Pato: diferenças entre revisões

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{{Info/Taxonomia
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| nome =Pato
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| imagem_legenda = Pato da espécie ''Cairina moschata''
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== Etimologia ==
== Etimologia ==
[[File:Mandarin.duck.arp.jpg|thumb|[[Aix galericulata|Pato-mandarim]]]]
A palavra pato tem origem árabe, vindo da palavra ''batt'' que por sua vez se originou do persa ''bat''. A palavra árabe de origem semítica original era ''iwazz'' que se dedicava tanto aos [[ganso]]s quanto aos [[pato]]s, com a introdução da palavra persa, passou a distinguir-se um do outro. No latim se utilizava essa distinção com ''Anser''(gansos) e ''Anas''(patos). No português adotou-se também a palavra de origem árabe, como em espanhol. Porem, no [[Brasil]] adotou-se o termo especial ''marreco'' para designar os patos do velho mundo(''[[Pato-real|Anas platyrhynchos]]'') e até mesmo as aves consideradas de menor porte<ref>{{citar web|url=http://etimologias.dechile.net/?pato|título=Etimología de PATO|autor=|data=2022-05-22|publicado=http://etimologias.dechile.net/|acessodata=2022-05-26}}</ref>.
A palavra pato tem origem árabe, vindo da palavra ''batt'' que por sua vez se originou do persa ''bat''. A palavra árabe de origem semítica original era ''iwazz'' que se dedicava tanto aos [[ganso]]s quanto aos [[pato]]s, com a introdução da palavra persa, passou a distinguir-se um do outro. No latim se utilizava essa distinção com ''Anser''(gansos) e ''Anas''(patos). No português adotou-se também a palavra de origem árabe, como em espanhol. Porem, no [[Brasil]] adotou-se o termo especial ''marreco'' para designar os patos do velho mundo(''[[Pato-real|Anas platyrhynchos]]'') e até mesmo as aves consideradas de menor porte<ref>{{citar web|url=http://etimologias.dechile.net/?pato|título=Etimología de PATO|autor=|data=2022-05-22|publicado=http://etimologias.dechile.net/|acessodata=2022-05-26}}</ref>.


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== Comportamento ==
== Comportamento ==
Os patos alimentam-se de vegetação aquática, moluscos e pequenos invertebrados e algumas espécies são aves[migração|migradoras]].
Os patos alimentam-se de vegetação aquática, moluscos e pequenos invertebrados e algumas espécies são aves [[migração|migratórias]].


Podem-se identificar os machos principalmente pela coloração diferente mais vistosa (visto que a grande maioria das espécies de patos tem dimorfismo sexual), e também por diferenças comportamentais. Algumas espécies de patos (quer selvagens, quer domesticadas ou criadas em cativeiro) são utilizadas pelo homem na alimentação, vestuário (as penas) e para entretenimento (caça).
Podem-se identificar os machos principalmente pela coloração diferente mais vistosa (visto que a grande maioria das espécies de patos tem dimorfismo sexual), e também por diferenças comportamentais. Algumas espécies de patos (quer selvagens, quer domesticadas ou criadas em cativeiro) são utilizadas pelo homem na alimentação, vestuário (as penas) e para entretenimento (caça).
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O pato é um dos poucos animais da [[natureza]] que anda, nada e voa com razoável competência. Também é um dos animais que conseguem dormir com metade do cérebro e manter a outra em alerta. É dotado de perfeito senso de direção e comunidade.<ref>[http://zip.net/bhjkJN Uma Abordagem Sobre a Origem do Pato e do Marreco - Introdução]Acesso em 26 de jan. de 2013</ref>
O pato é um dos poucos animais da [[natureza]] que anda, nada e voa com razoável competência. Também é um dos animais que conseguem dormir com metade do cérebro e manter a outra em alerta. É dotado de perfeito senso de direção e comunidade.<ref>[http://zip.net/bhjkJN Uma Abordagem Sobre a Origem do Pato e do Marreco - Introdução]Acesso em 26 de jan. de 2013</ref>


== Taxonomia ==
==Espécies domésticas==
Image:Mallard drake .02.jpg|[[Pato-real]] tentando pousar.
===Marreco===
Todos os patos pertencem à ordem dos [[Anseriformes]], um grupo que contem os patos, os [[ganso]]s e os [[cisne]]s e por vezes também os [[Anhimídeos]] e [[Anseranas semipalmata|Anseranatideos]]{{sfn|Carboneras|1992|p=536}}. Os patos são divididos em uma variedade de subfamílias e "tribos". O número de subfamílias e tribos e suas composições é causa de muita discordância entre taxonomistas.{{sfn|Carboneras|1992|p=536}}. Alguns classificam com base em áspectos morfológicos, outros em comportamentos e estudos genéticos.{{sfn|Livezey|1986|pp=737–738}}{{sfn|Madsen|McHugh|de Kloet|1988|p=452}} Com base nessas divergencias, o número de subfamílias de patos varia de 2 a 5.{{sfn|Donne-Goussé|Laudet|Hänni|2002|pp=353–354}}{{sfn|Carboneras|1992|p=540}}. O grande nível de hibridização entre espécies selvagens complica ainda mais os esforços de classificação.{{sfn|Carboneras|1992|p=540}}
''Anas platyrhynchos domesticus''<br>É descendente do [[pato-real]] e foi domesticado na [[China]].<ref name="Reference A">{{citar web|url=https://sites.google.com/site/marrecodepequim/pato-x-marreco|título=Características físicas do animal - Marreco de pequim|website=sites.google.com}}</ref> As principais raças são o Pequim,<ref>{{citar web|url=http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/pekin/index.htm|título=Marreco Pequim - Oklahoma State University|website=okstate.edu|acessodata=2011-11-01|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130527045700/http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/pekin/index.htm|arquivodata=2013-05-27|urlmorta=yes}}</ref> Rouen<ref>{{citar web|url=http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/rouen/index.htm|título=Marreco Rouen - Oklahoma State University|website=okstate.edu|acessodata=2011-11-01|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120130144514/http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/rouen/index.htm|arquivodata=2012-01-30|urlmorta=yes}}</ref> e Corredor Indiano,<ref>{{citar web|url=http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/runner/index.htm|título=Marreco Corredor Indiano - Oklahoma State University|website=okstate.edu|acessodata=2011-11-01|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110707094339/http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/runner/index.htm|arquivodata=2011-07-07|urlmorta=yes}}</ref> mas existem muitas outras.<ref>{{citar web|url=http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/index.htm|título=Raças de Marrecos - Oklahoma State University|website=okstate.edu|acessodata=2011-11-01|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120130142937/http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/index.htm|arquivodata=2012-01-30|urlmorta=yes}}</ref>


Em muitas classificações modernas são chamados de "patos-verdadeiros" as aves pertencentes à subfamília [[Anatinae]], esta dividida num número variável de tribos.{{sfn|Elphick|Dunning, Jr.|Sibley|2001|p=191}} A maior delas, a Anatini, contem os "patos de rio"(em inglês ''dabbling ducks'') chamados assim por seus métodos de encontrar comida na superfície de água doce.{{sfn|Kear|2005|p=448}}. Os "patos mergulhadores"(em inglês: ''diving ducks'') compõem a tribo Aythyini.{{sfn|Kear|2005|p=622–623}} Os "patos marinhos"(em inglês: ''sea ducks'') são da tribo Mergini e são patos mergulhadores especializados em capturar peixes e mariscos e passam a maior parte da vida em ambiente marinho.{{sfn|Kear|2005|p=686}} A tribo Oxyurini contém patos mergulhadores notáveis por serem pequenos e por possuírem caudas rígidas.{{sfn|Elphick|Dunning, Jr.|Sibley|2001|p=193}}


