos retos com o corpo, e muda de preto para branco à medida que as partes superiores pretas e brancas sob as laterais são expostas alternadamente enquanto viaja baixo sobre o mar.

Vocalização

Esta avase é silenciosa no mar, mesmo quando os pássaros estão reunidos nas colônias de reprodução. Ele vocaliza em suas visitas noturnas às tocas de nidificação. As vocalizações consistem principalmente em uma série estridente de sussurros, uivos e gritos, normalmente em grupos de algumas sílabas, que se tornam mais fracas e guturais. O macho tem tons claros de toque e gritos que são ausentes do repertório mais bruto da fêmea, a diferença sendo óbvia quando um casal faz duetos. As fêmeas podem reconhecer a voz de seus companheiros, mas não de seus filhotes.[17][18] Eles não prestam cuidados pós-nidificação, e como um filhote em sua toca é provavelmente deles, a identificação por voz não é necessária.[19]

Visão

Cada retina do bobo-pequeno tem uma fóvea e uma faixa alongada de alta densidade de fotorreceptores. O pecten ocular possui muitos vasos sanguíneos e parece manter a retina suprida de nutrientes.[20]

A visão do bobo-pequeno tem uma série de adaptações ao seu modo de vida. Como outras aves marinhas com nariz tubular, tem uma área longa e estreita de sensibilidade visual contendo a fóvea na retina do olho.[21] Esta região é caracterizada pela presença de células ganglionares regularmente organizadas e maiores do que as encontradas no resto da retina. Este recurso auxilia na detecção de itens em uma pequena área projetada abaixo e ao redor do bico. Pode ajudar na detecção de presas perto da superfície do mar quando um pássaro voa baixo sobre ela.[22]

Uma vez que visita sua colônia de reprodução à noite, o bobo também tem adaptações para a visão noturna. Nos olhos do bobo, a lente faz a maior parte da curvatura da luz necessária para produzir uma imagem focada na retina. A córnea, a cobertura externa do olho, é relativamente plana, portanto, de baixo poder refrativo. Em um pássaro diurno como um pombo, o inverso é verdadeiro; a córnea é altamente curva e é o principal componente refrativo. A relação entre a refração da lente e a da córnea é de 1,6 para a o bobo e 0,4 para o pombo. A distância focal mais curta dos olhos do bobo dá-lhes uma imagem menor, mas mais brilhante do que no caso dos pombos. Embora o bobo-pequenox tenha adaptações para a visão noturna, o efeito é pequeno, e essas aves provavelmente também usam o olfato e a audição para localizar seus ninhos.[23]

Distribuição e habitat

O bobo-pequeno é uma espécie inteiramente marinha, normalmente voando dentro de 10 metros da superfície do mar. Ele nidifica em tocas em pequenas ilhas, que visita apenas à noite.[24] As suas colónias de nidificação encontram-se no Oceano Atlântico Norte, no Reino Unido, Irlanda, Islândia, Ilhas Faroé, França, Ilha de Man, Ilhas do Canal, Açores, Ilhas Canárias e Madeira. As colônias mais importantes, com um total de mais de 300.000 pares, estão nas ilhas do País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte. Três quartos das aves britânicas e irlandesas se reproduzem em apenas três ilhas; Skomer, Skokholm e Rùm . Cerca de 7.000 a 9.000 pares se reproduzem na Islândia, com pelo menos 15.000 casais nas Ilhas Faroé. Outras populações são de, no máximo, algumas centenas de pares. O nordeste da América do Norte foi colonizado recentemente de Newfoundland and Labrador a Massachusetts ; embora a reprodução tenha sido registrada pela primeira vez em 1973, as populações permanecem pequenas. Os registros no nordeste do Pacífico estão aumentando e há suspeitas de reprodução na Colúmbia Britânica e no Alasca .[25][26]

Durante a época de reprodução, as aves viajam regularmente entre sua colônia e áreas de alimentação distantes da costa que podem chegar a 1.500 km de distância.[27] Por exemplo, observou-se que os bobos-pequenos que criam seus filhotes na costa oeste da Irlanda viajam até a Dorsal Mesoatlântica para se alimentar quando as condições são adequadas.[27]

