Catalina Pestana

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Catalina Pestana
Nascimento 5 de maio de 1947
Morte 2018 (70–71 anos)
Cidadania Portugal
Alma mater
Ocupação pedagoga, política, professora
Empregador(a) Casa Pia

Maria Catalina Batalha Pestana (5 de Maio de 1947 - Lisboa, 21 de Dezembro de 2018)[1] foi uma professora e educadora portuguesa que é recordada como alguém que “nunca escondeu o que pensava e com muita coragem”.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Seu pai, Agostinho Vasques Pestana, natural de Moura, no Alentejo, e era operário da indústria de mármores e presidente do sindicato. Cresceu até aos 2 anos em Maceira, no concelho de Sintra, mas depois de uma curto tempo em que teve de ir viver com sua avó, foi para a Quinta da Lomba, ao pé do Barreiro,[3] e fez o liceu em Setúbal, antes de se licenciar em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Aos 24 anos, quando era professora de um colégio feminino, foi uma das organizadoras de férias para filhos de presos políticos, passando a ser vigiada de perto pela PIDE.

Em 1975, assumiu a direção do Colégio de Santa Catarina, em Lisboa, pertença da Casa Pia. Exerceu estas funções durante cerca de doze anos, até 1987, naquele que era o único estabelecimento misto da instituição.

Entretanto, em 1982, concluiu o mestrado em Psicologia Educacional.

Depois de deixar a direção do colégio casapiano começou a dar aulas de Análise Sócio-Histórica da Educação na Faculdade de Motricidade Humana. Embora mantendo as funções de docente, entre 1990 e 1993, foi coordenadora nacional do Projeto Vida de Prevenção da Toxicodependência em Meio Escolar. Esta função foi exercida no âmbito do Programa de Promoção e Educação para a Saúde, do Ministério da Educação.

A partir de 1998, passou a exercer o cargo de diretora do Plano para a Eliminação de Exploração do Trabalho Infantil, o que aconteceu durante quatro anos.

Em finais de 2002, foi escolhida pelo Ministério da Segurança Social e do Trabalho, liderado por Bagão Félix, para ser a provedora da Casa Pia de Lisboa, em substituição de Luís Rebelo, exonerado em finais de novembro de 2002. Na tomada de posse, a 5 de dezembro de 2002, estiveram presentes o então Primeiro-Ministro Durão Barroso e o Ministro da Segurança Social e do Trabalho, Bagão Félix.

Nesse mesmo ano, Portugal foi abalado pelo escândalo da Casa Pia, alegado abuso sexual de menor, alunos e ex-alunos da Casa Pia, por políticos e figuras destacadas da sociedade portuguesa e da comunicação social. Um grupo de ex-alunos da Casa Pia denunciaram as práticas pedófilas e de proxenetismo, dando origem a um longo processo judicial que correu no tribunal de Lisboa e no qual Catalina Pestana esteve sempre ao lado da defesa desses mesmos alunos, apoiando-os.

Depois da Casa Pia encarregou-se da refundação da Casa do Gaiato de Lisboa.[4]

Catalina Pestana manteve sempre a atividade de professora enquanto foi desempenhando outros cargos.

Morreu aos 71 anos num hospital em Lisboa, vítima de uma infecção generalizada. As cerimónias fúnebres decorreram na Igreja da Cruz Quebrada, em Oeiras, seguindo depois para o crematório de Barcarena.[5] As suas cinzas estão depositadas no cemitério de Oeiras, na campa onde também estão os pais e a irmã.

Entrevistas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Morreu Catalina Pestana, antiga provedora da Casa Pia». www.cmjornal.pt. Consultado em 12 de dezembro de 2023 
  2. «Catalina Pestana foi uma "amiga, cuidadora e uma mulher de coragem"». SIC Notícias. 22 de dezembro de 2018. Consultado em 12 de dezembro de 2023 
  3. «Catalina Pestana. 'Admito que alguém tente branquear esta história'». ionline. Consultado em 12 de dezembro de 2023 
  4. Costa, Mariana Adam, Rita Marques (22 de dezembro de 2018). «Morreu Catalina Pestana, "uma mulher de muitas convicções"». PÚBLICO. Consultado em 12 de dezembro de 2023 
  5. admin (22 de dezembro de 2018). «Morreu Catalina Pestana». Jornal SOL. Consultado em 12 de dezembro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]