Um número considerável de espécies são chamadas de patos mas não são consideradas na ornitologia internacional como "patos verdadeiros", e são geralmente alocadas em outras subfamílias e tribos. Os "patos assobiadores"(gênero ''[[Dendrocygna]]'') são alocados a uma tribo(Dendrocygnini) na subfamília [[Anatinae]] ou na subfamília [[Anserinae]]{{sfn|Carboneras|1992|p=537}}, ou até mesmo em sua própria subfamília(Dendrocygninae) ou família(Dendrocygnidae).{{sfn|Carboneras|1992|p=540}}{{sfn|American Ornithologists' Union|1998|p=xix}}. O "Pato-sardento"(''Stictonetta naevosa'') da [[Austrália]] é o único membro da tribo Stictonettini na subfamília Anserinae{{sfn|Carboneras|1992|p=537}}, ou na sua propria família, a Stictonettinae.{{sfn|Carboneras|1992|p=540}}. As [[Tadorna]]s em algumas classificações fazem parte da tribo Tadornini na família [[Anserinae]]{{sfn|Carboneras|1992|p=537}}, na sua própria subfamília, Tadorninae. Já os [[Tachyeres|patos-vaporizadores]] são alocados na família [[Anserinae]] na tribo Tachyerini ou juntos das [[Tadorna]]s na tribo Tadornini.{{sfn|Carboneras|1992|p=537}}{{sfn|American Ornithologists' Union|1998}}{{sfn|Carboneras|1992|p=540}}. Já os "patos-empoleirados" em algumas classificações são incluidos na tribo Carinini e na subfamília Anserinae, em outras a tribo é eliminada e seus membros são colocados na tribo Anatini.{{sfn|Carboneras|1992|p=540}}. O [[Pato-das-torrentes]](''Merganetta armata'') é geralmente incluído na subfamília Anserinae na tribo monotípica Merganettini,{{sfn|Carboneras|1992|p=537}} mas as vezes é incluido na tribo Tadornini.{{sfn|Carboneras|1992|p=538}}. Já o Pato-de-orelha-rosa(''Malacorhynchus membranaceus'') as vezes é considerado um "pato verdadeiro" pertencente à tribo Anatini{{sfn|Carboneras|1992|p=537}} ou na tribo própria Malacorhynchini,{{sfn|Christidis|Boles|2008|p=62}} e outras vezes é considerado parte da tribo Tadornini, das [[Tadorna]]s.{{sfn|Carboneras|1992|p=537}}
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Image:100911 Laufenten 051 web.jpg|Marreco da raça Corredor Indiano
Image:Canardderouen.JPG|Marreca da raça Rouen
Image:Three of a kind - geograph.org.uk - 701153.jpg|Marrecos de Pequim
</gallery>


===Pato-mudo===
=== Híbridos ===
Muitos híbridos são relatados, quer seja entre espécies do mesmo gênero ou de diferentes gêneros.<ref name="Reference B">[http://digitalcommons.unl.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1070&context=biosciornithology&sei-redir=1& Hybridization in the Anatide and its Taxonomic Implications] Acesso em 26 de jan. de 2013</ref> Há a descrição de um hibrido entre o [[Pato-real]] domesticado(''Anas platyrhynchos domesticus'') e [[Cairina moschata|Pato-mudo]](''[[Cairina]] moschata momelanotus''). Esta estirpe é principalmente usada para produção de carne e [[foie gras]], isto é, o patê que é usualmente feito de fígado de ganso atualmente é feito de fígado desses híbridos. Na maioria dos casos o cruzamento de caracteriza pela junção de um Pato-mudo branco e uma fêmea de Marreco-de-Pequim,<ref>{{citar periódico|url=http://www.jstor.org/stable/1592367|título=Receptivity and Susceptibility of the Domestic Duck (Anas platyrhynchos), the Muscovy Duck (Cairina moschata), and Their Hybrid, the Mule Duck, to an Experimental Infection by Eimeria mulardi|primeiro1 =O.|último1 =Sercy|primeiro2 =K.|último2 =Nie|primeiro3 =A.|último3 =Pascalon|primeiro4 =G.|último4 =Fort|primeiro5 =P.|último5 =Yvoré|data=10 de novembro de 1996|publicado=|periódico=Avian Diseases|volume=40|número=1|páginas=23–27|via=JSTOR|doi=10.2307/1592367}}</ref> para, desta forma, se produzir uma ave maior, pois quando o macho é um marreco e a fêmea um pato-mudo o hibrido resultante é de menor porte.
''[[Cairina]] moschata momelanotus''<br>É o [[pato-selvagem]] da [[América Latina]], domesticado pelos indígenas<ref>[https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:GxE2Ou4mofIJ:www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v16n47/7718.pdf+&hl=pt-PT&pid=bl&srcid=ADGEESgwzYV20fLTx4TUSJDhwPG8jd_RLZ17pXVMBdLc8wTkFXQgXm09L6RNy4NroNOsmUAYACbVL6HMSB9sG0eyZeaGT6rzRO2cCxsYltK3Dn772NFN3CaSp1yZlH21fwa_a3A-ZsV1&sig=AHIEtbT3J5cvCc1-jayzN7r-t-vxDcD-Zw&pli=1 Comida e Antropologia - Uma breve revisão]</ref> da [[América do Sul]].<ref name="Reference A"/> Não existem raças realmente definidas, mas existe uma linhagem comercial branca, desenvolvida na [[França]], com rápido crescimento, usada na produção de carne.
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Image:Flying duck.JPG|Pato-mudo branco
Image:Barranquilla Zoológico Pato.jpg|Pato-mudo marrom ou canela
Image:Cairina_moschata_-Texas_-USA-8.jpg|Pato-mudo
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Há relatos de híbridos de [[Cairina moschata|Pato-mudo]] e [[Pato-de-crista]].<ref>{{Citar web |url=http://voices.yahoo.com/muscovy-ducks-unusual-bird-go-unusual-1535339.html |titulo=Outros híbridos de ''Cairina moschata'' |acessodata=2012-07-31 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140729013625/http://voices.yahoo.com/muscovy-ducks-unusual-bird-go-unusual-1535339.html |arquivodata=2014-07-29 |urlmorta=yes }}</ref> A própria forma doméstica ''Cairina moschata momelanotus'' parece ser de origem híbrida.<ref>[http://www.messybeast.com/genetics/hybrid-birds.htm Possível origem híbrida de ''Cairina moschata momelanotus'']</ref>
===Criação===
Marrecos (ou patos-marrecos) têm sido criados há milhares de anos, possivelmente a partir do sudeste da Ásia, e patos-mudos foram domesticados pelos indígenas na América do Sul, em data desconhecida, tendo sido encontrados já domesticados no descobrimento.<ref>{{citar web|url=http://www.greatnorthern.net/~dye/wild_muscovy_ducks.htm|título=Patos-selvagens: domesticação|website=greatnorthern.net|acessodata=2011-11-11|arquivourl=https://web.archive.org/web/20060526113305/http://www.greatnorthern.net/~dye/wild_muscovy_ducks.htm|arquivodata=2006-05-26|urlmorta=yes}}</ref> Eles não são tão populares como a galinha, porque galinhas têm muito mais carne branca magra e são mais fáceis de manter confinadas, tornando o custo total muito menor para a carne de frango, ao passo que o pato é relativamente caro e aparece com menos frequência no mercado de alimentos e restaurantes na faixa de preço mais baixo. Os patos são criados para aproveitamento da carne e ovos em menos frequência. Podem ser mantidos ao ar livre, em gaiolas, em celeiros, ou em baterias. Para serem saudáveis, aos patos deve ser permitido o acesso à água, embora aos patos confinados seja muitas vezes negado isto. Eles devem ser alimentados com uma dieta de grãos e insetos. É um equívoco popular que os patos devam ser alimentados com pão, que tem valor nutritivo limitado e pode ser mortal quando administradas aos patinhos em desenvolvimento. Marrecos e, possivelmente, patos-mudos, devem ser monitorados para a gripe aviária, pois eles são especialmente propensos à infecção com o perigoso H5N1. As fêmeas de muitas raças de patos domésticos não são confiáveis na incubação de seus ovos e na criação de seus filhotes. Exceções notáveis incluem o marreco Rouen e especialmente o pato-mudo. Tem sido um costume em fazendas ao longo dos séculos colocar ovos de marreco em uma galinha choca para incubação; hoje incubadoras automáticas são usadas frequentemente. No entanto, patinhos jovens dependem da mãe para o fornecimento de óleo para torná-los à prova d'água, e uma galinha não produz tanto óleo como uma pata. Uma vez que o patinho cresce, as próprias penas produzirão óleo da glândula sebácea próxima à base da cauda.<ref>{{citar web|url=http://avesipeuna.blogspot.com/2010/11/patos-manual-de-orientacao-para-criacao.html|título=Aves Domésticas: Patos - Manual de orientação para criação e engorda|primeiro =Criação De Aves|último =Domésticas|website=avesipeuna.blogspot.com}}</ref>


