Líquido sinovial: diferenças entre revisões

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O '''líquido sinovial''', também chamado de '''sinóvia''', é um líquido viscoso, [[Fluido não newtoniano|não newtoniano]], encontrado nas cavidades das articulações sinoviais. Com sua consistência semelhante a [[clara do ovo]],<ref>{{citar livro|título= Rheumatology secrets|último= West|primeiro= Sterling G.|publicado= Elsevier Mosby|ano= 2015|isbn = 9780323037006|local= Philadelphia|páginas= 19|oclc = 908716294|edição= 3rd|series = The secrets series}}</ref> o principal papel do líquido sinovial é reduzir o [[atrito]] entre a [[Tecido cartilaginoso|cartilagem articular]] das articulações sinoviais durante o movimento.<ref>{{Citation|último=Petty|primeiro=Ross E.|título=Chapter 2 - Structure and Function|data=2016-01-01|url=http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/B9780323241458000028|obra=Textbook of Pediatric Rheumatology (Seventh Edition)|páginas=5–13.e2|editor-sobrenome=Petty|editor-nome=Ross E.|local=Philadelphia|publicado=W.B. Saunders|língua=en|doi=10.1016/b978-0-323-24145-8.00002-8|isbn=978-0-323-24145-8|acessodata=2020-10-18|editor-sobrenome2=Laxer|editor-nome2=Ronald M.|editor-sobrenome3=Lindsley|editor-nome3=Carol B.|editor-sobrenome4=Wedderburn|editor-nome4=Lucy R.}}</ref> O líquido sinovial é um pequeno componente do componente líquido transcelular do [[líquido extracelular]].
{{Mais notas|data=setembro de 2014}}


==Análise==
'''Líquido sinovial''' ('''fluido sinovial''' ou '''sinóvia''') é um líquido transparente e viscoso das [[articulação|cavidades articulares]] e bainhas dos [[tendão|tendões]]. É segregado pelas [[membranas sinoviais]]. O termo sinóvia pode apresentar certa ambiguidade, pois alguns autores a consideram sinônimo de membrana sinovial.
A concentração de [[glicose]] (mg/dl) no líquido sinovial é quase igual à [[sérica]].


A análise [[Biologia celular|citológica]] e [[bioquímica]] do líquido sinovial humano começou por volta de 1940, usando o líquido derivado de [[cadáver]]es e comparando características com, por exemplo, o líquido sinovial [[Bovinos|bovino]].<ref>{{Citation
O líquido sinovial é um dos elementos que formam o [[Sistema Locomotor]], junto com os [[osso]]s, [[músculo]]s, [[ligamento]]s e [[articulações]]. Tem a função de lubrificar as [[articulações]] sinoviais, permitindo seu movimento suave e indolor (nas articulações imóveis, como as suturas cranianas, não existe o líquido sinovial).
|último1=Ropes |primeiro1=Marian W. |último2=Rossmeisl |primeiro2=Elsie C. |último3=Bauer |primeiro3=Walter |data=novembro de 1940 |título=The Origin and Nature of Normal HUman Synovial Fluid |periódico=[[J Clin Invest]] |volume=19 |número=6 |páginas=795&ndash;799 |pmid=16694795 |doi=10.1172/JCI101182 |pmc=435014}} ''and references therein''</ref>


=== Química ===
É formado por um ultrafiltrado do plasma através da membrana sinovial, cujas células secretam um mucopolissacarídeo contendo [[ácido hialurônico]] e pequena quantidade de [[proteína]]s de alto peso molecular (tais como [[fibrinogênio]] e [[globulinas]]), a qual se soma a esse ultrafiltrado. Como essa filtração plasmática não é seletiva --- exceto no que diz respeito a essas proteínas de alto peso molecular --- o líquido sinovial normal tem, essencialmente, a mesma composição bioquímica do [[Plasma (sangue)|plasma]].<ref name="Strasinger">.</ref> Fornece nutrientes para as cartilagens e atua como lubrificante das faces articulares móveis.
O teste do [[Trombo|coágulo]] de [[mucina]] é uma abordagem muito antiga para determinar se um infiltrado [[Inflamação|inflamatório]] está presente. Neste teste, o [[Ácido etanoico|ácido acético]] é adicionado à amostra de líquido sinovial. Em uma amostra normal, isso deve levar a um [[Geladura|congelamento]] do [[ácido hialurônico]], formando um 'coágulo de mucina'. Se houver inflamação, não é formado um coágulo de mucina (o ácido hialurônico é degradado).<ref name="demais2009">{{Citation|último=De Mais|primeiro=Daniel|ano=2009|título=Quick Compendium of Clinical Pathology|edição=2nd|publicado=[[ASCP Press]]|local=Chicago|isbn=9780891895671|oclc=692198047|url-access=|url=https://archive.org/details/quickcompendiumo0000mais}}</ref>


