Divisão administrativa dos territórios poloneses durante a Segunda Guerra Mundial

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A divisão administrativa dos territórios poloneses durante a Segunda Guerra Mundial pode ser dividida em várias fases, quando os territórios da Segunda República Polonesa eram administrados primeiramente pela Alemanha nazista (no oeste) e União Soviética (no leste), depois pela Alemanha nazista (após a Operação Barbarossa) e finalmente novamente pela União Soviética. Começando com a reforma de 1946, a divisão administrativa retornou à Polônia (ver a divisão administrativa da República Popular da Polônia).

Após a Alemanha e a União Soviética terem particionado a Polônia, em 1939, logo após a sua invasão, a maior parte do território etnicamente polonês acabou por ficar sob controle alemão, enquanto que as áreas anexadas pela União Soviética eram etnicamente de vários povos com o território a ser dividido em diversas áreas, algumas das quais tinham uma significativa maioria não-polonesa (ucranianos no sul e bielorrussos no norte)[1] muitos dos quais sentiam-se alienados na nacionalista Polônia de entre-guerras, e congratulavam-se com os soviéticos. No entanto, os poloneses também compreendiam o maior grupo étnico nos territórios anexados pelos soviéticos.[2]

Anexação soviética do território polonês (1939-1941)[editar | editar código-fonte]

Ao fim da guerra defensiva polonesa, a União Soviética tomou cerca de 52,1% do território da Polônia (cerca de 200.000 km²), com mais de 13.700.000 habitantes. As estimativas variam; Elżbieta Trela-Mazur apresenta os seguintes números no que diz respeito à composição étnica destas áreas: 38% de poloneses (cerca de 5,1 milhões de pessoas), 37% de ucranianos, 14,5% de bielorrussos, 8,4% de judeus, 0,9% de russos e 0,6% de alemães. Houve também 336.000 refugiados das áreas ocupadas pela Alemanha, a maior parte deles de judeus (198.000).[2] As áreas ocupadas pela União Soviética foram anexadas ao território soviético, com exceção da área de Wilno, que foi transferida para a Lituânia, apesar de logo após ser anexada a URSS, quando a Lituânia tornou-se uma das repúblicas soviéticas.

Nos termos do Pacto Molotov-Ribbentrop, ajustado pelo acordo de 28 de setembro de 1939, a União Soviética, anexou todo o território polonês a leste da linha dos rios Pisa, Narew, Bug e San, exceto para a área em torno de Wilno (Vilnius), que foi dada a Lituânia, e a região de Suwałki, que foi anexada pela Alemanha. Estes territórios eram em grande parte habitados por ucranianos e bielorrussos, com minorias de poloneses e judeus (ver Linha Curzon). A área total, incluindo a área dado à Lituânia, era de 201.000 quilômetros quadrados, com uma população de 13,5 milhões de habitantes. Uma pequena faixa de terra que fazia parte da Hungria antes de 1914, foi também dada a Eslováquia.

Anexação alemã do território polonês (1939-1945)[editar | editar código-fonte]

Quarta Partição da Polônia - Pacto nazi-soviético.

Nos termos dos dois decretos de Adolf Hitler (8 de outubro e 12 de outubro de 1939), as grandes áreas da Polônia ocidental foram anexadas à Alemanha. Estas incluíam todos os territórios tomados pela Prússia nas Partições da Polônia, que a Alemanha perdeu posteriormente com o Tratado de Versalhes de 1918, incluindo o Corredor Polonês, Wielkopolska, bem como os territórios divididos após os plebiscitos, tal como a Alta Silésia e uma grande área oriental desses territórios, incluindo a cidade de Łódź.

Os alemães estabeleceram para as áreas anexadas da Polônia as seguintes unidades administrativas:

A área destes territórios anexados era de 94.000 quilômetros quadrados e a população era cerca de 10 milhões de habitantes, a grande maioria dos quais eram poloneses. As partes anexadas eram controladas por uma administração alemã governada por um Gauleiter, na prática, um sistema semelhante ao do próprio Reich. Cerca de 1 milhão de poloneses foram expulsos de suas áreas pelo governo alemão, enquanto que 600.000 alemães da Europa Oriental e 400.000 do Reich alemão foram assentados lá.