A raça Cayuga é descendente de cruzamentos de Marreco-Rouen(''Anas platyrhynchos domesticus'') e Marreco-preto-americano (''Anas rubripes'').<ref>{{citar web|url=http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/cayuga/index.htm|título=Marreco Cayuga - Oklahoma State University|website=okstate.edu|acessodata=2011-11-02|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120130154046/http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/cayuga/index.htm|arquivodata=2012-01-30|urlmorta=yes}}</ref><br> A raça "Australian Spotted" descende de cruzamentos de Marreca-arrebio(''[[Marreca-arrebio|Anas acuta]]'') com ''Anas platyrhynchos domesticus''.<ref>{{citar web|url=http://www.feathersite.com/Poultry/Ducks/Spots/BRKSpots.html|título=Australian Spotted Ducks|website=www.feathersite.com}}</ref><br>Ocorrem vários outros híbridos dentro do gênero [[Anas]].<ref name="Reference B"/>
==Híbridos==
Muitos híbridos são relatados, quer seja entre espécies do mesmo gênero ou de diferentes gêneros.<ref name="Reference B">[http://digitalcommons.unl.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1070&context=biosciornithology&sei-redir=1& Hybridization in the Anatide and its Taxonomic Implications] Acesso em 26 de jan. de 2013</ref>
===Mulard===
São também criados híbridos entre '''pato-marreco''' (''Anas platyrhynchos domesticus'') e '''pato-mudo''' (''[[Cairina]] moschata momelanotus''). Esta estirpe é principalmente usada para produção de carne e [[foie gras]], isto é, o patê de figado de ganso atualmente é feito de figado desses híbridos.<br>


== Descrição ==
Na maioria dos casos o macho é um pato-mudo branco e a fêmea uma marreca de Pequim,<ref>{{citar periódico|url=http://www.jstor.org/stable/1592367|título=Receptivity and Susceptibility of the Domestic Duck (Anas platyrhynchos), the Muscovy Duck (Cairina moschata), and Their Hybrid, the Mule Duck, to an Experimental Infection by Eimeria mulardi|primeiro1 =O.|último1 =Sercy|primeiro2 =K.|último2 =Nie|primeiro3 =A.|último3 =Pascalon|primeiro4 =G.|último4 =Fort|primeiro5 =P.|último5 =Yvoré|data=10 de novembro de 1996|publicado=|periódico=Avian Diseases|volume=40|número=1|páginas=23–27|via=JSTOR|doi=10.2307/1592367}}</ref> para, desta forma, se produzir uma ave maior, pois quando o macho é um marreco e a fêmea um pato-mudo o produto é de menor porte.
[[File:Female Mallard at Menacuddle Well.jpg|alt=A brown duck in a fast-flowing stream|thumb|Fêmea de [[Pato-real]] em [[Cornwall]], [[Reino Unido]].]]
O corpo dos patos é geralmente achatado e largo, e eles possuem um pescoço longo, embora não tão longos quanto o dos [[cisne]]s e [[ganso]]s. Nos mergulhadores é um pouco mais arredondado. O [[bico]] é relativamente largo e contém uma estrutura serrilhada chamada ''pecten'', as quais são bem definidas em espécies filtradoras. No caso de espécies especializadas em pescar o bico é mais longo e fortemente serrilhados. As pernas são fortes e bem desenvolvidas, sendo situadas bem mais atrás no corpo, principalmente nas espécies mais aquáticas. As asas são muito fortes e geralmente curtas e pontiagudas, com seu voo consistindo de movimentos rápidos e contínuos, exigindo musculatura desenvolvida nas asas. Três espécies de [[Tachyeres|patos-vaporizadores]] quase não tem capacidade de voar. E algumas espécies de patos perdem temporariamente sua capacidade de voo por conta da [[Ecdise|muda]] das penas; passando assim a procurar locais protegidos e com bom suprimento alimentício para passar o período. Esse período geralmente precede a [[Migração de aves|migração]].


Os machos de espécies do norte geralmente tem plumagem mais colorida, fazendo muda no verão e assim ficando mais parecidos com as fêmeas. As espécies do sul por sua vez apresentam menor [[dimorfismo sexual]], sendo a única exceção a [[Pato-do-paraíso|Tadorna-do-paraíso]] da [[Nova Zelândia]], onde é a fêmea que possui uma plumagem mais brilhosa. A plumagem dos patos jovens é semelhante a das fêmeas.
===Outros híbridos derivados do gênero [[Cairina]]===

Ocorrem também híbridos de ''Cairina moschata'' e
== Distribuição de habitat ==
[[Pato-de-crista]].<ref>{{Citar web |url=http://voices.yahoo.com/muscovy-ducks-unusual-bird-go-unusual-1535339.html |titulo=Outros híbridos de ''Cairina moschata'' |acessodata=2012-07-31 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140729013625/http://voices.yahoo.com/muscovy-ducks-unusual-bird-go-unusual-1535339.html |arquivodata=2014-07-29 |urlmorta=yes }}</ref> A forma doméstica (''Cairina moschata momelanotus'') parece ser de origem híbrida.<ref>[http://www.messybeast.com/genetics/hybrid-birds.htm Possivel origem híbrida de ''Cairina moschata momelanotus'']</ref>
[[File:Last day in Ushuaia, Argentina.Flying Steamer-Ducks (Tachyeres patachonicus) in various artistic settings.Harbour silhouettes. (25921897721).jpg|thumb|Pato-vaporizador-voador em [[Ushuaia]], Argentina]]
Patos são aves [[cosmopolita]]s, e são encontrados em todos os continentes com exceção da Antarctica.{{sfn|Carboneras|1992|p=536}} Várias espécies conseguem viver em ilhas subantárticas.{{sfn|Shirihai|2008|pp=239, 245}} Eles também chegaram a varias ilhas oceânicas isoladas, incluindo as Ilhas do [[Havaí]], [[Micronésia]] e [[Ilhas Galápagos]], onde são frequentemente vagantes e menos frequentemente residentes.{{sfn|Pratt|Bruner|Berrett|1987|pp=98-107}}{{sfn|Fitter|Fitter|Hosking|2000|pp=52–3}} Alguns são endêmicos de ilhas remotas.{{sfn|Pratt|Bruner|Berrett|1987|pp=98-107}}

Algumas espécies de patos são migratórias, principalmente os que se reproduzem no [[Hemisfério Norte]]; enquanto os patos dos [[trópicos]] geralmente não são. Alguns patos são nômades(particularmente na [[Austrália]] onde as chuvas são irregulares) que procuram lagos e "piscinas" que se formam após chuvas fortes localizadas.<ref>{{Cite web|url=http://www.wiresnr.org/pacificblackduck.html|title=Pacific Black Duck|website=www.wiresnr.org|access-date=2018-04-27}}</ref>

== Comportamento ==
=== Alimentar ===
[[File:Duck 1 filter teeth edit.jpg|thumb|Pecten no bico de um pato]]
[[File:Duckling preening (81313).webm|thumb|Filhote de [[Pato-real]]]]

Os fatos tem como fontes de alimento: gramíneas, plantas aquáticas, peixes, insetos, pequenos anfíbios, minhocas e pequenos moluscos. Os "patos dos rios" encontram alimento na superfície da água ou na terra, ou ainda o mais profundo que conseguirem sem submergir completamente.<ref>{{cite web | last = Ogden | first = Evans | title = Dabbling Ducks | publisher = CWE | url = https://www.sfu.ca/biology/wildberg/species/dabbducks.html | access-date = 2006-11-02 }}</ref> Ao longo da margem do bico, eles possuem uma estrutura semelhante a um pente chamada "pecten" que usam para filtrar alimento de ambientes aquáticos, alisar suas penas e também segurar alimentos escorregadios.

Patos-mergulhadores e patos-marinhos conseguem buscar alimento em maiores profundidades de água. Para poder mergulhar com maior facilidade, os patos-mergulhadores são mais pesados que os "patos dos rios" e por isso também tem mais dificuldade para sair voando.