O [[Ácido láctico|lactato]] está elevado na [[artrite séptica]], geralmente acima de 250&nbsp;mg/dL.
== Análise Clínica .==
O Líquido sinovial é obtido para análise através da punção sinovial com agulha (artrocentese), realizada sob condições de esterilidade estrita.<ref name="Henry">HENRY, John B, (ed). '''Clinical Diagnosis & Management by Laboratory Methods'''. USA: Saunders, 20th Edition, [[2001]]. ISBN 0-7216-8864-0.</ref> É recomendado um jejum de pelo menos 6 horas, o que permite um equilíbrio com a glicose sanguínea (glicemia) --- idealmente, deve ser colhida concomitantemente uma amostra de [[sangue]] para determinação comparativa. Geralmente é colhido da articulação do joelho, onde seu volume total normal não ultrapassa os 3,5 ML . Tem a coloração amarela pálida, é límpido, não apresenta cristais e não coagula espontaneamente. Em amostras patológicas pode haver fibrinogênio em quantidade aumentada, pelo que é recomendável que se colham amostras com anticoagulante - respectivamente EDTA e/ou Heparina, para as análises citológica e bioquímica - e sem anticoagulante, para a análise microbiológica.


Os fatores de complemento estão diminuídos na [[artrite reumatoide]] e na [[artrite]] lúpica.
A análise do líquido sinovial começa pela determinação do volume total colhido<ref name="Henry" />. A aparência e coloração são observados em um tubo transparente, contra um fundo branco. A leucocitose e a presença de cristais e gotas de gordura, ou outras células degeneradas, podem produzir um aspecto turvo. A coloração avermelhada produzida pela presença de sangue deve ser diferenciada entre coleta traumática (denotada pela concentração decrescente de sangue à medida que a coleta progride, e pela presença de rajas de sangue vivo) e condições patológicas como fratura atingindo a superfície articular, tumor, artrite traumática, artropatia neurogênica, artrite hemofílica, entre outras. A ''viscosidade'' é avaliada grosseiramente deixando-se o fluido correr a partir da ponta de uma seringa, sendo um fio ininterrupto de 4 a 6&nbsp;cm considerado normal; está diminuída em condições inflamatórias e nas efusões traumáticas rápidas. Pelo ''Método de Ropes'', a adição de ácido acético causa a formação de um coágulo que pode ser avaliado como ''bom'' (coágulo sólido), ''regular'' (coágulo mole), ''pobre'' (coágulo friável), e ''ruim'' (coágulo ausente).


=== Microscopia ===
A [[glicose]] no líquido sinovial é inferior em cerda de 0 a 10&nbsp;mg/dL à do sangue;<ref name="Tietz">TIETZ, Norbert W (ed), '''Clinical Guide to Laboratory Tests''', USA: Saunders, Third Edition, [[1995]], ISBN 0-7216-5035-X</ref> está diminuída nas artrites bacterianas (incluindo a tuberculosa).
A análise [[Microscópio|microscópica]] do líquido sinovial é realizada para avaliar a contagem de [[célula]]s e [[Cristal|cristais]]. Os cristais incluem urato monossódico, [[pirofosfato de cálcio]], [[hidroxiapatita]] e cristais de [[Corticosteroide|corticosteróides]].<ref name=demais2009/>
O aumento da concentração de proteínas pode ocorrer em casos de gota, artrite reumatóide, e artrite séptica, refletindo tanto o aumento da permeabilidade vascular como a síntese de imunoglobulinas (anticorpos).
A determinação de outros componentes bioquímicos usualmente carece de significação clínica.


Cristais de urato monossódico são vistos na [[Gota (doença)|gota]] ou artrite gotosa e aparecem como cristais birrefringentes negativos em forma de agulha, variando em comprimento de 2 a 20&nbsp;[[μm]]. Com [[birrefringência]] negativa, os cristais aparecem amarelos na luz paralela e azuis na luz perpendicular.
O ''estudo imunológico'' pode ser feito pela determinação do ''fator reumatóide'', que embora inespecífico etá presente em cerca de 60% dos pacientes com artrite reumatóide. A detecção de ''Adenosina Deaminase'' (ADA) em concentração elevada é indicativa da [[tuberculose]]<ref name="Tietz" />. A determinação de ''fatores antinucleares'' e mensuração do ''complemento'' têm-se mostrado desprovidas de utilidade clínica.


