Academia Sueca

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Academia Sueca
Svenska Akademien

Academia Sueca em Estocolmo
Organização
Natureza jurídica Instituição científica de utilidade pública, dotada de personalidade jurídica e de autonomia administrativa
Missão "Trabalhar em prol da pureza, elevação e pujança da Língua Sueca"
Localização
Sede Estocolmo
Histórico
Criação 20 de março de 1786
Sítio na internet
Página oficial da Academia Sueca (em inglês)

A Academia Sueca (em sueco: Svenska Akademien; PRONÚNCIA) foi fundada em 1786, pelo rei Gustavo III, com o objetivo de dignificar e promover a língua sueca, tendo por modelo a Academia Francesa. Aquele objectivo seria atingido através da atribuição de prémios literários - com destaque para o Prémio Nobel da Literatura - e da elaboração de obras de apoio à língua sueca - tais como o Dicionário da Academia Sueca (SAOB), o Vocabulário Ortográfico da Academia Sueca (SAOL), o Dicionário sueco (SO) e a Gramática da Academia Sueca.[1][2][3]

A Academia Sueca está instalada no edifício da Bolsa de Estocolmo, juntamente com a Biblioteca Nobel e o Museu Nobel. É composta por 18 membros vitalícios, metade deles escritores, sendo o atual secretário interino o escritor Anders Olsson, após a demissão da secretária permanente Sara Danius. Entre as suas atribuições está premiar, anualmente, os vencedores do Prêmio Nobel de Literatura.[4][5]

Gustavo III
Fundador da Academia Sueca

Ao longo de dois séculos de existência, a Academia Sueca conheceu a ascensão e o declínio financeiro. A sua principal fonte de rendimento vem das publicações de jornais. Após uma situação difícil, com a morte do rei Gustavo III em 1792, só em 1834 a Academia Sueca voltou a renascer, com a intervenção de Bernhard von Beskow, seu secretário. Em 1884, Carl David af Wirsén substitui Bernhard von Beskow, até 1913, ano em que Erik Axel Karlfeldt toma o lugar de secretário permanente, função que manteve até 1931. Este último modernizou a academia, dividindo-a em três grupos principais - Comité Financeiro, Comité da Linguagem e o Comité Nobel, e contribuiu para a eleição da primeira mulher - Selma Lagerlöf, em 1914.[6]

Membros atuais[editar | editar código-fonte]

Atualizado a 31 de outubro de 2023

As dezoito cadeiras da Academia Sueca: [7][8]

Cadeira Foto Nome Nascimento Eleição Notas
1.
Eric Runesson 1960 2018 Jurista
2.
Bo Ralph 1945 1999 Linguista
3.
David Håkansson 1978 2023 Investigador linguístico, será empossada em dezembro de 2023
4.
Anders Olsson 1949 2008 Historiador literário e escritor
5.
Ingrid Carlberg 1961 2020 Escritora, jornalista
6.
Tomas Riad 1959 2011 Linguista
7.
Åsa Wikforss 1961 2019 Professora universitária de Filosofia
8.
Jesper Svenbro 1944 2006 Poeta e investigador literário
9.
Ellen Mattson 1962 2019 Escritora, crítica literária
10.
Peter Englund 1957 2002 Professor, secretário permanente (2009–2015), não participa desde 2018
11.
Mats Malm 1964 2018 Escritor, tradutor; secretário permanente (2019-)
12.
Per Wästberg 1933 1997 Escritor
13.
Anne Swärd 1969 2019 Escritora
14.
Steve Sem-Sandberg 1958 2020 Escritor, tradutor, crítico literário
15.
Jila Mossaed 1948 2018 Poeta; nascida no Irão
16.
Anna-Karin Palm 1960 2023 Escritora, será empossada em dezembro de 2023
17.
Horace Engdahl 1948 1997 Professor, secretário permanente (1999–2009)
18.
Tua Forsström 1947 2019 Poeta

Crises e controvérsias[editar | editar código-fonte]

Crise de 2017-2018[editar | editar código-fonte]