Algumas espécies, como as do gênero ''[[Mergus]]'' são especializadas em capturar e engolir peixes maiores. Outras tem como característica o bico largo e achatado, adaptado para dragar algas, minhocas e pequenos moluscos de lama, procurar larvas de insetos e também manusear alimentos. Para evitar ferimentos na procura por alimentos eles não possuem cere e suas narinas saem diretamente do bico duro.

=== Reprodução ===
[[File:Parrulo -Muscovy duckling.jpg|thumb|Filhote de ''Cairina moschata'']]

Os patos geralmente tem apenas um parceiro por época reprodutiva<ref>{{Cite book | doi=10.1007/978-1-4615-6787-5_4|chapter = Female-Biased Philopatry, Monogamy, and the Timing of Pair Formation in Migratory Waterfowl|title = Current Ornithology| pages=187–221|year = 1988|last1 = Rohwer|first1 = Frank C.| last2=Anderson| first2=Michael G.| isbn=978-1-4615-6789-9}}</ref>. Em espécies maiores e nas mais sedentárias esses pares tendem a durar vários anos.<ref>{{cite journal |first1=Cyndi M. |last1=Smith |first2=Fred |last2=Cooke |first3=Gregory J. |last3=Robertson |first4=R. Ian |last4=Goudie |first5=W. Sean |last5=Boyd |title=Long-Term Pair Bonds in Harlequin Ducks |journal=The Condor |year=2000 |volume=102 |issue=1 |pages=201–205 |doi=10.1093/condor/102.1.201 |doi-access=free }}</ref> A maioria das espécies reproduz uma vez ao ano, fazendo-o em condições favoráveis como na primavera, no verão ou estações chuvosas. Eles tendem a fazer ninhos antes do acasalamento e, a partir do nascimento levam os filhotes para área alagadas.<ref>{{cite web|url=https://wildliferehabber.com/content/if-you-find-duckling|title=If You Find An Orphaned Duckling - Wildlife Rehabber|website=wildliferehabber.com}}</ref>

=== Comunicação ===
Fêmeas de [[pato-real]](assim como outras espécies no gênero ''Anas'') fazem a clássica [[onomatopeia]] ''quac'' enquanto os machos fazem um som similar, porem mais rouco,<ref>{{Cite book|url=https://books.google.com/books?id=VGofAwAAQBAJ&q=mallard+sound+deep+and+raspy&pg=PA39|title=The Duck Bible|last=Carver|first=Heather|date=2011|publisher=Lulu.com|isbn=9780557901562|language=en}}</ref>, porem, a maioria das espécies não faz este som.<ref>{{Cite book|url=https://books.google.com/books?id=fXJBBAAAQBAJ&q=Females+of+most+dabbling+ducks+make+the+classic+%22quack%22+sound+but+most+ducks+don%27t+quack&pg=PA123|title=Bird Brains: Inside the Strange Minds of Our Fine Feathered Friends|last=Titlow|first=Budd|date=2013-09-03|publisher=Rowman & Littlefield|isbn=9780762797707|language=en}}</ref> Em geral, os patos fazem uma série de chamados que podem incluir assobios, arrulhos, grunidos e etc. Por exemplos, os [[Zarro]]s(que são patos-mergulhadores); fazem um barulho como ''scaup''. As chamadas podem ser de alto volume para exibição ou chamadas de contato mais silenciosas.

== Na Cultura ==
=== Domesticação ===
[[File:Tunnel of ducks.jpg|thumb|Marreco-corredor-indiano, uma raça comum de patos domésticos.]]
Os patos tem muitos usos para benefício humano como produção de carne, ovos e penas. São abatidos aproximadamente 3 bilhões de patos para produção de carne por ano em todo o mundo<ref>{{Cite web|url=http://www.fao.org/faostat/en/#data/QL|title=FAOSTAT|website=www.fao.org|access-date=2019-10-25}}</ref>. Também são criados por avicultores e exibidos com frequência em zoológicos.

Quase toda variedade de patos domésticos descende do [[Pato-real]](''Anas platyrhynchos''), apesar de ter também variedades provenientes do [[Cairina moschata|Pato-selvagem]](''Cairina moschata'').<ref>{{cite web|url=http://digimorph.org/specimens/anas_platyrhynchos/skull/ |title=Anas platyrhynchos, Domestic Duck; DigiMorph Staff - The University of Texas at Austin |publisher=Digimorph.org |access-date=2012-12-23}}</ref><ref>{{cite encyclopedia|author=Sy Montgomery |url=http://www.britannica.com/eb/topic-360302/mallard|title=Mallard; Encyclopædia Britannica |encyclopedia=Britannica.com|access-date=2012-12-23}}</ref> O "pato-chamador" é outro exemplo de raça de pato domestico. Seu nome vem da sua origem por caçadores, que os usavam para atrair [[Pato-real|patos-reais]] do céu para sua armadilhas. O "pato-chamador" é a menor raça de pato doméstico no mundo, pesando menos que 1kg<ref>{{Cite book|title=Guinness World Records|last=Glenday|first=Craig|year=2014|isbn=978-1-908843-15-9|pages=[https://archive.org/details/guinnessworldrec0000unse_r3e7/page/135 135]|url=https://archive.org/details/guinnessworldrec0000unse_r3e7/page/135}}</ref>

* ''Anas platyrhynchos domesticus'' - É descendente do [[pato-real]] e foi domesticado na [[China]].<ref name="Reference A">{{citar web|url=https://sites.google.com/site/marrecodepequim/pato-x-marreco|título=Características físicas do animal - Marreco de pequim|website=sites.google.com}}</ref> As principais raças são o Pequim,<ref>{{citar web|url=http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/pekin/index.htm|título=Marreco Pequim - Oklahoma State University|website=okstate.edu|acessodata=2011-11-01|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130527045700/http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/pekin/index.htm|arquivodata=2013-05-27|urlmorta=yes}}</ref> Rouen<ref>{{citar web|url=http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/rouen/index.htm|título=Marreco Rouen - Oklahoma State University|website=okstate.edu|acessodata=2011-11-01|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120130144514/http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/rouen/index.htm|arquivodata=2012-01-30|urlmorta=yes}}</ref> e Corredor Indiano,<ref>{{citar web|url=http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/runner/index.htm|título=Marreco Corredor Indiano - Oklahoma State University|website=okstate.edu|acessodata=2011-11-01|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110707094339/http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/runner/index.htm|arquivodata=2011-07-07|urlmorta=yes}}</ref> mas existem muitas outras.<ref>{{citar web|url=http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/index.htm|título=Raças de Marrecos - Oklahoma State University|website=okstate.edu|acessodata=2011-11-01|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120130142937/http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/index.htm|arquivodata=2012-01-30|urlmorta=yes}}</ref>
* ''[[Cairina]] moschata momelanotus'' - É o [[pato-selvagem]] da [[América Latina]], domesticado pelos indígenas<ref>[https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:GxE2Ou4mofIJ:www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v16n47/7718.pdf+&hl=pt-PT&pid=bl&srcid=ADGEESgwzYV20fLTx4TUSJDhwPG8jd_RLZ17pXVMBdLc8wTkFXQgXm09L6RNy4NroNOsmUAYACbVL6HMSB9sG0eyZeaGT6rzRO2cCxsYltK3Dn772NFN3CaSp1yZlH21fwa_a3A-ZsV1&sig=AHIEtbT3J5cvCc1-jayzN7r-t-vxDcD-Zw&pli=1 Comida e Antropologia - Uma breve revisão]</ref> da [[América do Sul]].<ref name="Reference A"/> Não existem raças realmente definidas, mas existe uma linhagem comercial branca, desenvolvida na [[França]], com rápido crescimento, usada na produção de carne.