Cristais de pirofosfato de cálcio são vistos na [[Condrocalcinose|pseudogota]] (também conhecida como doença de deposição de pirofosfato de cálcio). Esses cristais são em forma de [[bastonete]]s ou [[romboide]]s com comprimento variando de 2 a 20 μm e com birrefringência positiva (azul com luz paralela, amarelo com luz perpendicular).
O ''exame microscópico'' inclui contagem celular total e diferencial, que podem ser efetuadas através da contagem celular em [[câmara de Neubauer]], seguida da análise de distensão corada por corantes do tipo Romanowski (Leishman, Wright ou May-Grünwald-Giemsa). Um microscópio de luz polarizada deve ser usado para a avaliação da presença de cristais<ref name="Henry" />
. Qualquer cristal presente no líquido sinovial é considerado anormal, sendo muito comuns os cristais de ácido úrico, associados ao acometimento por [[Gota]].


Os cristais de [[hidroxiapatita]] são pequenos e negativamente birrefringentes. Eles geralmente são detectáveis ​​apenas com uma coloração de [[vermelho de alizarina S]].
O ''estudo microbiológico'' deve sempre incluir a coloração de ''[[Gram]]'' e, sempre que a tuberculose for suspeita, a coloração de ''[[Ziehl-Neelsen]]''. A cultura é positiva na maioria das atrites não-gonocóccicas, mas a ''[[Neisseria gonorrhoeae]]'' é isolada em apenas cerca de 50% dos casos positivos<ref name="Henry" />. A cultura para ''[[Mycobacterium tuberculosis]]'' é positiva em cerca de 80% dos casos. Este germe pode também ser detectado através de técnicas de biologia molecular. Outros organismos de crescimento fastidioso podem não ser detectados por cultura em meios tradicionais.


Cristais de corticosteroides podem ser observados após a injeção terapêutica de corticosteroides no espaço [[Articulação|articular]]. Eles parecem sem corte, irregulares e mostram birrefringência variável.<ref name=demais2009/>
{{referências}}

===Estalo das articulações===
{{AP|[[Estalo das articulações]]}}
Quando as duas superfícies articulares de uma articulação sinovial são separadas uma da outra, o volume dentro da cápsula articular aumenta e resulta em pressão negativa. O volume de líquido sinovial dentro da articulação é insuficiente para preencher o volume em expansão da articulação e os gases dissolvidos no líquido sinovial (principalmente [[dióxido de carbono]]) são liberados e preenchem rapidamente o espaço vazio, levando à rápida formação de uma bolha.<ref>{{citar periódico|vauthors=Unsworth A, Dowson D, Wright V |título= 'Cracking joints'. A bioengineering study of cavitation in the metacarpophalangeal joint. |periódico= Ann Rheum Dis | volume = 30 |número= 4 |páginas= 348–58 |ano= 1971 | pmid = 5557778 | doi = 10.1136/ard.30.4.348 | pmc=1005793}}</ref> Este processo é conhecido como [[cavitação]]. A cavitação nas articulações sinoviais resulta em um som de 'estalo' de alta frequência.<ref>Watson P, Kernoham WG, Mollan RAB. A study of the cracking sounds from the metacarpophalangeal joint. Proceedings of the Institute of Mechanical Engineering [H] 1989;203:109-118.</ref><ref>{{citar web|url=http://health.howstuffworks.com/question437.htm|título=What makes your knuckles pop?|data=3 de agosto de 2000|acessodata=20 de setembro de 2016}}</ref>

==Etimologia e pronúncia==
O termo ''synovia'' ({{IPAc-en|s|ɪ|ˈ|n|oʊ|v|i|ə}}) veio para o inglês por volta de 1640 (a forma anglicizada ''synovial'' é registrada pela primeira vez em meados do século XVIII) do [[neolatim]], onde foi cunhado talvez por [[Paracelso]] do grego ''[[wikt:συν-|συν-]]'' "com" e do latim ''[[wikt:ovum#Latim|ovum]]'' "ovo" e ''[[wikt:-ia#Latim|-ia]]'' porque se assemelha a clara de ovo em consistência e aparência externa.<ref name=collins>[https://www.wordreference.com/definition/synovia "synovia"] in the Collins Concise English Dictionary</ref><ref>[https://www.dictionary.com/browse/synovia "synovia"] in the Random House Unabridged Dictionary</ref><ref name="AHD">[https://www.ahdictionary.com/word/search.html?q=synovia "synovia"] in the American Heritage Dictionary</ref><ref name="OxfordDictionaries">[https://en.oxforddictionaries.com/definition/synovial "synovial"] in the Oxford Dictionaries Online</ref><ref>[http://encyclopedia2.thefreedictionary.com/synovia "synovia"] in the Great Soviet Encyclopedia</ref>

