Afoxé (cortejo)

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 Nota: Para outros significados, veja Afoxé.

Afoxé, também chamado de candomblé de rua, é um cortejo de rua que sai durante o carnaval. Trata-se de uma manifestação afro-brasileira com raízes no povo iorubá. Geralmente, seus integrantes são vinculados a um terreiro de Candomblé[1][2] ou de Umbanda.[3][4] Há um consenso entre os pesquisadores de que o afoxé tem origem na Bahia.[5][6][7][8][9][10]

Ocorrência[editar | editar código-fonte]

Podem ser encontrados em diversas cidades brasileiras, como Belo Horizonte, Fortaleza, Olinda, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Nos anos 1980, havia um grupo em Belo Horizonte, o Afoxé Ilê Odara, apadrinhado por Gilberto Gil e fundado pela ialorixá Oneida Maria da Silva Oliveira, a Mãe Gigi. O afoxé foi extinto e desfilou pela última vez, em Belo Horizonte, no ano de 1988, após a morte de dona Oneida. Desfilavam no Afoxé Ilê Odará nomes como o cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais Dalmir Francisco, o bailarino Márcio Valeriano e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Maurício Campos, além de personalidades da comunidade negra, como a coreógrafa Marlene Silva, o músico Mamour Bá, a bailarina Rosileide Oliveira, o músico Reynaldo Oliveira e o sambista Raimundo Luiz de Oliveira, o Velho Dico, que era casado com Mãe Gigi, além do atual jornalista Miguel Arcanjo Prado (neto de dona Oneida, que era criança na época)[11] e também Efigênia Pimenta, líder do MNU (Movimento Negro Unificado) em Minas Gerais.

Afoxé Estrela D'Oiá[editar | editar código-fonte]

O Bloco Afoxé Estrela D´Oiá, fundado em 8 de março de 1999, é referência na cultura afro-carioca e busca preservar, valorizar e expandir a cultura afro-brasileira no fortalecimento da identidade étnica. O Afoxé Estrela D'Oiá foi o primeiro bloco de afoxé fundado por uma mulher[12] no Rio de Janeiro. Devido à beleza e a seriedade com que desfila o bloco, teve como mérito ser escolhido para ser o primeiro bloco a desfilar oficialmente na Avenida, abrindo os festejos carnavalescos no Rio de Janeiro.[13]

Referências

  1. "Conheça a relação do candomblé com os afoxés e carnaval" https://m.extra.globo.com/noticias/religiao-e-fe/pai-paulo-de-oxala/conheca-relacao-do-candomble-com-os-afoxes-carnaval-3977199.html Acessado em 17 de abril de 2020
  2. RISÉRIO, Antonio. Carnaval ijexá; notas sobre afoxés e blocos do novo carnaval afrobaiano. Salvador:Corrupio, 1981, p. 56
  3. Cavalcante, Camila (7 de fevereiro de 2013). «Com incenso e água de cheiro, Afoxé Muzenza Pantaneiro estreia no carnaval». diarionline.com.br. Diário Corumbaense. Consultado em 16 de junho de 2021. Cópia arquivada em 16 de junho de 2021 
  4. «Afoxé Omõrisá Odé». Rede Cultura Viva. 30 de maio de 2018. Consultado em 16 de junho de 2021. Cópia arquivada em 16 de junho de 2021 
  5. LIMA, Ivaldo. Entre Pernambuco e a África. História dos maracatus-nação do Recife e a espetacularização da cultura popular (1960 - 2000). Universidade Federal Fluminense, 2010, p. 319
  6. "Conheça a história dos Afoxés em Pernambuco" https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/viver/2019/03/conheca-a-historia-dos-afoxes-em-pernambuco.html Acessado em 17 de abril de 2020
  7. ARAÚJO, Alceu Maynard. Folclore Nacional. Danças, Recreação, Música. Vol. II. São Paulo: Melhoramentos, 1967, p. 304.
  8. CARNEIRO, Edison. Dinâmica do folclore, p. 47.
  9. CARNEIRO, Edison. Folguedos tradicionais. p. 122
  10. REAL, Katarina. O folclore no carnaval do Recife. Recife: Ed. Massangana, 1990, 2ª edição, p. 200 –201.
  11. Prado, Miguel Arcanjo (11 de fevereiro de 2016). «Carnaval de rua de BH é ato político, de resistência». Miguel Arcanjo Prado. Consultado em 11 de fevereiro de 2017. Arquivado do original em 12 de fevereiro de 2017 
  12. Folha Online: Culto a Iemanjá no Rio de Janeiro destaca diversidade religiosa e racial
  13. Extra Online: Seção "Dica Cultural"

Ligações externas[editar | editar código-fonte]