====Criação====
Os patos têm sido criados há milhares de anos, possivelmente a partir do sudeste da Ásia, e patos-mudos foram domesticados pelos indígenas na América do Sul, em data desconhecida, tendo sido encontrados já domesticados no descobrimento.<ref>{{citar web|url=http://www.greatnorthern.net/~dye/wild_muscovy_ducks.htm|título=Patos-selvagens: domesticação|website=greatnorthern.net|acessodata=2011-11-11|arquivourl=https://web.archive.org/web/20060526113305/http://www.greatnorthern.net/~dye/wild_muscovy_ducks.htm|arquivodata=2006-05-26|urlmorta=yes}}</ref> Eles não são tão populares como a galinha, porque galinhas têm muito mais carne branca magra e são mais fáceis de manter confinadas, tornando o custo total muito menor para a carne de frango, ao passo que o pato é relativamente caro e aparece com menos frequência no mercado de alimentos e restaurantes na faixa de preço mais baixo. Podem ser mantidos ao ar livre, em gaiolas, em celeiros, ou em baterias. Para serem saudáveis, aos patos deve ser permitido o acesso à água, embora aos patos confinados seja muitas vezes negado isto. Eles devem ser alimentados com uma dieta de grãos e insetos. É um equívoco popular que os patos devam ser alimentados com pão, que tem valor nutritivo limitado e pode ser mortal quando administradas aos patinhos em desenvolvimento. Marrecos e, possivelmente, patos-mudos, devem ser monitorados, pois eles são especialmente propensos à infecção por H5N1. As fêmeas de muitas raças de patos domésticos não são confiáveis na incubação de seus ovos e na criação de seus filhotes. Exceções notáveis incluem o Marreco-Rouen e especialmente o Pato-mudo. Tem sido um costume em fazendas ao longo dos séculos colocar ovos de marreco em ninhos de galinha para incubação; hoje incubadoras automáticas são usadas frequentemente. No entanto, patinhos jovens dependem da mãe para o fornecimento de óleo para torná-los à prova d'água, e uma galinha não produz tanto óleo como uma pata. Uma vez que o patinho cresce, as próprias penas produzirão óleo da glândula sebácea próxima à base da cauda.<ref>{{citar web|url=http://avesipeuna.blogspot.com/2010/11/patos-manual-de-orientacao-para-criacao.html|título=Aves Domésticas: Patos - Manual de orientação para criação e engorda|primeiro =Criação De Aves|último =Domésticas|website=avesipeuna.blogspot.com}}</ref>

=== Na heráldica ===
Os patos aparecem em muitos [[brasões]], onde podemos citar o de [[Lubāna]]([[Letônia]]),<ref>{{cite web | url = http://www.lubana.lv/index.php/lv/homepage/lubanas-pilseta-2 | title = Lubānas simbolika | access-date =2022-05-26| language = lv }}</ref> e no de Föglö([[Finlândia]])<ref>{{cite web | title = Föglö | url = http://digi.narc.fi/digi/view.ka?kuid=1738595 | access-date =2022-05-26| language = sv}}</ref> Há ainda cidades que mencionam a ave em seu nome, como [[Patos de Minas]]([[Minas Gerais]]), [[Patos]]([[Paraíba]]) e [[Pato Branco]]([[Paraná]]).


===Híbridos dentro do gênero Anas ===
A raça '''Cayuga''' é descendente de cruzamentos de marrecos Rouen (''Anas platyrhynchos domesticus'') e marreco preto americano ''Anas rubripes''.<ref>{{citar web|url=http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/cayuga/index.htm|título=Marreco Cayuga - Oklahoma State University|website=okstate.edu|acessodata=2011-11-02|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120130154046/http://www.ansi.okstate.edu/breeds/poultry/ducks/cayuga/index.htm|arquivodata=2012-01-30|urlmorta=yes}}</ref><br>A raça '''Australian Spotted''' descende de cruzamentos de ''[[Marreca-arrebio|Anas acuta]]'' com ''Anas platyrhynchos domesticus''.<ref>{{citar web|url=http://www.feathersite.com/Poultry/Ducks/Spots/BRKSpots.html|título=Australian Spotted Ducks|website=www.feathersite.com}}</ref><br>'''Ocorrem vários outros híbridos dentro do gênero [[Anas]].<ref name="Reference B" />'''
===Imagens de híbridos===
<gallery>
<gallery>
Image:Coat_of_Arms_of_Lubāna.svg|Brasão de Armas de [[Lubāna]]([[Letônia]]).
Ficheiro:Mulard (1).jpg|Mulard - Híbrido de pato-mudo e marreco
Image:Föglö.vaakuna.svg|Brasão de Armas de Föglö([[Finlândia]]).
Ficheiro:Hinny drake.jpg|Hinny - Híbrido entre um marreco macho e um pato-mudo fêmea
Image:Maaninka.vaakuna.svg|Brasão de Armas de Maaninka([[Finlândia]]).<ref>{{cite book | title = Suomen kunnallisvaakunat | publisher = Suomen Kunnallisliitto | year = 1982 | page = 147 | isbn = 951-773-085-3 | language = fi}}</ref>
Ficheiro:Hausente1.jpg|Cayuga, raça de marreco, descendente híbrido de ''Anas rubripes'' x ''Anas platyrhynchos domesticus''
Image:Escudo_de_San_Esteban_de_los_Patos_(Ávila).svg|Brasão de armas de [[San Esteban de los Patos]]([[Espanha]]).
Image:Brasão_de_Patos_-_PB.svg|Brasão de Armas da cidade de [[Patos]], do estado [[brasil]]eiro da [[Paraíba]].
Image:Coat_of_arms_of_Patos_de_Minas_MG.png|Brasão de Armas da cidade de [[Patos de Minas]], do estado [[brasil]]eiro de [[Minas Gerais]].
Image:Brasao_pato_1.png|Brasão de Armas da cidade de [[Pato Branco]], do estado [[brasil]]eiro do [[Paraná]].
</gallery>
</gallery>


== Outras espécies ==
=== No Esporte ===
Inúmeras entidades esportivas utilizam o animal como nome, símbolo ou mascote:
* [[Anaheim Ducks]] - equipe profissional de [[hóquei no gelo]] que atua na [[National Hockey League]] dos [[Estados Unidos]], o nome em tradução literal significa "Patos de Anaheim".
* [[Pato Futsal]] - equipe profissional de [[futsal]] que atua na [[Liga Nacional de Futsal]] do [[Brasil]].
* [[Associação Amigos do Marreco Futsal|Marreco]] - equipe profissional de [[futsal]] que atua na [[Liga Nacional de Futsal]] do [[Brasil]].

=== No entretenimento ===
==== Animações ====
No mundo das animações há muitos patos ficcionais como o [[Pato Donald]]([[Walt Disney]]), [[Daffy Duck|Patolino]]([[Looney Tunes]])
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Image:Donald.png|Pato-Donald seria um pato da raça Pequim-Americano.
Image:Amerikanische_Pekingenten_2013_01d.jpg|Pequim-americano, raça de pato doméstico a qual pertenceria o Pato-Donald.
Image:Daffy_Duck.JPG|Patolino seria um pato da espécie Pato-preto-americano(''Anas rubripes'').
Image:Anas_Rubripes_and_Anas_Platyrhynchos_August_2008.JPG|Pato-preto-americano, espécie de pato a qual pertenceria o Patolino.
</gallery>

==== Música ====
O cantor, compositor e violonista brasileiro [[Toquinho]] ao lado de [[Vinicius de Moraes]] comporam um clássico popular da música brasileira, que caiu no gosto infantil, a música ''Pato pateta'' que narra a breve história de um pato desastrado<ref>{{citar web|url=https://www.letras.mus.br/toquinho/83410/|título=Pato Pateta|autor=Toquinho|data=|publicado=Letras.mus.br|acessodata=2022-05-26}}</ref>.