Governo-geral[editar | editar código-fonte]

Reichsgaue e Generalgouvernement em 1941.

O bloco restante do território foi colocado sob uma administração alemã chamada de Governo-geral (em alemão: Generalgouvernement für die besetzten polnischen Gebiete), com sua capital em Cracóvia. O Governo-geral foi subdividido em quatro distritos, Varsóvia, Lublin, Radom e Cracóvia (Distrikt Krakau).

Um advogado alemão e proeminente nazista, Hans Frank, foi nomeado governador-geral dos territórios ocupados em 26 de outubro de 1939. Frank supervisionou a segregação de judeus em guetos nas grandes cidades, especialmente em Varsóvia, e o uso de civis poloneses no trabalho obrigatório e forçado nas indústrias de guerra alemãs.

O ataque alemão à União Soviética (1941-1944)[editar | editar código-fonte]

Depois do ataque alemão à União Soviética em junho de 1941, o território polonês ocupado anteriormente pelos soviéticos foi organizado da seguinte forma:

A volta à administração soviética (1944-1945)[editar | editar código-fonte]

As forças soviéticas voltaram ao ex-território polonês após suas ofensivas contra a Alemanha em 1944 (Operação Bagration, Ofensiva Lublin-Brest).

Começando com a reforma de 1946, a divisão administrativa retornou à Polônia (ver divisão administrativa da República Popular da Polônia).

Starting with the reform of 1946, the administrative division was returned to Poland (see Administrative division of People's Republic of Poland).

Divisão administrativa do Estado clandestino polonês[editar | editar código-fonte]

A Polônia teve uma única administração clandestina, o Estado Secreto Polonês, que efetuou divisões administrativas regionais para o exército de livre resistência polonesa, o Armia Krajowa.

Referências

  1. "Os ucranianos compunham uma clara maioria em relação à população total das voivodias de Stanisławów, Tarnopol e Lwów constituindo a Galícia Oriental. Se o território contíguo da voivodia de Volínia (70 por cento de ucranianos) for incluído, a presença ucraniana na área torna-se uma maioria esmagadora. A metade oriental da Polônia poderia ser dividida em três zonas de norte a sul. Uma clara maioria ucraniana residia no sul, exceto em algumas áreas onde o número de poloneses mais ou menos equivalia a de seus vizinhos ucranianos; na parte central, na Polésia e Volínia, uma pequena minoria polonesa (14 e 16 por cento, respectivamente) em relação a uma grande parte de camponeses ortodoxos (ucranianos ao sul e, em seguida, "local" e, finalmente, em direção ao norte cada vez mais bielorrussos), e na parte norte, nas voivodias de Białystok, Wilno e Nowogródek, os poloneses eram maioria, em comparação com numericamente uma forte minoria bielorrussa. Os judeus constituíam a principal minoria nas zonas urbanas" Jan Tomasz Gross, Revolution from Abroad, pp. 4, 5, Princeton, 2005, ISBN 0-691-09603-1
  2. a b (em polonês)"Entre a população dos territórios orientais cerca de 38% eram de poloneses, 37% de ucranianos, 14,5% de bielorrussos, 8,4% de judeus, 0,9% de russos e 0,6% de alemães" Elżbieta Trela-Mazur (1997). Włodzimierz Bonusiak, Stanisław Jan Ciesielski, Zygmunt Mańkowski, Mikołaj Iwanow, ed. Sowietyzacja oświaty w Małopolsce Wschodniej pod radziecką okupacją 1939-1941 (Sovietização da educação na Pequena Polônia oriental durante a ocupação soviética 1939-1941). Kielce: Wyższa Szkoła Pedagogiczna im. Jana Kochanowskiego. 294 páginas. ISBN 978-83-7133-100-8  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "Trela-Mazur" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes

Ligações externas[editar | editar código-fonte]