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Fernando Pereira (fotógrafo)

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Fernando Pereira
Nascimento 10 de maio de 1950
Chaves
Morte 10 de julho de 1985
Auckland
Cidadania Portugal, Reino dos Países Baixos
Ocupação fotógrafo, ambientalista
Causa da morte afogamento

Fernando Pereira (Chaves, 10 de maio de 1950 - Auckland, 10 de julho de 1985) foi um fotógrafo luso-neerlandês e ativista da organização Greenpeace, assassinado a 10 de julho de 1985 aquando do afundamento de um Rainbow Warrior (nome dado aos barcos da Greenpeace)[1] por agentes do DGSE, o serviço secreto francês, na Nova Zelândia.

Nascido em Chaves em 1950, Fernando emigrou para os Países Baixos para fugir ao serviço militar obrigatório. Lá casou-se com uma holandesa, Joanne, tornou-se cidadão holandês, e teve dois filhos, Marelle e Paul. Trabalhou vários anos como fotógrafo no jornal diário de Amesterdão De Waarheid (A Verdade).

Tornou-se interessado nas temáticas da conservação e campanhas antinucleares. Aderiu à Greenpeace em 1982 quando se juntou ao navio Sirius.[2]

Acidente do Rainbow Warrior

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O bombardeio do barco fora projetado para tornar o navio irrecuperável. A primeira bomba menor dobrou o eixo da hélice, tornando o reparo não rentável. Pereira ficou dentro do barco para pegar sua máquina fotgráfica e outros equipamentos. A segunda explosão, mais poderosa, projetada para afundar o barco, causou um enorme influxo de água do mar que afogou Pereira.

Atualizações subsequentes

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No vigésimo aniversário do naufrágio, foi revelado que o presidente francês François Mitterrand havia autorizado pessoalmente o bombardeio.[3] O almirante Pierre Lacoste fez uma declaração dizendo que a morte de Pereira pesou muito em sua consciência. Também naquele aniversário, a Television New Zealand procurou acessar um vídeo gravado na audiência preliminar em que os dois agentes se declararam culpados. As imagens permaneceram seladas no registro do tribunal desde logo após a conclusão do processo criminal. Os dois agentes se opuseram à liberação do filme — apesar de ambos terem escritos livros sobre o incidente — e levaram o caso ao Tribunal de Apelação da Nova Zelândia e, posteriormente, à Suprema Corte da Nova Zelândia.

Em 2006, Antoine Royal, irmão da candidata à presidência da França, Ségolène Royal, revelou em uma entrevista que seu irmão, Gérard Royal, ex-oficial da inteligência francesa, havia sido o agente que colocou as bombas no Rainbow Warrior.[4][5]

Ver artigo principal: Prémio Nacional do Ambiente

A Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente instituiu em 1999 o Prémio Nacional de Ambiente "Fernando Pereira",[1] conjuntamente com o associado Observatório do Ambiente.

Anualmente, e desde 1999, a CPADA assegura os prémios entregues, aos galardoados e menções honrosas, bem como a organização do evento, nomeadamente a escolha do local, o processo de eleição e respectivas nomeações dos premiados e a cerimónia de entrega. O nome escolhido é uma homenagem a um dos mártires da causa ambiental, o fotógrafo Fernando Pereira, morto a bordo do Rainbow Warrior, o navio do Greenpeace que tentava impedir a realização de testes nucleares franceses no atol de Muroroa, no Pacífico.

O prémio destina-se a galardoar a pessoa, instituição ou empresa que em cada ano se distinga na sua ação como "amiga do ambiente".

Referências

  1. a b «Prémio Nacional de Ambiente "Fernando Pereira" 2007». www.cpada.pt. Consultado em 20 de agosto de 2018 
  2. Eyes of Fire. «Obituary by David Robie». Consultado em 20 de Novembro de 2018 
  3. Report Says Mitterrand Approved Sinking of Greenpeace Ship, "The New York Times", July 10, 2005
  4. French politician’s brother is revealed as a bomber., The First Post, October 5, 2006
  5. Royal link to Greenpeace bombing as probe begins, The Times, October 2, 2006
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