== Galeria ==
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Image:Mulard (1).jpg|Mulard - Híbrido de pato-mudo e marreco
Image:Hinny drake.jpg|Hinny - Híbrido entre um marreco macho e um pato-mudo fêmea
Image:Hausente1.jpg|Cayuga, raça de marreco, descendente híbrido de ''Anas rubripes'' x ''Anas platyrhynchos domesticus''
Image:Flickr_-_Dario_Sanches_-_PATO-DO-MATO_(Cairina_moschata).jpg|[[Pato-selvagem]]<br>(''[[Cairina]] moschata'')
Image:Anas_platyrhynchos_male_female_quadrat.jpg|[[Pato-real]]<br>(''Anas platyrhynchos'')(forma selvagem do pato-marreco).
Image:A Mallard duck airs its wing feathers.jpg|[[Pato-real]] macho, da mesma espécie, mas emplume de migração.
Image:American_Black_Duck_male_RWD1.jpg| ''Anas rubripes'', em inglês, American Black Duck, espécie selvagem que foi cruzada com a raça Rouen para formar a raça Cayuga.
Image:100911 Laufenten 051 web.jpg|Marreco da raça Corredor Indiano
Image:Canardderouen.JPG|Marreca da raça Rouen
Image:Three of a kind - geograph.org.uk - 701153.jpg|Marrecos de Pequim
Image:Flying duck.JPG|Pato-mudo branco
Image:Barranquilla Zoológico Pato.jpg|Pato-mudo marrom ou canela
Image:Cairina_moschata_-Texas_-USA-8.jpg|Pato-mudo
Image:Anas_versicolor.JPG|[[Marreca-cricri]]<br>(''Anas versicolor'')
Image:Anas_versicolor.JPG|[[Marreca-cricri]]<br>(''Anas versicolor'')
Image:Heteronetta_atricapilla_by_John_Charles_Phillips_%281876-1938%29.PNG|Marreca-cuco<br>(''[[Heteronetta atricapilla]]'')
Image:Heteronetta_atricapilla_by_John_Charles_Phillips_%281876-1938%29.PNG|Marreca-cuco<br>(''[[Heteronetta atricapilla]]'')
Linha 90: Linha 153:
Image:Sporengans_1_Plectropterus_gambensis.jpg|[[Pato-ferrão]]<br>(''Plectropterus gambensis'')
Image:Sporengans_1_Plectropterus_gambensis.jpg|[[Pato-ferrão]]<br>(''Plectropterus gambensis'')
Image:Mandarin.duck.arp.jpg|Pato-mandarim<br>(''[[Aix galericulata]]'')
Image:Mandarin.duck.arp.jpg|Pato-mandarim<br>(''[[Aix galericulata]]'')
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==Formas selvagens das espécies domésticas==
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Image:Flickr_-_Dario_Sanches_-_PATO-DO-MATO_(Cairina_moschata).jpg|[[Pato-selvagem]]<br>(''[[Cairina]] moschata'')
Image:Anas_platyrhynchos_male_female_quadrat.jpg|[[Pato-real]]<br>(''Anas platyrhynchos'')(forma selvagem do pato-marreco).
Image:A Mallard duck airs its wing feathers.jpg|[[Pato-real]] macho, da mesma espécie, mas emplume de migração.
Image:American_Black_Duck_male_RWD1.jpg| ''Anas rubripes'', em inglês, American Black Duck, espécie selvagem que foi cruzada com a raça Rouen para formar a [[Pato#H.C3.ADbridos|Cayuga]].
</gallery>
</gallery>


Linha 103: Linha 158:
* [[Ganso]]
* [[Ganso]]
* [[Cisne]]
* [[Cisne]]

== Bibliografia ==
{{refbegin}}
* {{cite book |author=American Ornithologists' Union |title=Checklist of North American Birds |year=1998 |publisher=American Ornithologists' Union |location=Washington, DC |isbn=978-1-891276-00-2 |url=https://americanornithology.org/wp-content/uploads/2019/07/AOSChecklistTin-Falcon.pdf}}{{en}}
* {{cite book |last=Carboneras |first=Carlos |editor1-last=del Hoyo |editor1-first=Josep |editor2-last=Elliott |editor2-first=Andrew |editor3-last=Sargatal |editor3-first=Jordi |title=Handbook of the Birds of the World |volume=1: Ostrich to Ducks |year=1992 |publisher=Lynx Edicions |location=Barcelona |isbn=978-84-87334-10-8}}{{en}}
* {{cite book |editor1-last=Christidis |editor1-first=Les |editor2-last=Boles |editor2-first=Walter E. |year=2008 |title=Systematics and Taxonomy of Australian Birds |publisher=Csiro Publishing |location=Collingwood, VIC |isbn=978-0-643-06511-6}}{{en}}
* {{cite journal |last1=Donne-Goussé |first1=Carole |last2= Laudet |first2=Vincent |last3=Hänni |first3=Catherine |title=A molecular phylogeny of Anseriformes based on mitochondrial DNA analysis |journal=Molecular Phylogenetics and Evolution |date=2002 |volume=23 |issue=3 |pages=339–356 |doi=10.1016/S1055-7903(02)00019-2|pmid=12099792 }}{{en}}
* {{cite book |editor1-last=Elphick |editor1-first=Chris |editor2-last=Dunning, Jr. |editor2-first=John B. |editor3-last=Sibley |editor3-first=David |title=The Sibley Guide to Bird Life and Behaviour |year=2001 |publisher=Christopher Helm |location=London |isbn=978-0-7136-6250-4}}{{en}}
* {{cite book |last=Erlandson |first=Jon M. |title=Early Hunter-Gatherers of the California Coast |year=1994 |publisher=Springer Science & Business Media |location=New York, NY |isbn=978-1-4419-3231-0 |url=https://books.google.com/books?id=nGTaBwAAQBAJ&pg=171}}{{en}}
* {{cite book |last=Fieldhouse |first=Paul |title=Food, Feasts, and Faith: An Encyclopedia of Food Culture in World Religions |volume=I: A–K |year=2002 |publisher=ABC-CLIO |location=Santa Barbara |isbn=978-1-61069-412-4 |url=https://books.google.com/books?id=P-FqDgAAQBAJ&pg=PA167}}{{en}}
* {{cite book |last1=Fitter |first1=Julian |last2=Fitter |first2=Daniel |last3=Hosking |first3=David |title=Wildlife of the Galápagos |year=2000 |publisher=Princeton University Press |location=Princeton, NJ |isbn=978-0-691-10295-5}}{{en}}
* {{cite book |last=Higman |first=B. W. |title=How Food Made History |year=2012 |publisher=John Wiley & Sons |location=Chichester, UK |isbn=978-1-4051-8947-7 |url=https://books.google.com/books?id=YIUoz98yMvgC&pg=RA1-PA1801}}{{en}}
* {{cite book |last=Hume |first=Julian H. |title=Extinct Birds |year=2012 |publisher=Christopher Helm |location=London |isbn=978-1-4729-3744-5 |url=https://books.google.com/books?id=40sxDwAAQBAJ&pg=PA53}}{{en}}
* {{cite book |last=Jeffries |first=Richard |title=Holocene Hunter-Gatherers of the Lower Ohio River Valley |year=2008 |publisher=University of Alabama Press |location=Tuscaloosa |isbn=978-0-8173-1658-7 |url=https://archive.org/details/holocenehunterga0000jeff/mode/2up}}{{en}}
* {{cite book |editor-last=Kear |editor-first=Janet |title=Ducks, Geese and Swans: Species Accounts (''Cairina'' to ''Mergus'') |series=Bird Families of the World |year=2005 |publisher=Oxford University Press |location=Oxford |isbn=978-0-19-861009-0}}{{en}}
* {{cite journal |last=Livezey |first=Bradley C. |title=A phylogenetic analysis of recent Anseriform genera using morphological characters |journal=The Auk |date=1986 |volume=103 |issue=4 |pages=737–754 |doi=10.1093/auk/103.4.737 |url=https://sora.unm.edu/sites/default/files/journals/auk/v103n04/p0737-p0754.pdf}}{{en}}
* {{cite journal |last1=Madsen |first1=Cort S. |last2=McHugh |first2=Kevin P. |last3=de Kloet |first3=Siwo R. |title=A partial classification of waterfowl (Anatidae) based on single-copy DNA |date=1988-07 |journal=The Auk |volume=105 |issue=3 |pages=452–459 |doi=10.1093/auk/105.3.452 |url=https://sora.unm.edu/sites/default/files/journals/auk/v105n03/p0452-p0459.pdf}}{{en}}
* {{cite book |last=Maisels |first=Charles Keith |title=Early Civilizations of the Old World |year=1999 |publisher=Routledge |location=London |isbn=978-0-415-10975-8 |url=https://books.google.com/books?id=I2dgI2ijww8C&pg=PA42}}{{en}}
* {{cite book |last1=Pratt |first1=H. Douglas |last2=Bruner |first2=Phillip L. |last3=Berrett |first3=Delwyn G. |title=A Field Guide to the Birds of Hawaii and the Tropical Pacific |location=Princeton, NJ |publisher=Princeton University Press |year=1987 |isbn=0-691-02399-9}}{{en}}
* {{cite book |last=Rau |first=Charles |title=Early Man in Europe |year=1876 |publisher=Harper & Brothers |location=New York |lccn=05040168 |url=https://books.google.com/books?id=9XBgAAAAIAAJ&pg=133}}{{en}}
* {{cite book |last=Shirihai |first=Hadoram |title=A Complete Guide to Antarctic Wildlife |year=2008 |publisher=Princeton University Press |location=Princeton, NJ, US |isbn=978-0-691-13666-0}}{{en}}
* {{cite book |last=Sued-Badillo |first=Jalil |series=General History of the Caribbean |title=Autochthonous Societies |year=2003 |publisher=UNESCO |location=Paris |isbn=978-92-3-103832-7 |url=https://books.google.com/books?id=zexcW7q-4LgC&pg=PA65}}{{en}}
* {{cite book |last=Thorpe |first=I. J. |title=The Origins of Agriculture in Europe |year=1996 |publisher=Routledge |location=New York |isbn=978-0-415-08009-5 |url=https://books.google.com/books?id=YA-EAgAAQBAJ&pg=PA68}}{{en}}
{{refend}}