O termo ''synovium'' é uma cunhagem pseudo-latina muito mais recente para o que é menos confuso chamado de membrana sinovial. Não está registrado em dicionários gerais, e os dicionários médicos apenas explicam seu significado, não sua etimologia, mas aparentemente é derivado do termo ''synovia'', ou seja, a etimologia ofuscada de elementos gregos e latinos mistos do termo singular ''synovia'' foi mal interpretada e a palavra foi erroneamente reinterpretada como o plural do termo anteriormente inexistente ''synovium'' (talvez em analogia a outros termos plurais para líquidos, como "águas" para [[líquido amniótico]]). Em caso de insistência no uso do termo pseudo-latino ''synovium'' para a membrana sinovial, o plural não-latinado ''synoviums'' é melhor e menos confuso que ''synovia''.

{{Referências}}

==Bibliografia==
* {{citar periódico|último1=Warman |primeiro1=M. |ano=2003 |título=Delineating biologic pathways involved in skeletal growth and homeostasis through the study of rare Mendelian diseases that affect bones and joints |periódico=Arthritis Research & Therapy |volume=5 |páginas=5 |doi=10.1186/ar804|doi-access=free }}

==Ligações externas==
* [http://www.glycoforum.gr.jp/science/hyaluronan/HA01/HA01E.html Hyaluronan: structure and properties]
* [https://web.archive.org/web/20121119080937/http://www.ucl.ac.uk/~regfjxe/NORMALJOINT.htm Normal joint structure] from the [[University College London]]
{{Portal3|Anatomia}}


{{DEFAULTSORT:Liquido Sinovial}}
[[Categoria:Articulações]]
[[Categoria:Articulações]]
[[Categoria:Fluidos corporais]]
[[Categoria:Fluidos corporais]]

Revisão das 10h26min de 23 de junho de 2022

O líquido sinovial, também chamado de sinóvia, é um líquido viscoso, não newtoniano, encontrado nas cavidades das articulações sinoviais. Com sua consistência semelhante a clara do ovo,[1] o principal papel do líquido sinovial é reduzir o atrito entre a cartilagem articular das articulações sinoviais durante o movimento.[2] O líquido sinovial é um pequeno componente do componente líquido transcelular do líquido extracelular.

Análise

A concentração de glicose (mg/dl) no líquido sinovial é quase igual à sérica.

A análise citológica e bioquímica do líquido sinovial humano começou por volta de 1940, usando o líquido derivado de cadáveres e comparando características com, por exemplo, o líquido sinovial bovino.[3]

Química

O teste do coágulo de mucina é uma abordagem muito antiga para determinar se um infiltrado inflamatório está presente. Neste teste, o ácido acético é adicionado à amostra de líquido sinovial. Em uma amostra normal, isso deve levar a um congelamento do ácido hialurônico, formando um 'coágulo de mucina'. Se houver inflamação, não é formado um coágulo de mucina (o ácido hialurônico é degradado).[4]

O lactato está elevado na artrite séptica, geralmente acima de 250 mg/dL.

Os fatores de complemento estão diminuídos na artrite reumatoide e na artrite lúpica.

Microscopia

A análise microscópica do líquido sinovial é realizada para avaliar a contagem de células e cristais. Os cristais incluem urato monossódico, pirofosfato de cálcio, hidroxiapatita e cristais de corticosteróides.[4]

Cristais de urato monossódico são vistos na gota ou artrite gotosa e aparecem como cristais birrefringentes negativos em forma de agulha, variando em comprimento de 2 a 20 μm. Com birrefringência negativa, os cristais aparecem amarelos na luz paralela e azuis na luz perpendicular.

Cristais de pirofosfato de cálcio são vistos na pseudogota (também conhecida como doença de deposição de pirofosfato de cálcio). Esses cristais são em forma de bastonetes ou romboides com comprimento variando de 2 a 20 μm e com birrefringência positiva (azul com luz paralela, amarelo com luz perpendicular).

Os cristais de hidroxiapatita são pequenos e negativamente birrefringentes. Eles geralmente são detectáveis ​​apenas com uma coloração de vermelho de alizarina S.

