Canarinho

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Canarinho (desambiguação).

Canarinho, ou popularmente apelidado de Canarinho Pistola, é o mascote oficial da Seleção Brasileira de Futebol. O primeiro registro de uma ilustração do mascote foi feita pelo cartunista Mangabeira em uma charge da Folha de Minas. Contudo, a versão que ficou mais popular foi a de Ziraldo, apelidada de "Canarinho do Tri" e apresentada primeiramente no Jornal do Brasil, sendo oficializada pela CBD (atual CBF) como o símbolo oficial da seleção na Copa do Mundo FIFA de 1966. Em 2014, com a realização da Copa do Mundo no Brasil, ganhou o status de mascote oficial, e em 2016, houve um redesenho que lhe rendeu seu apelido.[1]

Antecedentes e origem[editar | editar código-fonte]

Tudo começou no início da década de 1950, quando a seleção brasileira optou por mudar as cores principais do uniforme do branco para o amarelo. O motivo foi por conta da derrota por 2–1 frente o Uruguai na partida decisiva da Copa do Mundo FIFA de 1950 - organizada no próprio país - que custou o então primeiro título mundial da seleção. O uniforme utilizado na final, o branco, passou a ser associado à azar e foi substituída definitivamente em 1952, e em 1953 para a Copa do Mundo FIFA de 1954 o jornal carioca Correio da Manhã, junto da CBD, organizaram um concurso para definir as novas cores do uniforme, que deveriam conter as cores da bandeira do Brasil: verde, amarelo, azul e branco.[2][3][4]

O vencedor do concurso foi o jornalista e cartunista gaúcho Aldyr Garcia Schlee, que ao desenhar mais de 100 esboços, chegou na versão final: camisa amarela com mangas e golas verdes, calção azul com detalhes em branco e meias brancas. Com isso, a seleção foi apelidada carinhosamente de "Seleção Canarinho" pelo locutor Geraldo José de Almeida na estreia da seleção na Copa do Mundo de 1954. O motivo foi em referência às penas do canário amarelo. O apelido pegou e, os jornalistas da época passaram à apelidar os jogadores de "canarinhos".[3][4][5]

Ilustração artística do Canarinho do Tri, de autoria de Ziraldo.

Por volta desse período, ocorreu o primeiro registro de um desenho do mascote, feito pelo cartunista Mangabeira e publicado no jornal mineiro Folha de Minas, sendo um canarinho humanoide, alto, magro, e pouco parecido com o atual.[3][5] Em 1966, com a criação do mascote Willie - o primeiro mascote da história da Copa do Mundo FIFA[6] - motivou Marco Aurélio Moreira a pedir para o cartunista Ziraldo, criador do O Menino Maluquinho, desenhar um personagem para simbolizar a seleção na Copa do Mundo, o que ele fez, apresentando no Jornal do Brasil o chamado "Canarinho do Tri" cumprimentando Willie. O personagem foi um grande sucesso sendo estampado em cadernos, lancheiras, bonecos e em mais de um milhão de adesivos, sendo até adotado como mascote do Brasil nesta edição, porém, com a eliminação precoce do Brasil, passou a ser visto como "símbolo de azar" e caiu no esquecimento.[3][5]

Depois disso, diversos cartunistas desenharam suas próprias versões do Canarinho que foram publicadas nos jornais da época. Em 1970, com a conquista do tricampeonato mundial, o mascote foi relembrado em figurinhas, charges, e até músicas, por exemplo o samba Voa, Canarinho de 1982, gravado pelo Maestro Júnior, jogador da seleção e ídolo do Flamengo.[3][5][7] Ao longo dos anos, o Canarinho continuou aparecendo em charges como forma de personificação da seleção brasileira, e na década de 2000, a CBF passou a incluir o mascote nos uniformes e lançou seu próprio boneco de pelúcia oficial.[3][5]

Oficialização e popularidade[editar | editar código-fonte]

Para comemorar o centenário da seleção brasileira, em 2014, a CBF publicou no dia 23 de junho daquele ano em seu site oficial o lançamento oficial do mascote, sendo vendido na loja da Nike, na sede da CBF, localizada no bairro Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, também sendo vendido em outros lugares,[8] embora na nota não ter sido especificado em quais locais. Isso foi no mesmo dia de uma partida contra o Camarões, vencida por 4–1 e válida pela Copa do Mundo do mesmo ano. Relegado até por seus criadores, também não poderia ser comercializado nos locais de jogos do torneio por restrições impostas pela FIFA, e com a goleada sofrida para a Alemanha por 7–1, o mascote acabou desaparecendo.[9]

Em 2016, passou por um redesenho que o deixou com o semblante mais agressivo, daí o apelido de "pistola", que significa "bravo" ou "irritado" em algumas regiões do país.[9]

Referências

  1. Oito motivos que fazem do Canarinho Pistola o mascote mais querido das redes sociais Gaúcha Zero Hora. Pesquisa em 08/07/18
  2. «Azarada? A história da camisa branca da seleção brasileira». Placar. 9 de abril de 2019. Consultado em 6 de abril de 2024. Cópia arquivada em 11 de agosto de 2023 
  3. a b c d e f «De azarão a "pistola": conheça a origem do Canarinho, mascote da Seleção». Medium. O Gandula. 27 de outubro de 2022. Consultado em 6 de abril de 2024. Cópia arquivada em 6 de abril de 2024 
  4. a b Regadas, Tatiana (5 de julho de 2018). «Conheça o canário nativo do Brasil que é 'pistola' na vida real – e mais bravo que o canário belga». G1. Consultado em 8 de julho de 2018. Cópia arquivada em 25 de setembro de 2022 
  5. a b c d e Cerqueira, Carolina (17 de novembro de 2022). «Como o Canarinho da Seleção Brasileira ficou "pistola"». CNN Brasil. Consultado em 6 de abril de 2024. Cópia arquivada em 6 de abril de 2024 
  6. «De Willie a La'eeb: relembre mascotes das Copas do Mundo». R7. 16 de novembro de 2022. Consultado em 6 de abril de 2024. Cópia arquivada em 6 de abril de 2024 
  7. Disco de Ouro para Júnior. [S.l.]: Editora Abril. 25 de junho de 1982 
  8. «CBF lança mascote oficial». Confederação Brasileira de Futebol. Assessoria CBF. 23 de junho de 2014. Consultado em 6 de abril de 2024 
  9. a b Marques, Dassler; Perrone, Ricardo; Rocha, Thiago (19 de junho de 2018). «Hoje sucesso, Canarinho surgiu fofo em 2014 e 'encalhou' até versão Pistola». UOL. Consultado em 8 de julho de 2018. Cópia arquivada em 28 de maio de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]