{{Referências}}
{{Referências}}


{{Portal3|Ave}}
{{Portal3|Ave}}

[[Categoria:Anatidae]]
[[Categoria:Anatidae]]

Revisão das 09h35min de 26 de maio de 2022

 Nota: Para outros significados, veja Pato (desambiguação).
Como ler uma infocaixa de taxonomiaPato
Pato da espécie Cairina moschata
Pato da espécie Cairina moschata
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Anseriformes
Família: Anatidae
Sub-famílias de patos
ver texto

Pato é o nome comum para numerosas espécies de aves aquáticas pertencentes à família Anatidae[1]. Os patos são menores e de pescoço mais curto que os cisnes e gansos, que são os membros da mesma família. São divididos em muitas subfamílias, sendo principalmente aves aquáticas que podem ser encontradas tanto em ambientes com água doce quando com água salgada.

Etimologia

Pato-mandarim

A palavra pato tem origem árabe, vindo da palavra batt que por sua vez se originou do persa bat. A palavra árabe de origem semítica original era iwazz que se dedicava tanto aos gansos quanto aos patos, com a introdução da palavra persa, passou a distinguir-se um do outro. No latim se utilizava essa distinção com Anser(gansos) e Anas(patos). No português adotou-se também a palavra de origem árabe, como em espanhol. Porem, no Brasil adotou-se o termo especial marreco para designar os patos do velho mundo(Anas platyrhynchos) e até mesmo as aves consideradas de menor porte[2].

Ainda de acordo com o dicionário Michaelis a palavra pato em língua portuguesa designa:

Denominação comum às aves aquáticas anseriformes da família dos anatídeos de médio e grande porte, a maioria com distribuição cosmopolita, habitando lagos, pântanos, rios e estuários. Têm plumagens diversas: alguns são monocromáticos e outros têm cores variadas.[3]

Para os filhotes adota-se o sufixo "inho" onde são chamados de "patinhos"[4].

Comportamento

Os patos alimentam-se de vegetação aquática, moluscos e pequenos invertebrados e algumas espécies são aves migratórias.

Podem-se identificar os machos principalmente pela coloração diferente mais vistosa (visto que a grande maioria das espécies de patos tem dimorfismo sexual), e também por diferenças comportamentais. Algumas espécies de patos (quer selvagens, quer domesticadas ou criadas em cativeiro) são utilizadas pelo homem na alimentação, vestuário (as penas) e para entretenimento (caça).

O pato é um dos poucos animais da natureza que anda, nada e voa com razoável competência. Também é um dos animais que conseguem dormir com metade do cérebro e manter a outra em alerta. É dotado de perfeito senso de direção e comunidade.[5]

Taxonomia

Image:Mallard drake .02.jpg|Pato-real tentando pousar. Todos os patos pertencem à ordem dos Anseriformes, um grupo que contem os patos, os gansos e os cisnes e por vezes também os Anhimídeos e Anseranatideos[6]. Os patos são divididos em uma variedade de subfamílias e "tribos". O número de subfamílias e tribos e suas composições é causa de muita discordância entre taxonomistas.[6]. Alguns classificam com base em áspectos morfológicos, outros em comportamentos e estudos genéticos.[7][8] Com base nessas divergencias, o número de subfamílias de patos varia de 2 a 5.[9][10]. O grande nível de hibridização entre espécies selvagens complica ainda mais os esforços de classificação.[10]

Em muitas classificações modernas são chamados de "patos-verdadeiros" as aves pertencentes à subfamília Anatinae, esta dividida num número variável de tribos.[11] A maior delas, a Anatini, contem os "patos de rio"(em inglês dabbling ducks) chamados assim por seus métodos de encontrar comida na superfície de água doce.[12]. Os "patos mergulhadores"(em inglês: diving ducks) compõem a tribo Aythyini.[13] Os "patos marinhos"(em inglês: sea ducks) são da tribo Mergini e são patos mergulhadores especializados em capturar peixes e mariscos e passam a maior parte da vida em ambiente marinho.[14] A tribo Oxyurini contém patos mergulhadores notáveis por serem pequenos e por possuírem caudas rígidas.[15]

Um número considerável de espécies são chamadas de patos mas não são consideradas na ornitologia internacional como "patos verdadeiros", e são geralmente alocadas em outras subfamílias e tribos. Os "patos assobiadores"(gênero Dendrocygna) são alocados a uma tribo(Dendrocygnini) na subfamília Anatinae ou na subfamília Anserinae[16], ou até mesmo em sua própria subfamília(Dendrocygninae) ou família(Dendrocygnidae).[10][17]. O "Pato-sardento"(Stictonetta naevosa) da Austrália é o único membro da tribo Stictonettini na subfamília Anserinae[16], ou na sua propria família, a Stictonettinae.[10]. As Tadornas em algumas classificações fazem parte da tribo Tadornini na família Anserinae[16], na sua própria subfamília, Tadorninae. Já os patos-vaporizadores são alocados na família Anserinae na tribo Tachyerini ou juntos das Tadornas na tribo Tadornini.[16][18][10]. Já os "patos-empoleirados" em algumas classificações são incluidos na tribo Carinini e na subfamília Anserinae, em outras a tribo é eliminada e seus membros são colocados na tribo Anatini.[10]. O Pato-das-torrentes(Merganetta armata) é geralmente incluído na subfamília Anserinae na tribo monotípica Merganettini,[16] mas as vezes é incluido na tribo Tadornini.[19]. Já o Pato-de-orelha-rosa(Malacorhynchus membranaceus) as vezes é considerado um "pato verdadeiro" pertencente à tribo Anatini[16] ou na tribo própria Malacorhynchini,[20] e outras vezes é considerado parte da tribo Tadornini, das Tadornas.[16]

Híbridos

Muitos híbridos são relatados, quer seja entre espécies do mesmo gênero ou de diferentes gêneros.[21] Há a descrição de um hibrido entre o Pato-real domesticado(Anas platyrhynchos domesticus) e Pato-mudo(Cairina moschata momelanotus). Esta estirpe é principalmente usada para produção de carne e foie gras, isto é, o patê que é usualmente feito de fígado de ganso atualmente é feito de fígado desses híbridos. Na maioria dos casos o cruzamento de caracteriza pela junção de um Pato-mudo branco e uma fêmea de Marreco-de-Pequim,[22] para, desta forma, se produzir uma ave maior, pois quando o macho é um marreco e a fêmea um pato-mudo o hibrido resultante é de menor porte.

Há relatos de híbridos de Pato-mudo e Pato-de-crista.[23] A própria forma doméstica Cairina moschata momelanotus parece ser de origem híbrida.[24]

A raça Cayuga é descendente de cruzamentos de Marreco-Rouen(Anas platyrhynchos domesticus) e Marreco-preto-americano (Anas rubripes).[25]
A raça "Australian Spotted" descende de cruzamentos de Marreca-arrebio(Anas acuta) com Anas platyrhynchos domesticus.[26]
Ocorrem vários outros híbridos dentro do gênero Anas.[21]

Descrição

A brown duck in a fast-flowing stream
Fêmea de Pato-real em Cornwall, Reino Unido.