Cristais de corticosteroides podem ser observados após a injeção terapêutica de corticosteroides no espaço articular. Eles parecem sem corte, irregulares e mostram birrefringência variável.[4]

Estalo das articulações

Ver artigo principal: Estalo das articulações

Quando as duas superfícies articulares de uma articulação sinovial são separadas uma da outra, o volume dentro da cápsula articular aumenta e resulta em pressão negativa. O volume de líquido sinovial dentro da articulação é insuficiente para preencher o volume em expansão da articulação e os gases dissolvidos no líquido sinovial (principalmente dióxido de carbono) são liberados e preenchem rapidamente o espaço vazio, levando à rápida formação de uma bolha.[5] Este processo é conhecido como cavitação. A cavitação nas articulações sinoviais resulta em um som de 'estalo' de alta frequência.[6][7]

Etimologia e pronúncia

O termo synovia ( /sɪˈnviə/) veio para o inglês por volta de 1640 (a forma anglicizada synovial é registrada pela primeira vez em meados do século XVIII) do neolatim, onde foi cunhado talvez por Paracelso do grego συν- "com" e do latim ovum "ovo" e -ia porque se assemelha a clara de ovo em consistência e aparência externa.[8][9][10][11][12]

O termo synovium é uma cunhagem pseudo-latina muito mais recente para o que é menos confuso chamado de membrana sinovial. Não está registrado em dicionários gerais, e os dicionários médicos apenas explicam seu significado, não sua etimologia, mas aparentemente é derivado do termo synovia, ou seja, a etimologia ofuscada de elementos gregos e latinos mistos do termo singular synovia foi mal interpretada e a palavra foi erroneamente reinterpretada como o plural do termo anteriormente inexistente synovium (talvez em analogia a outros termos plurais para líquidos, como "águas" para líquido amniótico). Em caso de insistência no uso do termo pseudo-latino synovium para a membrana sinovial, o plural não-latinado synoviums é melhor e menos confuso que synovia.

Referências

  1. West, Sterling G. (2015). Rheumatology secrets. Col: The secrets series 3rd ed. Philadelphia: Elsevier Mosby. 19 páginas. ISBN 9780323037006. OCLC 908716294 
  2. Petty, Ross E. (1 de janeiro de 2016), Petty, Ross E.; Laxer, Ronald M.; Lindsley, Carol B.; Wedderburn, Lucy R., eds., «Chapter 2 - Structure and Function», ISBN 978-0-323-24145-8, Philadelphia: W.B. Saunders, Textbook of Pediatric Rheumatology (Seventh Edition) (em inglês), pp. 5–13.e2, doi:10.1016/b978-0-323-24145-8.00002-8, consultado em 18 de outubro de 2020 
  3. Ropes, Marian W.; Rossmeisl, Elsie C.; Bauer, Walter (novembro de 1940), «The Origin and Nature of Normal HUman Synovial Fluid», J Clin Invest, 19 (6): 795–799, PMC 435014Acessível livremente, PMID 16694795, doi:10.1172/JCI101182  and references therein
  4. a b c De Mais, Daniel (2009), Quick Compendium of Clinical Pathology, ISBN 9780891895671 2nd ed. , Chicago: ASCP Press, OCLC 692198047 
  5. Unsworth A, Dowson D, Wright V (1971). «'Cracking joints'. A bioengineering study of cavitation in the metacarpophalangeal joint.». Ann Rheum Dis. 30 (4): 348–58. PMC 1005793Acessível livremente. PMID 5557778. doi:10.1136/ard.30.4.348 
  6. Watson P, Kernoham WG, Mollan RAB. A study of the cracking sounds from the metacarpophalangeal joint. Proceedings of the Institute of Mechanical Engineering [H] 1989;203:109-118.
  7. «What makes your knuckles pop?». 3 de agosto de 2000. Consultado em 20 de setembro de 2016 
  8. "synovia" in the Collins Concise English Dictionary
  9. "synovia" in the Random House Unabridged Dictionary
  10. "synovia" in the American Heritage Dictionary
  11. "synovial" in the Oxford Dictionaries Online
  12. "synovia" in the Great Soviet Encyclopedia

Bibliografia

  • Warman, M. (2003). «Delineating biologic pathways involved in skeletal growth and homeostasis through the study of rare Mendelian diseases that affect bones and joints». Arthritis Research & Therapy. 5. 5 páginas. doi:10.1186/ar804Acessível livremente 

Ligações externas