Um escândalo sacudiu a Academia Sueca em 2017-2018, quando Jean-Claude Arnault, marido da academista Katarina Frostenson, foi publicamente acusado de graves assédios sexuais e divulgação ilícita de nomes de futuros premiados com o Prémio Nobel.[9][10] Na sequência da crise, Katarina Frostenson foi expulsa da Academia, tendo isso suscitado que Peter Englund, Kjell Espmark e Klas Östergren abandonassem a sua participação nos trabalhos da Academia, e que Sara Danius abandonasse a sua cadeira e o cargo de secretária permanente.[11] De acordo com as regras da Academia, são necessários 12 membros presentes para se proceder à eleição de um novo membro. Com a saída de Katarina Frostenson, Peter Englund, Kjell Espmark, Klas Östergren e Sara Danius, e o abandono de Lotta Lotass e Kerstin Ekman, a Academia caiu num impasse, pois contando apenas com 11 membros ativos, perdia a capacidade de eleger novos membros.[10] O atual rei da Suécia - Carlos XVI Gustavo - anunciou a intenção de alterar as regras da Academia, instituídas pelo monarca fundador - Gustavo III, de forma a permitir a um membro abandonar a Academia por vontade própria, e além disso a considerar excluído um membro que não tenha participado durante 2 anos nos trabalhos da Academia.[12] Mais um abandono, dá mais um abanão à Academia: A escritora Sara Stridsberg anunciou em 20 de abril a sua renúncia à cadeira na academia.[13] Igualmente, veio a público que a princesa real Vitória teria sido vítima de assédio sexual pelo mesmo Jean-Claude Arnault em 2006 nos locais da Academia.[14]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Magnusson, Thomas; et al. (2004). «Svenska Akademien». Vad varje svensk bör veta (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag e Publisher Produktion AB. p. 359. 654 páginas. ISBN 91-0-010680-1 
  2. «Svenska akademien». Norstedts uppslagsbok (em sueco). Estocolmo: Norstedts. 2007–2008. p. 1260. 1488 páginas. ISBN 9789113017136 
  3. «The Swedish Academy» (em inglês). Svenska Akademien. Consultado em 20 de fevereiro de 2016 
  4. Johan Lindqvist. «Peter Englund slutar» (em sueco). Göteborgs-Posten. Consultado em 6 de junho de 2015. Arquivado do original em 20 de dezembro de 2014 
  5. «The Academy» (em inglês). Svenska Akademien. Consultado em 20 de fevereiro de 2016 
  6. «Svenska akademien - Historik» (em sueco). Nationalencyklopedin - Enciclopédia Nacional Sueca. Consultado em 20 de fevereiro de 2016 
  7. Bo Svensén e Jonas Gruvö. «Svenska Akademien» (em sueco). Enciclopédia Nacional Sueca. Consultado em 31 de outubro de 2023 
  8. Lydia Farran-Lee. «För första gången på 30 år har Svenska Akademien 18 ledamöter» (em sueco). Sveriges Television AB. Consultado em 31 de outubro de 2023 
  9. Lamela (EFE), Anxo (6 de dezembro de 2017). «Escândalo de abusos sexuais às portas da Academia Sueca». El País Brasil. Consultado em 20 de março de 2022 
  10. a b Aleixo, Rita (13 de abril de 2018). «Secretária permanente da Academia Sueca demite-se». Delas. Consultado em 20 de março de 2022 
  11. Arvidson, Emil (15 de abril de 2018). «Veckan som splittrade Svenska Akademien». Göteborgs-Posten. ISSN 1103-9345. Consultado em 15 de abril de 2018 
  12. TT (18 de abril de 2018). «Kungen ändrar Svenska Akademiens stadgar». gp.se (em sueco). Consultado em 20 de março de 2022 
  13. Lusa, Agência. «Mais uma renúncia na Academia Sueca, que atribui o Nobel da Literatura». Observador. Consultado em 20 de março de 2022 
  14. Bernardino, Carla (29 de abril de 2018). «Princesa Vitória da Suécia foi vítima de "assedio sexual"». Delas. Consultado em 20 de março de 2022 
  • A Grande História do Nobel, Ed. Quidnovi - Edição e Conteúdos, S.A., 2004

Ligações externas[editar | editar código-fonte]