Haliotis iris

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaHaliotis iris
Cinco vistas de H. iris.
Cinco vistas de H. iris.
Vista inferior da concha de H. iris, mostrando sua iridescência.
Vista inferior da concha de H. iris, mostrando sua iridescência.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Clado: Vetigastropoda
Classe: Gastropoda
Superfamília: Haliotoidea
Família: Haliotidae
Género: Haliotis
Linnaeus, 1758[1]
Espécie: H. iris
Nome binomial
Haliotis iris
Gmelin, 1791[1]
Sinónimos
Haliotis (Paua) iris Gmelin, 1791[1]

Haliotis iris (denominado em inglês rainbow abalone[2] e blackfoot abalone[3], devido à cor negra do pé do animal[2]; em maori por pāua[4] e também em inglês por paua, sem acento, ou blackfoot pāua)[5][6] é uma espécie de molusco gastrópode marinho pertencente à família Haliotidae. Foi classificada por Gmelin, em 1791. É nativa do sudoeste do oceano Pacífico, na costa da Nova Zelândia[1]; sendo uma das três espécies de Haliotis deste país, junto com Haliotis australis (yellowfoot pāua[6], silver pāua ou queen pāua) e H. virginea (whitefoot pāua[6] ou virgin pāua).[5][7] É o maior, o mais comum e o mais conhecido, dentre os três abalones (pāua) neozelandeses.[2][8]

Descrição da concha[editar | editar código-fonte]

Haliotis iris apresenta concha oval e funda, com uma superfície frequentemente coberta com um pesado depósito de calcário[9] e sendo irregularmente enrugada.[10] Está entre os poucos gastrópodes que precipitam em sua concha tanto calcita quanto aragonita, podendo afetar seu brilho e resistência.[3] Chegam de 14[2] até pouco menos de 20 centímetros e são de coloração geralmente uniforme em marrom-avermelhado com leve tonalidade esverdeada.[10] Os furos abertos na concha, de 5 a 8, são circulares, grandes e pouco elevados. Região interna madreperolada, iridescente, apresentando o relevo de sua face externa e geralmente uma cicatriz muscular visíveis.[10][11][1]

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

Haliotis iris ocorre em águas rasas da zona nerítica, entre as rochas[2], no sudoeste do oceano Pacífico; uma espécie endêmica da costa da Nova Zelândia[1], sendo encontrada nas ilhas Norte e Sul, mas também nas ilhas Chatham.[12] Embora a maioria viva a menos de 10 metros, particularmente em locais expostos a grandes ondas, eles podem ser encontrados em profundidade de até 15 metros.[6]

Pesca e conservação[editar | editar código-fonte]

Este grande pāua neozelandês.tem sido uma das criaturas marinhas mais intensamente utilizadas pelo Homem, em sua região. Maoris os têm usado como fonte de alimento e suas conchas são utilizadas como recipientes para a realização e mistura de pigmentos; também sendo usada em ornamentos de adorno pessoal, elementos decorativos em esculturas[13], como olhos[14], e uso em artigos como anzóis.

Atualmente existem restrições legais para protegê-lo de sua sobrepesca, sendo possível coletar apenas dez pāua por dia. Conchas de dimensões menores que 12,5 centímetros devem ser retornadas ao mar. Não há permissão para pescá-lo com equipamento de mergulho. Apenas uma faca de lâmina fina é necessária para retirá-lo da rocha. Os maiores, e mais procurados por sua carne e concha, provém da ilha Stewart. Sua carne, concha e pérolas, resultantes de seu cultivo, são comercializados[13], sendo a única espécie de abalone cultivada nesta região.[15] No entanto, mesmo com todas essas restrições em vigor, a negociação no mercado negro, sobre coletas ilegais, é enorme.[14]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f «Haliotis iris» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 24 de maio de 2016 
  2. a b c d e ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 20. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  3. a b Gray, Blair E.; Smith, Abigail M. (janeiro de 2004). «Mineralogical Variation in Shells ofthe Blackfoot Abalone, Haliotis iris (Mollusca: Gastropoda: Haliotidae), in Southern New Zealand» (PDF) (em inglês). Pacific Science - University of Hawaii Press. 1 páginas. Consultado em 24 de maio de 2016 
  4. «Maori Nomenclature» (em inglês). Papers Past. Consultado em 24 de maio de 2016 
  5. a b «About Paua Shell» (em inglês). Southern Paua Ltd. 2010. 1 páginas. Consultado em 24 de maio de 2016. Arquivado do original em 22 de janeiro de 2016 
  6. a b c d «Summer Series 5: Paua is a summer delicacy. Dig deep for the blackfoot sea snail!» (em inglês). Te Kūwaha - Māori Environmental Research (NIWA). 22 de janeiro de 2013. 1 páginas. Consultado em 24 de maio de 2016 
  7. Poore, Gary C. B. (29 de março de 2010). «Ecology of New Zealand abalones, Haliotis species (Mollusca: Gastropoda (em inglês). New Zealand Journal of Marine and Freshwater Research. pp. 534–559. Consultado em 24 de maio de 2016 
  8. «The story of NZ Paua» (em inglês). Paua World. 2016. 1 páginas. Consultado em 24 de maio de 2016 
  9. OLIVER, A. P. H.; NICHOLLS, James (1975). The Country Life Guide to Shells of the World (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 18. 320 páginas. ISBN 0-600-34397-9 
  10. a b c Caro, Olivier. «Haliotis iris Gmelin, 1791» (em inglês). Idscaro. Consultado em 24 de maio de 2016 
  11. «The underside of a paua (Haliotis iris) shell» (em inglês). Encyclopaedia of New Zealand. 1966. Consultado em 24 de maio de 2016 
  12. Spurgeon, Andrew (2007). «Gastropoda - Vetigastropoda - (Vetigastropoda) - Family: Haliotidae» (em inglês). New Zealand Mollusca. 1 páginas. Consultado em 24 de maio de 2016. Arquivado do original em 25 de junho de 2016 
  13. a b «Paua (Haliotis iris (em inglês). Museum of New Zealand Te Papa Tongarewa. 1 páginas. Consultado em 24 de maio de 2016. Text originally published in Tai Awatea, Te Papa's onfloor multimedia database (1998) 
  14. a b Brooke, Carly (31 de maio de 2013). «Pāua Abalone: the Spectacular Mollusc Revered by the Māori of New Zealand» (em inglês). Featured Creature. 1 páginas. Consultado em 24 de maio de 2016 
  15. Heath, Philip. «Paua» (em inglês). Te Kūwaha - Māori Environmental Research (NIWA). 1 páginas. Consultado em 24 de maio de 2016