As colônias de reprodução ficam desertas de julho a março, quando as aves migram para o Atlântico Sul, invernando principalmente no Brasil e na Argentina, com números menores no sudoeste da África do Sul.[28] A jornada para o sul pode ser superior a 10 mil quilômetros,[29] então um pássaro de 50 anos provavelmente cobriu mais de um milhão de quilômetros apenas em migração. A migração também parece ser bastante complexa, contendo muitas escalas e zonas de forrageamento em todo o Oceano Atlântico.[30] O ornitologista Chris Mead estimou que um pássaro anilhado em 1957 quando tinha cerca de 5 anos e ainda reproduzindo na Ilha de Bardsey, no País de Gales, em abril de 2002, voou mais de 8 milhões de quilômetros no total durante sua vida de 50 anos.[31]

Os bobos-pequenos podem voar diretamente de volta para suas tocas quando liberadas a centenas de quilômetros de distância, mesmo longe do oceano.[32]

Em vôo

Comportamento

Os bobos-pequenos são aves de vida longa. Um bobo-pequeno que se reproduz na Ilha de Copeland, Irlanda do Norte, era em 2003/04, a ave selvagem viva mais velha conhecida no mundo: anilhada quando adulta (pelo menos 5 anos) em julho de 1953, foi re-capturada em julho de 2003, tendo pelo menos 55 anos.[33]

Esta é uma espécie gregária, que pode ser vista em grande número em barcos ou promontórios, especialmente na migração no outono. É silencioso no mar, mas à noite, as colônias de reprodução estão vivas com gritos estridentes e cacarejantes.

Reprodução

Embora os bobos retornem às colônias reprodutoras a partir de março, as fêmeas freqüentemente partem novamente por 2 a 3 semanas antes da postura dos ovos no início de maio. Os machos retornam às colônias em que nasceram, mas até metade das fêmeas podem se mudar para outro lugar. O ninho é uma toca, muitas vezes previamente escavada por um coelho europeu, embora os bobos possam cavar seus próprios buracos. Buracos adequados sob as rochas também podem ser usados. As tocas podem ser reaproveitadas nos anos subsequentes.[34]

O ovo branco, único, tem em média 61 mm x 42 mm e pesa 57 gramas, dos quais 7% é casca.[35]

Alimentação

O bobo-pequeno se alimenta de pequenos peixes ( arenques, espadilhas e galeotas ), crustáceos, cefalópodes e vísceras da superfície. A ave pega comida na superfície ou por meio de mergulho de busca e se alimenta sozinha ou em pequenos bandos. Pode ser atraído por cetáceos se alimentando, mas raramente segue barcos ou se associa a outras espécies de bobos.[36]

Aves marinhas com nariz tubular podem detectar alimentos a uma distância de várias dezenas de quilômetros usando seu olfato para detectar resíduos e compostos como o dimetilsulfóxido produzidos quando o fitoplâncton é consumido pelo krill . Eles seguem o vento até encontrar um cheiro e o seguem contra o vento até sua origem.[37]

Rafting, um comportamento comum em bobos e pardelas

Rafting

Os bobos-pequenos adotam um comportamento denominado "rafting", em que os pássaros se sentam, geralmente em grandes grupos de mais de 10.000, na água adjacente à Ilha Skomer, colônia de reprodução antes e depois de visitar seus filhotes. As balsas ("rafts", em ingles) se aproximam da ilha durante a noite e se distanciam pela manhã, o que produz um efeito de "auréola" - onde nenhum pássaro é encontrado perto da ilha durante o dia. Esses ciclos diurnos e noturnos de distribuição de rafting são proeminentes para os bobos-pequenos ao redor da Ilha Skomer e podem fornecer uma forma de esperar o anoitecer que reduz o risco de predação.[38]