O corpo dos patos é geralmente achatado e largo, e eles possuem um pescoço longo, embora não tão longos quanto o dos cisnes e gansos. Nos mergulhadores é um pouco mais arredondado. O bico é relativamente largo e contém uma estrutura serrilhada chamada pecten, as quais são bem definidas em espécies filtradoras. No caso de espécies especializadas em pescar o bico é mais longo e fortemente serrilhados. As pernas são fortes e bem desenvolvidas, sendo situadas bem mais atrás no corpo, principalmente nas espécies mais aquáticas. As asas são muito fortes e geralmente curtas e pontiagudas, com seu voo consistindo de movimentos rápidos e contínuos, exigindo musculatura desenvolvida nas asas. Três espécies de patos-vaporizadores quase não tem capacidade de voar. E algumas espécies de patos perdem temporariamente sua capacidade de voo por conta da muda das penas; passando assim a procurar locais protegidos e com bom suprimento alimentício para passar o período. Esse período geralmente precede a migração.

Os machos de espécies do norte geralmente tem plumagem mais colorida, fazendo muda no verão e assim ficando mais parecidos com as fêmeas. As espécies do sul por sua vez apresentam menor dimorfismo sexual, sendo a única exceção a Tadorna-do-paraíso da Nova Zelândia, onde é a fêmea que possui uma plumagem mais brilhosa. A plumagem dos patos jovens é semelhante a das fêmeas.

Distribuição de habitat

Pato-vaporizador-voador em Ushuaia, Argentina

Patos são aves cosmopolitas, e são encontrados em todos os continentes com exceção da Antarctica.[6] Várias espécies conseguem viver em ilhas subantárticas.[27] Eles também chegaram a varias ilhas oceânicas isoladas, incluindo as Ilhas do Havaí, Micronésia e Ilhas Galápagos, onde são frequentemente vagantes e menos frequentemente residentes.[28][29] Alguns são endêmicos de ilhas remotas.[28]

Algumas espécies de patos são migratórias, principalmente os que se reproduzem no Hemisfério Norte; enquanto os patos dos trópicos geralmente não são. Alguns patos são nômades(particularmente na Austrália onde as chuvas são irregulares) que procuram lagos e "piscinas" que se formam após chuvas fortes localizadas.[30]

Comportamento

Alimentar

Pecten no bico de um pato
Filhote de Pato-real

Os fatos tem como fontes de alimento: gramíneas, plantas aquáticas, peixes, insetos, pequenos anfíbios, minhocas e pequenos moluscos. Os "patos dos rios" encontram alimento na superfície da água ou na terra, ou ainda o mais profundo que conseguirem sem submergir completamente.[31] Ao longo da margem do bico, eles possuem uma estrutura semelhante a um pente chamada "pecten" que usam para filtrar alimento de ambientes aquáticos, alisar suas penas e também segurar alimentos escorregadios.

Patos-mergulhadores e patos-marinhos conseguem buscar alimento em maiores profundidades de água. Para poder mergulhar com maior facilidade, os patos-mergulhadores são mais pesados que os "patos dos rios" e por isso também tem mais dificuldade para sair voando.

Algumas espécies, como as do gênero Mergus são especializadas em capturar e engolir peixes maiores. Outras tem como característica o bico largo e achatado, adaptado para dragar algas, minhocas e pequenos moluscos de lama, procurar larvas de insetos e também manusear alimentos. Para evitar ferimentos na procura por alimentos eles não possuem cere e suas narinas saem diretamente do bico duro.

Reprodução

Filhote de Cairina moschata

Os patos geralmente tem apenas um parceiro por época reprodutiva[32]. Em espécies maiores e nas mais sedentárias esses pares tendem a durar vários anos.[33] A maioria das espécies reproduz uma vez ao ano, fazendo-o em condições favoráveis como na primavera, no verão ou estações chuvosas. Eles tendem a fazer ninhos antes do acasalamento e, a partir do nascimento levam os filhotes para área alagadas.[34]

Comunicação

Fêmeas de pato-real(assim como outras espécies no gênero Anas) fazem a clássica onomatopeia quac enquanto os machos fazem um som similar, porem mais rouco,[35], porem, a maioria das espécies não faz este som.[36] Em geral, os patos fazem uma série de chamados que podem incluir assobios, arrulhos, grunidos e etc. Por exemplos, os Zarros(que são patos-mergulhadores); fazem um barulho como scaup. As chamadas podem ser de alto volume para exibição ou chamadas de contato mais silenciosas.

Na Cultura

Domesticação

Marreco-corredor-indiano, uma raça comum de patos domésticos.

Os patos tem muitos usos para benefício humano como produção de carne, ovos e penas. São abatidos aproximadamente 3 bilhões de patos para produção de carne por ano em todo o mundo[37]. Também são criados por avicultores e exibidos com frequência em zoológicos.

Quase toda variedade de patos domésticos descende do Pato-real(Anas platyrhynchos), apesar de ter também variedades provenientes do Pato-selvagem(Cairina moschata).[38][39] O "pato-chamador" é outro exemplo de raça de pato domestico. Seu nome vem da sua origem por caçadores, que os usavam para atrair patos-reais do céu para sua armadilhas. O "pato-chamador" é a menor raça de pato doméstico no mundo, pesando menos que 1kg[40]

Criação

Os patos têm sido criados há milhares de anos, possivelmente a partir do sudeste da Ásia, e patos-mudos foram domesticados pelos indígenas na América do Sul, em data desconhecida, tendo sido encontrados já domesticados no descobrimento.[47] Eles não são tão populares como a galinha, porque galinhas têm muito mais carne branca magra e são mais fáceis de manter confinadas, tornando o custo total muito menor para a carne de frango, ao passo que o pato é relativamente caro e aparece com menos frequência no mercado de alimentos e restaurantes na faixa de preço mais baixo. Podem ser mantidos ao ar livre, em gaiolas, em celeiros, ou em baterias. Para serem saudáveis, aos patos deve ser permitido o acesso à água, embora aos patos confinados seja muitas vezes negado isto. Eles devem ser alimentados com uma dieta de grãos e insetos. É um equívoco popular que os patos devam ser alimentados com pão, que tem valor nutritivo limitado e pode ser mortal quando administradas aos patinhos em desenvolvimento. Marrecos e, possivelmente, patos-mudos, devem ser monitorados, pois eles são especialmente propensos à infecção por H5N1. As fêmeas de muitas raças de patos domésticos não são confiáveis na incubação de seus ovos e na criação de seus filhotes. Exceções notáveis incluem o Marreco-Rouen e especialmente o Pato-mudo. Tem sido um costume em fazendas ao longo dos séculos colocar ovos de marreco em ninhos de galinha para incubação; hoje incubadoras automáticas são usadas frequentemente. No entanto, patinhos jovens dependem da mãe para o fornecimento de óleo para torná-los à prova d'água, e uma galinha não produz tanto óleo como uma pata. Uma vez que o patinho cresce, as próprias penas produzirão óleo da glândula sebácea próxima à base da cauda.[48]

Na heráldica

Os patos aparecem em muitos brasões, onde podemos citar o de Lubāna(Letônia),[49] e no de Föglö(Finlândia)[50] Há ainda cidades que mencionam a ave em seu nome, como Patos de Minas(Minas Gerais), Patos(Paraíba) e Pato Branco(Paraná).

No Esporte

Inúmeras entidades esportivas utilizam o animal como nome, símbolo ou mascote:

No entretenimento

Animações

No mundo das animações há muitos patos ficcionais como o Pato Donald(Walt Disney), Patolino(Looney Tunes)

Música

O cantor, compositor e violonista brasileiro Toquinho ao lado de Vinicius de Moraes comporam um clássico popular da música brasileira, que caiu no gosto infantil, a música Pato pateta que narra a breve história de um pato desastrado[52].

Galeria

Ver também

Bibliografia

Referências

  1. Porto Editora (26 de maio de 2022). «Pato(ornitologia)». Infopedia.net. Consultado em 26 de maio de 2022 
  2. «Etimología de PATO». http://etimologias.dechile.net/. 22 de maio de 2022. Consultado em 26 de maio de 2022 
  3. Michaelis. «Pato». https://michaelis.uol.com.br/. Consultado em 26 de maio de 2022 
  4. Sérgio Nogueira (29 de setembro de 2010). «Temas polêmicos». G1.globo.com. Consultado em 26 de maio de 2022 
  5. Uma Abordagem Sobre a Origem do Pato e do Marreco - IntroduçãoAcesso em 26 de jan. de 2013
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