Predadores e parasitas

Por causa de sua falta de mobilidade em terra, os bobos-pequenos são vulneráveis ao ataque de grandes gaivotas, como o alcatraz-comum[39] e o moleiro-grande.[40] Aves de rapina, como o falcão-peregrino e a águia-real, também caçam aves adultas.[41]

Ratos e gatos são um problema sério onde estão presentes; a grande colônia de bobos em Calf of Man foi destruída por ratos que chegaram de um naufrágio no final do século XVIII.[42] Os ouriços terrestres comem os ovos das aves marinhas em seus ninhos onde foram introduzidos.[43] Há registros que veados-vermelhos matavam e se alimentavam de bobos jovens pelo menos em Foula, Skokholm e Rùm; na última ilha, 4% dos filhotes são mortos por veados e ovelhas também estão envolvidas na matança.[44] Acredita-se que a razão para o comportamento carnívoro seja a necessidade de cálcio extra.[45]

Os bobos-pequenos freqüentemente carregam piolhos (Mallophaga), a maioria dos quais são comedores de penas nos grupos Ischnocera ou Amblycera, que também consomem sangue. Os mais comuns são os ischnoceras Halipeurus diversus e Trabeculus aviator . Os ninhos das aves reprodutoras freqüentemente contêm a pulga da cagarra; Ornithopsylla laetitiae também está comumente presente, que compartilha uma ancestralidade comum com pulgas de coelho norte-americanas.[46] Onde suas tocas ficam próximas às dos papagaios-do-mar do Atlântico, o carrapato Ixodes uriae é comum.[47] O ácaro Neotrombicula autumnalis está frequentemente presente e tem sido implicado na disseminação da puffinose.[47] A pufinose é uma doença viral na qual os pássaros jovens apresentam bolhas nos pés, conjuntivite e problemas de movimento. A taxa de mortalidade pode chegar a 70% em aves infectadas.[48][49] Parasitas internos incluem a tênia Tetrabothrius cylindricus .[50]

Status

A população europeia do bobo-pequeno foi estimada em 350.000–390.000 casais reprodutores ou 1.050.000–1.700.000 de aves individuais e representa 95% do número total mundial. Embora a população desta espécie agora pareça estar diminuindo, a diminuição não é rápida ou grande o suficiente para acionar critérios de vulnerabilidade de conservação. Dados os seus números elevados, este bobo é classificado pela União Internacional para a Conservação da Natureza como sendo a menos preocupante.[51]

No norte de sua distribuição, os números são estáveis e a distribuição está se expandindo, mas as atividades humanas estão afetando as populações nas ilhas da Macaronésia no Oceano Atlântico oriental. Isso inclui pássaros encalhados quando ofuscados pela iluminação artificial. Tal como acontece com outras cagarras e petréis, os bobos-pequenos recém-emplumados são suscetíveis a encalhe em áreas construídas devido à luz artificial. O ciclo lunar e os fortes ventos terrestres influenciam os eventos de aterramento no oeste da Escócia.[52] Cerca de 1000–5000 pintos por ano são legalmente levados para alimentação nas Ilhas Faroé. Mamíferos introduzidos são um problema, embora as populações possam se recuperar quando ratos e gatos são removidos das ilhas. Os coelhos podem tentar ocupar tocas, mas também cavar novos túneis.[53]

Conservação

Esta espécie encontra-se listada no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal com o estatuto de Em Perigo nos Açores e Vulnerável na Madeira.

Na cultura

Os pintinhos grandes dos bobos-pequenos são muito ricos em óleos, por sua dieta de peixes, e são consumidos desde os tempos pré-históricos. Eles são facilmente retirados de suas tocas, e a colheita anual da Calf of Man pode ter chegado a 10.000 pássaros por ano no século XVII. Os jovens pássaros também foram comidos na Irlanda, Escócia e ilhas escocesas.[54]

Os gritos estranhos e noturnos dos bobos-pequenos levaram a associações com o sobrenatural. As colônias de reprodução em Trollavalm Trøllanes e Trøllhøvdi nas Ilhas Faroé são acreditados para ter adquirido suas associaçao com trolls pelos clamores noturnos dessa ave.[55]



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